Mogeiro
Mogeiro
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Município do Brasil | |
Av. Pres. João Pessoa; Prefeitura Municipal de Mogeiro; e Igreja de Nossa Senhora das Dores.' | |
Hino | |
Gentílico | mogeirense |
Localização | |
Localização de Mogeiro na Paraíba | |
Localização de Mogeiro no Brasil | |
Mapa de Mogeiro | |
Coordenadas | 7° 17′ 56″ S, 35° 28′ 44″ O |
País | Brasil |
Unidade federativa | Paraíba |
Região metropolitana | Itabaiana |
Municípios limítrofes | Norte: Juarez Távora e Gurinhém; Sul: Salgado de São Félix; Leste: São José dos Ramos e Itabaiana; Oeste: Ingá e Itatuba |
Distância até a capital | 110 km |
História | |
Fundação | 12 de dezembro de 1961 (63 anos) |
Administração | |
Prefeito(a) | Antônio José Ferreira (PL, 2025–2028) |
Características geográficas | |
Área total [1] | 214,389 km² |
População total (estimativa populacional - IBGE/2016[1]) | 13 300 hab. |
• Posição | PB: 69º |
Densidade | 62 hab./km² |
Clima | semiárido com chuvas de verão |
Altitude | 117 m |
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) |
Indicadores | |
IDH (PNUD/2010[2]) | 0,574 — baixo |
• Posição | PB: 137º |
PIB (IBGE/2013[3]) | R$ 90 377 mil |
• Posição | PB: 65º |
PIB per capita (IBGE/2013[3]) | R$ 6 770 mil |
Sítio | www.mogeiro.pb.gov.br (Prefeitura) |
Mogeiro é um município brasileiro localizado na Região Geográfica Imediata de Itabaiana, estado da Paraíba. Sua população em 2022 foi estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 13.899habitantes, distribuídos em 214 km² de área.[1] O município integra a Região Metropolitana de Itabaiana, criada em 2013, pela Lei Complementar Estadual nº 118, para incentivar o desenvolvimento dos municípios da região nas áreas de educação, cultura, saúde e de demais interesses comuns.[4]
Na agricultura, destaca-se por ser o principal produtor de amendoim do estado da Paraíba, com cerca de 300 ha de área média cultivada, abastece o mercado consumidor paraibano e de estados vizinhos.[5] Em 2015 foram produzidas 100 t do produto,[6] já tendo atingido 252 t e 450 ha de área plantada no ano de 2011.[7]
Topônimo
[editar | editar código-fonte]A cidade de Mogeiro recebeu seu nome de um riacho que corta suas terras, o riacho de Mogeiro, termo cuja origem ainda não está bem esclarecida, existindo apenas hipóteses a esse respeito.
A primeira delas diz vir do substantivo masculino "mugeiro", um dos nomes populares da águia-pescadora, espécie de ave migratória presente no Brasil em algumas épocas do ano.[8][9] Mugeiro é também um sobrenome relativamente bem presente em Portugal (a cidade de Mogeiro foi um assentamento de famílias luso-brasileiras no século 17 e 18), o que também permite supor que o nome da localidade possa ter origem onomástica.
Outra versão para a origem refere-se aos monges que habitavam a região e em cujas moradias, conservadas até a metade do século passado, celebravam-se missas, realizavam-se batizados, casamentos e novenas. Era época em que os moradores locais diziam: "vamos para os monges", "para casa dos monges", "para o mosteiro" e, finalmente, "Mogeiro". Há quem diga que tais monges residiam nas proximidades de uma pedra denominada "Pedra do Convento" e a origem do nome venha da junção dos nomes monge + lajeiro[nota 1], dando mongeiro e por fim Mogeiro. Essa é a versão mais comum e conhecida pela população.[11]
O topônimo Mugeiro também foi posto em outras localidades na época das Grandes Navegações portuguesas, como numa praia da ilha de Lanzarote no século 16.[12]
História
[editar | editar código-fonte]A região onde se situa o município era primitivamente habitada pelos índios Cariris.[13] O primeiro registro de posse foi requerido em 11 de maio de 1758, por Manoel Pereira de Carvalho ao então Governador da Província, José Henrique de Carvalho,[14] que recebeu uma porção de terras situadas em Taipu, entre o rio Paraíba e o riacho Mogeiro, onde foi iniciada a colonização. Em 1856, através da Lei Provincial n° 210, foi criado o termo "Mongeiro de Baixo" (atribuído à Fazenda São João, hoje conhecida como Mogeiro de Baixo), pertencente a Ingá. Em 1874, pela Lei Provincial n° 569, foi criado o termo "Mogeiro de Cima" (atribuído a um povoado que surgira próximo a Mogeiro de Baixo), também pertencente a Ingá, e que pela Lei Provincial n° 512, de 5 de julho do mesmo ano, o tornou na Freguesia de Nossa Senhora das Dores.[13]
Pela Lei n° 612, de 5 de julho de 1876, foi criado o distrito de Mogeiro de Cima,[13] vinculado à jurisdição de Ingá. Em 18 de maio de 1890, devido à grande influência do Conselheiro Manoel Faustino da Silva, a Lei n° 125 foi assinada pelo governador Venâncio Neiva, anexando o distrito ao município de Itabaiana, ao qual pertenceu até a sua emancipação.[15]
Até o ano de 1900, realizava-se uma feira livre em Mogeiro de Baixo, quando o subdelegado Henrique de Andrade Bezerra transferiu-a para o povoado de Mogeiro de Cima.[13] Dado o seu desenvolvimento, Mogeiro de Cima passou a sede do município, cuja emancipação se deu pela Lei n° 2.618, de 12 de dezembro de 1961, desmembrado de Itabaiana, com a denominação de Mogeiro. Quanto a Mogeiro de Baixo, como é conhecido até hoje, passou à condição de bairro da cidade.[15]
História política
[editar | editar código-fonte]Com a emancipação do município, o primeiro prefeito nomeado como interventor foi Diomendes Martins da Silva.[16] Na primeira eleição para prefeito, em 1962, foi eleito o Sr. José Benedito da Silveira,[17] José Silveira, como era conhecido. A antecipação de sua posse, antes de expirar o prazo fixado pela Justiça Eleitoral para o prefeito em exercício, Diomendes Martins da Silva, deixar o cargo, constituía-se numa atitude arbitrária, mas ainda sim ele insistiu. Colocou uma mesa numa sala anexa a uma casa residencial, convocou seus vereadores, improvisou uma seção e empossou-se no cargo. Daí em diante, houve ameaças e descomposturas, culminando no seu assassinato em 7 de novembro de 1962. Do ponto de vista político José Silveira é lembrado até hoje e considerado a maior personalidade política do município.[18]
Esta é a lista de prefeitos de Mogeiro:[17][19]
N° | Nome | Início do mandato | Fim do mandato | Observação |
1 | Diomendes Martins da Silva | 1961 | 1962 | Interventor |
2 | Djalma Silveira Lira | 1962 | 1966 | Vice-prefeito |
3 | Luiz Gonçalves de lima | 1967 | 1969 | |
4 | Walfrido de Melo Silveira | 1970 | 1972 | |
5 | Luiz Gonçalves de Lima | 1973 | 1976 | 2° mandato |
6 | Walfrido de Melo Silveira | 1977 | 1982 | 2° mandato |
7 | Luiz Gonçalves de Lima | 1983 | 1988 | 3° mandato |
8 | José Antônio da Silva | 1 de janeiro de 1989 | 31 de dezembro de 1992 | |
9 | Margarida Maria Silveira Gomes | 1 de janeiro de 1993 | 31 de dezembro de 1996 | |
10 | José Paulo da Silva | 1 de janeiro de 1997 | 31 de dezembro de 2000 | |
11 | Margarida Maria Silveira Gomes | 1 de janeiro de 2001 | 31 de dezembro de 2004 | 2° mandato |
12 | Margarida Maria Silveira Gomes | 1 de janeiro de 2005 | 31 de dezembro de 2008 | 3° mandato |
13 | Antônio José Ferreira | 1 de janeiro de 2009 | 31 de dezembro de 2012 | |
14 | Antônio José Ferreira | 1 de janeiro de 2013 | 31 de dezembro de 2016 | 2° mandato |
15 | José Alberto Ferreira | 1 de janeiro de 2017 | 31 de dezembro de 2020 | |
16 | Antônio José Ferreira | 1 de janeiro de 2021 | 31 de dezembro de 2024 | 3° mandato |
17 | Antônio José Ferreira | 1 de janeiro de 2025 | atualidade[20] | 4º mandato |
Geografia
[editar | editar código-fonte]Gráfico climático para Mogeiro | |||||||||||
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J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
49
31
20
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69
29
20
|
126
29
20
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161
29
20
|
196
27
20
|
220
26
18
|
153
26
18
|
106
26
18
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53
28
18
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23
30
19
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28
30
20
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32
30
20
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Temperaturas em °C • Precipitações em mm Fonte: Jornal do Tempo[nota 2] |
O município está localizado na zona fisiográfica da caatinga, na Mesorregião do Agreste Paraibano e na microrregião de Itabaiana, significando que o mesmo encontra-se inserido no semiárido nordestino e na região chamada de polígono das secas. Sua área é de 219 km², representando 0,42% do território do estado da Paraíba.[22]
Relevo e Hidrografia
[editar | editar código-fonte]Mogeiro situa-se na depressão sublitorânea, tendo uma superfície colinosa. Seu relevo é suavemente ondulado e drenado por riachos e alguns rios, de vales abertos e pouco profundos. Em sua porção centro-norte ocorre uma área cristalina elevada de maciços residuais com formação de serra, onde o relevo é fortemente ondulado e montanhoso.[22]
Situado na Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba, é cortado pelo rio Ingá (ou Camurim, como também é conhecido) e pelos riachos de Mogeiro e Poço Verde e, servindo como divisor dos municípios limítrofes, os rios Paraíba, Cantagalo e Gurinhém.[22]
O rio Paraíba propicia grande potencial de irrigação para beneficiamento e diversificação de culturas no município, favorecendo, ainda, a prática da piscicultura.[22]
Vegetação
[editar | editar código-fonte]No município predomina como cobertura nativa a vegetação de floresta caducifólia com porte arbóreo de 8 a 10 metros de altura, clara, pouco densa, com árvores muito ramificadas e um estrato arbustivo. Na estação seca esta vegetação perde totalmente as folhas, com exceção de poucas espécies.[22]
Em menor parte do território encontra-se a floresta subcaducifólia, com porte arbóreo em torno de 20 metros de altura, densa e pouco clara, com caules geralmente retilíneos, engalhamento alto e predominando as folhas miúdas. Na estação seca parte das árvores perde suas folhagens. Ocorre também, em algumas áreas, a presença da caatinga hipoxerófita, apresentando-se com porte arbóreo, com menos frequência arbóreo-arbustivo e normalmente densa, sendo a presença de cactáceas baixas e bromeliáceas restrita às áreas mais pedregosas.[22]
Contudo, a maior parte da sua vegetação nativa já foi devastada, dando lugar à agricultura, principalmente de subsistência, e a pastagens para a pecuária, além da produção de lenha e carvão, e restam apenas cerca de 10% da reserva florestal nativa do município.[22]
As espécies nativas mais encontradas são: Braúna, Aroeira, Angico, Marmeleiro, Mulungu, Pau-d’arco amarelo,Juazeiro, Timbaúba e Catolé.[22]
Clima
[editar | editar código-fonte]De acordo com a classificação de Köppen, o município apresenta um clima tropical do tipo quente e úmido; sua temperatura média anual varia de 23 °C a 26 °C, sendo registrada temperatura mínima mensal de 19 °C e máxima mensal de 32º.[22]
A precipitação pluviométrica média anual atual é de 431 mm, segundo o CPRM,[23] e de 450 mm, de acordo com o IDEME, com período médio de seis meses secos, tendo umidade relativa do ar em torno de 80%. Assim, o regime anual de seu clima é caracterizado unicamente pelo regime sazonal de chuvas, que compreende o período dos meses de fevereiro a agosto, com maior intensidade entre os meses de maio, junho e os mais secos de outubro e novembro.[22]
Distrito e comunidades
[editar | editar código-fonte]O território municipal é composto pelo distrito de Gameleira e suas principais comunidades são: Areal; Gavião; Pintado; Chã de Areia; Cabral; Granjeiro; Benta Hora; Tamanduá; Cumatí; Gaspar; Boa Vista; Estação; Juá; e Camurim.[22]
Notas
Referências
- ↑ a b c IBGE. «Informações completas: Mogeiro-PB». IBGE Cidades. Consultado em 2 de Julho de 2017
- ↑ PNUD. «Perfil do Município de Mogeiro, PB». Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Consultado em 4 de Agosto de 2013
- ↑ a b IBGE. «Produto Interno Bruto dos Municípios 2010-2013» (XLS). Consultado em 2 de julho de 2017. Cópia arquivada em 2013
- ↑ ALPB. «Lei Complementar 118/2013» (PDF). Consultado em 2 de Julho de 2017. Cópia arquivada em 22 de janeiro de 2013
- ↑ Portal Correio (21 de julho de 2016). «Produção de amendoim na PB espera safra de 698 t, com renda de até R$ 2,7 mi». Consultado em 2 de Julho de 2017
- ↑ IBGE (2016). «Produção Agrícola Municipal - Lavoura Temporária - 2015». Amendoim (em casca) - Quantidade produzida » Comparação entre os Municípios: Paraíba. Consultado em 2 de Julho de 2017
- ↑ IBGE (2012). «Produção Agrícola Municipal - Lavoura Temporária - 2011». Amendoim (em casca) - Quantidade produzida » Comparação entre os Municípios: Paraíba. Consultado em 2 de Julho de 2017
- ↑ Da redação (3 de fevereiro de 2021). «Águia-pescadora percorre até 15 mil quilômetros em um mês». Portal G1. Consultado em 30 de dezembro de 2024
- ↑ Editores do Aulete (2010). «Mugeiro». https://www.aulete.com.br/Mugeiro. Dicionário Caldas Aulete. Consultado em 6 de setembro de 2024
- ↑ Dicionário 10. «Lajeiro significado». Consultado em 11 de setembro de 2012
- ↑ Alves, Barbosa, Lucena Filho 2008, pp. 20-1
- ↑ Juan Octavio Hernández Cabrera (2016). «Toponimia rara de Lanzarote y Fuerteventura, II gambuesa y otros portuguesismos» (PDF). bk.memoriadelanzarote.com. Consultado em 30 de dezembro de 2024
- ↑ a b c d IBGE. «Histórico - Mogeiro(PB)». Consultado em 10 de setembro de 2012
- ↑ Alves, Barbosa, Lucena Filho 2008, pp. 20
- ↑ a b Alves, Barbosa, Lucena Filho 2008, pp. 21
- ↑ Alves, Barbosa, Lucena Filho 2008, pp. 25
- ↑ a b Tribunal Superior Eleitoral da Paraíba (TRE-PB). «Histórico de Municípios - Mogeiro». Sistema de Histórico de Eleições. Consultado em 13 de setembro de 2012
- ↑ Alves, Barbosa, Lucena Filho 2008, pp. 26-7
- ↑ Alves, Barbosa, Lucena Filho 2008, pp. 25-6
- ↑ G1 (31 de dezembro de 2024). «Prefeito de Mogeiro (PB) toma posse nesta quarta (1º)». Consultado em 1 de janeiro de 2025
- ↑ Somar Meteorologia. «CLIMATOLOGIA PARA MOGEIRO-PB». Jornal do Tempo. Consultado em 22 de dezembro de 2012
- ↑ a b c d e f g h i j k Maria Leonilda da Silva. «Agricultura Familiar: Setor Estratégico para o Desenvolvimento Local no Município de Mogeiro» (PDF). UFPB: Centro de Ciências Sociais Aplicadas - Departamento de Economia. Consultado em 12 de dezembro de 2012
- ↑ Serviço Geológico do Brasil (CPRM) (outubro de 2005). «Aspectos Fisiográficos» (PDF). Diagnóstico do município de Mogeiro. Ministério de Minas e Energia. Consultado em 12 de setembro de 2012
- Bibliografia
- Alves, Barbosa, Lucena Filho, José Antonio; João Batista Micena; Severino Alves (2008). Prefeitura Municipal de Mogeiro: ações de cultura e turismo como estratégias de relações públicas. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB. 131 páginas. ISBN 978-85-7745-302-3