WBA1184_v1.
Regime geral de previdência
social (RGPS): segurados e
dependentes
Público
Segurados obrigatórios
Conceitos e institutos
Bloco 1
Eduardo da Silva Calixto
Público
Introdução
Estudaremos na presente aula os conceitos acerca dos segurados
obrigatórios e segurados facultativos junto ao Regime Geral da
Previdência Social.
Para isso, será necessário o acompanhamento dos conceitos e
institutos explicitados a seguir, lembrando ainda dos dispositivos
legais a seguir:
• Lei nº 8.212/1991.
• Lei nº 8.213/1991.
• Decreto nº 10.410/2020.
Público
Segurados obrigatórios
Segurados obrigatórios e facultativos
Bloco 2
Eduardo da Silva Calixto
Público
Os beneficiários do Regime Geral de Previdência
Social: os segurados e os dependentes
Inicialmente, precisamos entender a distinção entre os
termos “contribuinte” e “segurado”:
De acordo com Castro e Lazzari (2020, p. 225) “o contribuinte
é aquele sujeito passivo da obrigação tributária, podendo ser
pessoa física ou jurídica, sendo assim considerada toda
pessoa que, por determinação legal, está sujeita ao
pagamento de tributo”.
Exemplos de contribuintes: empregado típico, empregado
doméstico, trabalhadores avulso, contribuinte individual e
segurado especial.
Atenção: art. 1º da Lei n. 8.213/1991.
Público
Segurados versus Dependentes
• O art. 10 da Lei n. 8.213/91 classifica os beneficiários como
segurados e dependentes. Beneficiário é gênero do qual são
espécies os segurados e os dependentes.
• O Decreto nº 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social)
alterado pelo Decreto nº 10.410/2020, no art. 8º, estabelece
que “são beneficiários do Regime Geral de Previdência Social
as pessoas físicas classificadas como segurados e dependentes
[...]” (BRASIL, 1999).
• Portanto: segurados e dependentes são sujeitos ativos da
relação jurídica que tem por objeto o recebimento de
prestações de natureza previdenciária (SANTOS, 2020).
Público
Vínculo do segurado e do dependente com a
Previdência Social
A relação jurídica entre segurado e a Previdência Social se
inicia com seu ingresso no sistema.
O dependente está vinculado ao RGPS em razão do seu
vínculo familiar e/ou econômico com o segurado.
Se perder a qualidade de segurado, perde a proteção
previdenciária.
Existe a possibilidade de a pessoa assumir ao mesmo tempo a
posição de segurado e dependente da Previdência Social.
Exemplo: empregado casado com segurada que também é
empregada, ambos submetidos ao RGPS.
Público
Os segurados: obrigatórios e facultativos
• Segundo Santos (2020):
Segurados são pessoas físicas que contribuem para o regime
previdenciário e, por isso, têm direito a prestações —
benefícios ou serviços — de natureza previdenciária. São
sujeitos ativos da relação jurídica previdenciária, quando o
objeto for benefício ou serviço de natureza previdenciária.
(SANTOS, 2020, p. 187)
• O vínculo do segurado junto ao Regime Geral de Previdência
Social se dá de forma obrigatória ou de forma voluntária.
• São os segurados obrigatórios e os segurados facultativos.
Público
Os segurados: obrigatórios e facultativos
• A forma de filiação pode ser automática para
trabalhadores celetistas (empregados).
• Art. 18, inciso I, do Decreto nº 10.410/2020.
• Alterações decorrentes da obrigatoriedade do E-
Social.
• Para os segurados contribuintes individuais e os
facultativos, faz-se necessário a formalização de
inscrição junto ao Regime Geral, conforme o art. 18,
incisos IV e VI do Decreto nº 10.410/2020.
Público
Os segurados obrigatórios
• Art. 12 da Lei nº 8.212/1991, art. 11 da Lei nº 8.213/1991 e
art. 9º do Decreto nº 10.410/2020.
• Segurado é pessoa física.
• Necessita exercer atividade laborativa, remunerada e lícita
(formal ou não).
• Devem contribuir compulsoriamente para a Seguridade
Social.
• São exemplos de segurados obrigatórios, segundo o art. 12
da Lei nº 8.212/91, art. 11 da Lei nº 8.213/91 e no art. 9º do
Decreto nº 3.048/99: o empregado (urbano ou rural),
empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador
avulso e segurado especial.
Público
Segurados obrigatórios
Trabalhadores
Bloco 3
Eduardo da Silva Calixto
Público
Segurado empregado
• Trabalhadores urbanos e rurais que preencham os
requisitos da relação de emprego (art. 3º da CLT).
• Princípio da uniformidade e equivalência de benefícios
e serviços às populações urbanas e rurais (art. 194,
inciso II, da CF/88).
• Ver rol de segurados obrigatórios contidos no art. 11,
inciso I, alíneas “a” a “j”, da Lei nº 8.213/1991 e no art.
9º, inciso I, alíneas “a” a “s”, do Decreto nº 3.048/1998,
alterado pelo Decreto nº 10.410/2020.
Público
Segurado empregado doméstico
• Conceito de empregado doméstico – LC
150/2015, art. 9º, art. 9º, inciso II, do Decreto nº
3.048/1998, alterado pelo Decreto nº
10.410/2020.
• Idade mínima: 18 (dezoito) anos.
• Havendo hipótese de contratação em desrespeito
a lei, deverá ser reconhecida a qualidade de
segurado e o tempo de contribuição.
Público
Segurado contribuinte individual
• Conceito:
“Essa classe de segurados não tem vínculo de natureza trabalhista, como
empregados, com outras pessoas físicas ou jurídicas. É o que no senso
comum se denomina “trabalhador autônomo”, “por conta própria”, de
forma que a denominação da antiga legislação era mais esclarecedora”
(SANTOS, 2020, p. 195).
• Trata-se de espécie genérica de segurado, incluindo-se aqui
trabalhadores que não se enquadram como segurados obrigatórios.
• Exemplos: produtor rural; garimpeiro; ministros de confissão religiosa;
titular de firma individual; diretor não empregado; trabalhador eventual;
pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica com
fins lucrativos ou não; advogados etc.
Público
Segurado trabalhador avulso
• Trabalhador avulso enquanto espécie do gênero
eventual ou espécie do gênero trabalho?
(Discussões doutrinárias).
• Art. 9º, inciso VI, do Decreto nº 3.048/99, alterado
pelo Decreto nº 10.410/2020.
• Necessidade de organização gestora de mão de
obra ou sindicato.
• Trabalhador avulso portuário e trabalhador avulso
não portuário.
Público
Segurado especial
• Não se trata de segurado facultativo.
• São aqueles do art. 9º, inciso VII, do Decreto nº 3.048/99, alterado pelo
Decreto nº 10.410/2020.
• Exemplos:
• A pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural
próximo que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda
que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
• a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado,
parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que
explore atividade: agropecuária em área contínua ou não de até quatro
módulos fiscais.
• b) de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo
sustentável, de recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o
principal meio de vida; pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça
da pesca profissão habitual ou principal meio de vida, entre outros.
Público
Segurados facultativos
• Não se confundem com segurado contribuinte individual.
• Possui com regra a ausência de atividade remunerada e
contribui voluntariamente para a Previdência Social.
• Somente é possível a partir dos 16 anos, desde que não esteja
exercendo atividade remunerada e enquadrando-se como
segurado obrigatório do RGPS.
• Exemplos à luz do art. 11 do Decreto nº 3.048/99, alterado pelo
Decreto nº 10.410/2020:
• Aquele que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico.
• O estudante.
• Brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no
exterior.
Público
Teoria em Prática
Bloco 4
Eduardo da Silva Calixto
Público
Analise a situação-problema seguir:
• Tício, estudante do curso de Direito, possui 18 anos e
ingressou em sua primeira oportunidade profissional
como estagiário remunerado de direito junto ao
Escritório de Advocacia XYZ Associados.
• Cumprido os requisitos legais do artigo 3º da Lei nº
11.788/2008, Tício iniciou seus serviços elaborando
petições e prazos do escritório.
• Ao verificar que muitos clientes procuravam o escritório
para questões previdenciárias, Tício começou a se
questionar se também se enquadrava como segurado
do RGPS.
• Considerando o tema segurados obrigatórios,
segurados facultativos e contribuintes individuais, qual
qualidade de contribuinte Tício pode se enquadrar?
Público
Respondendo a situação-problema:
• Tício, embora exerça atividade remunerada, não se
enquadra em uma relação típica de emprego.
• Ainda que o estágio seja remunerado, sua atividade nos
termos da Lei de Estágio não o tipifica como um
segurado obrigatório (art. 11, § 1º, inciso VII, do Decreto
nº 10.410/2020).
• Caso Tício queira submeter-se à proteção do Regime
Geral da Previdência Social, deverá contribuir como
segurado facultativo, por já possuir mais de 16 anos e
por não exercer atividade que o enquadre como
segurado obrigatório do RGPS ou de Regime Próprio de
Previdência Social.
Público
Dicas do(a) Professor(a)
Bloco 5
Eduardo da Silva Calixto
Público
Leitura Fundamental
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o login
através do seu AVA). Algumas indicações também podem estar
disponíveis em sites acadêmicos como o Scielo, repositórios de
instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos
científicos ou periódicos científicos, acessíveis pela internet.
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que
você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.
Por isso, te convidamos a explorar todas as possibilidades da
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Público
Indicação de leitura 1
GMACH, Deomar A.; SIQUEIRA, Tiago A. Manual do
Segurado Facultativo: Aspectos Teóricos e a Prática
no Processo Administrativo Previdenciário. Edição
Única. São Paulo: LuJur, 2021.
MARTINS, Sergio P. Direito da Seguridade Social. 3.ª
ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2020.
Público
Indicação de leitura 2
WEINTRAUB, Arthur B. de V. et al. Programas de
previdência privada e institutos obrigatórios. Revista
Brasileira de Previdência, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 33-54,
jan./2013.
Público
Dica do(a) Professor(a)
Artigo: Veja como fazer uma simulação de
previdência privada (RAMOS, 2022).
A matéria a seguir indica formas de o trabalhador
analisar qual o melhor tipo de investimento ou
submissão a um regime de previdência privada,
independentemente de se tratar de contribuinte
filiado a Regime Próprio ou ao Regime Geral de
Previdência Social:
Disponível no site da Exame.
Público
Referências
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 8.213, de 24 de julho de
1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá
outras providências. Brasília: D.O.U., 1991. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm. Acesso em:
3 abr. 2022.
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 3.048, de 06 de maio de
1999. Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras
providências. Brasília: D.O.U., 1999. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm. Acesso em:
3 abr. 2022.
CASTRO, Carlos A. P. de; LAZZARI, João B. Manual de Direito
Previdenciário. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.
SANTOS, Marisa F. dos. Direito Previdenciário Esquematizado. 10. ed.
São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
Público
Bons Estudos!
Público
