Slides Aula 1 - Módulo 1
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ESPECIAIS
CURSO ON-LINE. MÓDULO 1
SÚMULA DA AULA
http://www.correiogoianotv.com.br/site/index.php/artigos/ver/127/a-gestao-do-
agroecossistema-na-agroecologia
Agricultura natural: Suas práticas Agricultura biológica: Surgiu na França, na
estão baseadas em conceitos década de 60, a partir dos trabalhos de Francis
ecológicos e trata de manter os Dhaboussou e outros. Destaca-se pelo
sistemas de produção iguais aos controle biológico, do Manejo Integrado
de pragas e doenças e pela Teoria da
encontrados na natureza. Trofobiose (efeito dos agroquímicos na
Resultou do trabalho do Biólogo resistência das plantas).
Masanobu Fujuosa na década
de 50.
Permacultura: Pode ser definida como Agricultura biodinâmica Esta agricultura se
uma agricultura integrada com o desenvolve em relação aos princípios
ambiente, que envolve plantas semi- filosóficos do humanista científico Rudolph
permanentes e permanentes, incluindo a Steiner (década de 30). Ele julga possível
atividade produtiva dos animais. Ela praticar uma agricultura que tem como
se diferencia das demais atividades princípio integrar os recursos naturais da
produtivas porque no planejamento leva- agricultura em conexão com as forças
se em conta os aspectos paisagísticos e cósmicas e suas diversas formas de valores
energéticos. espirituais e éticos, para chegar a ter uma
aproximação mais compreensível das
relações: agricultura e estilos de vida.
Agricultura
É um sistemaOrgânica:
de organização da produção agrícola com vistas a
promover e destacar a saúde do meio ambiente, preservar a
biodiversidade, os ciclos e as atividades biológicas do solo. Esse modelo
de agricultura enfatiza o uso de práticas de manejo em oposição ao uso
de elementos estranhos ao meio rural. Isso abrange, sempre que possível,
a administração de conhecimentos agronômicos, biológicos e até mesmo
mecânicos. Mas exclui a adoção de substâncias químicas ou outros materiais
sintéticos que desempenhem no solo funções estranhas às desempenhadas
pelo ecossistema. É tida por muitos autores como substituição de
insumos.
Agroecologi
É um estudo a
holístico dos agroecossistemas que
busca imitar os processos naturais, aplicando um
enfoque de manejo de recursos naturais que está
concebido para condições específicas de cada local e
que responde as necessidade e aspirações dos
agricultores de cada região. A agroecologia vai além
da simples substituição de insumos.
Agroecologia
Evolução da agricultura sustentável
Bases econômicas Certificação Biodiversidade funcional
Equidad
e Diversida
social de
cultural
Agricultura Agricultura
convencion AGROECOLOGIA
Sustentável
al
Integridade
do
Insumos Insumos Agroecossistemas Viabilida ecossistema
sintéticos alternativos (processos e sinergias) de
econômi
Agricultura Agricultura Orgânica cados
Redesenho
Integrada (substituição de insumos) sistemas
(MIP, PIF, etc.) de produção
Fonte: adaptado de Altieri e Nicholls, (diversidade)
Módulo 1
Caracterizaçã
o geoambiental de
áreas dependentes de
chuva
Lucivânio Jatobá
Caracterização geoambiental de
áreas dependentes de chuva
Dra. Alineaurea Florentino Silva
Dr. Lucivânio Jatobá
Olá, pessoal
Nesta aula vamos tratar da Caracterização Geoambiental de Áreas Dependentes de Chuvas,
particularmente de um amplo espaço geográfico denominado Semiárido brasileiro. As noções que serão aqui
debatidas servirão como material instrucional para o curso intensivo de Agroecologia proposto.
Os ambientes semiáridos encontrados sobretudo na Região Nordeste do Brasil já vêm sendo
estudados há séculos, em face das adversas condições ambientais que apresentam , sobretudo aquelas direta
ou indiretamente relacionadas às condições climáticas ambientais.
São ambientes que possuem um ´déficit hidrico anual, haja vista que a evapotranspiração
potencial excede a precipitação, fato esse que repercute no regime dos rios, na formação e evolução dos solos,
nas formações vegetais xerófilas e , em especial, no desenvolvimento das atividades agrícolas.
Serão abordados, entre outros, nesta aula, os seguintes assuntos:
a) A caracterização do ambiente semiárido; b) Roteiro metodológico para a caracterização geoambiental de
áreas com déficit hídrico anual e c) algumas considerações sobre os aspectos que deverão ser observados na
fase de gabinete de pesquisa agroecológica dessas áreas secas. -
Para melhor aprendizado desse tema é muito importante que você acompanhe
atentamente as aulas, leia o texto básico apresentado, realize as atividades propostas e consulte as sugestões
bibliográficas no final do texto. Bom estudo !
1. OS AMBIENTES SECOS
O ambiente seco é aquele em que a evapotranspiração potencial anual supera a
precipitação anual. Em outras palavras é aquele espaço geográfico em que há um
déficit hídrico.
Fonte: https://www.um.es/docencia/geobotanica/ficheros/tema24.pdf
AS ORIGENS DAS ÁREAS SECAS
a) Causas geomorfológicas: áreas a
sotavento de grandes sistemas
montanhosos interpostos a fluxos de ar
dominantes.
b) Correntes marinhas frias
permanentemente instaladas nas
proximidades determinada áreas
s
de
costeiras.
c) Instalação permanente sobre
pressão atmosférica
determinada área de centros de alta
Complementos
• Área a sotavento- é aquela que fica
resguardada dos fluxos de ar. E´ uma área
mais seca.
• Área a barlavento- é a que se encontra
exposta aos ventos. E´uma área úmida ou
mais chuvosas. Diz-se no Nordeste brasileiro
que há brejos de exposição, que são aqueles
que se situa numa área a barlavento.
• O deserto da Patagônia é uma decorrência
da influência do relevo sobre o clima.
• Trata-se de uma área a sotavento do sistema
orogenético conhecido como Cordilheira
dos Andes (Figura 2)
DESERTO DA PATAGÔNIA
Figura 2.
Fonte: http://fernandod.com.br/index.php?texto=2090
AS ÁREAS COSTEIRAS DO SUDOESTE
DO CONTINENTE AFRICANO
• O sudoeste e o sul da África
apresentam
extensas áreas desérticas (deserto
deserto doKalahari,
Namíbia,
Moçâmedes - Figura 3) deserto da
• Essas áreas desérticas derivam da
interferência dois fatores: a de
de
constante presença
no Atlântico da Corrente Fria
de Benguela.
Deserto da Namíbia
Figura 3
Fonte: google.com.br
AS INFLUÊNCIAS DE ANTICICLONES NA
FORMAÇÃO DE ÁREAS SECAS
Figura 4
Fonte: https://www.monolitonimbus.com.br/ventos-e-ciclones/
O SAARA
• O Saara ( Figura 5) é um dos
maiores
desertos do planeta. Sua está
origem
associada à instalação permanente de um
centro de altas pressões ( Anticiciclone
Saariano).
SAARA
Figura 5
Fonte: NASA
AS CÉLULAS DE ALTAS E DE BAIXAS PRESSÕES
PLANETÁRIAS
Figura 6
http://www.cartafundamental.com.br/2019/02/climas-do-brasil.html
Figura 8. A transição climática no Brasil
O SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
Breve caracterização
2. AS RAZÕES DA EXISTÊNCIA DO
CLIMA SEMIÁRIDO NO NORDESTE DO BRASIL
A) Causas topográficas ( não são as
principais)
B) A dinâmica atmosférica (
Circulação atmosférica extremamente
complexa)
O SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
Breve caracterização
• A TOPOGRAFIA E A SEMIARIDEZ NO
NORDESTE BRASILEIRO ( Figura
9)
- As superfícies mais elevadas pouco superam
a cota de 1000m e são pontuais ( Brejos
nordestinos; os maciços residuais; superfícies
de cimeira)
- - O “planalto” da Borborema
- - As cristas residuais e os sistemas de
serras
Figura 9- O “Planalto da Borborema” e os
fluxos dos alísios de sudeste
A circulação atmosférica
• https://earth.nullschool.net/pt/#current/wind
/surface/level/orthographic=-33.64,
- 11.24,1905
AS ÁREAS DE EXCEÇÃO DO NORDESTE
• No Nordeste semiárido existem unidades de
paisagem denominadas Maciços Residuais .
Nelas se instalam as superfícies topográficas
de cimeira, ou seja, as mais elevadas ( Figura
10, 11, 12 e 13). Em geral tem cotas entre 800
e um pouco mais de 1000m acima do nivel do
mar.
• Essas superfícies mais elevadas “ilhadas” nos
pediplanos rebaixados são as áreas de
exceção. São assim chamadas porque
apresentam climas locais úmidos ou
subúmidos.
FIGURA 10. A INFLUÊNCIA DO RELEVO SOBRE AS
ÁREAS SECAS E DE EXCEÇÃO NO NORDESTE
SEMIÁRIDO
O SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
Breve caracterização
• AS ÁREAS DEPRIMIDAS E OS EXTREMOS DE
DEFICIT HÍDRICO
BELO JARDIM-PE
FIGURA 12 URUBURETAMA-CE
FIGURA 13- MACIÇOS
RESIDUAIS NO CEARÁ
FIGURA 14 -OS PRINCIPAIS SISTEMAS ATMOSFÉRICOS E OS EFEITOS
OROGRÁFICOS
Fonte: https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/relevobr/pe/index.htm
FIGURA 16 -RELEVO E SEMIARIDEZ
NA PARAÍBA
SERTÃO PARAIBANO
BORBOREMA
Fonte: https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/relevobr/pb/index.htm
FIGURA 17 ZONAS FISIOGRÁFICAS DO
NORDESTE BRASILEIRO
http://afmata-tropicalia.blogspot.com/2012/03/blog-post_28.html
FIGURA 21- A CAMADA DE INVERSÃO DOS ALÍSIOS E
A SEMIARIDEZ DO NORDESTE BRASILEIRO
A relevância do tema
É importante salientar a grande utilidade em se trabalhar e compreender os ambientes semiáridos. Esses ambientes, que há bem
pouco tempo eram marginalizados em toda a gama de estratégias de trabalhos científicos, começaram a ser “descobertos” e
analisados pela pesquisa propriamente dita, após as informações veiculadas sobre aquecimento global, com consequências
catastróficas sobre a fauna e a flora locais. No Nordeste brasileiro, os impactos das condições climáticas semiáridas sobre a
população são consideráveis, especialmente quando se consumam periodicamente as secas.
Petrolina, como de resto a Depressãpo Sertaneja impõe uma subsidência na camada de inversão dos alísios,
contribuindo assi, para o aumento do déficit hídrico local. A área de Petrolina, na bacia do São Francisco,
transformou-se num pólo hortifrutigranjeiro de expressão nacional. Conhecer melhor a dinâmica climática
desse espaço geográfico é essencial, portanto, para o desenvolvimento de atividades agrícolas nele
desenvolvidas.
Assim, diante da importância do tema e da disponibilidade dos dados de pluviometria e temperatura, foi
realizado o presente trabalho que objetivou analisar as razões da existência do semiárido no Nordeste
brasileiro, examinar os fatores responsáveis pelas secas nessa região, correlacionando-as com a altitude da
camada de inversão dos alísios e estudar a pluviometria e quadro térmico do município de Petrolina-PE.
O bolsão de semiáridez existente anomalamente no Nordeste brasileiro vem sendo estudado desde o início
do século XX. O escritor Euclides da Cunha (1982), no clássico “Os Sertões”, publicado originalmente em
1902, já se referia ao “martírio secular” do semiárido nordestino e, em especial, à periodicidade das secas
que atingem esse espaço geográfico.
A costa oriental do Nordeste brasileiro apresenta uma pluviometria que acusa média anual de chuvas de
2000mm ou mais, ao passo que áreas da Depressão Sertaneja mostram-se com precipitações médias anuais
da ordem de 400mm, como é o caso da região de Petrolina-PE.
Freitas (1915) realizou uma análise das chuvas em Quixeramobim-CE, com dados correspondentes ao
período de 1909 a 1914. Delgado de Carvalho (1023) confeccionou um Atlas Pluviométrico do Nordeste
brasileiro, em que se visualiza um bolsão semiárido. A partir da década de 1920, os trabalhos climatológicos
sobre essa macrorregião do país passaram a ser mais direcionados às secas. Freise (1938) definiu as áreas
do Nordeste do Brasil como “Zonas de Calamidade”.
A causa tida como principal da existência do semiárido nordestino foi atribuida a um fator de ordem
geomorfológica, ou seja, ao “Planalto” da Borborema, ou seja, ao conjunto de grandes e pequenos maciços
residuais que foram realçados
Andrade e Lins (1965), no célebre trabalho intitulado “Introdução à Morfoclimatologia do Nordeste do Brasil”,
apresentaram a hipótese segundo a qual o semiárido brasileiro é a projeção do ar seco do deserto do Kalahari
sobre o saliente nordestino. a umidade relativa mantém-se sempre baixa.
‘O Nordeste Oriental é o domínio, dessarte, duma projeção transatlântica da mesma atmosfera que responde pelo
deserto do Sudoeste Africano. Propusemos denominar essa projeção de “ar calaariano”, a exemplo do “ar
saariano” dos meteorologistas boreais que transpõe o Mediterrâneo durante o verão Europeu (Andrade e Lins,
1965. p. 22 e 23)
Posteriormente, Andrade (1972) analisou com mais profundidade essa projeção do ar do Kalahari sobre o
Nordeste brasileiro (Figura 4) e o centro de altas pressões subtropicais do Atlântico Sul, em especial o seu setor
oriental (Figura 5).
Atualmente, as modernas informações obtidas por sensoriamento remoto, especialmente as imagens de satélite,
confirmam a antiga hipótese de Andrade e Lins, como pode ser visto na Figura 5. .
Conclusões
1.O semiárido nordestino é uma consequência da circulação atmosférica e não simplesmente do resultado das
influências topográficas e do efeito de continentalidade;
2.A altitude mais baixa camada de inversão dos alísios é o fator determinante da semiaridez do vale médio do
São Francisco.
3.É possível correlacionar a altitude da camada de inversão dos alísios de SE verificada sobre a corrente fria de
Benguela e o Sudoeste africano desértico com a semiaridez instalada sobre o saliente nordestino brasileiro.
4.Os dados térmicos do município de Petrolina-PE demonstram uma tendência para acréscimos de temperatura
no período de 1961 e 2012
5.Os dados de pluviosidade do município de Petrolina-PE permitem concluir que há uma tendência para
diminuição das precipitações anuais no período de 1961 até 2012.
6. Nos anos em que se verifica o “Nino Benguela” há um desvio positivo das precipitações
pluviométricas.
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Bibliografia Básica
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