Carola Rackete
Carola Rackete | |
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Carola Rackete in 2024 | |
Nascimento | 8 de maio de 1988 (36 anos) Preetz (Alemanha Ocidental) |
Cidadania | Alemanha |
Alma mater |
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Ocupação | capitã, ativista, conservacionista, política |
Distinções |
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Empregador(a) | Greenpeace, British Antarctic Survey, Sea-Watch |
Comando | Sea-Watch 3 |
Página oficial | |
https://carolarackete.eu | |
Carola Rackete (Preetz, 1988) é uma capitã alemã . Ela é conhecida por ter forçado o bloqueio italiano em junho de 2019, no comando do navio humanitário Sea-Watch 3, depois do que foi presa por supostamente ajudar na imigração ilegal à Europa.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Estudos e expedições científicas
[editar | editar código-fonte]Carola Rackete nasceu em Preetz, perto de Kiel, no norte da Alemanha[1][2] e cresceu em Hambühren (Baixa Saxônia).[3]
Após formar-se em ciências náuticas na Universidade de Jade em Elsfleth, na Baixa Saxônia, ela navegou por dois anos por expedições científicas pelo Ártico e Antártida como parte das ações do Instituto Alemão Alfred Wegener para a Pesquisa Polar e Marinha.[2][4][3] Ela trabalhou brevemente para uma companhia de cruzeiros de luxo, depois acompanhou um navio oceanográfico do Greenpeace e finalmente fez serviço voluntário europeu dentro do Parque Natural dos Vulcões de Kamchatka, antes de retornar aos estudos em 2015 e obter um mestrado em gestão ambiental. na Edge Hill University (Inglaterra).[3] Carola Rackete trabalhou alguns meses para o British Antarctic Survey, que conduz pesquisas científicas na Antártica, antes de se envolver em trabalho humanitário.[3]
Atuação humanitária
[editar | editar código-fonte]Ela participou pela primeira vez em junho de 2016 de uma missão de resgate no mar de migrantes no Mediterrâneo com a ONG humanitária alemã Sea-Watch.[3][4]
Em 2018, Carola Rackete também participou de buscas por naufragados de um avião, o Hummingbird, para a ONG francesa Pilotes Volunteers.[3][5][6]
Caso dos imigrantes na Itália
[editar | editar código-fonte]Em 12 de junho de 2019, enquanto comandava o Sea-Watch 3, o navio usado pela ONG Sea-Watch, este resgatou 53 pessoas em um barco inflável flutuante em alto mar.[7] Carola Rackete decidiu não seguir as ordens da guarda costeira da Líbia que queriam desembarcar os sobreviventes em Trípoli, sob a alegação de que a capital da Líbia, como todo o país, não é considerada pela ONU como um país seguro para sobreviventes, segundo a lei do mar.[8][9] Ela dirigiu o Sea-Watch 3 para a ilha italiana de Lampedusa, mas o governo italiano e seu ministro do interior, Matteo Salvini, proíbiram que o navio entrasse na área marítima nacional, recusando-se a receber os sobreviventes, com exceção de onze deles.[8]
Após um recurso sem sucesso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos e enquanto o bloqueio do navio humanitário estava no centro da atenção da mídia europeia, Carola Rackete decidiu em 26 de junho forçar o bloqueio italiano. O Sea-Watch 3, com cerca de dez membros na tripulação e 42 imigrantes, entrou nas águas italianas apesar das ordens da polícia alfandegária e foi para o porto de Lampedusa.[8] Ela explicou:
Não me importa como se chega a uma situação emergencial. Os bombeiros não se importam, os hospitais não se importam, o direito marítimo não se importa. Se você precisa ser socorrido, todos têm o dever de te socorrer.[10]
Essa ação representou um risco legal para a capitã (multa potencial de 50 mil euros e até quinze anos de prisão), bem como para o navio (confisco) devido a um decreto de Matteo Salvini que entrou em vigor no início de junho.[11] A posição de Carola Rackete foi entendida como controversa, especialmente na Itália, onde parte da mídia e do público expressaram sua admiração por seu comprometimento humanitário, enquanto a outra parte criticou com sua atitude.[12] O Ministro Matteo Salvini disse depois que ela forçou o bloqueio :
Quem não se importa com as regras deve responder a isso. É isso que digo a essa criadora de confusões que comanda o Sea-Watch, que faz política por sobre os pobres imigrantes, pagada sabe-se lá por quem.[10]
Rackete entrou sem autorização no porto de Lampedusa, na noite de 28 para 29 de junho e foi presa por supostamente ajudar a imigração ilegal e pelo não cumprimento da ordem de um navio militar italiano de não entrar em águas territoriais italianas.[13][14][15][16] Ela foi colocada em prisão domiciliária em Lampedusa.[17] O chefe da diplomacia alemã Heiko Maas pediu imediatamente um esclarecimento rápido em relação às acusações contra ela e disse que o salvamento no mar é uma obrigação,[18] antes de declarar na segunda-feira, 1º de julho, que ela tinha de ser solta.[16][19]
Referências
- ↑ (em alemão) «Wer ist Carola Rackete?»
- ↑ a b «Carola Rackete, "l'emmerdeuse" qui veut sauver les migrants». Le Vif
- ↑ a b c d e f «Qui est Carola Rackete, la capitaine du bateau humanitaire « Sea-Watch 3 » ?». Le Monde
- ↑ a b «Migrants: Carola Rackete, la capitaine du «Sea-Watch III» qui tient tête à Salvini»
- ↑ «Reportage à bord du « Colibri », au large de la Libye, à la recherche d'embarcations en détresse»
- ↑ «Migrants : avec les Pilotes volontaires, au-dessus de la Méditerranée». Le Monde
- ↑ «Requiem pour l'Aquarius. Les sauvetages en mer, entre instrumentalisation et criminalisation» (pdf). okina.univ-angers.fr (em francês). doi:10.4000/revdh.5941.
- ↑ a b c «Après avoir forcé le blocus italien, le « Sea-Watch 3 » attend à quelques milles de Lampedusa». Le Monde
- ↑ «Comment l'UE a fermé la route migratoire entre la Libye et l'Italie». Le Monde
- ↑ a b "Sauvetage de migrants : la capitaine du «Sea-Watch III» engage un bras de fer avec Matteo Salvini"
- ↑ «Avec le Sea Watch 3, l'échec de l'Union européenne». La Croix
- ↑ «Immigration.Carola Rackete, l'Allemande "dure à cuire" qui défie Matteo Salvini». Courrier international
- ↑ «Sea-Watch: les migrants débarqués à Lampedusa, la capitaine arrêtée». Le Figaro
- ↑ «La capitaine du Sea-Watch arrêtée après avoir accosté de force à Lampedusa». Courrier international (em francês)
- ↑ ««Sea-Watch»: les 40 migrants débarqués à Lampedusa, la capitaine Carola Rackete arrêtée». Mediapart (em francês)
- ↑ a b «"Les sauveteurs doivent éviter d'envoyer de mauvais signaux" : l'affaire Carola Rackete ravive les débats sur les réfugiés en Allemagne». lemonde.fr
- ↑ (em italiano) «Ai domiciliari la comandante della Sea Watch. Insulti dei leghisti: "Speriamo ti violentino"». La Stampa
- ↑ «Méditerranée : 55 migrants secourus après trois jours de traversée». Le Monde
- ↑ ««Sea-Watch III»: l'Allemagne demande la libération de Carola Rackete». RFI (em francês)