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Cansanção

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Cansanção
  Município do Brasil  
Praça Monsenhor Berenguer, com vista para a Igreja Matriz de Senhora Sant'Ana
Praça Monsenhor Berenguer, com vista para a Igreja Matriz de Senhora Sant'Ana
Praça Monsenhor Berenguer, com vista para a Igreja Matriz de Senhora Sant'Ana
Símbolos
Bandeira de Cansanção
Bandeira
Brasão de armas de Cansanção
Brasão de armas
Hino
Gentílico cansançãoense
Localização
Localização de Cansanção na Bahia
Localização de Cansanção na Bahia
Localização de Cansanção na Bahia
Cansanção está localizado em: Brasil
Cansanção
Localização de Cansanção no Brasil
Mapa
Mapa de Cansanção
Coordenadas 10° 40′ 15″ S, 39° 29′ 52″ O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Itiúba, Araci, Santaluz e Quijingue
Distância até a capital 347 km
História
Fundação 30 de julho de 1919 (105 anos)
Emancipação 12 de agosto de 1958 (66 anos)
Administração
Prefeito(a) Vilma Rosa de Oliveira Gomes[1] (UNIÃO, 2021–2024)
Características geográficas
Área total [2] 1 351,891 km²
 • Área urbana  IBGE/2019[3] 6,95 km²
População total (2024[4]) 39 556 hab.
 • Posição BA: 66º
Densidade 29,3 hab./km²
Clima Semi-árido
Altitude 400 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 48840-000
Indicadores
IDH (2010) [5] 0,557 baixo
Gini (2010) [6] 0.5733
PIB (2021) [7] R$ 352 800,89 mil
PIB per capita (2021) R$ 10 100,52
Sítio cansancao.ba.gov.br (Prefeitura)

Cansanção é um município da região imediata de Euclides da Cunha, na Região Intermediaria de Paulo Afonso, no estado da Bahia, no Brasil. Localiza-se a noroeste da capital do estado, Salvador, distando desta cerca de 347 km. Ocupa uma área de 1 351 891 quilômetros quadrados a uma altitude de aproximadamente 400 metros.

Conforme o estimativa de 2024 do IBGE, sua população é de 39 556 habitantes.[4] O município pertence ao Território do Sisal, área no semiárido brasileiro com mais de meio milhão de habitantes. Faz divisa com Monte Santo ao norte, Araci, Nordestina, Queimadas e Santaluz a sul, Quijingue a leste, Itiúba a oeste.

O nome do município deriva da planta urticante cansanção, abundante na região.[8]

O povoamento do território que hoje é o município de Cansanção não parece ser diferente do restante da Região Sisaleira, o qual ocorreu nos séculos XVII e XVIII, por meio do avanço da pecuária.

A cidade de Cansanção originalmente era uma fazenda de mesmo nome, tendo como primeiro proprietário Bernardino Pereira Damasceno. Posteriormente, na segunda metade do século XIX, essa propriedade rural foi adquirida por Luiz Gomes Buraqueira.[8][9]

Na propriedade de Buraqueira, outras pessoas foram se fixando, assim formando o povoado de Cansanção. Durante a Guerra de Canudos (1896-7), essa povoação, então com oito casas, serviu como ponto de descanso para as tropas do Exército que, vindas de trem de Queimadas, dirigiam-se a Monte Santo, quartel-general do combate ao arraial messiânico de Antônio Conselheiro. Nessa ocasião, Euclides da Cunha passou por Cansanção e conheceu Luiz Buraqueira, o qual é citado em um relato do autor de “Os Sertões”.[8][9]

Por meio da Lei Estadual nº 1332, de 30 de julho de 1919, o povoado de Cansanção, na época com 25 casas, foi elevado à categoria de distrito, com o mesmo nome, sendo subordinado ao município de Monte Santo. Nesse mesmo ano, foi construída, nessa povoação, uma capela em louvor à Senhora Santana.[9]

À esquerda, primeira capela católica dedicada à Senhora Sant'Ana. À direita, fotografia da Rua São Miguel em 1957.

O movimento pela emancipação de Cansanção se iniciou na segunda metade da década de 1940 e resultou na elevação do distrito à categoria de município, desmembrando-se de Monte Santo, por meio da Lei Estadual nº 504, de 28 de novembro de 1952, a qual foi invalidada por meio de um acórdão do Supremo Tribunal Federal em 27 de dezembro de 1954.[8][9]

Cansanção adquiriu sua emancipação em definitivo por meio da Lei Estadual nº 1018, de 12 de agosto de 1958, deixando de ser um distrito de Monte Santo e tornando-se um novo município, instalado em 7 de abril de 1959, com a posse do primeiro prefeito, João Andrade.[8][9]

Fotografia aérea da sede municipal na década de 1980

A sede municipal tem 400 metros de altitude, e situa-se na latitude 10° 40′ 00″ sul e na longitude 39° 30′ 00″ oeste,[10] está localizado a noroeste de Salvador,[11] capital estadual, distando desta cerca de 347 km.[12] A área total do município é de 1 351 891 km²,[2] e se limita com Monte Santo ao norte, Araci, Nordestina, Queimadas e Santaluz a sul, Quijingue a leste, Itiúba a oeste.[10] De toda a área, apenas 6,95 km² são de perímetro urbano (2019), assim a 94.ª maior do estado.[13]

Conforme a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[14] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Paulo Afonso e Imediata de Euclides da Cunha.[15][16] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, fazia parte da microrregião de Euclides da Cunha, que por sua vez estava incluída na Mesorregião do Nordeste Baiano.[16] Ademais, faz parte do Território do Sisal, área econômica e cultural no semiárido baiano, composto por 20 municípios, com população total de cerca de 555 mil habitantes.[17]

A paisagem é formada por montanhas e vales, cortados por rios e córregos, com solos que sustentam a vegetação nativa da Caatinga, que é composta principalmente de árvores esparsas com ou sem palmeiras. Algumas áreas da vegetação original foram transformadas em pastos e plantações que são cultivadas apenas durante algumas épocas do ano.[18]

A região é marcada por rios intermitentes, sendo os principais riachos: Gato, Monteiro, Gangorra, Negro, São Miguel, Pedrinhas, Baixa da Umidade, Carimatãs e Quixaba. Além disso, há dois rios principais que correm o ano todo: o Cariacá e o Jacurici.[19]

No limite sul da região, está o rio Itapicuru, que é o principal rio da área. Devido às características geológicas da região, a água se acumula mais em reservatórios superficiais, como açudes, porque as rochas do subsolo não permitem a infiltração de água com facilidade.[19]

A localidade fica em uma região chamada "Polígono das Secas", que tem um clima muito quente e seco, com uma temperatura média anual de 23,6 ºC e chuvas de cerca de 477 mm por ano, concentradas principalmente entre março e maio.[18]

Dados climatológicos para Cansanção
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 33,2 33,3 32,9 31,3 28,9 27,4 26,8 27,7 29,9 32,2 33,1 33 30,8
Temperatura média compensada (°C) 26,1 26,4 26,2 25,2 23,5 22,3 21,5 21,8 23,4 25,2 26 25,9 24,5
Temperatura mínima média (°C) 20,4 20,7 20,7 20,3 19,2 18 17,2 17,1 18,2 19,5 20,2 20,3 19,3
Precipitação (mm) 47 34,7 71,6 48,4 46,1 37,8 31,4 23,3 12,2 16 51,4 58,7 476,9
Dias com precipitação 6 7 7 9 9 10 9 7 4 3 4 4 79
Umidade relativa (%) 60 62 62 65 71 72 70 66 60 58 58 59 63,5
Fonte: Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)[20][21][22][23]
Fonte 2: Climate-Data.org[24]
Crescimento populacional
Censo Pop.
197018 790
198024 42130,0%
199130 90326,5%
200031 9473,4%
201032 9083,0%
202237 43913,8%
Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1970 até 2010.[25]

Segundo o Censo demográfico do Brasil de 2022, a população de Cansanção é de 37.439 habitantes, sendo 18 825 homens e 18 614 mulheres.[26] Da população de Cansanção no censo de 2010, 21 887 residiam na zona rural e 11 021 na zona urbana.[27]

A economia do município de Cansanção é baseada principalmente no cultivo de feijão, milho, mandioca, sisal e na extração de licuri. A criação de animais é voltada para subsistência e a caça de animais silvestres ainda é praticada. Além disso, a extração de granito é outra atividade presente na região.[28]

A pecuária representa 40% da economia de Cansanção. No que diz respeito aos serviços oferecidos, o desemprego e a ocupação informal são comuns na região. O comércio não emprega a maioria da população, e há escassez de indústrias, sendo que muitos dependem dos serviços oferecidos pelos órgãos públicos do governo municipal e estadual.[28]

Mapa das subdivisões de Cansanção

O município detém vários povoados, listados a seguir:[29]

  • Alto Bonito
  • Alto Lindo
  • Angico
  • Aroeira
  • Baixa da Laje
  • Barrocas
  • Bela Vista
  • Cacimbas
  • Cadeirãozinho
  • Caetano
  • Caldeirão Coberto
  • Caldeirão dos Vaqueiros
  • Capoeiras
  • Cedro
  • Deixaí
  • Jatobá
  • Junco da Laje Nova
  • Lagoa da Baixa
  • Lagoa da Roça
  • Lagoa das Moças
  • Lagoa de Duas Mães
  • Lagoa do Curral
  • Lagoa do Frade
  • Lagoa do Meio
  • Lagoa dos Cavalos
  • Lagoa Salgada
  • Laje da Gameleira
  • Laje Nova
  • Lajes
  • Mandacaru
  • Monteiro de Cima
  • Nova Esperança
  • Nova Vida
  • Novo Acordo
  • Pocinhos
  • Ponta da Banca
  • Riacho das Pedras
  • Santo Ambrósio
  • São Domingos
  • São Miguel
  • Serra do Meio
  • Sítio das Flores
  • Sítio do Félix
  • Tamanduá
  • Tanque da Gameleira
  • Vargem Comprida

Infraestrutura

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A cobertura do esgotamento sanitário é baixa, sem políticas de saneamento e sem tratamento. Sendo que, em 2021, 42,74% (14 929) da população não era atendida por um esgotamento adequado.[30] Na maioria das residências, os dejetos são lançados em fossa séptica, e na zona rural ficam ao ar livre. Não há reciclagem, e os resíduos sólidos ficam expostos na superfície, em áreas próximas à sede municipal.[31]

Há presente diariamente transporte intermunicipal ofertado pela empresa São Mateus, e outros alternativos. Existem também conexões interestaduais com foco em São Paulo.[31] O acesso ao município, a partir de Salvador, é pelas rodovias pavimentadas BR-324, BR-116, BA-220 e BA-120.[10]

Na divisão da Secretaria da Educação da Bahia, Cansanção faz parte do 4.º Núcleo Regional de Educação (NRE), sediado em Serrinha.[32]

Há escassez de recursos educacionais e apresenta um índice de 39,6% de analfabetos com 15 anos ou mais.[33][31] No município, há polos de ensino superior a distância da Uninter,[34] Uniasselvi,[35] Uninassau,[36] Unopar[37] e Cruzeiro do Sul.[38] Enquanto a universidade pública mais próxima é a UNEB, com seus campus em Senhor do Bonfim (102 km) e em Conceição do Coité (140 km).[39]

Referências

  1. «Vilma Gomes, do DEM, é eleita prefeita de Cansanção». G1. Consultado em 3 de janeiro de 2021 
  2. a b «Área territorial - Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Municípios». IBGE. Consultado em 17 de abril de 2023 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Meio Ambiente». Consultado em 16 de março de 2023 
  4. a b «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 23 de agosto de 2013 
  6. «Índice de Gini da renda domiciliar per capita segundo Município». DataSUS. Consultado em 20 de abril de 2023 
  7. «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2021». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 27 de outubro de 2024 
  8. a b c d e Araújo, Gabriel (1 de setembro de 2022). «Cansanção». Portal de Notícias. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  9. a b c d e «Cansanção (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  10. a b c Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: estado - Bahia: diagnóstico do município de Cansanção 2005, p. 3.
  11. «Doméstica acusa patrões por cárcere de 14 anos na BA - Geral». Estadão. Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  12. «Homem é condenado por tentativa de feminicídio em Cansanção». A Tarde. 5 de março de 2020. Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  13. «Áreas Urbanas no Brasil em 2015». Geoinfo Embrapa Territorial (em inglês). Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  14. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 10 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 11 de fevereiro de 2018 
  15. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Rio de Janeiro: [s.n.] 2017. OCLC 1061149802 
  16. a b «Divisão Territorial Brasileira - DTB 2021». IBGE. Consultado em 17 de abril de 2023 
  17. «Território do Sisal». Embrapa. Consultado em 17 de abril de 2023 
  18. a b Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: estado - Bahia: diagnóstico do município de Cansanção 2005, p. 5.
  19. a b Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: estado - Bahia: diagnóstico do município de Cansanção 2005, p. 6.
  20. «Temperatura compensada mensal e anual da Bahia». Departamento de Ciências Atmosféricas (DCA). Universidade Federal de Campina Grande. Consultado em 29 de janeiro de 2022. Arquivado do original em 17 de abril de 2022 
  21. «Temperatura máxima mensal e anual da Bahia». Departamento de Ciências Atmosféricas (DCA). Universidade Federal de Campina Grande. Consultado em 29 de janeiro de 2022. Arquivado do original em 17 de abril de 2022 
  22. «Temperatura compensada mínima e anual da Bahia». Departamento de Ciências Atmosféricas (DCA). Universidade Federal de Campina Grande. Consultado em 29 de janeiro de 2022. Arquivado do original em 17 de abril de 2022 
  23. «Precipitação mensal - Estado da Bahia (1911/1990)». Departamento de Ciências Atmosféricas (DCA). Universidade Federal de Campina Grande. Consultado em 29 de janeiro de 2022. Arquivado do original em 17 de abril de 2022 
  24. «Clima Cansanção: Temperatura, Tempo e Dados climatológicos Cansanção - Climate-Data.org». pt.climate-data.org. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  25. «Séries Estatísticas & Séries Históricas. População e demografia 1970-2010». seriesestatisticas.ibge.gov.br. Consultado em 17 de abril de 2023 
  26. «Tabela 9514: População residente, por sexo, idade e forma de declaração da idade». SIDRA - IBGE. Consultado em 9 de janeiro de 2024 
  27. «População por situação de domicílio (população presente e residente) 1950-2010». seriesestatisticas.ibge.gov.br. Consultado em 18 de abril de 2023 
  28. a b Cansanção, Sertão, Bahia: História e Memórias 2022, p. 152.
  29. Cansanção, Sertão, Bahia: História e Memórias 2022, p. 207.
  30. «O saneamento em Cansanção». IAS - Instituto Água e Saneamento. Consultado em 18 de abril de 2023 
  31. a b c Cansanção, Sertão, Bahia: História e Memórias 2022, p. 168.
  32. «Núcleos Regionais de Educação» (PDF). Secretaria da Educação do Estado da Bahia. 2016. Consultado em 20 de abril de 2023 
  33. «Analfabetismo por população com 15 ou mais e taxa por município». IBGE: 5. Consultado em 18 de abril de 2023 
  34. «Polo Cansanção | UNINTER NOTÍCIAS». Consultado em 16 de junho de 2022 
  35. «Cansanção Ba - Unidade de Cansanção». portal.uniasselvi.com.br. Consultado em 16 de junho de 2022 
  36. «Entrar • Instagram». www.instagram.com. Consultado em 16 de junho de 2022 
  37. «Polo Cansanção». UNOPAR. Consultado em 16 de junho de 2022 
  38. «Cansanção - Centro - BA». Cruzeiro do Sul Virtual. Consultado em 16 de junho de 2022 
  39. Cansanção, Sertão, Bahia: História e Memórias 2022, p. 170.

Ligações externas

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