ONU pede fim do 'sofrimento' da população no oeste da Síria
O porta-voz do Alto Comissariado confirmou o número de 111 mortes de civis, mas reconheceu que o número real deve ser "significativamente maior"
A ONU pediu, nesta terça-feira (11), o fim do "sofrimento" da população no oeste da Síria, onde mais de 1.000 civis, a maioria da comunidade alauíta, morreram nos últimos dias, de acordo com uma ONG.
"As pessoas nas áreas costeiras da Síria continuam sofrendo e isso precisa acabar", disse Thameen Al Kheetan, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, durante o briefing regular da ONU em Genebra.
Leia também
• Papa Francisco, fora de perigo, prossegue com sua recuperação
• Há exatos 5 anos, a OMS descreveu a Covid-19 como uma "pandemia" pela primeira vez
• Repis Cidadão permite resgatar "dinheiro esquecido" do PIS/Pasep; veja como fazer
O alto comissário confirmou o número de 111 mortes de civis, mas reconheceu que o número real deve ser "significativamente maior", disse Al Kheetan, que se recusou a comentar os números fornecidos por outras organizações.
Essas diferenças são comuns já que o Alto Comissariado segue um procedimento de verificação muito rigoroso que exige tempo.
A violência começou em 6 de março com um ataque sangrento de apoiadores do regime deposto contra forças de segurança na região costeira de Latakia, onde se concentra a comunidade alauíta, de onde vem o clã do presidente deposto Bashar al-Assad.
Esta é a pior violência desde que uma coalizão liderada por islamistas radicais chegou ao poder em 8 de dezembro.
O alto comissário também denunciou os saques que se seguiram e destacou o papel do discurso de ódio tanto na Internet quanto fora dela, assim como a disseminação "significativa" de desinformação.
A comissão de investigação criada pela Presidência síria para investigar a violência mortal no oeste do país está "determinada" a garantir justiça e "evitar represálias extrajudiciais", disse seu porta-voz nesta terça-feira.
"A Nova Síria está determinada a garantir justiça, defender o Estado de direito, proteger os direitos e liberdades de seus cidadãos, impedir todas as represálias extrajudiciais e garantir a ausência de impunidade", disse o porta-voz da comissão, Yasser al-Farhan, em uma entrevista coletiva em Damasco.