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Leptospirose: diagnóstico precoce pode viabilizar cura da doença

Patologia é transmitida por urina de animais roedores, principalmente de ratos

Ana Beatriz Carvalho é médica clínica do Hospital Jayme da FonteAna Beatriz Carvalho é médica clínica do Hospital Jayme da Fonte - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Transmitida pela urina de animais, principalmente ratos, contaminada com a bactéria Leptospira, a leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda. Ela acomete o ser humano quando há contato da pele lesionada ou imersão dela, por longos períodos, em água contaminada ou por meio de mucosas. O espaço de tempo entre a infecção e o surgimento dos primeiros sintomas pode variar entre um e 30 dias.

A doença se apresenta através de hemorragias, febre alta, dores musculares intensas, cefaleia e alguns acometimentos mais graves que afetam o trato renal ou hepático.

Os níveis de gravidade da leptospirose são dois: precoce e tardio. Neste último caso, o risco de letalidade é de 40%. Segundo o Ministério da Saúde, a evolução de graus acontece em até 15% dos pacientes.

Contudo, se houver diagnóstico precoce da doença, como explica a médica clínica do Hospital Jayme da Fonte, Ana Beatriz Carvalho, as chances de cura são maiores. A especialista diz ainda como funciona o tratamento da doença.

““Se for de forma leve, geralmente [o tratamento] acontece através de antibiótico via oral. Se tiver acometimento de algum outro sistema, como hepático, renal ou aparecer alguma manifestação clínica, é importante que haja o internamento, para ter um acompanhamento médico mais de perto e um suporte mais especializado para o paciente”, detalha ela.

O diagnóstico pode ser feito através da coleta de sangue, no qual será constatada a presença de anticorpos para leptospirose ou a presença da bactéria. O exame laboratorial depende da fase evolutiva da doença no paciente. Se for na fase precoce (primeira semana da doença), serão feitos o exame direto, cultura ou Detecção do DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR). Já se o paciente se encontra na fase tardia, serão feitos o exame de Cultura, ELISA-IgM ou microaglutinação (MAT).

Ainda de acordo com Carvalho, há sinais de alerta que podem indicar ao paciente a necessidade de procurar um serviço médico o mais rapidamente possível. Ela destaca que isso pode ser feito “se aparecer urina escurecida, pele amarelada ou sangramentos”, para evitar que a doença venha evoluir de forma fatal.

Cuidado em tempos de chuva e Carnaval
Outra recomendação da médica clínica é para que as pessoas prestem atenção ao período chuvoso, que tanto afeta a Região Metropolitana do Recife, ou para quem pisou, enquanto brincava Carnaval, em alguma poça de lama, teve contato com água suja ou alimentos contaminados pela urina de roedores.

“Se você apresentar quaisquer sintomas clínicos já citados [febre, dores musculares intensas, principalmente na região da panturrilha, diarreia, mal-estar ou calafrios], desconfie e procure um serviço médico para uma avaliação mais precisa”, continuou.

“A prevenção consiste em evitar contato com águas de poços, de alagamento ou lama, porque não sabemos de onde vieram. Também tem que ingerir alimentos e água potáveis longe de roedores, lavar sempre as mãos e manter permanentemente uma boa higienização, tanto dos alimentos quanto os dos líquidos”, finalizou Ana Beatriz.

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