Casa de Carvalhais
Casa de Carvalhais | |
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Informações gerais | |
Tipo | Palácio |
Construção | Século XVIII |
Função inicial | Residencial |
Função atual | Residencial |
Património de Portugal | |
SIPA | 19801 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Anadia |
A Casa de Carvalhais é um palácio setecentista situado no lugar de Carvalhais, na freguesia de Moita, em Anadia.
No Inventário Artístico de Portugal lê-se que esta casa corresponde ao antigo paço dos senhores da terra, informação essa que se enraizou e é hoje aceite como verdadeira, ainda que não corresponda à realidade. Esta casa e o antigo Paço de Carvalhais são edificações distintas.[1]
Descrição
[editar | editar código-fonte]Trata-se de uma construção do século XVIII, erigida junto ao lugar de Carvalhais, a cerca de 100 metros do antigo paço dos donatários do senhorio de Ferreiros, Carvalhais e Ílhavo, com cantarias em grés vermelho, designado do Buçaco.[2]
Ostenta, na fachada principal, voltada a nascente, uma pedra de armas em calcário de Ançã, com a heráldica dos Fonsecas, Silvas e Vasconcelos.[2]
É descrita da seguinte forma no Inventário Artístico de Portugal: "Edifício de grande volume. Apresenta notável fachada da primeira metade do séc. XVIII, ainda em linhas clássicas. As cantarias do grês vermelho local acentuam-lhe o carácter arquitectónico. São os cunhais tratados na ordem dórica. Coroa a frontaria forte entablamento do dórico denticular com tríglifos no friso. Alinham-se no andar nobre oito janelas rasgadas, de vão rectangular, dominadas de frontões, alternadamente curvos e triangulares, e dotados de bacias pouco salientes que se apoiam em duas mísulas, com grades de ferro, em chapa recortada, do tempo. Ao meio, sobre a entrada, foi-lhe incluída posteriormente uma janela de verga curva. Acima dela e a invadir a cornija crava-se o brasão, talvez deslocado pela abertura daquela. Abre-se a meio a porta rectangular, com entablamento dórico, de tríglifos e frontão quebrado. O átrio austero mostra no topo dois arcos, encerrando a escadaria o do direita. O brasão foi esculpido em calcário brando. Envolvem o escudo ornatos do barroco joanino, de bom efeito decorativo".[3]
História
[editar | editar código-fonte]Foi erigida no século XVIII pela família Fonseca e Silva, oriunda da freguesia de Pala, à qual pertencia Frei Bernardo da Fonseca e Silva (1690-1752), freire da Ordem de Avis e prior da igreja de São Tiago da Moita, que instituiu o vínculo de Carvalhais.[2]
Esta família esteve ligada por relações de parentesco aos senhores da Quinta de Famalicão, na freguesia vizinha de Arcos e Mogofores, dela descendendo José Maria de Vasconcelos Mascarenhas.[2]
Referências
- ↑ LOPES, Luís Seabra, O Verdadeiro Paço de Carvalhais: da História à Reabilitação, in Jornal da Bairrada, 1 de Setembro de 2016, p. 25.
- ↑ a b c d SOUSA, Daniel A. Oliveira de, A Linhagem Clerical dos Fonsecas de Monte de Lobos, no Termo de Mortágua – da freguesia de São Martinho das Chãs às freguesias de Pala, Avintes, Moita e Arcos, in Raízes & Memórias, n.º 40, Dezembro de 2023, pp. 145-168.
- ↑ INVENTÁRIO ARTÍSTICO DE PORTUGAL. Distrito de Aveiro. Zona-Sul. Por A. Nogueira Gonçalves. Lisboa. MCMLIX. 23x29,5 cm. XXXI-256-IV. pág. 83.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- LOPES, L.S. (2017) «Os Borges de Carvalhais, Senhores de Ferreiros, Avelãs de Cima e Ílhavo», Revista de História da Sociedade e da Cultura, Imprensa da Universidade de Coimbra, vol. 17, p. 103–128.
- LOPES, L.S. (2016) «O Verdadeiro Paço de Carvalhais: da História à Reabilitação?», Jornal da Bairrada, 2016/09/01.
- SOUSA, Daniel O. (2023) «A Linhagem Clerical dos Fonsecas de Monte de Lobos, no Termo de Mortágua – da freguesia de São Martinho das Chãs às freguesias de Pala, Avintes, Moita e Arcos», Raízes & Memórias, n.º 40, Dezembro de 2023.