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Logística no Brasil: um setor em franco crescimento

Setor de logística vem se tornando fundamental para atender demandas, sobretudo do e commerce, e movimentou cerca de R$ 63 bilhões em 2024

O Magalog tem 21 centros de distribuição pelo Brasil, dois hubs nacionais, 20 hubs regionais e 153 bases operacionais parceirasO Magalog tem 21 centros de distribuição pelo Brasil, dois hubs nacionais, 20 hubs regionais e 153 bases operacionais parceiras - Foto: Divulgação

Um setor em crescimento e que impulsiona a economia, a logística se articula em torno do transporte, armazenamento, controle de estoque e distribuição de produtos e serviços para o consumidor final. Com o desenvolvimento acelerado, as empresas enxergam a necessidade de criar setores específicos para focar na área, como a Magazine Luiza, fundadora do Magalog, empresa independente de logística.

Nesta primeira edição da Revista Folha Log, a Folha de Pernambuco traz um balanço do cenário logístico do Brasil, do Nordeste e do Estado, com especialistas e empresas que são referências no setor.

Em 2024, todos os setores da infraestrutura tiveram crescimento real em torno de 15%, segundo o Livro Azul da Infraestrutura, lançado pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB).

Na categoria de transporte e logística, os investimentos passaram de R$ 34,3 bilhões em 2022 para R$ 54,3 bilhões em 2023 e alcançaram cerca de R$ 63 bilhões em 2024. Os montantes significam um aumento de 84% em dois anos.

A evolução da logística do e-commerce permite que compras sejam processadas de forma eficiente e rápida. Foto: Divulgação

No âmbito da geração de emprego, o setor lidera a demanda por profissionais no País, segundo o Mapa do Trabalho Industrial, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre 2025 e 2027, a expectativa é que a área oferte cerca de quatro milhões de vagas de emprego.  

Magalog
Com o crescimento dos investimentos e a necessidade de concentrar todos os núcleos logísticos, muitas empresas estão abrindo negócios especializados na área, como é o caso da Magalu, que criou o Magalog em 2024.

No Magalog são oferecidos quatro serviços principais: armazenagem e fulfillment (ciclo completo de um pedido); e as entregas ultrarrápida, rápida leve e rápida pesada.

De acordo com o diretor-executivo do Magalog, Marcio Chammas, a motivação para criar a empresa foi a possibilidade de escalar a capacidade logística, reduzindo o prazo de entrega e aumentando o nível de serviços.



“Queremos simplificar a operação e transformar um centro de custo em uma operação que gera receita para o grupo Magalu, por isso, decidimos atuar de maneira conjunta com os ativos das empresas que adquirimos e aqueles que investimos ao longo de quase 70 anos de história”, destaca Chammas.

 



Segundo ele, para atuar de forma eficiente no setor, é necessário ter uma malha logística bem desenvolvida. Para isso, a empresa tem bases de distribuição e armazenagem em pontos estratégicos.

Atualmente, o Magalog tem 21 centros de distribuição espalhados pelo Brasil, dois hubs nacionais, 20 hubs regionais, 153 bases operacionais parceiras, seis mil veículos utilizados diariamente, nove mil colaboradores CLT e mais de 3,5 mil colaboradores parceiros.

“Todas as nossas bases facilitam para que as entregas sejam feitas da forma mais rápida e segura para todo o Brasil. Nossa malha abrange 3,8 mil municípios do Brasil - o que corresponde a 95% do PIB nacional”, reitera Chammas.

Desafios
Ainda segundo Marcio Chammas, um dos principais desafios da logística no Brasil são os custos. Em 2023, eles representaram 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS).



“Nossa área tem alguns gargalos como impostos complexos, tarifas elevadas e grandes gastos com manutenção, por conta da precariedade das rodovias pelo país. Essa infraestrutura deficiente encarece o custo do escoamento de mercadorias, principalmente pela dependência do modal rodoviário”, explica.

 



Além disso, ele também cita a insegurança e alta criminalidade nas estradas como gargalos do setor.

“Além de colocar os colaboradores em risco, geram perdas de cargas e aumentam a necessidade de investimento em seguros”, acrescenta.

Apesar das dificuldades, com a logística evoluindo ao longo dos anos, as compras nas plataformas de e-commerce são entregues de forma mais rápida, até mesmo em horas, dependendo de onde está o produto e a malha logística existente, segundo Chammas.

“A logística vem proporcionando grandes oportunidades para o mercado com a criação de empresas com soluções tecnológicas em produtividade, gestão de ativos, rede de distribuição, torre de controle cada vez mais eficientes”, diz.

“A logística virou pauta de muitas discussões em grandes setores da economia, está cada vez mais sendo vista de forma estratégica e ajudando indústrias, varejos e distribuidores a terem um diferencial competitivo em seus segmentos de atuação”, reitera o diretor-executivo do Magalog.

Marcio Chammas, diretor-executivo do Magalog. Foto: Divulgação

Porém, para Marcio Chammas, o Brasil carece de investimentos em infraestrutura logística, principalmente em modais de transporte hidroviário e ferroviário. “Mesmo assim, a infraestrutura que existe nas estradas é em sua maioria muito ruim”, frisa.



“Alguns especialistas afirmam que esse desequilíbrio se manterá pelos próximos 10 a 15 anos, principalmente no modal terrestre - 80% dos produtos são transportados em caminhões, que se deslocam por rodovias em péssimas condições de conservação. Dessa forma, devemos continuar convivendo com esse desequilíbrio de um crescimento exponencial do varejo de e-commerce e um investimento desproporcional em infraestrutura pelos próximos anos”, complementa.

 

Desenvolvimento
O Brasil é um hub logístico nacional e internacional. Por conta disso, empresas privadas e órgãos públicos investem em projetos a longo, médio e curto prazos no território.

Dentre as ações desenvolvidas, está o lançamento da Pedra Fundamental do Terminal de Uso Privativo (TUP) da APM Terminals no Complexo Portuário de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco, que marcou o início da construção do terminal de contêineres.

Com investimento de R$ 1,6 bilhão na primeira fase, o terminal vai gerar cerca de 300 empregos diretos e 2 mil indiretos e oferecerá benefícios estratégicos, como a otimização da logística, e a criação de oportunidades de emprego e renda para a comunidade local.

O terminal também está alinhado com metas globais de sustentabilidade e fortalecerá a conexão de Pernambuco com outros portos internacionais.

O empreendimento ficará localizado no Porto de Suape, ancoradouro interligado a mais de 250 portos em todos os continentes. O porto público é o mais estratégico do Nordeste.

O local é um porto concentrador e distribuidor de cargas não só para a região, mas também para o Norte do País.

Já para a recuperação das rodovias federais em todas as regiões, o Governo Federal afirmou que os investimentos totalizaram R$ 24 bilhões em 2024.

O Nordeste tem o maior aporte de recursos federais previstos para infraestrutura rodoviária e ferroviária neste ano, com R$ 6,19 bilhões; seguida pelo Sul, com R$ 4,59 bilhões; o Norte, com R$ 3,8 bilhões; o Centro Oeste, com R$ 2,3 bilhões; e o Sudeste, com R$ 1,2 bilhão.

Em 2023, a infraestrutura de transportes recebeu um investimento do Governo Federal de
R$ 13,74 bilhões, segundo o Anuário Estatístico de Transportes, publicado pelo Ministério dos Transportes e elaborado em conjunto com a Infra S.A.

Logística
A inovação e a tecnologia são essenciais para o desenvolvimento da logística. Para Marcio Chammas, do Magalog, a empresa continuará evoluindo, pois o cliente está cada vez mais exigente.

 “Essas discussões [sobre preços e velocidade de entrega] devem continuar evoluindo sempre e nós, como líderes da cadeia de abastecimento e distribuição, precisamos estar atentos às inovações e buscando cada vez mais soluções para continuarmos competitivos”, finaliza.

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