Sebrae PR.pdf apresentaçao com dados do Sebrar

As principais tendências que vão
manter sua empresa atualizada
e próxima do seu cliente.
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Guia deTendências
Publicação 2024

REINVENTANDO 71
A GESTÃO
COMUNICAÇÃO SEM LIMITES 72
APRENDIZAGEM CONTÍNUA 74
IMPACTO CLIMÁTICO NO TRABALHO 76
CIBERSEGURANÇA 78
EMPRESA SOCIAL FRIENDLY 80
ECONOMIA COLABORATIVA 82
49 IMPULSO
TECH
50 DADOS POR TODOS OS LADOS
52 COLABORADOR TECH
54 IA IMPULSIONANDO OUTRAS TECNOLOGIAS
56 O CRESCIMENTO DA BIOTECNOLOGIA
58 O UNIVERSO VIRTUAL PODE NÃO ESTAR MORTO
60 REALIDADE MISTA 2.0
63RECONEXÃO HUMANA
64 EQUILÍBRIO HUMANO X TECNOLOGIA
66 REPENSANDO ESPAÇOS FÍSICOS
68 EXPERIÊNCIAS INCLUSIVAS
6 INTRODUÇÃO
EMERGÊNCIAS 27
EMERGENTES
SIMULANDO CENÁRIOS FUTUROS 28
COMPROMISSO SUSTENTÁVEL 30
CIRCULARIDADE 32
AJUDANDO O CLIENTE A ECONOMIZAR 34
PANDEMIA DA (DES)INFORMAÇÃO 36
PERSONALIZAÇÃO 39
GENERALIZADA
GERAÇÕES: CONHECER PARA ENGAJAR 40
CONSUMO POR VALORES E IDENTIDADE 42
LEALDADE FRÁGIL 44
HIPERPERSONALIZAÇÃO 46
11 CONSUMO EM
TRANSIÇÃO
12 O CENÁRIO ECONÔMICO DAS REDES SOCIAIS
14 MARKETING COCRIADO
16 COMÉRCIO UNIFICADO
18 CRIANDO NOVOS MUNDOS
20 NA BUSCA DO BEM-ESTAR
22 EM BUSCA DE FOCO, PAZ E CONCENTRAÇÃO
24 EMOÇÃO COMO MÉTRICA DE SUCESSO

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6 7
7
GUIA
DE
TENDÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, presenciamos um boom
tecnológico sem precedentes. A digitalização
se espalhou rapidamente na vida das pessoas,
forçando todos a adaptarem-se a esta nova
realidade digital. Logo em seguida, surge a
Inteligência Artificial (IA), que provou não ser
uma fonte momentânea de entretenimento,
mas sim uma tecnologia transformadora do
mercado como o conhecemos. Com ela,
criamos, automatizamos, facilitamos...
Com esta ferramenta inteligente, várias outras
inovações são alavancadas, cada vez mais
impressionantes, como o robô de atendimento
incrivelmente semelhante a um humano, ou
ainda avanços em biotecnologia que possibilitam
reescrever genes de doenças e trazer fala e
movimentos para pessoas que perderam essa
capacidade. Este cenário, enquanto incrível,
também fez com que a humanidade repensasse
seu estilo de vida e as consequências de
nossos atos até aqui.
Ao mesmo tempo que a tecnologia toma conta
e traz maior praticidade às nossas rotinas, a
sociedade torna-se ciente dos impactos de um
consumo desenfreado. Problemas como a crise
climática, o aumento da ansiedade e depressão,
e a desconexão social, enaltecidos ainda mais
por crises econômicas e políticas em diversos
países, alertaram as pessoas a desacelerarem
intencionalmente seu ritmo, e focarem em
um equilíbrio entre as atividades pessoais e
profissionais, digitais e analógicas, e desejos de
consumo e gastos desnecessários.
Agora, estamos em um momento onde o cenário
de consumo é repensado, tendo como foco a
qualidade de vida, sustentabilidade, equilíbrio
do digital e interações humanas saudáveis:
consumir o que seja significativo e que traga
valor para o indivíduo.
Como esta nova consciência impacta o mercado?
Embora o foco seja claro, sabemos que, na
prática, trabalhar com o público não é simples.
Os consumidores estão cada vez mais
exigentes. Além disso, quando falamos sobre
valor, ampliamos as possibilidades, pois cada
consumidor é único, e vai muito além de seu
grupo social. Então como podemos fazer uma
personalização para atender a todos? O que
o público considera como meta para alcançar
qualidade de vida? E como isso se traduz para o
seu segmento de mercado?

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8
Com o surgimento de novas tecnologias,
surgem oportunidades de repensar e
melhorar o que já conhecemos e o que
está por vir. No bloco Impulso Tech,
vemos como este salto tecnológico,
principalmente a Inteligência Artificial, está
impactando o mercado.
A aceleração tecnológica e seu impacto
excessivo na vida das pessoas nos fez
perceber que é preciso rever nosso
relacionamento digital e humano. O bloco
Reconexão Humana é consequência
disso, mostrando como a sociedade está
lidando com a busca deste equilíbrio.
Também teremos mudanças internas.
Crises ecológicas e sociais, impacto
geracional e democratização da
Inteligência Artificial irão moldar o futuro
do trabalho, como nos mostra o bloco
Reinventando a Gestão.
Para te ajudar neste dilema, em meio a esta
diversidade de novidades e exigências,
preparamos o Guia de Tendências Sebrae 2024!
Compilamos 31 tendências de mercado que
consideramos mais relevantes atualmente para os
pequenos negócios, separadas em seis blocos:
Em meio a este cenário volátil, o bloco
Consumo em Transição nos mostra
como será a dinâmica do mercado
atual, considerando a popularidade de
novos canais e as exigências do novo
consumidor.
Muito do novo comportamento do público
é consequência de preocupações sociais
e ecológicas. No bloco Emergências
Emergentes, mostramos o que está
pesando na consciência do consumidor e
como isso reflete no mercado.
Os clientes querem ter uma experiência
única. Até porque, quem não deseja se
sentir especial? O bloco Personalização
Generalizada nos mostra as motivações
por trás deste desejo por personalização e
como é possível aproveitar esta estratégia
de forma prática na sua empresa.
Como usar este guia?
No SEBRAE, acreditamos que a inovação é
para todos. Distribuído gratuitamente todos
os anos, o Guia de Tendências amplia seus
horizontes e convida você a enxergar novas
oportunidades ao seu redor. O mundo está em
constante transformação, e enxergar além do
óbvio requer treino e novas perspectivas. Por
isso, o Guia de Tendências oferece uma análise
e previsão do comportamento do mercado e do
consumidor para os próximos anos, ajudando
você, empreendedor, a criar novas estratégias e
se diferenciar no mercado. Esta não uma leitura
única, mas um guia para acompanhar você na
jornada de crescimento do seu negócio. Aqui
estão algumas dicas:
Leia cada tendência com mente aberta,
pensando em como adaptá-las à sua empresa;
Leia o guia em blocos, permitindo tempo para
reflexão sobre a aplicabilidade das ideias. Dê
tempo para um ritmo de leitura, pausa, reflexão
e conclusão;
9
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GUIA
DE
TENDÊNCIAS
Quando sentir que uma tendência é aplicável
para o seu negócio, marque no seu marca
páginas - item que veio com este guia - e
retorne para reler a tendência sempre que
necessário.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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11
CONSUMO EM
TRANSIÇÃO
O mercado não é mais apenas a
transação de compra e venda.
É preciso pensar em experiências que
realmente fazem diferença para o cliente.
CONSUMO EM

TENDÊNCIA 1
O CENÁRIO
ECONÔMICO DAS
REDES SOCIAIS
A popularidade das redes sociais é inegável e só
tende a crescer. Independente do público,
as mídias sociais influenciam grande parte
das decisões de compra atualmente. Segundo
uma pesquisa da VML, 43% da geração Z
afirma que as plataformas atuam sim em seu
comportamento de compra, só não vencendo o
poder de indicação de família e amigos diretos
(53%). Além de família e amigos, os criadores
digitais (influenciadores) agora têm grande
influência no comportamento de consumo, com
uma grande gama de seguidores comprando
produtos e serviços com base em suas
indicações e depoimentos.
Esse poder de influência fez com que muitas
plataformas sociais repensassem seu formato,
antes focado apenas em entretenimento,
para um foco comercial. Instagram, Pinterest
e principalmente o TikTok - a plataforma mais
popular, com mais de 1,3 bilhão de usuários
ativos por dia - deram apoio a marcas e criadores
para venderem on-line. A Euromonitor prevê
que mais de US$650 bilhões serão
movimentados em produtos e serviços
vendidos via “live” nas redes sociais em 2027.
Assim, o investimento na melhoria destas
plataformas para vendas só aumenta e cada vez
aumentam os recursos e ferramentas disponíveis
para quem usa as redes para negócios! Como
exemplo temos as parcerias entre marcas e
filtros no TikTok como vitrines virtuais, para
que o cliente possa “provar” roupas através de
realidade aumentada (ferramenta já aplicada
através do TikTok Shop).
As redes sociais representam uma
oportunidade única para pequenos negócios,
proporcionando uma plataforma acessível e
de alcance global, em contraste com os modos
tradicionais de varejo e anúncio, como outdoors,
propaganda em televisão, e lojas físicas, por
exemplo. Com o poder crescente das redes
sociais na influência das decisões de compra
dos consumidores, especialmente entre a
geração Z e os seguidores de influenciadores
digitais, as plataformas sociais tornaram-se
verdadeiras vitrines comerciais, com o potencial
de atingir um público com quem antes não era
nem possível imaginar o contato!
Usuários ativos
por dia no TikTok
parcela da Geração Z
influenciada por redes
sociais nas compras
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TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 2
MARKETING
COCRIADO
Segundo o YouTube, 82% dos usuários criaram
pelo menos um vídeo original nas redes
sociais no ano de 2023. Este número é muito
significativo e prova a vontade das pessoas
de atuar criativamente, incentivadas pelas
redes sociais que disponibilizam ferramentas,
filtros, tutoriais de influenciadores, e até cocriar
vídeos através de plataformas como TikTok. Essa
vontade de ser criativo foi ainda mais alimentada
com a acessibilidade da Inteligência Artificial
Generativa, permitindo criações de vídeos e fotos
onde o limite é a imaginação do criador.
Esse formato criativo e colaborativo criou
novas oportunidades para marcas interagirem
com seu público de forma orgânica e divertida.
As redes sociais permitem ouvir os usuários e
criar com eles, como no caso da empresa de
laticínios colombiana Alpinito. Ouvindo o pedido
dos usuários, entre eles o criador de conteúdo
@elfisicocuenta, a Alpinito criou um produto de
edição limitada. O produto se esgotou em duas
horas, até que a empresa resolveu expandir a
edição para lojas em todo o país.
De forma semelhante, vemos diversas empresas
cocriando com seus usuários nas redes
sociais, permitindo que eles façam parte
de decisões internas e desafios divertidos
propostos pela marca, como combinações
inusitadas dos produtos. A Dobra traz a
colaboração dos consumidores possibilitando
que criem estampas para serem vendidas
na loja. Além de ser uma parceria divertida,
parte da comissão das vendas da estampa é
encaminhada para o cliente criador.
Além de entreter e impulsionar o marketing
da empresa, essas ações são perfeitas para
testar novos produtos e registrar a reação do
público. Com esta expectativa de cocriar com
as marcas em mente, os consumidores buscam
interação e poder de personalização em todos
os aspectos. As marcas precisarão ir além de
oferecer a possibilidade de o cliente personalizar
seu produto, mas também permitir que ele faça
parte da construção dele.
Queremos saber
sua opinião!

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DE
TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 3
COMÉRCIO
UNIFICADO
Com a rotina corrida e a tecnologia agilizando
processos do dia a dia, os consumidores
esperam cada vez mais da experiência de
compra. “Perder tempo” em uma compra
complicada é motivo de desistência da compra,
ou ainda pior, da marca. Segundo a Forbes, 70%
dos clientes pagariam mais se soubessem que
a experiência de compra seria prática e rápida.
Esta tendência nos mostra que precisamos trazer
praticidade para toda a jornada de compra:
desde o primeiro contato até a estratégia
de troca e devolução (etapa onde mais gera
estresse com a marca!). Segundo a WWD, 77%
dos consumidores norte-americanos comentam
que uma boa política de retorno tem grande
influência em como a marca irá ganhar sua
confiança. Para isso, já existem tecnologias para
integrar e controlar atendimento e logística. O
uso da Inteligência Artificial para atendimento ao
cliente é um exemplo: um “colaborador” que tira
todas as dúvidas e está on-line 24 horas por dia,
7 dias por semana.
A praticidade vem para agilizar processos, e
também para gerar um bom relacionamento
com o cliente, atendendo onde, quando e
como ele precisa. Neste contexto, a estratégia
de “omniexperiência” ganha destaque,
englobando estratégias de omnichannel -
que unifica diversos canais em um sistema
único - com experiências presenciais e figital
(físico e digital) de maneira integrada e intuitiva.
A Amaro é referência nisso, permitindo que o
cliente veja e compre o produto na loja, enquanto
usa o e-commerce para comprar rapidamente e
entregar no conforto da sua casa.
Pensando em omniexperiência, consideramos
integração e estratégia. A omnipresença*
vai
além do simples atendimento em vários
lugares: é preciso pensar em como cada canal
se complementa e enriquece a experiência do
consumidor. Hoje a digitalização traz praticidade
para o dia a dia, mas ao mesmo tempo, também
buscamos um relacionamento presencial com a
marca para conhecer e experimentar produtos.
O relatório da ICSS de 2024 confirma isso:
70% da geração superconectada, a Gen Z,
prefere fazer compras presencialmente; e 97%
compram regularmente em loja física quando têm
tempo para curtir a experiência, escolhendo o
e-commerce só por conveniência.
70% dos clientes
pagariam mais se
soubessem que
a experiência de
compra seria prática
e rápida.
Forbes
* Relacionado à omnichannel, estratégia que integra diversos canais de
comunicação (online e offline) para uma melhor experiência de atendimento,
a omniexperiência vai além, focando na personalização, adaptando estes
canais de acordo com às preferências e necessidades do consumidor.

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TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 4
CRIANDO
NOVOS
MUNDOS
Uma marca é muito mais do que um nome, seu
produto ou serviço, um símbolo e uma paleta
de cores. Marcas têm potencial para serem
todo um universo, com narrativa que intensifica
seus valores, estilo de vida, personalidade…
E, acredite, os clientes querem se relacionar
com tudo isso. As pessoas buscam fugir um
pouco da rotina corrida e cansativa através
de experiências que as transportem para
outros mundos e as façam fazer parte delas. É
neste contexto que as marcas entram! Com seu
ecossistema vivo, as empresas têm o poder de
levar o usuário para esses momentos, criando
uma relação forte e duradoura.
Um exemplo claro foi a ação de revitalização da
Mattel, através do filme da Barbie. Este universo
foi além das bonecas de sempre, criando uma
série de campanhas e ações com uma identidade
forte que incentivaram o “Universo Barbie” para
todos os lados: música, produtos, ambientes, etc.
De forma digital, também é possível criar mundos
digitais através da participação em jogos, da
criação de mundos através da inteligência
artificial e sua imersão através da realidade
virtual e aumentada. Muitas empresas utilizam
estes recursos para cativar e entreter seus
clientes com mundos utópicos e fantasiosos,
ou ainda para conscientizar os usuários de
forma imersiva. A empresa de grife italiana Etro,
por exemplo, lançou uma campanha de moda
criando ambientes e até mesmo modelos geradas
por IA, enquanto a artista Sofia Crespo utiliza a
mesma tecnologia para reimaginar organismos
híbridos tão orgânicos e reais que poderiam ser
confundidos com espécies de outro planeta.
Independente da estratégia, é preciso lembrar
que o que o consumidor busca algo além do
produto. Ele quer uma oportunidade para
se relacionar com o que a marca traz. Ser
abduzido para este mundo, e levar parte desta
boa experiência para o seu dia a dia.
Se sua marca fosse um mundo completo, como
ela seria?
Muitas são as marcas que buscam criar
um mundo à parte, como a estratégia
de marketing do filme Hollywoodiano
“Barbie”. A estratégia destaca o
universo que a empresa quer passar,
com produtos e eventos que destacam
a essência da marca e mostram
como o consumidor pode viver uma
experiência de outro mundo quando
visita a marca, e permite que ele leve
um pouco desta mágica para casa,
adquirindo produtos e serviços que
o façam sair da rotina.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 5
NA BUSCA DO
“BEM-ESTAR”
Com as crises dos últimos anos e o acesso
facilitado a conteúdos sobre saúde,
especialmente o aumento da conscientização
sobre problemas mentais como ansiedade,
estresse e depressão, a sociedade passou a
repensar sua rotina e consumo - e isso tem
refletido diretamente no mercado.
Para uma melhor qualidade de vida, as pessoas
estão direcionando sua atenção para o próprio
bem-estar, buscando produtos de marcas que
incentivam hábitos saudáveis, momentos de
lazer, relaxamento e rituais de autocuidado.
Essa mudança de foco é observada em todos
os segmentos, com um destaque significativo
no setor de beleza. Nele, as empresas estão
redirecionando seus esforços para promover
um bem-estar mental e físico mais inclusivo, em
contraste com os padrões de beleza tradicionais
que têm sido fonte de estresse para muitos.
Da mesma forma, observamos esse impacto no
segmento de dietas e exercícios físicos, com um
aumento significativo de pessoas que praticam
exercícios para cuidar de sua saúde mental, e
não apenas da aparência. Em 2024,
o relatório de tendências do Pinterest destacou
um crescimento na busca por atividades
esportivas que proporcionam alívio do estresse,
como o kickboxing (+265%) e as artes marciais
mistas (+200%).
A preocupação com a saúde também se reflete
na escolha de produtos saudáveis, com um
aumento na busca por alimentos orgânicos e
naturais, e uma redução no consumo de álcool
por parte da geração Z. Para atender esse
público, as empresas têm reformulado seus
produtos. Um exemplo? Os drinks Mia Wine
Seltzer: veganos, livres de glúten, baixos em
caloria (85 cal por lata), baixos em teor alcoólico
(4,9%), gaseificados… mas apenas levemente!
A busca por qualidade de vida vem atingindo
até os os usuários digitais mais jovens, como
Millennial e Z, levando-os a buscar um equilíbrio
entre o tempo de tela e as interações reais.
Segundo a Mintel, só no Brasil 66% buscam
reduzir o tempo de tela e interagir mais com
amigos e família como forma de pausar a rotina
e reduzir o estresse. Nos EUA, a tendência
é semelhante, com 62% dos consumidores
americanos adotando essa preocupação.
Você já parou para pensar nisso? Tem alguma
maneira que o seu negócio possa oferecer
produtos ou serviços que ajudem o cliente na
busca de hábitos mais saudáveis?
Como incorporar a tendência de bem-estar nos negócios?
Produtos e
Serviços
1.1 Novos

Soluções que incentivem atividades
físicas

Produtos de origem natural e saudável
para consumo, como alimentos e
cosméticos

Produtos sustentáveis e ecológicos

Serviços e plataformas que promovam
hábitos saudáveis e o autocuidado
1.2 Já existentes

Ingredientes saudáveis e funcionais nos
produtos atuais

Opções de personalização para atender
às necessidades individuais de bem-estar
Responsabilidade
Social

Apoio a causas sociais e ambientais,
através de instituições ou campanha
própria

Patrocínio de eventos esportivos e
culturais

Implementação de práticas sustentáveis
nos processo da empresa
Comunicação
e Marketing
2.1 Comunicação transparente

Linguagem clara e acessível para explicar
os ingredientes e benefícios dos produtos

Conteúdo educativo sobre bem-estar
e saúde

2.2 Conteúdo que inspire e eduque

Conteúdos com dicas de saúde,
bem-estar e estilo de vida

Parcerias com influenciadores e
especialistas em bem-estar

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 6
EM BUSCA
DE FOCO, PAZ E
CONCENTRAÇÃO
Como resultado, surgem tecnologias e
serviços para promover conforto psicológico
e melhorar a concentração e produtividade,
tanto nos estudos quanto nas atividades diárias
e no lazer. Exemplos incluem fones de ouvido,
dispositivos como playlists de ruído marrom que
prometem aumentar a concentração, e produtos
interativos para ensinar crianças sobre emoções
desafiadoras, como impaciência e autocontrole,
como o Pawz, um brinquedo que auxilia no
aprendizado socioemocional.
Por outro lado, há uma tendência para serviços
adaptados para pessoas que buscam um
ambiente mais tranquilo e mentalmente
confortável. Isso inclui pacotes de turismo
neurofriendly*
, cabines silenciosas de trabalho
e baladas silenciosas, onde cada indivíduo usa
fones de ouvido com música sincronizada com
os outros visitantes, podendo ajustar o volume de
acordo com sua preferência e conforto.
Diante da importância de reintegrar-se ativamente
na sociedade, conforme abordado na tendência
22 “Equilíbrio Humano x Tecnologia”, as pessoas
* Abordagens, produtos ou serviços adaptados para serem
psicologicamente acolhedores e calmos, tornando-os acessíveis a
diferentes condições psicológicas.
Muito da nossa rotina tem sido afetada pela
tecnologia, e inevitavelmente buscamos refúgio
das consequências disso. A troca da interação
social do dia a dia por telas impactou a nossa
capacidade de concentração. Após o tempo de
“hibernação forçada” por conta da pandemia, o
retorno para uma sociedade barulhenta também
nos fez tomar consciência de quanto a poluição
sonora pode ser danosa para a nossa saúde,
afetando a nossa produtividade.
A preocupação aumenta quando percebemos
que as crianças estão perdendo a paciência e
o foco nos estudos híbridos. Essa inquietação
se estende para outras áreas da vida cotidiana,
inclusive momentos de lazer, onde os pequenos
se tornam impacientes e têm dificuldade em
completar brincadeiras ou esperar.
Já os jovens e adultos encontram dificuldade
em absorver conteúdos densos, seja devido ao
estresse, ao cansaço visual, uso excessivo de
telas, ou ambientes barulhentos que prejudicam
a concentração.
estão buscando maneiras de se inserir de forma
confortável, sem grandes sustos e distrações.
Surgem questionamentos sobre como tornar as
ruas e os ambientes públicos mais confortáveis
e acolhedores para o novo público afetado pelo
ambiente remoto. Como empreendedor, você
tem alguma ideia de como poderia atuar nesta
oportunidade de mercado?
Balada silenciosa (Silent Disco) no
Museu de História Natural Britânico, em Londres.
Dica: Assista o vídeo
Welcome to the World of
Audio Computers, TED
talk com Jason Rugolo

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TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 7
EMOÇÃO COMO
MÉTRICA DE
SUCESSO
Anteriormente, comercializar um produto ou
serviço era uma questão simples: compra e
venda. O destaque era para empresas que
possuíam uma boa localização de loja, ofereciam
um produto útil ou desejado para o público,
e o preço estava de acordo com o mercado.
No entanto, nos últimos anos, temos
testemunhado uma mudança nessa dinâmica,
onde o consumo se tornou muito mais do que
simplesmente adquirir um produto. Conforme
previsto por James H. Gilmore e B. Joseph
Pine II em seu livro Economia da Experiência,
experiências memoráveis que vão além da
mera transação comercial tornaram-se o
principal atrativo para o público e a chave para
o sucesso das marcas.
De acordo com uma pesquisa da Momentum
Worldwide (2019), 70% dos consumidores
desejam uma experiência que os faça rir e
se divertir, sendo que 58% esperam que
essa atividade os ajude a escapar da
rotina diária, proporcionando emoções
intensas que os façam sentir vivos e ativos.
Essa montanha-russa de emoções não só se
manifesta externamente, através de sorrisos
e surpresas, mas também tem impactos
comprovados na saúde física e mental, além
de promover interações sociais que reforçam
esses aspectos positivos. Não é à toa que uma
pesquisa da Mastercard revelou um aumento de
65% no consumo de experiências pelos norte-
americanos entre 2019 e 2023.
Ao incentivar experiências marcantes vinculadas
à sua marca, é possível cativar e fidelizar seu
público, aumentar sua visibilidade e diferenciá-lo
no mercado, além de aumentar sua receita.
Conscientes disso, empresas em todo o mundo
estão implementando diversas ferramentas e
dinâmicas para interagir com o consumidor.
Recentemente vimos marcas incentivando
os clientes a entrar dançando ou cantando
na loja para ganhar brindes e descontos: a
concessionária da Toyota em Corumbá e a
Pergunte-se:

Que tipo de emoção você quer passar
com o seu negócio? Como você quer
que seu cliente se sinta? (Feliz, surpreso,
emocionado, ansioso, reflexivo, etc)

Como você poderia conferir se ele
realmente se sentiu assim?
confeitaria Jéssica Pires em Florianópolis
aplicaram essas estratégias.
No entanto, em situações como essas, fica a
dúvida se o sorriso diante da câmera foi genuíno
ou forçado, só para ganhar o brinde talvez…
ou a marca realmente deixou uma impressão
positiva? Por isso, estamos avançando para um
novo estágio, onde as emoções são tratadas
como métrica de sucesso. Emoções e reações
inconscientes são difíceis de manipular e refletem
a verdadeira intenção das pessoas. Empresas
estão buscando maneiras de medir esses
dados em busca de feedback autêntico. Em
2023, o bar The Kraken realizou uma campanha
imersiva de Halloween em parceria com o
Recreational Fear Lab. Com um medidor de
frequência cardíaca, desafiaram os clientes a
passarem por uma experiência de terror em troca
de drinks. No final do evento, quanto mais baixo
fosse o batimento cardíaco, mais descontos o
cliente corajoso receberia na carta de drinks.
Em suma, é essencial lembrar que uma marca
não deve ser apenas uma imagem comercial,
mas sim uma entidade que busca se relacionar
com seu público. A melhor maneira de
estabelecer esse envolvimento é explorar o poder
das emoções como indicadores do sucesso da
sua empresa. Risos e lágrimas de alegria, gritos
e batimentos cardíacos de susto, arrepios e
expressões boquiabertas são as respostas mais
sinceras sobre a opinião do seu cliente.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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27
EMERGÊNCIAS
EMERGENTES
EMERGÊNCIAS
Vivemos em um momento marcado por um
cenário fragilizado pelos impactos que nosso
planeta e sociedade passaram nos últimos
anos. A previsão é que crises sociais e
ambientais continuem a acontecer e expandir
se não repensarmos nosso estilo de vida.
É preciso agir e consumir com cautela,
para amenizar os impactos desfavoráveis,
e assim trilharmos um caminho rumo a
um futuro positivo.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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As consequências do consumo desenfreado e da
degradação do nosso planeta já bateram à nossa
porta e apenas adotar uma postura sustentável
de última hora não será suficiente para
impedi-las. Nos cabe repensar posicionamentos
e buscar uma regressão ou, no mínimo, uma
contenção de danos. Em paralelo, inevitavelmente
precisamos nos adaptar a novos cenários
climáticos extremos. De acordo com um
estudo divulgado pela APAS em 2023, 95% dos
brasileiros preferem produtos, serviços e marcas
que investem em sustentabilidade.
Nesse contexto, vemos duas tendências já
mencionadas no Guia anterior de Tendências
SEBRAE sendo combinadas e fortalecidas:
“Correndo atrás do prejuízo” e “Meu negócio
é facilitar suas escolhas”. Relembrando: existe
uma oportunidade de mercado para produtos
e serviços que ajudem os clientes a fazer
TENDÊNCIA 8
SIMULANDO
CENÁRIOS FUTUROS
escolhas mais conscientes que tenham menor
impacto ambiental.
Mas então, o que há de novo? O cenário de
incerteza: os eventos climáticos que temos visto
recentemente estão mostrando que a incerteza
sobre o futuro é real; precisamos refletir sobre
um futuro incerto e como podemos viver
nele. Mas como podemos nos preparar para
essas incertezas? Pensando cenários futuros,
utilizando tecnologias disponíveis para antecipar
e conjecturar (supor, presumir, deduzir)
possibilidades que o futuro pode nos trazer.
Um exemplo é a WWF, que utilizou a Inteligência
Artificial para imaginar o futuro sombrio do
Reino Unido se não mudássemos nossa postura
de consumo.
Outro exemplo de visão de futuro são as ficções
de gênero Solarpunk, uma utopia que repensa
um futuro positivo e mais ecológico, e que já
foi utilizada em simulações, jogos e literatura
romântica.Isso quer dizer: pensar em possíveis
futuros e como nosso cliente vai estar
enquadrado nele. Isso pode nos dar ideias de
serviços ou produtos que possamos oferecer
neste cenário. Vamos fazer um experimento
para olharmos o nosso futuro?
Escaneie o QR code ao lado para
acessar a IA do Freepik, e teste
escrever os seguintes prompts:

“Crie uma imagem futurista que represente
insira o seu segmento e entregue serviços
inovadores.”

“Considere um futuro onde o meio ambiente
e a humanidade vivem em harmonia, e crie
a imagem de uma loja de conveniências
deste futuro”
Estes futuros entregues pela IA do Freepik é
apenas uma leitura conceitual e fictícia, mas
que já nos ajuda a repensar diversas versões
de futuro, com base no que sabemos e pedimos
para a IA. Mas também temos simulações
inteligentes e que analisam dados reais
para entregar respostas concretas sobre
nosso futuro, como é o caso dos digital twin*
,
amplamente utilizados por grandes empresas
para simular ações e fazer predições estratégicas
através de uma versão gêmea digital do seu
negócio; ou ainda a IA preditiva MAAI, que imita
sociedades reais e seu desenvolvimento com
resultados precisos.
De maneira mais estratégica, a IA pode ser
empregada para simular diferentes cenários
futuros a partir de possibilidades variadas,
facilitando a visão e a adaptabilidade das
empresas. Embora a humanidade não consiga
reverter 100% dos danos causados, podemos
nos adaptar a uma realidade mais ecológica,
ajudando nossos clientes a tomar decisões
conscientes para um futuro mais positivo.
* Réplica virtual de um objeto, processo ou sistema físico, utilizando
dados reais para simular e monitorar diferentes comportamentos.
Solarpunk é um movimento artístico e literário que imagina futuros
possíveis, sustentáveis, interconectando a natureza e a humanidade.
(Arte de Daniel Clark, para o curta Dear Alice)

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DE
TENDÊNCIAS
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As preocupações sobre o futuro do planeta
não são novidade, especialmente quando as
consequências desse impacto já se fazem sentir
em nosso cotidiano. Por isso, conscientizar
sobre a necessidade de as empresas adotarem
práticas sustentáveis não deveria ser tratado
mais como uma tendência, mas sim como um
requisito mínimo esperado pela sociedade. A
tendência está no próximo passo: estratégias
de curto, médio e longo prazo, todas tendo a
sustentabilidade como base.
De acordo com o Estudo Global de
Sustentabilidade de 2022, 71% dos
consumidores estão alterando sua forma
de consumo em busca de um estilo de vida
mais sustentável. Isso envolve mudanças
nos hábitos diários, e para tanto, a escolha de
produtos e serviços que os auxiliem nessa jornada
é essencial. Os consumidores não apenas
TENDÊNCIA 9
COMPROMISSO
SUSTENTÁVEL
desejam produtos sustentáveis, mas também
querem informações claras sobre os processos
internos das empresas e o descarte adequado
dos materiais. De acordo com a Deloitte (2023),
46% dos consumidores desejam que as empresas
forneçam orientações mais transparentes sobre o
descarte e a reciclagem de seus produtos.
A mesma pesquisa indica que há uma expectativa
de que os governos exerçam um papel mais ativo
na regulamentação do mercado, com 35% dos
entrevistados expressando o desejo por mais
regulamentações. Surgem então planos como o
mercado de carbono, que visa medir o consumo
de carbono das empresas, um gás que intensifica
o efeito estufa. Esta estratégia, inicialmente popular
em grandes indústrias, está se expandindo para
empresas de menor porte. O sistema calcula
as emissões de carbono de cada negócio e
estabelece limites de produção. Empresas que
ultrapassam esses limites são sujeitas a multas,
enquanto aquelas que reduzem sua pegada
de carbono recebem incentivos financeiros. No
Brasil, o programa MOVER é um outro exemplo,
fornecendo incentivos, fornecendo incentivos para
a introdução de produtos ecológicos no mercado,
como isenção de impostos para carros elétricos
e seus custos de carregamento em 2023, e a
isenção de IPVA ainda em vigor, estimulando o
consumo desses produtos no país. À medida que
as exigências aumentam, já existem promessas
de certificações obrigatórias para empresas,
semelhantes à ISO, e a exigência de relatórios de
sustentabilidade anuais para empresas de capital
aberto, que será implementada a partir de 2026.
Independentemente das leis obrigatórias, existe
a oportunidade para empresas conquistarem a
preferência do consumidor mostrando iniciativa
própria em adequar produtos, serviços e
processos. Certificações, como o selo para ser
uma empresa B (empresas que buscam equilibrar
seu lucro com preocupações socioambientais),
fornecem formas práticas de adaptar as operações
internas para objetivos sustentáveis. Uma
comunicação clara com os consumidores também
demonstra o compromisso da marca em melhorar
continuamente, compartilhando a trajetória para
alcançar metas sustentáveis por meio de relatórios
anuais e informações nos canais de comunicação
e até nas embalagens dos produtos.
Sabemos que a jornada rumo a uma empresa
sustentável não é simples, mas demonstrar
interesse e comprometimento com a causa,
além de descrever as ações realizadas
para alcançar esse objetivo, já é bem recebido
pelo mercado.
A certificação como Empresa B foi
um caminho natural e nos levou a
olhar com atenção para o impacto
que nossa empresa causa em
diversas áreas.Já passamos por uma
recertificação e estamos caminhando
para mais uma. A cada processo temos
o compromisso de melhorar nosso
impacto positivo e reduzir o negativo.
Fazer parte da comunidade de
empresas B nos proporciona
importantes parcerias e nos
qualifica perante nossos clientes.
Claudia Kubrusly, sócia da Editora Voo
Você sabia que a maioria das aplicações para
a Certificação B são de pequenas e médias
empresas (PMEs), startups e MEIs?

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
33
33
Não podemos negar uma coisa: se utilizada com
cuidado e de maneira correta, a internet nos
proporciona uma compreensão mais profunda
do mundo e dos acontecimentos que o envolvem.
Não é surpresa, então, que os consumidores
estejam se tornando mais exigentes quando
se trata de sustentabilidade e do impacto
da indústria do consumo. É crucial ser exigente,
pois o relatório Circularity Gap Report, da Circle
Economy Foundation, de 2018 a 2023, registrou
um consumo mundial de 500 gigatoneladas;
em apenas 5 anos, foram consumidos 28%
do total que foi consumido desde 1900 até o
presente momento.
Com este cenário, não é de surpreender que a
economia circular continue sendo classificada
como uma tendência. Nos últimos 5 anos, o
tema triplicou sua presença em debates e artigos.
Continuamos buscando maneiras de transformar
o mercado e adotar um processo circular,
abandonando o modelo tradicional de “extrair,
TENDÊNCIA 10
CIRCULARIDADE
criar e descartar” em favor de um
mais sustentável, baseado em “reciclar,
criar e redirecionar”. Seja para compensar nosso
histórico de consumo excessivo e tentar reverter
a situação precária de nosso planeta,
ou para atender às demandas ecológicas do
novo consumidor consciente, novas empresas
estão surgindo já alinhadas com o sistema
circular, enquanto empresas consolidadas
estão adaptando seus processos para se
tornarem mais sustentáveis, como é o caso da
Adidas e IKEA.
Independentemente da motivação, pensar de
forma circular é uma necessidade. De onde
vem a matéria-prima que você utiliza em seu
produto? Como seu cliente descarta o produto
ao final de seu uso? A embalagem é projetada
para se decompor de maneira ecológica em
poucos dias após o uso, ou pode ser reutilizada
na fabricação de novos produtos? Há várias
maneiras de considerar a jornada circular do
consumo. Utilização de refis, reutilização de
resíduos, adoção de embalagens retornáveis,
implementação de políticas de reparo e
personalização de peças são apenas algumas
das estratégias possíveis. Qual delas é mais
adequada para o seu negócio?
Economia linear
EXTRAÇÃO
DESIGN
MATÉRIA-PRIMA
RESÍDUOS
RECICLAGEM
PRODUÇÃO,
REMANUFATURA
DISTRIBUIÇÃO
CONSUMO
REPARO,
REUSO
PRODUÇÃO CONSUMO DESCARTE
Economia circular

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
35
35
A crise econômica que enfrentamos, com os
preços relacionados a necessidades básicas
como alimentação e moradia em ascensão,
tem impactado a vida de milhares de pessoas
em todo o mundo. O cenário é tão preocupante
que, de acordo com uma pesquisa realizada
em 2022 pela Nielsen, 38% dos consumidores
globais apontam o aumento nos preços dos
alimentos como sua principal preocupação,
superando questões como segurança, saúde e
despesas de utilidade pública, como eletricidade
e água. Essa crise, naturalmente, também
afeta o mercado de consumo, com a mesma
pesquisa indicando que 95% dos consumidores
alteraram sua forma de consumir itens básicos
para controlar os gastos.
TENDÊNCIA 11
AJUDANDO
O CLIENTE A
ECONOMIZAR
Os consumidores agora estão mais exigentes,
buscando investir em produtos que
realmente agreguem valor e em empresas
que demonstrem empatia em relação a esses
problemas. Um exemplo disso é o consumo
de produtos sustentáveis, que atrai um grande
público, embora precise ser cuidadosamente
considerado. No Reino Unido, por exemplo,
62% dos consumidores afirmam que os
preços elevados os impedem de adotar
práticas mais sustentáveis, embora 26% ainda
estejam dispostos a pagar mais por produtos
ecologicamente corretos.
Por outro lado, os consumidores estão atentos
às movimentações do mercado, identificando e
criticando empresas que adotam práticas como
a shrinkflation (estratégia na qual empresas
aumentam os preços de seus produtos enquanto
diminuem sua qualidade e/ou tamanho para
compensar a inflação e reduzir custos). Além da
escolha criteriosa das marcas, os consumidores
passam a rever seus hábitos, substituindo
momentos simples por experiências especiais
- como trocar jantares em restaurantes por
refeições mais atraentes e divertidas, seja como
um ritual de autocuidado ou entretenimento.
Inspire-se!

A Nespresso possui um programa de
reciclagem de cápsulas de café, onde os
clientes acumulam pontos ao devolver as
cápsulas usadas. Esses pontos podem ser
trocados por descontos em produtos da
marca, incentivando o consumo consciente e a
economia a longo prazo.

A Shopee realiza promoções mensais em datas
iguais, chamadas de Dia Shopee. Estas ações
oferecem benefícios e ofertas exclusivas a cada
mês. A empresa também aproveita o potencial
das datas duplas, como 11:11 e 12:12, que são
associadas a significados místicos e desejos.
As ofertas começam à meia-noite das datas
duplas e duram até o último minuto do dia.

A Natura implementou um programa de
fidelidade chamado “Viva Natura”, onde os
clientes acumulam pontos a cada compra e
podem trocá-los por produtos ou descontos.
Além disso, a marca frequentemente oferece
descontos progressivos em kits de produtos.
Estamos diante de um público mais
consciente de seus gastos, que deseja
produtos de qualidade mas sem comprometer
as finanças. Por isso, campanhas e empresas
que enfatizam a transparência de valor alinhada
ao custo-benefício de curto e médio prazo estão
se popularizando, utilizando estratégias como
promoções, cupons, preços congelados e
combos para demonstrar que a experiência
do consumidor é mais importante do que
uma busca cega por lucratividade vazia.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
37
37
O avanço da internet, especialmente
impulsionado pelas redes sociais, tornou a
comunicação global mais acessível, permitindo
que as pessoas expressem suas opiniões para
um público ilimitado e consumam conteúdo
filtrado, alinhado com seus interesses, estilo
de vida e valores. No entanto, essa vantagem
tem seu reverso: enquanto a facilidade de
compartilhar e filtrar informações nos permite
acessar conteúdo relevante, também abre
espaço para a disseminação de versões
distorcidas da verdade e a propagação de
desinformação, marcando nosso período atual
como a Era da Pós-verdade.
A avalanche de notícias, juntamente com a
intensificação da polarização política e social,
torna desafiador discernir entre a verdade,
meias-verdades e mentiras. Confiar plenamente
na mídia e nos dados torna-se uma tarefa
TENDÊNCIA 12
PANDEMIA DA
(DES)INFORMAÇÃO
complexa, deixando o consumidor confuso
em meio a esse cenário. A situação se torna
ainda mais preocupante com o uso criminoso
de tecnologias inovadoras, como a Inteligência
Artificial para criar imagens falsas extremamente
realistas ou para simular vídeos e áudios que
parecem ser autênticos.
Diante disso, as empresas precisam
estar atentas e trabalhar junto com seus
colaboradores para evitar problemas, como o
compartilhamento de informações adulteradas,
por exemplo, para não ter a credibilidade e
reputação afetadas. Existem medidas simples,
mas fundamentais, que as empresas podem
adotar para proteger-se. Incentivar uma cultura
investigativa, estimulando os colaboradores
a verificarem a fonte do conteúdo, pesquisar
diferentes perspectivas sobre o tema e analisar
além dos títulos atrativos é essencial. Além
disso, é importante estar atento a detalhes
que podem indicar manipulação, como
inconsistências em imagens geradas por IA,
como erros em mãos, objetos de fundo ou
sinalizações. Plataformas como Reality Defender
e iniciativas como o Projeto Comprova podem
auxiliar nesse processo de verificação.
Uma vez protegida, a empresa também precisa
pensar no cliente. Transparência desempenha
um papel crucial na comunicação desta Era
Pós-verdade. Mostrar de forma clara os
processos internos e a rotina da empresa pode
ajudar a conquistar a confiança do consumidor
em uma época onde a confiabilidade é
questionada. Deixe a informação acessível para
o seu cliente: vale usar etiquetas, cartas com o
produto, informação no site, posts no Instagram e
sempre respostas rápidas e completas no canal
de comunicação da empresa com o cliente!
A Era da Pós-verdade: o conceito de “pós-verdade”,
nascido em meados da década de 90, é utilizado para
representar informações facilmente manipuladas, ao adicionar
um apelo emocional para atrair o consumidor para a perspectiva
desejada. Em 2004, Ralph Keyes empresta este conceito em seu
livro “The Post-Truth Era” (traduzido para “A Era da Pós-verdade”),
para exemplificar um momento em que a informação é facilmente
manipulada para manipular quem a consome, que continua sendo
um problema atual, e cada vez mais preocupante.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
39
39
PERSONALIZAÇÃO
GENERALIZADA
À medida que percebemos a diversidade
da nossa sociedade, que valoriza
a praticidade e experiências únicas,
surge também a necessidade de oferecer
soluções personalizáveis em escala.
PERSONALIZAÇÃO

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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41
O avanço e a acessibilidade dos cuidados de
saúde têm contribuído para uma melhoria na
qualidade de vida e uma maior longevidade,
o que está alterando a estrutura demográfica
da nossa sociedade. Há algum tempo, já
se discute o fenômeno do envelhecimento
populacional, e estamos testemunhando um
momento de grande impacto geracional.
Mas o que isso implica?
Atualmente convivem seis gerações distintas:
a geração Silenciosa, os Baby Boomers,
a geração X, os Millennials, a geração Z, a
geração Alfa e, em breve, a geração Beta.
Enquanto a geração Silenciosa compreende
indivíduos de 85 a 104 anos, a geração Z
abrange aqueles de 17 a 27 anos. Cada grupo
reflete comportamentos, desejos e necessidades
TENDÊNCIA 13
GERAÇÕES:
CONHECER PARA
ENGAJAR
distintas, exercendo influência sobre o mercado
de consumo.
Essa diversidade geracional apresenta
diversos desafios e oportunidades para os
negócios, tanto no contexto de consumidores
quanto de colaboradores. Isso ressalta a
importância de conhecer o público para uma
comunicação eficaz. Algumas marcas optam
por uma abordagem de comunicação
diversificada e inclusiva, buscando alcançar
vários públicos por meio de uma estratégia de
omniexperiência, ou adaptando a usabilidade
de seus produtos para torná-los acessíveis
a duas ou mais gerações, como a parceria
entre Hasbro e Ageless Innovation na criação
de jogos de tabuleiro que incentivam a intera-
ção entre gerações através do jogo. Outras
marcas optam por estratégias direcionadas a
um único grupo geracional específico, como a
Glossier, que foi concebida com foco na
geração Z. Cada geração possui motivações
distintas, e em meio ao impacto geracional
que estamos vivenciando, é crucial
compreender cada uma delas e ajustar, adaptar
e comunicar-se com o seu público-alvo de
forma adequada.
No entanto, muito cuidado para evitar
generalizações ou gafes, especialmente em
uma época em que há uma demanda crescente
por personalização, como demonstrado
pela tendência #16 “Hiperpersonalização”.
Independentemente da geração, cada indivíduo
é único, mas conhecer sobre comportamentos
geracionais e culturais nos ajuda a chegar mais
próximo de um grupo, o que nos ajudará a
conhecer melhor o indivíduo que faz parte dele.
Geração Silêncio
Geração Baby
Boomer
Geração X
Geração
Millennial
Geração Z Geração Alpha
Ano de
nascimento
aproximado
1920 - 1945 1946 - 1960 1960 - 1980 1980 - 1994 1995 - 2010 2010 - 2024
Características
Busca atividades
sociais.
Leal e confiante,
busca aproveitar
a aposentadoria
de forma ativa.
Independentes
e multitaskers,
buscam uma
rotina mais prática
e saudável.
Buscam seu
propósito de vida,
e transparência
sobre fatos e
conteúdos.
Dependentes
da tecnologia,
sempre
conectados.
Hiperconectadas
e protagonistas
no núcleo familiar.
O que atrai Confiança.
Senso de
produtividade.
Praticidade.
Experiências e
custo-benefício.
Hiperpersonali-
zação, valores
e experiências
cocriativas.
Interações figital.
Acesse o
Guia Especial
Gerações!

Em um mundo abarrotado por questões
sociais, políticas e ambientais, somado à
facilidade proporcionada pela tecnologia
para disseminação de informação, a busca
por formas das pessoas expressarem seus
ideais se intensifica. Seja por meio de postura,
narrativa ou mesmo na escolha de produtos e
serviços, o público vem demonstrando exigência,
discernimento e ativismo. Esse comportamento,
acirrado pela instabilidade econômica, resultou
em consumidores criteriosos em relação
ao que consomem, priorizando marcas que
compartilhem e promovam valores alinhados
aos seus e que os auxiliem na expressão de
sua opinião e individualidade.
Temas como sustentabilidade e bem-estar social
estão se tornando cada vez mais proeminentes,
TENDÊNCIA 14
CONSUMO POR
VALORES E
IDENTIDADE
exigindo transparência das empresas quanto
à sua responsabilidade e às ações que
promovem o bem-estar da sociedade. Uma
pesquisa encomendada pela Google Cloud
revelou que 82% dos consumidores desejam
adquirir produtos de empresas alinhadas com
seus valores de vida. Além disso, outro estudo
realizado pela Wunderman Thompson indica
que 60% dos jovens consumidores consideram
sua escolha de marca como uma forma de
expressão de sua identidade e crenças.
Aqui vemos dois casos que podem ajudar
pequenos negócios a se alinharem com seu
público: empresas como Naveia (marca de
laticínios veganos) e Herself (marca de produtos
menstruais sustentáveis), por exemplo, possuem
causas sociais claras que servem como propósito
de marca, e assim atraem um nicho
de consumidores que abraçam as mesmas
causas. Ao consumir dessas empresas,
automaticamente o cliente se sente contribuindo
para algo em que acredita. Por outro lado, a
personalização de produtos e serviços também
ajuda a intensificar a identidade do cliente,
permitindo que ele crie itens que o representem,
como no caso das bolsas personalizáveis
da Coachtopia.
Com consumidores buscando a “marca que
é sua metade da laranja” em um mercado
saturado de concorrentes, a transparência em
relação aos valores e propósitos da marca, e
como ela contribuirá para reforçar as convicções
do consumidor, torna-se um diferencial essencial
em um momento de polarização do mercado.
Abordar questões como “Como eu quero que
a minha marca impacte o mundo?” e “Por que
a minha marca nasceu?” são formas de você
encontrar seu propósito e compartilhá-lo com o
mercado, atraindo um público que se identifique.
Lembre-se de que, atualmente, a decisão de
compra muitas vezes não é determinada pelo
preço ou pela qualidade do produto, mas sim
pela afinidade com causas e convicções.
GUIA
DE
TENDÊNCIAS
43
43

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
45
45
A busca pela fidelização do cliente sempre foi um
desafio, mas se torna cada vez mais complexa,
principalmente por 5 razões:
Valores claros: os consumidores -
principalmente as gerações mais jovens
- tendem a se identificar com marcas que
compartilham seus valores
e causas;
Acesso à informação: atualmente
os consumidores acessam facilmente
informações-chave sobre empresas,
permitindo conhecer diversas marcas a
fundo e compará-las;
Transparência: clareza é importante para
o cliente se identificar e confiar na marca,
e cada deslize pode causar um grande
estrago na reputação. Para assegurar
TENDÊNCIA 15
LEALDADE
FRÁGIL
a lealdade do cliente é importante ter
responsabilidade corporativa em relação
às práticas comerciais, ética e impacto
social e ambiental;
Alta expectativa: Não adianta a empresa
parecer perfeita, quando o processo de
compra entrega uma experiência ruim.
Os consumidores atuais exigem mais da
jornada de compra, desde o início do
relacionamento até o suporte
no pós-venda;
Mudanças nas preferências: o
comportamento do consumidor está
em constante evolução, exigindo que
as marcas se adaptem às tendências
culturais, sociais e tecnológicas para
permanecerem relevantes.
Com esse cenário complicado, a lealdade do
cliente se torna frágil. Mesmo grandes marcas
tradicionais, que permaneceram inalteradas nos
últimos anos, enfrentaram a perda de clientes, por
não se posicionarem em momentos de causas
sociais, por tratarem mal seus colaboradores
ou por não cultivarem um relacionamento
transparente com seus clientes. Um exemplo é
o caso da Volkswagen em 2021, que teve que
pagar mais de US$33 bilhões de dólares por
propagandas de greenwashing (falsamente
alegando sustentabilidade), e da Apple, que este
ano precisou recolher e se desculpar por sua
propaganda perturbadora e ofensiva do novo
iPad Pro. Estas são evidências de que o público
exige uma postura adequada das marcas, sejam
elas grandes, médias ou pequenas.
Os consumidores procuram empresas em que
possam confiar, que estejam verdadeiramente
interessadas no indivíduo e no mundo ao seu
redor. Pequenos negócios podem abordar
essas questões ao conquistar a confiança e
a proximidade do cliente, sendo transparentes
sobre o dia a dia da empresa e demonstrando
interesse na experiência do cliente. Além disso,
adotar políticas ESG (ambientais, sociais e de
governança) e DEI (diversidade, equidade e
inclusão) para a empresa, buscando gerar um
impacto positivo na sociedade, permite direcionar
a marca para um caminho mais bem aceito por
vários nichos de público.
* Prática negativa onde empresas divulgam
informações falsas ou enganosas de que seus
produtos, serviços ou processos são sustentáveis
e ecológicos

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
47
47
Não podemos negar que a sensação de
encontrar aquele produto que parece ter sido
feito especialmente para nós é incrível. Seja pela
praticidade de ter exatamente o que precisamos
no momento certo ou pela sensação de se sentir
especial e único, a personalização de produtos
e serviços torna-se um atrativo com potencial
para diferenciar a marca.
No entanto, até pouco tempo atrás, a
personalização de produtos ou serviços era
sinônimo de processos confusos, gestão de
estoques complicada e atendimento demorado.
Agora, com os avanços tecnológicos, como a
inteligência artificial e algoritmos inteligentes,
conseguimos dar um passo adiante para
tornar essa função ainda mais acessível: é a
tendência da hiperpersonalização.
Além de facilitar e automatizar os processos
por trás desses produtos, através da aplicação
de chatbots inteligentes que conversam
TENDÊNCIA 16
HIPERPERSONALIZAÇÃO
automaticamente e de forma humanizada com o
cliente a qualquer momento, ou de ferramentas
que indicam produtos que combinam com o
consumidor com base em simples perguntas
e dados exclusivos, esta nova categoria se
diferencia por possibilitar um outro nível de coleta
de dados. Enquanto a personalização tradicional
coleta apenas dados demográficos como gênero,
localização e talvez histórico de compras dentro
do próprio site, a hiperpersonalização permite
que o sistema utilize esses dados e muito mais:
acessa também o histórico de pesquisa do
cliente, suas últimas postagens nas redes sociais,
datas comemorativas próximas e tudo mais o que
for permitido!
A inteligência artificial também nos permite
personalizar a recomendação de produtos, como
é o caso das vitrines virtuais, como a Bods, que,
com base nos dados do usuário e fotos, simula o
corpo exato do cliente no manequim, sugerindo
tipos e tamanhos de roupas que se ajustam
perfeitamente ao corpo real.
A hiperpersonalização nos permite ir além de um
simples “Oi [cliente], tudo bem?” no atendimento,
proporcionando uma experiência personalizada
completa, desde o anúncio único e assertivo
para cada consumidor até mesmo a edição de
produtos personalizados pós-compra, tornando a
jornada de compra ainda mais especial.
dos consumidores
digitais buscam produtos
personalizados.
Euromonitor
Está gostando do
Guia de Tendências?
Nos conte sobre sua
experiência até aqui:

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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49
IMPULSO
TECH
A tecnologia está impulsionando
(ou melhor... catapultando!) os negócios
para novos patamares. E esta tendência
só tende a crescer com os recursos
proporcionados por tecnologias como
a inteligência artificial e a Web 3.0.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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51
O que as novas tecnologias têm em comum?
O que alimenta a inteligência artificial, apoia
a cibersegurança e torna as empresas mais
assertivas em suas decisões?
Dados!
TENDÊNCIA 17
DADOS
POR TODOS
OS LADOS
Em um mundo digital, informação é poder; e
as organizações que sabem como coletar e
utilizar dados são mais fortes do que nunca.
Segundo a Forrester, empresas que utilizam
dados de forma inteligente crescem anualmente
30% mais do que seus concorrentes.
Desde dados sobre os processos internos
da empresa, como a jornada do produto do
fornecedor até o estoque, até informações
sobre seus consumidores, como preferências e
comportamento durante a compra, a coleta de
dados proporciona insights para estratégias
de mercado e também alimenta ferramentas
autônomas que melhoram a experiência dos
clientes e da própria empresa. Por exemplo,
não podemos falar de inteligência artificial sem
mencionar a coleta e o uso de dados. Para
permitir uma personalização inteligente ou uma
simulação avançada (como os “digital twins*
”),
* *Os digital twins (ou sistemas de gêmeos digitais) são
representações virtuais fidedignas de algo que existe no mundo
físico, como um produto ou serviço, um processo ou mesmo uma
loja. Este clone virtual utiliza dados em tempo real para simular o
comportamento do item, e como ele se comporta em diferentes
situações, antes de investir em uma aplicação real no item original.
Exemplo: na saúde os gêmeos digitais podem prever resultados
para procedimentos específicos, por meio de simulações, além
de suporte a avaliações terapêuticas e diagnósticos, conforme a
individualidade de cada paciente, reduzindo erros médicos.
é preciso fornecer as informações corretas para
obter resultados assertivos. Ao mesmo tempo,
como uma mina de ouro, dados sensíveis
atraem riscos à empresa e aos clientes se não
forem tratados de forma segura e pontual.
Neste cenário vemos a coleta excessiva de dados
se transformando em barreira no relacionamento
com clientes, seja por receio de compartilhar
informações pessoais ou por falta de praticidade
nas compras (quem nunca desistiu de uma
compra por se deparar com muitas perguntas
ou etapas de preenchimento?).Por isso, boas
práticas estão surgindo para equilibrar os dois
lados da moeda. Atualmente, vemos um grande
avanço na segurança dos dados compartilhados,
com a aplicação de sistemas de blockchain
e regulamentações para a transmissão de
informações em meios conectados, como na Web
3.0*
, além da constante atualização dos sistemas
* Próxima geração da internet, focada em uma maior
descentralização, privacidade e controle do usuário sobre
seus dados, utilizando tecnologias como inteligência artificial e
blockchain (registro digital criptografados, que garante segurança
e transparência).
de cibersegurança, impedindo que hackers
roubem dados sensíveis. No entanto, além
desses movimentos, os empresários também
precisam desempenhar seu papel, analisando
cada processo da organização e ponderando
quais dados são realmente necessários para
o bom funcionamento e planejamento da
empresa.
Por exemplo, é realmente necessário solicitar o
gênero e endereço físico do cliente no cadastro?
Em qual ocasião você utilizará foto do documento
dele; então é necessário pedir? E é necessário
fazer tantas perguntas no primeiro contato, ou
é possível coletar os dados aos poucos?
A forma como você coleta, protege e usa os
dados tranquilizará e ganhará a confiança do
seu cliente.

GUIA
DE
TENDÊNCIAS
53
53
Com a previsão de um mercado mundial de
US$ 407 bilhões até 2027 e 60% das empresas
preparando o terreno para aplicar Inteligência
Artificial (IA) para aumentar a produtividade
(Forbes, 2023), esta tecnologia surge em nossas
vidas prometendo impactar tudo, principalmente
a forma como as empresas operam internamente.
Com o aumento da acessibilidade de
ferramentas alimentadas por IA, podemos ver
cada vez mais empresas se aproveitando dela
para melhorar seus negócios.
Aqui, vamos além de uma automação
inteligente e independente. A IA generativa
está impulsionando a criatividade dos usuários,
permitindo que os colaboradores pensem em
formas mais elaboradas de resolver problemas
e idear soluções, além de agilizar atividades
rotineiras, como o uso da IA RFP Genie pela
Twilio, que reduziu a criação de documentos de
TENDÊNCIA 18
COLABORADOR
TECH
cotação de semanas para minutos. A adição da
IA como um copiloto do colaborador, além de
trazer vantagens operacionais para a empresa,
também atrai e retém profissionais. Segundo uma
pesquisa da Backslash, 70% dos trabalhadores
mais jovens dizem que mudariam de emprego
para trabalhar em uma empresa que oferece
ferramentas que auxiliam na produtividade.
Essa oferta atrai até os mais experientes, com
52% da geração X e 37% dos Baby Boomers
concordando com este posicionamento.
Com a IA realizando atividades mais técnicas e
repetitivas, como criação, revisão e diagnósticos
de documentos e processos, os colaboradores
terão mais tempo para operações que
requerem habilidades mais humanas, como
as que envolvem estratégia e interação social.
Porém, não podemos ignorar as consequências
dessa implementação. Em meio a essa inclusão,
o mercado de trabalho passará por grandes
mudanças. Enquanto a estimativa mostra que
mais de 400 milhões de trabalhadores poderão
ser deslocados por causa da IA (McKinsey,
2023), o Fórum Econômico Mundial prevê que a
IA criará cerca de 97 milhões de novos empregos
nos próximos anos, muitos relacionados à
interação e programação da tecnologia. Isso nos
mostra que é preciso se preparar para abraçar
as ferramentas inteligentes, promovendo
a experimentação e capacitação dos
colaboradores. A adoção de IA tem o potencial
de ser um divisor de águas para pequenos
negócios no cenário competitivo. Com as
tecnologias de IA se tornando mais acessíveis, as
pequenas empresas tendem a ter cada vez mais
acesso a essas ferramentas tecnológicas para
obter vantagem competitiva.
Vamos experimentar a IA?
São inúmeras as ferramentas alimentadas por IA
que podem ajudar o seu dia a dia, e uma das mais
populares e mais usadas é o Chat GPT. Acesse a
ferramenta online (chatgpt.com) e escolha um dos
prompts abaixo para experimentar!

Para resumir textos:
“Resuma este texto em um parágrafo curto,
destacando os pontos mais importantes e as
principais conclusões.”

Para criar conteúdos para as redes sociais:
“Escreva um post para [nome da rede social] sobre
[tema do post] direcionado para [público-alvo].
O post deve ser [características desejadas - ex:
informativo, inspirador, divertido] e ter um tom de voz
[tom de voz da marca como “despojado”, “formal”,
“divertido”, etc].”

Para idear um produto para uma geração específica:
“Crie ideias de produtos ou serviços inovadores que
atendam às necessidades e desejos da geração
[nome da geração - ex: Millennials, Geração Z,
Baby Boomers], considerando suas características
principais, como [valores, comportamentos, hábitos
de consumo].”
Lembrando que a IA é como um ser vivo! Você pode
refinar seu pedido, simplesmente conversando com ela
e contando um pouco mais sobre sua empresa e o que
você busca alcançar com o pedido.
Consulte
também este
material do
Sebrae

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TENDÊNCIAS
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A inteligência artificial deixou de ser novidade
e agora é uma ferramenta onipresente. Só aqui
no Guia, quantas vezes você viu o termo “IA”
ou “inteligência artificial” até agora? Além do
potencial como recurso de trabalho e ferramenta
para rotinas diárias (como visto na tendência
#18), o uso da IA vai muito além e traz a
oportunidade de revisitar ideias que, até então,
pareciam impossíveis.
Muitos anos atrás, produções cinematográficas
como Star Trek nos apresentavam um futuro
que, até cinco anos atrás, parecia distante.
Agora, graças aos últimos avanços tecnológicos,
o holograma e a clonagem de alimentos já se
tornam realidade através de ferramentas como
a IA e a impressora 3D. Outra ideia que parecia
distante, mas que está surgindo mais rápido
TENDÊNCIA 19
IA IMPULSIONANDO
OUTRAS
TECNOLOGIAS
do que o esperado, é a inteligência artificial
do filme Her, que se materializa de forma
semelhante na vida real com novas tecnologias
como GPT-4o. A IA está viabilizando produtos
inovadores e aprimorando itens rotineiros.
No segmento de segurança, a IA preditiva
permite que câmeras de segurança analisem
gravações em tempo real e identifiquem padrões
e comportamentos estranhos automaticamente,
antecipando a possibilidade de crimes antes
mesmo de ocorrerem. Na área da saúde, devido
ao seu grande poder de análise de dados, a
IA permite identificar doenças com exatidão,
como a SkinVision, que identifica 95% dos casos
de câncer de pele, ou ainda existem outras
pesquisas que estudam a IA, que mostram
que é possível redesenhar o DNA humano,
impedindo doenças hereditárias. A IA nos dá a
oportunidade de rever e ressignificar projetos
antes abandonados ou pausados, agora com
uma visão cheia de possibilidades.
Como podemos aplicar isso aos pequenos
negócios? Podemos revisitar ideias antigas
com uma nova mentalidade. A IA permite que
avancemos de forma facilitada em muitas
áreas que antes pareciam impossíveis. Muitas
tecnologias ficaram em standby e voltaram
com força com o surgimento da IA.
Uma ideia mirabolante que estava na gaveta?
Agora, algumas coisas não estão mais tão
impossíveis assim.
Estamos cada vez mais perto de criar a impressora de alimentos
do filme de ficção científica Star Trek. Em 2023, engenheiros
da Universidade Columbia, em Nova Iorque, criaram o primeiro
cheesecake preparado por uma impressora 3D.

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Com o dinamismo do mercado e o avanço
de tecnologias surpreendentes nos últimos
anos, diversos setores de tecnologia foram
impactados e acelerados. Entre eles está a
biotecnologia, que começou há séculos com
a manipulação de plantas e a fermentação de
organismos para remédios e alimentos, e agora
está chegando a um ponto em que é capaz de
reescrever cadeias genéticas para evitar doenças
hereditárias e degenerações celulares.
Biotecnologia é basicamente o estudo de
processos biológicos da natureza para
criar novos produtos, seja para a medicina,
agricultura, produção de alimentos ou mesmo
itens de varejo. Considerando nosso contexto
de crise ambiental e de saúde, estudar o
relacionamento natural e orgânico nunca foi tão
importante. Na Índia, por exemplo, a indústria de
biotecnologia está estimada em 101,5 bilhões
TENDÊNCIA 20
O CRESCIMENTO DA
BIOTECNOLOGIA
de dólares, e crescerá para 297,2 bilhões até
2030, segundo a Custom Market Insights. Este
crescimento também é percebido nos EUA,
com estimativas de mercado chegando a
763,82 bilhões de dólares até 2033, segundo
a Precedence Research. Com o interesse
de grandes organizações e governos, o
financiamento de pesquisas voltadas para
este setor cresce, principalmente nas áreas de
saúde, agronegócio e engenharia.
Este setor está em crescimento tão significante
que se torna uma tendência por si só. Aqui
vemos uma oportunidade para novos
empreendimentos que desejam entrar nesse
mercado, seja com pesquisas para melhorar
o processamento e alternativas veganas de
alimentos, ou na criação de novos produtos
biológicos, como bolsas de couro vegano feitas
a partir de fibras de cogumelos e embalagens
de bioplástico*
de casca de banana. Esta
oportunidade também se estende a empresas
que desejam se tornar fornecedoras para
negócios de biotecnologia, entregando
ferramentas, materiais e matérias-primas.
* Materiais que possuem um comportamento semelhante ao
plástico, mas são derivados de fontes renováveis como amido de
cana-de-açúcar e cascas de frutas.
Rolos de couro feitos a partir da fruta kiwi.
Com uma
biodiversidade
riquíssima e a
potência agrí
cola
que o Brasil é, a
biotecnologia é
campo aberto para
a inovação.
Embrapii

Quando pensamos em universo virtual,
frequentemente imaginamos um cenário
gamificado, uma cidade digital com avatares
interagindo em uma simulação do mundo real
no meio virtual. Embora essa visão seja popular
e não esteja equivocada, a tecnologia dos
universos virtuais evoluiu, combinando-se
com outras ferramentas, como inteligência
artificial (IA), realidade aumentada (RA),
gadgets acionados por comandos de voz e
gestos intuitivos, e assim por diante. Agora,
podemos enxergar estes ambientes não apenas
como um universo à parte, mas como uma
integração entre o mundo real e o virtual.
A combinação dessas tecnologias fez com que
o conceito de universo virtual se tornasse muito
mais útil para os negócios do que uma simples
TENDÊNCIA 21
O UNIVERSO VIRTUAL
PODE NÃO ESTAR
MORTO
extensão digital de uma loja física. A aplicação
dessa ferramenta é valiosa tanto para facilitar
estratégias de omniexperiência quanto para
desenvolver ações internas de melhorias e
otimização do negócio. Em alguns casos, o
universo virtual pode até ser o foco principal do
produto, como no caso dos smart glasses, que
permitem trazer seu escritório virtual, com todos
os arquivos, telas e acessos, para qualquer lugar,
integrado ao ambiente em que você estiver.
Já a Amazon, por exemplo, lançou um sistema
de compras online disponível dentro de jogos
virtuais, como o Peridot. Dessa forma, na sua
experiência de omnichannel, o consumidor pode
comprar na loja diretamente pelas redes sociais,
no e-commerce e agora também dentro dos jogos
favoritos, sem precisar abrir novas janelas.
Além disso, é possível usar o universo virtual
para, por exemplo, criar simulações avançadas
e inteligentes - chamadas digital twins, e para
treinamentos de alto risco, permitindo que os
colaboradores pratiquem antes de realizar
atividades perigosas.
É essencial considerar as possibilidades que o
universo virtual oferece e como ele pode facilitar
as atividades da sua empresa e aumentar a
Os universos virtuais são mundos paralelos que aliam realidade virtual,
realidade aumentada e inteligência artificial para simular interações
do mundo físico. Embora existam diversas plataformas que trabalham
esta ideia, ela se popularizou com o lançamento do metaverso “Meta”,
de Mark Zuckerberg.
produtividade dos seus colaboradores. Embora
muitas das aplicações e ferramentas relacionadas
ainda não estejam totalmente acessíveis e muitas
soluções sejam voltadas para grandes indústrias
ou um público restrito, essa tecnologia está se
tornando cada vez mais tangível. O universo
virtual não morreu: ele se transformou e
agora traz mais aplicabilidade para a rotina
das empresas.
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TENDÊNCIA 22
REALIDADE
MISTA 2.0
Imagine sair de casa com nada além de um
pequeno broche e ser capaz de realizar qualquer
atividade que você faria com um smartphone
ou computador, a apenas alguns gestos de
distância. Ou ainda, ao andar pelas ruas, ver
um tênis holográfico gigante em meio à praça,
anunciando uma marca famosa. Nos últimos
anos, tivemos um vislumbre dessas experiências
figitais através da realidade aumentada (RA),
mas o uso de RA foi muitas vezes limitado
a simulações simples e imperfeitas. Agora,
impulsionada pelos avanços tecnológicos da
inteligência artificial (IA), a ideia de realidade
mista promete mesclar de forma cada vez mais
natural a realidade com o mundo virtual.
Seja para proporcionar uma experiência marcante
que gere muitos compartilhamentos orgânicos
nas redes sociais ou para trazer maior praticidade
à rotina de consumidores e empresários, a
integração do digital com a nossa realidade
vai além de ser meramente “interessante”. Dois
cenários de exemplo: (1) no ramo da educação,
as simulações estão se aprimorando, tornando-se
mais realistas para treinar alunos e professores
em situações arriscadas, como cirurgias médicas
ou manutenção de maquinário, combinando a
visão digital com movimentos reais; (2) em um
exemplo de hiperpersonalização, o cliente em
uma loja é “escaneado”, permitindo que ele
experimente roupas virtuais em seu corpo real,
diminuindo a taxa de insatisfação e devolução de
peças, por exemplo. Tudo isso acontecerá de
forma intuitiva, com gestos e ações naturais,
sem a necessidade de grandes dispositivos: a
IA identificará e interpretará gestos de forma
inteligente, realizando as ações adequadas.
Mesmo que esses gadgets inteligentes e a
produção de experiências figitais ainda não
sejam amplamente acessíveis, é importante
estar atento à evolução dessa tecnologia. Hoje
vemos os encorpados óculos Apple Vision, mas
amanhã veremos incorporados no nosso dia a
dia, acessórios mais simples e discretos, como
os AI pins da Humane. À medida que seu uso se
torna mais democrático e simplificado (o que não
deve demorar muito), esses dispositivos devem
se integrar ao contexto dos negócios e substituir
itens e rotinas do dia a dia que hoje consideramos
insubstituíveis, como nossos smartphones ou uma
simples prova de roupas.
Tecnologias de realidade aumentada nos permitirão mesclar o virtual
com a nossa realidade de forma cada vez mais natural.

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RECONEXÃO
HUMANA
Em um mundo hiperconectado
digitalmente, a conexão verdadeiramente
humana ganha destaque como solução
para o bem-estar social.

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Em poucos anos, trocamos nossas interações
sociais presenciais por conexões digitais,
com reuniões por videoconferência, bate-papos
por mensagens de texto e áudio, e momentos
de entretenimento com amigos via redes
sociais e jogos online. Mesmo com diversos
formatos digitais para auxiliar a comunicação
e mais avanços para que essas ferramentas
se aproximem de uma interação real, as telas
brilhantes, o bombardeio de informações, a
pressão das interações nas redes sociais e o
excesso de propagandas e anúncios “compre
agora mesmo” levaram ao estresse e ao
esgotamento mental. Além disso, a falta de
prática em conversar e interagir presencialmente
resultam em isolamento e solidão.
TENDÊNCIA 23
EQUILÍBRIO
HUMANO X
TECNOLOGIA
O relatório Youth Trends da Voxburner confirma
que 54% dos jovens da geração Z se preocupam
com o tempo excessivo que passam nas redes
sociais. Com essa preocupação e buscando
um maior equilíbrio entre a conectividade e os
momentos mais analógicos, um grupo de Nova
Iorque chamado “Luddite Club” tem incentivado
cada vez mais membros com sua estratégia
que alterna os dois lados da moeda. Eles
continuam usando ferramentas atuais, como
smartphones, mas optam por dispositivos
menos “inteligentes”, como celulares com
funções limitadas apenas para ligações, nos
momentos em que não precisam ou não querem
alta conectividade.
Nesta tendência, a WGSN destaca um fenômeno
chamado J.O.L.O (Joy Of Logging Off, ou “prazer
de se desconectar”), que confirma essa busca
por diminuir o tempo nas telas e aumentar as
interações analógicas para promover a saúde
mental e um melhor gerenciamento do tempo.
Empreendedores precisam estar atentos a
esta tendência, buscando entender como
podem melhor atender seu público tanto em
momentos de alta conectividade quanto em
momentos de distanciamento digital. Algumas
marcas, como a Othership, passaram a conectar
seus produtos e valores a momentos de interação
social, promovendo ambientes e eventos para
encontros sociais. Outras marcas criaram
produtos feitos para momentos J.O.L.O, como
o Nokia 150, um modelo de celular apenas com
as funções básicas e essenciais de um telefone.
Como a sua empresa pode ser parceira do seu
público nesse momento de equilíbrio entre o
tempo longe e perto das telas?
Nokia 150, o retorno do ‘celular antigo’ que se
populariza entre jovens como alternativa para a
diminuição das telas e conectividade excessiva.

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A praticidade de acessar tudo o que precisamos
no conforto de casa, sem enfrentar filas, trânsito
e o caos do dia a dia, nos levou a adotar os
meios digitais para compras, trabalho, educação
e muito mais. Essa experiência remota tornou-
se a preferência de muitos, proporcionando um
melhor aproveitamento do tempo e flexibilidade
no dia a dia, além de melhorias na produtividade.
Em contrapartida, esse cenário impacta nossa
frequência social e até mesmo nossa capacidade
de interações reais, cara a cara, resultando em
problemas na comunicação e na saúde.
Embora o meio digital nos permita conectar
com milhares de pessoas online, muitas
pessoas confirmam que a falta de interações
reais as deixou mais solitárias. Segundo a VML,
71% dos entrevistados acreditam que a solidão é
TENDÊNCIA 24
REPENSANDO
ESPAÇOS
FÍSICOS
uma epidemia global, e 66% lamentam que hoje
em dia perdemos o senso de comunidade.
No entanto, muitas pessoas não se isolam
de grupos sociais porque querem, e mesmo
aqueles que preferem uma relação através das
telas acabam repensando seu estilo de vida e
buscando maior vivência presencial para seu
bem-estar físico e mental. Diversas pesquisas,
como a da psicóloga e especialista de Stanford
Emma Seppala, comprovam que encontros
sociais saudáveis reduzem os efeitos do
estresse, ansiedade e depressão, além de
melhorar o senso de empatia, cooperação e
confiança entre os envolvidos.
Esses fatos nos mostram uma oportunidade
de repensar o objetivo dos espaços físicos
que existem hoje. Com o ensino e o trabalho
remotos, pensávamos que as universidades
e os escritórios perderiam sua utilidade, mas
isso não é verdade. Agora, precisamos enxergar
esses ambientes com um foco na interação e
colaboração, o que impacta positivamente a
produtividade e a sensação de comunidade,
pontos de grande importância nesses contextos.
Marcas também estão repensando sua
relação com o público, promovendo
ambientes sociais através de eventos, ou
reformulando suas lojas físicas para oferecer
atividades, programações ou eventos que
incentivem a experimentação de produtos
e conexão entre as pessoas, melhorando suas
vidas e seu relacionamento com a marca.
E até serviços estão sendo redesenhados com
este propósito: outro dia um
restaurante anunciou “a companhia
é por nossa conta”; a ideia é que o
próprio restaurante organiza uma mesa de
amigos para você não precisar jantar sozinho.
Bom, não?

Organize eventos: Demonstrações de produtos,
degustações, oficinas criativas, palestras,
apresentações musicais, exposições de arte ou
saraus literários.

Interação no local: Área para experimentação de
produtos, cantinho de leitura ou mural de fotos.

Parcerias locais: Convidar cafés ou artistas
locais, colaborar com ONGs ou projetos sociais.

Atendimento personalizado: Use a loja física
para um serviço consultivo e experimental,
complementando a praticidade da compra
online.

Treinamento de vendedores: Garantir que
vendedores, mesmo remotos, conheçam bem os
produtos e ofereçam atendimento personalizado.

Programa de fidelidade: Recompensar clientes
frequentes com descontos, brindes ou
acesso a eventos exclusivos.

Grupos de discussão: Organizar clubes de
leitura ou encontros temáticos para reunir
clientes com interesses comuns.

Integração digital: Facilitar compras online com
otimizações digitais, como cadastro de medidas
reais do corpo.

Centro de refil: Oferecer refil de produtos para
economizar e ser mais sustentável.

Reciclagem e reparos: Implementar programas
de coleta para reciclagem ou descarte correto
e oferecer serviços de reparo na loja física.
Precisando de ideias para repensar seus espaços?

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Quando muitas pessoas pensam em “cativar
um público”, principalmente quando pensamos
em experiências marcantes e divertidas, muitas
vezes imaginam um grupo de pessoas que
gostam de música alta, conversas em grandes
grupos ou mesmo pessoas pulando na lama
em um festival. No entanto, a interação em
momentos de diversão e bem-estar vai muito
além disso, e o público que busca consumir
produtos e serviços, seja voltados para
entretenimento em eventos específicos, ou
simplesmente boas experiências no dia a dia,
é muito mais diversificado do que o padrão ao
qual estamos acostumados.
Com cerca de 15% da população
mundial diagnosticada com algum tipo de
neurodiversidade (segundo a VML) e uma
estimativa do Conselho Nacional de Saúde de 2
milhões de pessoas somente no Brasil (fora as
TENDÊNCIA 25
EXPERIÊNCIAS
INCLUSIVAS
que ainda não foram diagnosticadas), é essencial
estar atento a esse público e às necessidades
únicas de cada condição como TDAH*
, autismo,
dislexia, síndrome de Tourette...
Atualmente, encontramos - ainda que com
certa dificuldade - ferramentas que ajudam as
pessoas diagnosticadas a se adaptarem
à rotina existente, como os tampões de ouvido
Loops ou as cadeiras dinâmicas para TDAH
da Pipersong, mas poucos são os ambientes
e soluções desenhados para incluí-las de
forma plena.
Embora cada condição possua níveis e
características diferentes, é possível criar
soluções inclusivas que integram as pessoas
de forma confortável, sem deixar ninguém de
lado. Alguns guias, como o da The Neu Project,
indicam pontos simples para tornar seu serviço,
evento ou ambiente de trabalho mais inclusivo
para todos. Essa tendência também nos alerta
sobre a importância de buscar a inclusão para
além das pessoas neurotípicas. Hoje, existem
mais de 18 milhões de brasileiros com algum
tipo de deficiência física, seja na visão, fala,
* Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
audição ou motora. Com necessidades
semelhantes, a população idosa também
cresce e precisa ser considerada. Desenvolver
produtos e soluções sem complicações
ou estresse, de uso prático, ergonômico e
adaptativo, é uma forma de se diferenciar
no mercado como uma marca empática, que
pensa nas necessidades do povo brasileiro.
O Big Umbrella Festival do Lincoln Center é um
evento inclusivo, repleto de espaços descontraídos
com experiências multissensoriais, performances,
instalações e workshops.

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REINVENTANDO A
GESTÃO
As marcas estão sendo expostas pelo
mercado. O que é visto e buscado pelo
público vai muito além de seus produtos,
e o que acontece internamente nas
empresas também é analisado e julgado.
A boa comunicação e a transparência de
ações nunca foram tão importantes.

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A internet possibilitou a transição de nossas
lojas físicas, que atendiam um público seleto
de clientes, para o meio online, que permitiu
às marcas entrar facilmente em contato com
consumidores de outras cidades, estados e até
países. No entanto, sempre houve um obstáculo
que complicava as transações para outras
culturas: a barreira linguística.
TENDÊNCIA 26
COMUNICAÇÃO
SEM LIMITES
Aprender uma nova língua não é simples, e mesmo
que o inglês ou o espanhol sejam formas mais
universais de comunicação, em um mundo onde
os consumidores buscam uma conexão próxima
entre marca e cliente, falar a mesma língua se
torna um diferencial de empatia. Os tradutores
automáticos ajudam muito nesse aspecto, mas,
além de se limitarem a texto, é preciso tomar
cuidado para não traduzir de forma errônea e
robótica. Então, como podemos aproveitar ao
máximo esta incrível oportunidade que a internet
e a globalização oferecem para o mercado? A
inteligência artificial (IA) pode ser a resposta.
Os avanços da IA permitem a leitura de dados
de forma inteligente e praticamente imediata,
e essas qualidades estão sendo usadas
para possibilitar a criação de vídeos e textos
com tradução instantânea, considerando não
apenas palavras sinônimas literais, mas também
a adaptação de expressões e até mesmo o tom
de voz. A Deepfake*
da HeyGen, por exemplo,
permite que você carregue vídeos de pessoas
narrando, e ele automaticamente adapta esse
clipe para 14 idiomas diferentes, alterando a fala,
o tom de voz e as expressões faciais. Da mesma
* Técnica de manipulação de mídia com inteligência artificial
forma, os vídeos que se popularizaram nas redes
sociais de pessoas famosas falando diferentes
frases e idiomas falsos também se aproveitam da
mesma tecnologia, como o vídeo falso do Morgan
Freeman ou a Elizabeth Olsen falando português
(aqui também mora o perigo da tecnologia,
infelizmente). O Spotify está aproveitando essa
dos consumidores mundiais preferem comprar
produtos que se comuniquem com o seu idioma, e
40% afirmaram que nunca vão realizar compras on-line
em sites que não estejam em sua língua nativa.
CSA Research, 2020
tecnologia para traduzir em tempo real seus
podcasts e trazer mais acessibilidade para o
mundo. Essas traduções instantâneas irão mudar
a forma como vemos e nos comunicamos com
o mercado, aumentando as oportunidades para
os negócios, e as pequenas empresas não ficam
fora desta evolução.

À medida que a competência técnica da IA atinge
novos patamares, torna-se evidente que são
a liderança, inteligência social e comunicação
eficaz que ajudarão os humanos a se
destacarem. No entanto, o tempo passando em
frente às telas fez com que muitos profissionais
do mercado, principalmente da geração Z,
se tornassem menos hábeis em habilidades
interpessoais. Por outro lado, os colaboradores
mais experientes, que possuem habilidades
sociais e compreensão do contexto empresarial,
se verão forçados a atualizar seus conhecimentos
para incluir o uso de tecnologias como a IA.
Com a velocidade com que o mercado se
modifica, muitas habilidades se tornam
obsoletas rapidamente, o que coloca em
questão a eficácia do formato tradicional de
educação - como as universidades, que há
tempos sofrem críticas do mercado por não
TENDÊNCIA 27
APRENDIZAGEM
CONTÍNUA
prepararem bons profissionais. Esse cenário
se torna ainda mais complexo com o aumento
do formato de educação remota, que impacta
diretamente na aprendizagem de habilidades
interpessoais dos novos trabalhadores.
Diante deste cenário, é essencial que os
profissionais estejam continuamente
atualizados e se aprimorem nas tecnologias
que estão transformando o mercado. Em
um mundo onde as máquinas desempenharão
um papel cada vez mais significativo, os seres
humanos precisam saber lidar com elas em
seu potencial, além de também desenvolver
habilidades verdadeiramente humanas para se
manterem relevantes.
Independente do caso, empresas precisam
ajustar suas expectativas e se preparar para
contratar e capacitar seus colaboradores
dentro da própria empresa. Neste cenário volátil,
não se pode mais priorizar a contratação com
base apenas em diplomas, e nem é possível
ficar esperando a contratação do profissional
totalmente perfeito e preparado; é preciso
investir em aprendizagem contínua internamente,
para manter os colaboradores atualizados.
Parcerias com universidades, uso de inteligência
artificial como ferramenta de coaching para
os colaboradores e rodízio de aprendizagem
entre o próprio time são algumas das formas
de promover uma cultura de aprendizagem
constante na empresa.
À medida que aumenta
a adoção de tecnologia,
50% de todos os profissionais
precisarão de requalificação
até 2025.
Fórum Econômico Mundial sobre o
Futuro dos Empregos
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TENDÊNCIA 28
IMPACTO
CLIMÁTICO NO
TRABALHO
Quando abordamos a sustentabilidade, muitas
empresas parecem estar engajadas nesse
tema. No entanto, são poucas aquelas que
realmente se conscientizam sobre como os
impactos da crise do planeta afetam seu maior
recurso: o colaborador. Com as ondas de
calor impactando a experiência do trabalhador,
não é somente sobre a produtividade que é
preciso se preocupar: este fator também afeta a
saúde do colaborador. Segundo uma pesquisa
da Organização Internacional do Trabalho, até
2030 é previsto que mais de 2% das horas de
trabalho totais em todo o mundo sejam perdidas
a cada ano, seja porque estará muito quente
para trabalhar ou porque as pessoas precisam
trabalhar em um ritmo mais lento.
O secretário-geral da ONU, António Guterres,
declarou que o mês de julho de 2023 foi
confirmado como o mês mais quente do mundo
já registrado: “Chegamos à era da fervura
global”. Até então, as greves decorrentes do
calor excessivo têm ocorrido principalmente em
negócios onde o trabalhador realiza atividades
externas, como a construção civil e entregas
de encomendas. Na Grécia, trabalhadores
fazem greve durante as 4 horas mais quentes
do dia, e nos EUA, os entregadores da Amazon
protestaram contra as condições de trabalho
inseguras devido ao calor insuportável.
Mas com o aquecimento intensificando, os
demais aspectos do dia a dia irão afetar os
colaboradores, independentemente de seu
modelo de trabalho - por exemplo, o percurso
casa-trabalho-casa feito em transporte público.
Negócios precisarão repensar seus modelos e
formatos de trabalho, levando em conta o risco
climático em sua estratégia central.Pausas
obrigatórias em um ambiente de descanso,
ferramentas de resfriamento como acessórios e
Chegamos à era da fervura global.
António Guterres, secretário-geral da ONU
roupas leves, mudança de
turno para horas mais frescas do dia e
automação para que a máquina trabalhe
externamente através dos comandos do
colaborador protegido são algumas das
mudanças que já mostram um cuidado e
preocupação com a saúde do trabalhador.
As mudanças climáticas agora são
oficialmente uma questão trabalhista,
e as empresas que proativamente se
adaptarem a esse novo contexto estarão à
frente do mercado.

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À medida que novas tecnologias surgem para
aprimorar nossos negócios, com a digitalização
de informações para trazer mais praticidade
ao dia a dia e a inteligência artificial facilitando
nossa criatividade e automatizando processos,
essas inovações também concedem poder a
pessoas com más intenções. E, à medida que o
mercado digital evolui rapidamente, os crimes
cibernéticos também acompanham.
A Cybersecurity Ventures prevê que o cibercrime
custará às empresas em todo o mundo cerca de
US$ 10,5 bilhões anuais até 2025. E engana-se
quem pensa que esses ataques atingem
apenas grandes empresas: um estudo da
Accenture mostra que 43% desses crimes são
direcionados a pequenas empresas.
O mesmo relatório também revela que apenas
14% desses pequenos negócios estão preparados
para se defender, estando suscetíveis a
diversos golpes, como roubo de dados
pessoais dos clientes, desvio de elementos
TENDÊNCIA 29
CIBERSEGURANÇA
da cadeia de suprimentos e até deepfakes -
edições detalhadas por inteligência artificial - de
vídeo ou áudio, manipulando colaboradores e
responsáveis da empresa a transferirem dinheiro
e outros bens para criminosos. Empresas que
não garantem sua segurança comprometem
mais do que seus próprios bens. Segundo uma
pesquisa da Vercara, 66% dos consumidores dos
EUA já afirmam que não confiariam seus dados
e não consumiriam de uma empresa que foi
vítima de um ataque cibernético, com 44% dos
entrevistados afirmando que os incidentes são
atribuídos ao fato de a empresa não ter adotado
medidas de segurança – principalmente quando
se trata de uma empresa de grande porte. É
essencial investir em soluções de cibersegurança
sempre atualizadas para proteger seu negócio
de ataques que estão em constante reinvenção,
como serviços de cibersegurança, como a
Agility; ou ainda as seguradoras de crimes
cibernéticos, como a AIG. Da mesma forma, é
necessário preparar os colaboradores sobre
o uso e consumo seguro de informações
externas, auxiliando-os a identificar fake news
e golpes, e compartilhar apenas informações
confirmadamente verdadeiras, além de evitar o
acúmulo de dados sensíveis e desnecessários
para a empresa.
Em fevereiro de 2024, uma empresa de Hong
Kong caiu em um golpe milionário que marcou
o cenário do cibercrime. Como parte da rotina,
um dos executivos da multinacional participou
de uma reunião online com o diretor financeiro
e outros colaboradores, todos conversando
naturalmente e com suas câmeras abertas.
Durante a reunião, o suposto diretor pediu ao
executivo que transferisse US$25,6 milhões
de dólares, que foi aprovado pelos demais
companheiros da reunião. Acontece que, ao
final da transferência, a reunião toda foi um
golpe, onde os criminosos utilizaram Deepfake,
criando avatares virtuais com aparência e voz
iguais às pessoas reais, para enganar
o executivo.

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TENDÊNCIAS
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TENDÊNCIA 30
EMPRESA SOCIAL
FRIENDLY
O estilo de vida workaholic, romantizado através
de horas extras e noites sem dormir, já não é
mais inspirador. Muitos trabalhadores têm
enfrentado as consequências desse estilo
de vida, experimentando níveis elevados de
estresse, o que resulta em problemas de saúde
física e mental, como a síndrome de Burnout.
No Brasil, por exemplo, a Associação Nacional
de Medicina do Trabalho relata que 30% da
população é afetada por essa doença, tornando o
país o segundo com mais casos.
Atualmente, os colaboradores buscam um
equilíbrio mais justo entre vida pessoal e
profissional, optando por ambientes de
trabalho que valorizem o bem-estar. Além disso,
estão em busca de empresas que compartilhem
valores alinhados aos seus próprios, fazendo-os
sentir que estão contribuindo para um impacto
positivo na sociedade. Eles desejam se dedicar
a algo em que acreditam e não querem ser
obrigados a pensar em trabalho durante seus
momentos de lazer, fora do horário comercial.
Esse fenômeno é popularmente conhecido como
“Quiet Quitting”, que está forçando as empresas a
reavaliarem sua cultura e processos de trabalho.
Como resposta a essa negação das demandas,
surge o movimento “The Great Resignation”,
representando a demissão em massa de milhares
de trabalhadores insatisfeitos em todo o mundo.
No primeiro semestre de 2022, quase 3 milhões
de brasileiros pediram demissão, de acordo
com uma pesquisa da Federação das Indústrias
do Rio de Janeiro. Esse risco é ainda maior à
medida que os jovens da geração Z, conhecidos
por serem firmes em relação aos seus valores
e ideais de trabalho, recusam-se a trabalhar
em empresas que não priorizem o bem-estar
e o equilíbrio de vida de seus colaboradores.
Dar atenção a esse tema e transformar a
cultura interna em um ambiente que impacta
positivamente os times também traz benefícios
para a própria empresa. Uma pesquisa da
Gallup Organization mostra que empresas que
engajam e cuidam de seus colaboradores são
21% mais rentáveis, enquanto outra pesquisa
da Oxford também nos mostra os efeitos
destes cuidados, tornando os colaboradores
12% mais produtivos.
Uma estratégia para buscar esse equilíbrio
na vida dos profissionais é a implementação
da jornada de trabalho de 4 dias, em vez
dos tradicionais 5. Apesar de controverso, as
empresas que adotaram esse modelo notaram
um crescimento de 20 a 40% na produtividade
da empresa, segundo a Gitnux. Além disso,
esse cuidado com os profissionais internos é
bem visto no mercado, sendo um fator decisivo
para os consumidores, que buscam cada vez
mais marcas que impactem positivamente a
sociedade, tanto dentro quanto fora da empresa.
mais rentáveis são as
empresas que engajam
e cuidam de seus
colaboradores
Gallup Organization
Mais de 280 mil opiniões de funcionários
do Fortune Best Small Medium
Workplaces™ determinaram que os
colaboradores de pequenas e médias
empresas estão tendo experiências
extremamente positivas – particularmente
nos sentimentos de pertencimento,
confiança na liderança e orgulho no
trabalho. Nossos dados mostram que
quando as empresas se destacam
nessas áreas, os funcionários tendem
a experimentar níveis mais altos de
bem-estar e propósito em seu trabalho,
além de recomendar o local de trabalho
para outras pessoas.
Great Place To Work: Best Small and Medium
Workspace 2023

O mercado está se tornando cada vez mais
exigente, e nunca antes vimos um público
tão vasto e diversificado, acompanhado por
um avanço tecnológico tão dinâmico e uma
plataforma tão ampla para inúmeras marcas
operarem. Chegou um momento em que
enfrentar todos esses desafios já não é tão
simples, e muitas empresas perceberam que é
necessário unir forças para cativar o público e
crescer no cenário empreendedor.
Seja para alcançar uma meta sustentável
da empresa, implementando estratégias de
economia circular, como o descarte de resíduos
como matéria-prima de terceiros, ou para
incentivar o avanço tecnológico por meio da
troca de conhecimento e práticas, a parceria
entre empresas se torna uma excelente
oportunidade para o crescimento de marcas no
mercado. Existem outras formas de colaboração
TENDÊNCIA 31
ECONOMIA
COLABORATIVA
entre empresas, como as collabs, nas quais
marcas se unem para lançar produtos especiais
de edição limitada, como a colaboração entre a
Crocs e diversas marcas, como o McDonald’s,
ou a Quem disse Berenice, com o Guaraná
Antártica. Há também os Retail Media, uma
estratégia na qual as marcas fazem parcerias
com empresas de varejo populares para aplicar
anúncios em seus sites e pontos de venda
físicos. Uma boa estratégia de colaboração
traz maior eficiência nas operações de ambas
as empresas, além de custos menores na
cadeia de abastecimento, estratégias mais
refinadas de atuação no mercado, preços
mais vantajosos e uma melhor capacidade de
atender às necessidades de seu público. Com
essas qualidades em vista, uma pesquisa da
Nielsen mostra que mais de 2 bilhões de dólares
foram investidos nos últimos anos em programas
de colaboração entre varejistas, sem contar o que
foi investido em outros setores.
As estratégias que podem surgir de uma boa
parceria são inúmeras, e nessas horas não
existem concorrentes quando a missão principal
é somar forças para atrair e proporcionar uma
melhor experiência para o cliente.
GUIA
DE
TENDÊNCIAS
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O que achou da sua leitura
do Guia de Tendências?
Sua opinião é importante
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TENDÊNCIAS
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de Tendências
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segmento específico do mercado. São cerca de 10 tendências em cada um, e vários
cases que vão facilitar a compreensão de como aplicar as tendências no seu negócio.
Varejo
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DE
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aos participantes uma experiência de imersão em inovação e tendências.
É um dia de atividade, saindo para uma rota de visitas presenciais a
empresas com modelos de negócios inovadores e que aplicam
tendências na prática - uma super oportunidade para observar, explorar,
perceber, captar e registrar sinais presentes em pessoas, ruas, produtos,
manifestações artísticas, gastronômicas, culturais, locais de agrupamentos
sociais ou de reurbanização e muito mais!
Você leu o Guia e agora quer planejar melhor a aplicação das tendências no seu negócio?
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selecionados especialmente para os empreendedores brasileiros.
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GUIA
DE
TENDÊNCIAS
OBSERVE! ANOTE! ANOTE TUDO! NÃO DEIXE ESCAPAR NADA!

A iridescência é um fenômeno visual fascinante
que se manifesta como a mudança de cores
conforme o ângulo de visão ou a iluminação.
Essa característica única tem influenciado diversas
áreas, como moda, design e arte, levando à
criação de peças e produtos que refletem essa
luminosidade e brilho em constante mutação.
Traz uma sensação de magia ao menos tempo que
é leve e sofisticada, representando a diversidade
cromática da natureza. A IRIDESCÊNCIA foi
a nossa inspiração para esta edição do
Guia de Tendências.
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GUIA
DE
TENDÊNCIAS
Referências
Accenture. Accenture Life Trends 2024 (2023) | Accenture. Banking on AI (2024) | Backslash.
Future of Employee Experience (2023) | Deloitte. Tech Trends 2024 (2023) | Euromonitor. Top
Five Digital Consumer Trends in 2024 (2024) | Forrester. Predictions 2024 (2023) | Future Today.
2024 Tech Trends Report (2024) | Foresight Factory. Reckoning with Reality (2024) | Info-tech.
IT Talent Trends (2024) | Insider Inteligence. Advertising Trends to Watch in 2024 (2023) |IBM.
5 Trends for 2024 (2023) |KPMG. Cybersecurity Considerations 2024 (2024) | KPMG. Future of
Work (2023) | KPMG. Trust in Artificial Intelligence (2023) | Mintel. Global Consumer Trends 2024
(2023) | Nielsen. 5 Key Trends to Watch in 2024 (2023) | Singularity University. 24 Tendências
em Tecnologia para 2024 (2024) | Trendhunter. Trend Report 2024 (2024) | VML Intelligence.
The Future 100 (2024) | WGSN. The Gen Z Equation | WGSN. O Fenômeno Alfa (2023) |WGSN.
STEPIC Drivers 2026 (2024) |Youtube. Culture Trends (2023)

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FICHA TÉCNICA
© 2024. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná – SEBRAE/PR
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
INFORMAÇÕES E CONTATO SEBRAE/PR
Rua Caeté, 150 – Prado Velho.
CEP 80220-300 – Curitiba – PR
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CONSELHO DELIBERATIVO
Ercílio Santinoni - Presidente
DIRETORIA EXECUTIVA
Vitor Roberto Tioqueta
César Reinaldo Rissete
José Gava Neto
GERENTE DA UNIDADE DE GESTÃO E INOVAÇÃO DE PRODUTOS
Joana D’Arc Julia de Melo
COORDENAÇÃO TÉCNICA DO DESENVOLVIMENTO - UNIDADE DE GESTÃO E INOVAÇÃO DE PRODUTOS
Mauricio Reck
CONSULTORIA DE DESENVOLVIMENTO
DUCO – direção e revisão de texto por Gisele Raulik Murphy; pesquisa e produção por Julia Fontana;
design gráfico por Suiane Cardoso.

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