Em 1487, D. João II de Portugal começou a preparar uma frota para levar a cabo um ataque surpresa contra Marrocos mas o plano foi abandonado.[1] Ao invés, o rei decidiu responder a um apelo feito por Mulei Benfageja, parente próximo do sultão oatácida, que pedia uma expedição punitiva contra os habitantes de Enxovia, entre Anfa e Larache, que se haviam revoltado.[2]
A expedição zarpou em Agosto de 1487, com 150 cavaleiros e 1000 homens de infantaria, entre besteiros e arcabuzeiros, sob o comando de D. Diogo Fernandes de Almeida, acompanhado por D. João de Ataíde.[1][2] Ancoraram no porto de Anfa, destruída num ataque anterior, em 1469, e dalí D. Diogo enviou batedores ou espiões a terra para fazer o reconhecimento da região.[1]
Vários cavaleiros andaluzes juntaram-se aos portugueses.[2] Tendo identificado uma série de aldeamentos no interior, os portugueses desembarcaram naquela noite e atacaram as aldeias e acampamentos berberes ao longo da costa entre Anfa e uma região a norte do rio Sebou, cinco léguas a sul de Larache, que os portugueses identificaram como "Alagoas", matando 900 e capturando 300, 400 ou 900 pessoas, cavalos e gado.[2][1]
↑ abcdeJosé António Rodrigues Pereira: Actividades Marítimas no Reinado de D. João II in José António Rodrigues Pereira: Viagens e Operações Navais 1139-1499 Academia de Marinha, Lisbon 2020, p.235.
↑ abcdefghMaria Augusta Lima Cruz, António Manuel Lázaro: A Política Marroquina de Dom João II in Jorge Correia, André Teixeira: A Peninsula Ibérica e o Norte de África (Séculos XV a XVII). História e Património., 2019, CHAM - Centro de Humanidades, Universidade Nova de Lisboa, p.100.
↑ abIgnacio da Costa Quintella: Annaes da Marinha Portugueza, Typographia da Academia Real das Sciencias, 1839, p.206.