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João Maurício Wanderley

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Barão de Cotegipe
João Maurício Wanderley
30º Presidente do Conselho de Ministros do Brasil
Período 20 de agosto de 1885
até 10 de março de 1888
Monarca Pedro II
Antecessor(a) José Antônio Saraiva
Sucessor(a) João Alfredo Correia de Oliveira
Presidente do Senado Imperial do Brasil
Período 1881 até 1885
Antecessor(a) José Ildefonso de Sousa Ramos
Sucessor(a) Brás Carneiro Nogueira da Costa e Gama
Ministro das Relações Exteriores
Período 20 de agosto de 1885
até 10 de março de 1888
Antecessor(a) O Visconde de Paranaguá
Sucessor(a) Antônio da Silva Prado
Período 25 de junho de 1875
até 15 de fevereiro de 1877
Antecessor(a) O Visconde de Caravelas
Sucessor(a) Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque
Ministro da Fazenda
Período 25 de junho de 1875
até 5 de fevereiro de 1878
Antecessor(a) O Visconde do Rio Branco
Sucessor(a) João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu
Período 23 de agosto de 1856
até 4 de maio de 1857
Antecessor(a) O Marquês do Paraná
Sucessor(a) Bernardo de Sousa Franco
Ministro da Marinha
Período 16 de julho de 1868
até 29 de setembro de 1870
Antecessor(a) Afonso Celso de Assis Figueiredo
Sucessor(a) Luís Antônio Pereira Franco
Período 14 de junho de 1855
até 8 de outubro de 1856
Antecessor(a) José Maria da Silva Paranhos
Sucessor(a) José Maria da Silva Paranhos
Dados pessoais
Nome completo João Maurício Wanderley
Nascimento 23 de outubro de 1815
São Francisco de Chagas da Barra do Rio Grande, Capitania de Pernambuco
Morte 13 de fevereiro de 1889 (73 anos)
Rio de Janeiro, Município Neutro, Brasil
Progenitores Mãe: Francisca Antónia do Sacramento
Pai: João Maurício Wanderley
Alma mater Faculdade de Direito de Olinda
Esposa Antónia Teresa de Sá Rocha Pita e Argolo
Partido Conservador
Profissão Magistrado e político
Assinatura Assinatura de João Maurício Wanderley
[1][2][3][4][5][6][7]

João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe (São Francisco de Chagas da Barra do Rio Grande, 23 de outubro de 1815Rio de Janeiro,[8] 13 de fevereiro de 1889),[5] também escrito como Vanderlei, foi um nobre, magistrado, político brasileiro, membro do Partido Conservador.[9] Um dos principais políticos conservadores do Segundo reinado,[4] foi presidente do Conselho de Ministros de 1885 a 1888, além de Presidente do Senado Imperial, ministro das Relações Exteriores, ministro da Fazenda, ministro da Marinha, presidente do Banco do Brasil e senador pela Província da Bahia por mais de três décadas.[1][5][7]

Família e educação

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Nasceu em 23 de outubro de 1815 na Villa da Barra, atual cidade de Barra, na época parte da Capitania de Pernambuco. Era filho de um abastado proprietário, o capitão-mor João Maurício Wanderley, e de Francisca Antonia Wanderley.[4] Era descendente do capitão de cavalaria das tropas dos Países Baixos Kaspar von Neuhoff van der Ley, que veio para o Brasil quando houve a invasão holandesa em Pernambuco.[10][4]

Wanderley foi percebido como mulato pelo antropólogo francês Arthur de Gobineau.[11] De acordo com a historiadora Mary Del Priore, ele de fato era mestiço, assim como outros importantes membros da elite imperial.[12]

Cotegipe realizou seus estudos primários na Bahia e, em 1833, ingressou na Faculdade de Direito de Olinda, onde bacharelou-se em 1837.[2][5]

Cotegipe casou-se com Antónia Teresa de Sá Rocha Pita e Argolo, esta filha do conde de Passé e irmã do 2.° visconde de Passé.[carece de fontes?]

Após a graduação, Cotegipe retornou para sua província natal e ali desempenhou vários cargos públicos, como curador geral dos órfãos, juiz municipal e juiz de direito da comarca de Santo Amaro e juiz da Fazenda em Salvador.[2] Filiado ao Partido Conservador, elegeu-se deputado provincial em 1841 e deputado geral em 1842.[4] Em 1848, tornou-se chefe da polícia e auxiliou no combate à Revolução Praieira, que atingiu Pernambuco.[2] No ano de 1850 foi signatário do quarto projeto de criação da província do Rio São Francisco, projeto pleiteado por seus moradores até os dias atuais. [13][14][15]

Em 1852, o imperador Dom Pedro II nomeou Cotegipe como presidente da província da Bahia. Permaneceu neste cargo até 1855.[16]

Cotegipe continuou exercendo a magistratura até 1856, quando foi nomeado senador pela Bahia.[4] No Senado, foi um dos representantes dos interesses escravagistas.[2] Em 1855, foi empossado ministro da Marinha, função que voltaria a desempenhar em 1868.[17]

De 1871 a 1872, Cotegipe foi enviado extraordinário e ministro plenipotenciário no Rio da Prata e Paraguai, com a tarefa de firmar o tratado de paz.[2][4] Em 1875, foi designado ministros das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda.[4]

Entre 1885 e 1888, Cotegipe presidiu o Conselho de Ministros.[4][2] Neste período, aprovou a Lei dos Sexagenários, proposta anteriormente pelo Partido Liberal, sancionada em 1885.[5] Um firme opositor do abolicionismo, Cotegipe entrou em conflito com a princesa Isabel, favorável ao movimento.

Como regente de seu pai, Isabel chegou à conclusão de que precisaria derrubar o gabinete Cotegipe para avançar com a causa abolicionista. Em março de 1888, a princesa solicitou a Cotegipe que demitisse o chefe da polícia da capital. Negou-se a fazê-lo, e acabou renunciando como presidente do Conselho. Foi substituído pelo senador João Alfredo, um abolicionista.[18][19]

Cotegipe foi um dos cinco senadores[20] do Império a votar contrariamente à aprovação da Lei Áurea. Pragmático, para Cotegipe a drástica ruptura com o sistema escravocrata poderia abalar a economia com questões de mão de obra e eventuais indenizações, e consequentemente o abalo do regime monárquico, vez que, desde a Lei do Ventre Livre em 1871, já se passava 17 anos sem o nascimento de nenhum cativo em solo brasileiro. Ao cumprimentar a princesa Isabel logo após a assinatura dela, profetizou: "A senhora acabou de redimir uma raça e perder o trono!".[20][21] Em resposta, Isabel replicou: "Se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para a libertação dos negros".[22]

Em 1888, Cotegipe foi nomeado presidente do Banco do Brasil. Comandou o banco até sua morte, em 13 de fevereiro de 1889, aos 73 anos de idade, no Rio de Janeiro.[2][23]

Gabinete de 20 de agosto de 1885

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Ver artigo principal: Gabinete Cotegipe
Cotegipe incluído em montagem com os principais políticos brasileiros, em 1885

Foi presidente do Conselho de ministros e simultaneamente ministro dos Estrangeiros.

Tornou-se sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1886.[5] Como autor, entre as obras escritas por Cotegipe, estão:[2]

  • Revolução da Bahia de 1837 (1837);[2]
  • Melhoramento do Fabrico de Açúcar (1867);[2]
  • Informações sobre o estado da Lavoura (1874);[2]
  • Apontamentos sobre os Limites do Brasil e a República da Argentina (1882).[2]

Condecorações

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Referências

  1. a b «Barão de Cotegipe». Senado Federal do Brasil. 2020. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s «João Maurício Wanderley, barão de Cotegipe». Memória da Administração Pública. 21 de março de 2019. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  3. «João Maurício Wanderley». Secretaria Especial da Fazenda. 2020. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  4. a b c d e f g h i Nascimento, Carla Silva do (2011). «O barão de Cotegipe e a crise do Império» (PDF). Encontro Regional de História - ANPUH-Rio. Rio de Janeiro. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  5. a b c d e f «João Maurício Wanderley». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 2020. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  6. «WANDERLEY». Câmara dos Deputados do Brasil. 2020. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  7. a b «Império (1826-1889)». Senado Federal do Brasil. 2020. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  8. https://www.ufpe.br/arquivoccj/curiosidades/-/asset_publisher/x1R6vFfGRYss/content/barao-de-cotegipe-jurista-de-grande-destaque-na-politica-do-segundo-imperio/590249  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  9. VASCONCELOS, José Smith de (1918). Archivo nobiliarchico brasileiro. Lausanne: Imprimerie La Concorde. p. 136 
  10. «Chico Buarque é de Holanda». Época. 13 de dezembro de 2010. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  11. «Folha de S.Paulo - Opinião econômica - Rubens Ricupero: A face visível da desigualdade». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 14 de agosto de 2021 
  12. Neves, José Roberto de Castro (10 de março de 2020). Brasileiros. [S.l.]: Nova Fronteira 
  13. W. Kiddy, Elizabeth (2 de abril de 2011). «O RIO SÃO FRANCISCO: GEOGRAFIA E PODER NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL BRASILEIRA NO SÉCULO XIX». RDE - Revista de Desenvolvimento Econômico (0). doi:10.21452/rde.v0i0.1241. Consultado em 23 de outubro de 2021 
  14. Silva, Rafael Sancho Carvalho da; Aras, Lina Maria Brandão de (2020). «O sertão do Rio São Francisco: caracterização e definição para um estudo do Brasil oitocentista: The hinterlands of São Francisco river: caracterization and definition for a study of brazilian 18th». Revista Nordestina de História do Brasil (4): 197–220. ISSN 2596-0334. doi:10.17648/2596-0334-v2i4-1389. Consultado em 23 de outubro de 2021 
  15. Sica, Hugo Capel (13 de junho de 2019). «A CRIAÇÃO DO ESTADO DO RIO SÃO FRANCISCO COMO SOLUÇÃO GEOPOLÍTICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO OESTE DA BAHIA». Revista de Geopolítica (2): 87–99. ISSN 2177-3246. Consultado em 23 de outubro de 2021 
  16. Alessandro Hirata (5 de novembro de 2012). «João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe». Carta Forense. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  17. «João Mauricio Wanderley». Centro de História e Documentação Diplomática. 2020. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  18. Ricardo Westin (7 de maio de 2018). «Senado e Câmara aprovaram Lei Áurea em 5 dias». Agência Senado. Senado Federal do Brasil. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  19. Jorge Macedo e Renata Mariz (13 de maio de 2013). «Aprovação do fim da escravidão no Senado foi acompanhada por uma multidão». Estado de Minas. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  20. a b Carlos Penna Brescianini (13 de maio de 2019). «Há 131 anos, senadores aprovavam o fim da escravidão no Brasil». Agência Senado. Senado Federal do Brasil. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  21. Carlos Lopes (11 de maio de 2016). «A formação do abolicionista Rui Barbosa». Hora do Povo. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  22. «Isabel, a princesa do Bem Comum». Instituto São Pedro de Alcântara. 17 de janeiro de 2018. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  23. «BANCO DO BRASIL – RELAÇÃO DOS PRESIDENTES (DESDE 1853)» (PDF). Associação de Aposentados e Pensionista do Banco do Brasil. 2016. Consultado em 7 de agosto de 2020 

Ligações externas

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Precedido por
José Antônio Saraiva
Primeiro-Ministro
1885–1888
Sucedido por
João Alfredo Correia de Oliveira
Precedido por
José Maria da Silva Paranhos
Ministro da Fazenda
1875–1878
Sucedido por
João Lins Vieira Cansanção de Sinimbu
Precedido por
Honório Hermeto Carneiro Leão
Ministro da Fazenda
1856–1857
Sucedido por
Bernardo de Sousa Franco
Precedido por
João Lustosa da Cunha Paranaguá
Ministro das Relações Exteriores
1885–1888
Sucedido por
Antônio da Silva Prado
Precedido por
Carlos Carneiro de Campos
Ministro das Relações Exteriores
1875–1877
Sucedido por
Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque
Precedido por
Joaquim Delfino Ribeiro da Luz
Ministro da Justiça
1887
Sucedido por
Samuel Wallace MacDowell
Precedido por
José Maria da Silva Paranhos
Ministro da Marinha
1855–1856
Sucedido por
José Maria da Silva Paranhos
Precedido por
Afonso Celso de Assis Figueiredo
Ministro da Marinha
1868–1870
Sucedido por
Luís Antônio Pereira Franco
Precedido por
Francisco Gonçalves Martins
Presidente da província da Bahia
1852–1855
Sucedido por
Álvaro Tibério de Moncorvo Lima
Precedido por
José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho
Presidente do Banco do Brasil
1888–1889
Sucedido por
Francisco José Pacheco (interino)