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Direito Previdenciário (Revisão Turbo 38)

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

PROF. GUILHERME VOLPATO


Queridos alunos,

Cada material da Revisão Turbo foi preparado com


muito carinho para que você possa absorver, de forma
rápida, conteúdos de qualidade!

Lembre-se: você já evoluiu muito até aqui. Não desista!


Derrube as barreiras que separam você do seu sonho.

Esperamos você durante as aulas da Revisão Turbo!

Com carinho,
Equipe Ceisc ♥
Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Previdenciário

1. Seguridade Social

1.1. Conceito Constitucional


No decorrer das aulas você verá que o direito previdenciário é parte de uma grande
engrenagem chamada seguridade social. A seguridade social é composta por previdência social,
assistência social e saúde. Cada uma destas partes tem suas particularidades na Constituição
Federal a partir do artigo 194:

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.

*Para todos verem: esquema.

Seguridade
Social

Previdência Assistência
Saúde
Social Social

1.2. Previdência Social e Assistência Social


Tendo em vista uma possível sobreposição de disciplinas (previdenciário e constitucional),
nesta disciplina o enfoque será sobre a previdência social (de caráter contributivo) e a assistência
social (de caráter não contributivo)
Comecemos pela previdência social, disposta no artigo 201 da CF/1988:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de
Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei.

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Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Regime Geral
(RGPS)

Previdência Caráter
Social Contributivo

Filiação
Obrigatória

Os incisos I à V do artigo 201 da CF/1988 trazem o que chamamos em direito


previdenciário de riscos sociais protegidos pela previdência social, tanto aos segurados quanto
aos seus dependentes. Aos segurados, os riscos sociais protegidos são: a incapacidade
temporária ou permanente para o trabalho, a idade avançada, à maternidade e a adoção, e, o
desemprego involuntário. Aos dependentes, a morte do segurado, e, aos segurados que se
enquadram como sendo de baixa renda, que terão acesso a benefícios específicos nesta
condição.

Art. 201.
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e
idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa
renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
dependentes, observado o disposto no § 2º.

Por seu turno, a assistência social tem previsão constitucional no artigo 203 da CF/1988
estabelecendo a garantia constitucional que será prestada a quem dela necessitar, sem qualquer
contribuição à seguridade social:

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
V - a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-
la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Veja o esquema na página seguinte...

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Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Não contributivo

Assistência A quem dela


Social necessitar Idoso
(65 anos ou
1 salário mínimo mais)
(BPC)
Pessoa com
Deficiência

Resolva a questão a seguir:

1) Questão Autoral – 2023


Assinale a alternativa que não representa um dos riscos sociais tutelados pela previdência social.

A) incapacidade temporário ou permanente para o trabalho.


B) salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes do segurado de baixa renda.
C) todo trabalhador em situação de desemprego.
D) proteção à maternidade, especialmente à gestante.

2. Previdência Social

2.1. Regime Geral de Previdência Social


Regime geral de previdência social é o meio pelo qual se concretiza o direito o direito
fundamental à previdência social. Pode ser entendido como o conjunto de normas que
disciplinam as relações jurídicas entre a instituição responsável pela concessão e manutenção
das prestações previdenciárias e o grupo de pessoas protegidas, os beneficiários.
Muita atenção ao fato de que é inverídica a afirmação de que o regime geral de
previdência social é destinado exclusivamente aos trabalhadores da iniciativa privada. Em
algumas hipóteses haverá proteção ao servidor público ou militar, a depender do caso.

Veja o esquema na página seguinte...

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Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Com Atividade
Remunerada
Iniciativa Privada
Sem Atividade
Remunerada

Alcance do
Agente Público Cargo de Confiança
RGPS

Sem Regime Próprio


de Previdência Social
(RPPS)
Servidor Público
Efetivo ou Militar
Que exerça atividade
concomitante do
RGPS

2.2. Segurados do Regime Geral de Previdência Social


Tratar de segurados do regime geral de previdência social significa falar sobre as pessoas
que são protegidas pelo seguro social. Entre eles, sua grande maioria estará protegido em razão
da contribuição obrigatória a que são submetidos, seja da iniciativa privada, ou ainda, nos casos
específicos, da iniciativa pública.
Além dos que contribuem de forma obrigatória, o legislador autorizou que pessoas que
não têm fonte de renda decorrente de atividade laborativa que queiram participar do regime geral
de previdência social o façam, por meio de contribuição, que será facultativa.
O artigo 9º do Decreto 3048 traz em seus incisos os segurados obrigatórios (empregado,
empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, e, segurado especial), e, o
segurado facultativo.
Em relação ao segurado empregado é importante que você vá realizar a prova sabendo
que dentro deste conceito equiparam-se pessoas com atividade laborativa para além do que é
visto em direito do trabalho. Entretanto, não é demais que você guarde bem os quatro
requisitos caracterizadores da relação de emprego: pessoalidade, habitualidade/não
eventualidade, subordinação, e, remuneração.
Além destas características, é importante que você lembre, em especial das alíneas “b” e
“s”, ambas acrescidas pelo Decreto 10.410/2020, que tratam do contrato de trabalho temporário,

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Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Previdenciário

e do trabalhador intermitente. Tem-se no conceito de empregado o cargo de confiança, o servidor


público sem regime próprio de previdência, o empregado público e o servidor público ocupante
de cargo efetivo que exerce atividade do regime geral de forma concomitante.

*Para todos verem: esquema.

Pessoalidade

Habitualidade/
Não eventualidade
Empregado

Subordinação

Remuneração

Atenção: não esquecer dos segurados equiparados a empregado!


A segunda categoria de segurado trazida pela legislação é o empregado doméstico.

Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência social as seguintes pessoas físicas:


(...)
II - como empregado doméstico - aquele que presta serviço de forma contínua,
subordinada, onerosa e pessoal a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em
atividade sem fins lucrativos, por mais de dois dias por semana.

Faz-se esta ressalva, pois na hora da prova você precisará fazer esta distinção entre as
duas categorias a partir do que o enunciado da questão trouxer. Por exemplo: um cozinheiro, a
depender do caso, poderá ser empregado ou empregado doméstico. O cozinheiro que trabalha
em um restaurante terá finalidade lucrativa. Logo, será empregado. Agora, se o cozinheiro
trabalhar para uma família, sem que exista finalidade lucrativa com o trabalho do cozinheiro, ele
será empregado doméstico, obviamente, se a prestação de serviço ocorrer por mais de dois dias
na semana.

Veja o esquema na página seguinte...

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Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Pessoalidade
Âmbito
Residencial
Habitualidade/
Não eventualidade
Empregado Empregado Sem Finalidade
Doméstico Doméstico Lucrativa
Subordinação
Mais de 2 dias
na semana
Remuneração

A terceira categoria de segurado trazida pela legislação é o contribuinte individual. Nesta


modalidade, estão os que têm atividade remunerada sem a existência da relação de emprego.
Entre eles estão os profissionais liberais (advogados, engenheiros, médicos, contadores, etc),
os empresários, em suas diversas modalidades, entre outros elencados no inciso “V” do artigo
9º do Decreto 3048/99.
Um ponto de atenção está na alínea “c”, que trata do ministro de confissão religiosa. Nesta
categoria entram o padre, o pastor, rabinos, pai de santo, entre outros.
A quarta categoria de segurado trazida pela legislação é o trabalhador avulso. Estes
também podem prestar serviços a uma ou mais empresas, sem relação de emprego, com uma
observação importantíssima: a atividade será sempre intermediada obrigatoriamente por um
sindicato de categoria ou órgão gestor de mão de obra.
Observação: Quando a questão tratar do trabalhador avulso, aparecerá, inevitavelmente,
a INTERMEDIAÇÃO POR SINDICATO DE CATEGORIA OU ÓRGÃO GESTOR DE MÃO DE
OBRA!
A quinta categoria de segurado trazida pela legislação é o segurado especial. O artigo 9,
VII do Decreto 3048/99 estabelecerá a seguinte relação:

Veja o esquema na página seguinte...

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Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Agricultura

Pecuária
Regime de Economia
Familiar
Segurado
Seringueiro
Especial
Sem Empregados
Extrativista Permanentes
Vegetal

Pescador
Artesanal

Finalizando o tema dos segurados, é preciso estudar o segurado facultativo. O segurado


facultativo é a pessoa física, maior de 16 anos, que não tem fonte de renda de atividade
laborativa, ou seja, não trabalha na iniciativa pública ou privada. Se trabalhasse na iniciativa
privada seria segurado obrigatório do RGPS, e, se trabalhasse no serviço público seria segurado
obrigatório do RPPS. Mesmo que não tenha fonte de renda de atividade laborativa, faz a opção
em contribuir para a previdência social para fins de proteção em caso de risco social protegido
por lei.
O segurado facultativo está no artigo 11 do Decreto 3048/99:

Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime
Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não
esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da
previdência social.

Vale o destaque que, como regra geral, quem é servidor público (segurado obrigatório do
RPPS) não pode ser segurado facultativo do RGPS. Neste sentido é o parágrafo 2º do artigo 11,
prescrevendo que “É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de
segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência social, salvo na
hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição,
contribuição ao respectivo regime próprio.”
Revisando: SEGURADOS DO RGPS.

Veja o esquema na página seguinte...

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Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Contribuinte Individual

Trabalhador Avulso

Empregado Doméstico
CADESF
Empregado

Segurado Especial

Facultativo

2.3. Dependentes do Segurado


Os benefícios previdenciários têm a função de substituir a renda do trabalhador no
momento em que ele estiver acometido por um risco social. Entretanto, em alguns riscos sociais,
os protegidos são os dependentes do segurado, mais especificadamente quando houver morte
ou reclusão do segurado.
Os dependentes estão elencados no artigo 16 do Decreto 3048/99, sendo divididos em
três classes. Neste sentido:

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de


dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de vinte e um anos de idade ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual, mental ou grave;
II - os pais; ou
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos de idade
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave.

A primeira classe é composta por cônjuge, companheiro(a), filho não emancipado, de


qualquer condição, menor de vinte e um anos, ou filho inválido, ou com deficiência intelectual,
mental ou grave, enquanto permanecer nesta condição. Cuidado para não confundir a relação
de dependência com a praxe no direito de família, que em muitos casos reconhece um filho como
dependente até os 24 anos, ou, enquanto cursa o ensino superior. Para o direito
previdenciário, filho é dependente tão somente até completar 21 anos.

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Direito Previdenciário

Os dependentes de segunda classe são os pais. A partir do que foi visto, os pais, para
terem reconhecida a condição de dependente previdenciário, dependerá da inexistência de
dependente de primeira classe. Além disso, os pais precisam provar a dependência econômica
em relação ao filho. Em relação a dependência econômica, a prova deve observar o previsto no
parágrafo 6-A, no sentido de ser necessário “início de prova material contemporânea dos fatos,
produzido em período não superior aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do
recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto
na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, observado o disposto no § 2º do art.
143.”
Ao seu turno, o dependente de terceira classe é o irmão não emancipado, de qualquer
condição, menor de vinte um anos de idade ou inválido ou que tenha deficiência intelectual,
mental ou grave. Para que o irmão ostente a condição de dependente, dependerá da inexistência
de dependente de primeira e segunda classe. Assim como os dependentes de segunda classe,
precisam provar a dependência econômica em relação ao irmão. Deverá também observar o
previsto no parágrafo 6-A, no sentido de ser necessário “início de prova material contemporânea
dos fatos, produzido em período não superior aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito
ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal,
exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, observado o disposto no § 2º do
art. 143.”

Veja o esquema na página a seguir...

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Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Dependentes do segurado

Dependente de uma classe


Dependentes concorrem em
anterior exclui o direito das
igualdade de condições
classes seguintes

1ª Classe 2ª Classe 3ª Classe

Cônjuge/companheiro(a), filho
menor 21 anos, ou inválido, Irmão menor 21 anos, ou
Pais inválido, ou com deficiência
ou com deficiência intelectual,
mental ou grave. intelectual, mental ou grave.

Dependencia econômica Prova dependencia Prova dependencia


presumida econômica econômica

2.4. Salário de Benefício


O salário de benefício é um conceito importante no direito previdenciário. Importante
desde já destacar o salário de benefício não é o valor que a pessoa receberá. O salário de
benefício é o resultado de uma fórmula matemática que servirá como base de cálculo para os
benefícios previdenciários.
Sua previsão está no artigo 32 do Decreto 3048/99:

Art. 32. O salário de benefício a ser utilizado para o cálculo dos benefícios de que trata
este Regulamento, inclusive aqueles previstos em acordo internacional, consiste no
resultado da média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações
adotadas como base para contribuições a regime próprio de previdência social ou como
base para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os art. 42 e art.
142 da Constituição, considerados para a concessão do benefício, atualizados
monetariamente, correspondentes a cem por cento do período contributivo desde a
competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior a essa
competência.

A partir da leitura do artigo é possível afirmar que o salário de benefício será o resultado
de uma média de todas as contribuições do segurado, desde a competência de julho de 1994,
ou, desde o início da contribuição, se posterior a julho de 1994.

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Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Salário de Benefício 100% do Período Contributivo

Resolva a questão a seguir:

2) Questão Autoral – 2023


Sobre os segurados da previdência social, assinale a alternativa incorreta.

A) é segurado o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias
e fundações, o ocupante de emprego público.
B) é facultado ao participante de regime próprio de previdência filiar-se ao regime geral de previdência
social na qualidade de segurado facultativo.
C) é segurada a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza
urbana, com fins lucrativos ou não.
D) é segurado facultativo o estagiário que preste serviços a empresa nos termos da Lei do Estágio.

Resolva a questão a seguir:

3) Questão Autoral – 2023


André foi casado com Antônia por 7 anos e não tiveram filhos. Antônia tem uma filha de outro
relacionamento, com 13 anos de idade. A separação ocorreu após o óbito em um acidente trágico dos
pais de André, que tem um irmão com 35 anos com deficiência mental e que precisou ficar sob os
cuidados e sustento de André. A sentença judicial reconheceu a obrigação de André em pagar pensão
alimentícia tão somente Antônia, em que pese ela ocupasse o cargo de juíza federal na cidade de São
Paulo. André vem a óbito e os familiares de André lhe procuram para informar sobre quem terá direito
a pensão por morte. Neste contexto, terão direito a pensão por morte de André:

A) somente o irmão com deficiência mental que dependia economicamente de André.


B) o irmão de André, Antônia e sua filha.
C) o irmão de André e Antônia.
D) somente Antônia.

3. Benefícios em Espécie

3.1. Auxílio por Incapacidade Temporária


O auxílio por incapacidade temporária, antigo auxílio-doença, é o benefício previdenciário
pago ao segurado que fique incapacitado para seu trabalho ou atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias, conforme disposto no caput do artigo 71 do Decreto 3048/99:

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Art. 71. O auxílio por incapacidade temporária será devido ao segurado que, uma vez
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, conforme
definido em avaliação médico-pericial.

Quem definirá qual o prazo da incapacidade será a avaliação médico-pericial. Mesmo que
porventura o atestado médico do segurado indique um prazo superior ao estipulado pela perícia
médica realizada no INSS, prevalecerá o prazo estipulado pela perícia médica do INSS.
O caput artigo menciona o cumprimento, quando for o caso do cumprimento de carência.
Carência é o número mínimo de contribuições que o segurado precisa ter direito ao benefício.
Neste sentido dispõe o artigo 26 do Decreto 3048/99:

Art. 26. Período de carência é o tempo correspondente ao número mínimo de


contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício,
consideradas as competências cujo salário de contribuição seja igual ou superior ao seu
limite mínimo mensal.

Como regra geral, o auxílio por incapacidade temporária exige o cumprimento de 12


contribuições mensais, conforme artigo 29, inciso I, do Decreto 3048/99:

Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio por incapacidade temporária e
aposentadoria por incapacidade permanente; e

Entretanto, o legislador entendeu que em alguns casos o período de carência fica


dispensado, conforme artigo 30, inciso III, do Decreto 3048/99:

Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


III - auxílio por incapacidade temporária e aposentadoria por incapacidade permanente
nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do
trabalho e nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, seja acometido de alguma
das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e
da Economia, atualizada a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma,
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e
gravidade que mereçam tratamento particularizado;

A partir do disposto no inciso III percebe-se que a incapacidade decorrente de acidente


de qualquer natureza, decorrente de doença profissional ou doença do trabalho, ou ainda, de
lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Economia, dispensam o cumprimento das 12
contribuições mensais.

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Como até o momento não foi elaborada a lista das doenças pelos Ministérios da Saúde e
da Economia, as doenças que dispensam carência foram elencadas no § 2º do artigo 30 do
Decreto 3048/99:

§ 2º Até que seja elaborada a lista de doenças ou afecções a que se refere o inciso III
do caput, independerá de carência a concessão de auxílio por incapacidade temporária e
de aposentadoria por incapacidade permanente ao segurado que, após filiar-se ao RGPS,
seja acometido por alguma das seguintes doenças:
I - tuberculose ativa;
II - hanseníase;
III - alienação mental;
IV - esclerose múltipla;
V - hepatopatia grave;
VI - neoplasia maligna;
VII - cegueira;
VIII - paralisia irreversível e incapacitante;
IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada.

O § 1º do artigo 71 possui uma informação bem importante nos benefícios por


incapacidade temporária: doença pré-existente a filiação do segurado no Regime Geral de
Previdência Social não tem cobertura, salvo se a incapacidade decorrer de progressão ou o
agravamento da doença. Neste sentido:

Art. 71. (...)


§ 1º Não será devido auxílio por incapacidade temporária ao segurado que se filiar ao
RGPS já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do
benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão.

O auxílio por incapacidade temporária durará o tempo entendido pela perícia médica para
recuperação da capacidade laborativa. Caso não ocorra a recuperação da capacidade laborativa,
durará até a conversão em aposentadoria por incapacidade permanente, ou, se ocorrer a
recuperação para a atividade laborativa, mas sobrevenha perda ou redução da capacidade para
o trabalho em razão de acidente do trabalho ou acidente de qualquer natureza, o auxílio por
incapacidade temporária durará até a conversão em auxílio acidente, conforme disposto no art.
78 do Decreto 3048/99:

Art. 78. O auxílio por incapacidade temporária cessa pela recuperação da capacidade
para o trabalho, pela concessão de aposentadoria por incapacidade permanente ou, na
hipótese de o evento causador da redução da capacidade laborativa ser o mesmo que

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gerou o auxílio por incapacidade temporária, pela concessão do auxílio acidente.

O benefício por incapacidade temporária terá uma renda mensal inicial de 91% do salário
de benefício (que é o resultado da média aritmética de todo o período contributivo do segurado).

*Para todos verem: esquema.

Auxílio por Incapacidade Temporária 91% do Salário de Benefício

Observação: Nos termos do artigo 75 do Decreto 3048/99: “Durante os primeiros quinze


dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de incapacidade temporária, compete
à empresa pagar o salário ao segurado empregado.” ESTA REGRA SE APLICA SOMENTE AO
SEGURADO EMPREGADO.

3.2. Aposentadoria por Incapacidade Permanente


A aposentadoria por incapacidade permanente, antiga aposentadoria por invalidez, possui
muitas semelhanças com o auxílio por incapacidade temporária, visto no tópico anterior. Sua
concessão está condicionada a incapacidade para o trabalho/atividade habitual, e,
impossibilidade de reabilitação para outra atividade que possa lhe garantir a subsistência. Está
prevista no artigo 43 do Decreto 3048/99:

Art. 43. A aposentadoria por incapacidade permanente, uma vez cumprido o período de
carência exigido, quando for o caso, será devida ao segurado que, em gozo ou não de
auxílio por incapacidade temporária, for considerado incapaz para o trabalho e insuscetível
de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, que lhe será
paga enquanto permanecer nessa condição.

Em relação a carência e doença-pré-existente, a aposentadoria por incapacidade


permanente segue as mesmas regras anteriormente vistas no auxílio por incapacidade
temporária.
Uma informação relevante está no começo do § 1º do artigo 44 do Decreto 3048/99, ao
afirmar que a aposentadoria por incapacidade permanente dependerá da conclusão, por parte
da perícia médica, de “existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho”.
Caso o aposentado por incapacidade permanente necessite de auxílio constante de
terceira pessoa, o benefício terá um acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento), podendo

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inclusive, somado o valor da aposentadoria e do acréscimo, superar o teto de benefícios do


Regime Geral de Previdência Social. Neste sentido:

Art. 45. O valor da aposentadoria por incapacidade permanente do segurado que


necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de vinte e cinco por
cento, observada a relação constante do Anexo I, e:
I - devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal; e
II - recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado.

Em relação a renda mensal inicial da aposentadoria por incapacidade permanente, ela


possui uma regra geral, e, uma exceção, ambas previstas no artigo 44 do Decreto 3048/99:

Art. 44. A aposentadoria por incapacidade permanente será devida a partir do dia
imediato ao da cessação do auxílio por incapacidade temporária, ressalvado o disposto
no § 1º, e consistirá em renda mensal decorrente da aplicação dos seguintes percentuais
incidentes sobre o salário de benefício, definido na forma do disposto no art. 32:
I - sessenta por cento, com acréscimo de dois pontos percentuais para cada ano de
contribuição que exceder o tempo de vinte anos de contribuição, para os homens, ou
quinze anos de contribuição, para as mulheres; ou
II - cem por cento, quando a aposentadoria decorrer de:
a) acidente de trabalho;
b) doença profissional; ou
c) doença do trabalho.

A regra do inciso I estabelece que a aposentadoria por incapacidade permanente terá uma
renda mensal que terá um valor base de 60% do salário de benefício. O aumento deste
percentual dependerá para os homens, que tenham mais que vinte anos de tempo de
contribuição, e, para as mulheres, que tenham mais de quinze anos de tempo de contribuição.
Caso o homem não tenha atingido os 20 anos de tempo de contribuição ou a mulher não tenha
atingido os 15 anos de tempo de contribuição, receberão tão somente 60% do salário de
benefício.
Tomemos como exemplo um homem que é aposentado por incapacidade permanente
com 25 de tempo de contribuição. A legislação estabelece um acréscimo de 2% (dois por cento)
a cada ano que ultrapasse os 20 anos de tempo de contribuição para os homens. Neste caso, o
homem receberá 60% do salário de benefício, acrescido de mais 10%, que é o resultado dos 5
anos que passam dos 20 anos de tempo de contribuição, multiplicados por 2%. Logo, a renda
mensal inicial, neste caso, será de 70% do salário de benefício.

Veja o esquema na página a seguir...

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60% (20 anos) + 10%


2% x 5 anos
Homem =
=
25 anos TC 70% Salário de
10%
Benefício

Entretanto, o inciso II cria uma exceção, não fazendo distinção entre homens e mulheres.
Todavia, determina que a aposentadoria por incapacidade permanente seja precedida de
acidente do trabalho, doença profissional ou doença do trabalho. Quando se tratar de
aposentadoria por incapacidade permanente com alguma destas três causas, o salário de
benefício será de 100% do salário de benefício.
*Para todos verem: esquema.

Acidente do
Trabalho

Aposentadoria por
100% de Salário Doença
Incapacidade
de Benefício Profissional
Permanente

Doença do
Trabalho

3.3. Auxílio-Acidente
O auxílio-acidente é o único benefício previdenciário que possui natureza
indenizatória. Será pago após o retorno ao trabalho para o segurado que tiver a consolidação
de lesão que resulte em perda ou redução da capacidade para a atividade habitual. Esta perda
ou redução da capacidade para a atividade habitual poderá ter como origem um acidente do
trabalho ou um acidente de qualquer natureza. Está previsto no artigo 104 do Decreto 3048/99:

Art. 104. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado empregado,


inclusive o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quando, após a
consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela
definitiva que, a exemplo das situações discriminadas no Anexo III, implique redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

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Direito Previdenciário

Perceba que o artigo 104 não aborda, como no auxílio por incapacidade temporária e na
aposentadoria por invalidez, a questão da carência. Isto porque, nos termos do artigo 30, inciso
I, do Decreto 3048/99, o auxílio acidente independe de carência. Neste sentido:

Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza, observado,
quanto à pensão por morte, o disposto no inciso V do caput e nos § 3º e § 4º do art.
114;

Uma observação fundamental de ser feita é que o auxílio-acidente não é pago a todos
os segurados. Conforme princípio da seletividade e distributividade anteriormente visto neste
material, o legislador entendeu que este benefício é concedido tão somente aos segurados
empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso, e, segurado especial. O contribuinte
individual e o segurado facultativo foram excluídos dos beneficiários.
Para todos verem: esquema.

Empregado

Empregado
Doméstico
Auxílio- Acidente
Trabalhador
Avulso

Segurado
Especial

Atenção: o segurado contribuinte individual e o segurado facultativo não têm direito ao


auxílio- acidente.
Além disso, a concessão do auxílio-acidente depende da consolidação das lesões que
impliquem perda ou redução da capacidade laborativa. Se a consolidação da lesão não implicar
perda ou redução da capacidade laborativa não será devido o auxílio acidente, conforme art.
104, § 4º, inciso I, do Decreto 3048/99.
Quanto à renda mensal inicial, ela será de 50% do salário de benefício que deu origem ao
auxílio-doença do segurado. Neste sentido:

Art. 104. (...)


§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-

19
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Direito Previdenciário

benefício que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao
do início do auxílio-acidente e será devido até a véspera de início de qualquer
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
*Para todos verem: esquema.

Carater 50% do Salário de


Auxílio-Acidente
Indenizatório Benefício

3.4. Aposentadoria por Idade do Trabalhador Rural


A aposentadoria por idade do trabalhador rural está prevista no artigo 56 do Decreto
3048/99, exigindo cumprimento de carência e idade mínima de 55 anos para as mulheres, e, 60
anos para os homens. Neste sentido:

Art. 56. A aposentadoria por idade do trabalhador rural, uma vez cumprido o período de
carência exigido, será devida aos segurados a que se referem a alínea “a” do inciso I, a
alínea “j” do inciso V e os incisos VI e VII do caput do art. 9º e aos segurados garimpeiros
que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar, conforme definido no
§ 5º do art. 9º, quando completarem cinquenta e cinco anos de idade, se mulher, e
sessenta anos de idade, se homem.

No que diz respeito a carência, o artigo 29, inciso II do Decreto 3048/99 estabelece a
carência da aposentadoria por idade do trabalhador rural em 180 contribuições mensais:

Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria programada, por
idade do trabalhador rural e especial;

O § 1º do artigo 56 do Decreto 3048/99 determina ainda que para ter direito à


aposentadoria por idade, o trabalhador rural precisa comprovar estar na atividade no período
imediatamente anterior ao requerimento do benefício. Neste sentido:

Art. 56. (...)


§ 1º Para fins do disposto no caput, o segurado a que se refere o inciso VII do caput do
art. 9º comprovará o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua,
no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício ou, conforme o caso, ao
mês em que tiver cumprido o requisito etário, por tempo igual ao número de meses de
contribuição correspondente à carência do benefício pretendido, computados os períodos
pelos quais o segurado especial tenha recebido os rendimentos a que se referem os
incisos III ao VIII do § 8º do art. 9º.

Em relação ao valor da renda mensal inicial, o segurado especial receberá um salário-


mínimo, afinal, sua contribuição é a mais baixa dentre todos os segurados. Neste sentido:

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Direito Previdenciário

Art. 56. (...)


§ 3º O valor da renda mensal do benefício de que trata este artigo para os trabalhadores
rurais a que se refere o inciso VII do caput do art. 9º será de um salário-mínimo.

Os demais segurados que tem direito a aposentadoria por idade do trabalhador rural
receberão uma renda mensal de 70% do salário de benefício, com acréscimo de 1% (um por
cento) para cada ano de contribuição. Neste sentido:

Art. 56. (...)


§ 2º O valor da renda mensal da aposentadoria de que trata este artigo para os
trabalhadores rurais a que se referem a alínea “a” do inciso I, a alínea “j” do inciso V e o
inciso VI do caput do art. 9º, para o garimpeiro e para o segurado especial que contribua
facultativamente corresponderá a setenta por cento do salário de benefício definido na
forma prevista no art. 32, com acréscimo de um ponto percentual para cada ano de
contribuição.

Há ainda que se falar na possibilidade de aposentadoria por idade do trabalhador rural na


modalidade hibrida. Embora a legislação não traga esta expressão, é a modalidade na qual o
trabalhador utiliza tempo rural e tempo urbano para se aposentar. Entretanto, como nem todo o
período é rural, a legislação muda o critério de idade para conseguir o benefício. Neste sentido:

Art. 57. Os trabalhadores rurais que não atendam ao disposto no art. 56 mas que
satisfaçam essa condição, se considerados períodos de contribuição sob outras categorias
de segurado, farão jus ao benefício ao atenderem os requisitos definidos nos incisos I e
II do caput do art. 51.

Os incisos I e II do artigo 51 do Decreto 3048/99 estabelecem o tempo mínimo de


contribuição de 20 anos para os homens e de 15 anos para as mulheres, e, as idades mínimas
de 65 anos para os homens, e, 62 anos para as mulheres.
Na modalidade híbrida, a renda mensal também é diferente. Será pago 60% do salário de
benefício, acrescido de dois pontos percentuais para cada ano que ultrapassar os quinze anos
de tempo de contribuição para as mulheres e os 20 anos de tempo de contribuição para os
homens.
Por fim, nos termos do § 2º do artigo 57 do Decreto 3048/99, não se exige que ao momento
da aposentadoria “o segurado não se enquadre como trabalhador rural.”.

3.5. Aposentadoria Programada


A aposentadoria programada foi uma das grandes mudanças trazidas pela Emenda
Constitucional 103/19. Veio para substituir as aposentadorias por idade, e, aposentadoria por
tempo de contribuição. Neste contexto, a legislação passa a exigir que o segurado cumpra de

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Direito Previdenciário

forma cumulativa os requisitos etário e de tempo de contribuição mínimo para aposentadoria.


Sua previsão está no artigo 51 do Decreto 3048/99:

Art. 51. A aposentadoria programada, uma vez cumprido o período de carência exigido,
será devida ao segurado que cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - sessenta e dois anos de idade, se mulher, e sessenta e cinco anos de idade, se homem;
e
II - quinze anos de tempo de contribuição, se mulher, e vinte anos de tempo de
contribuição, se homem.

Quanto ao requisito carência, o artigo 29, inciso II estabelece a exigência de 180


contribuições mensais:

Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
(...)
II - cento e oitenta contribuições mensais, nos casos de aposentadoria programada, por
idade do trabalhador rural e especial;

Exige-se ainda a idade mínima de 62 anos, cumulado com 15 anos de tempo mínimo de
contribuição para as mulheres, e, 65 anos, cumulado com 20 anos de tempo mínimo de
contribuição para os homens.
*Para todos verem: esquema.

65 anos
Idade
Homem
20 anos
Aposentadoria Tempo de Contribuição
Programada 62 anos
Idade
Mulher
15 anos
Tempo de Contribuição

3.6. Aposentadoria Especial


A aposentadoria especial, é importante que se diga desde já, não é a aposentadoria do
segurado especial. É a aposentadoria devida ao trabalhador exposto a agente físico, químico,
biológico, ou ainda, associação destes agentes, que colocam em risco a saúde e a integridade
física do trabalhador.

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Direito Previdenciário

Também não é devida a todo trabalhador que recebe insalubridade ou periculosidade,


pois, para ter direito à aposentadoria especial é necessário que o trabalhador seja exposto de
forma permanente ao agente prejudicial, que precisará ser comprovado mediante um
documento específico, o PPP (perfil profissiográfico previdenciário).
Após a Emenda 103/19, é necessário tempo mínimo de atividade especial, bem como
idade mínima para acesso ao benefício.
*Para todos verem: esquema.

Exposição 15 anos 55 anos de idade

Aposentadoria Especial Exposição 20 anos 58 anos de idade

Exposição 25 anos 60 anos de idade

3.7. Aposentadoria da Pessoa com Deficiência


A aposentadoria da pessoa com deficiência pode ser de duas formas: por idade ou por
tempo de contribuição.
A aposentadoria por idade da pessoa com deficiência está prevista no artigo 70-C do
Decreto 3048/99:

Art. 70-C. A aposentadoria por idade da pessoa com deficiência, cumprida a carência, é
devida ao segurado aos sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de
idade, se mulher.

Em relação a carência, na aposentadoria por idade da pessoa com deficiência a legislação


exige que a carência seja cumprida na condição de pessoa com deficiência, conforme se
verifica no § 1º do artigo 70-C do Decreto 3048/99:

Art. 70-C. (...)


§ 1o Para efeitos de concessão da aposentadoria de que trata o caput, o segurado deve
contar com no mínimo quinze anos de tempo de contribuição, cumpridos na condição de
pessoa com deficiência, independentemente do grau, observado o disposto no art. 70-D.

A condição de pessoa com deficiência será avaliada por meio de avaliação


biopsicossocial, a qual, nos termos do caput do artigo 70-A do Decreto 3048/99 será “realizada
por equipe multiprofissional e interdisciplinar”, que indicará “grau de deficiência leve, moderada
ou grave”.

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Direito Previdenciário

*Para todos verem: esquema.

Homem 60 anos de idade


Aposentadoria por Idade
da Pessoa com Deficiência
Mulher 55 anos de idade

Por seu turno, a aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência terá
como principal condicionante o grau da deficiência, apurado na perícia biopsicossocial, conforme
artigo 70-B do Decreto 3048/99:

Art. 70-B. A aposentadoria por tempo de contribuição do segurado com deficiência,


cumprida a carência, é devida ao segurado empregado, inclusive o doméstico, trabalhador
avulso, contribuinte individual e facultativo, observado o disposto no art. 199-A e os
seguintes requisitos:
I - aos vinte e cinco anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência,
se homem, e vinte anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave;
II - aos vinte e nove anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência,
se homem, e vinte e quatro anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência
moderada; e
III - aos trinta e três anos de tempo de contribuição na condição de pessoa com deficiência,
se homem, e vinte e oito anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência leve.

*Para todos verem: esquema.

33 anos
Homem
Tempo de Contribuição
Leve
28 anos
Mulher
Tempo de Contribuição

Aposentadoria por 29 anos


Homem
Tempo de Tempo de Contribuição
Contribuição da Moderada
Pessoa com 24 anos
Deficiência Mulher
Tempo de Contribuição

25 anos
Homem
Tempo de Contribuição
Grave
20 anos
Mulher
Tempo de Contribuição

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Direito Previdenciário

3.8. Pensão por Morte


A pensão por morte é um benefício pago aos dependentes do segurado, aposentado ou
não, em caso de óbito ou de morte presumida. Nos termos do artigo 30, inciso I, a pensão por
morte independe de carência:

Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


I - pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza, observado,
quanto à pensão por morte, o disposto no inciso V do caput e nos § 3º e § 4º do art.
114;

O benefício será dividido em partes iguais entre todos os dependentes da mesma classe,
conforme determinação do artigo 113 do Decreto 3048/99, no sentido de que “A pensão por
morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos, em partes iguais.”
Em alguns casos, os dependentes podem perder o direito a pensão por morte, a saber:

Art. 105. (...)


§ 4º Perde o direito à pensão por morte o condenado criminalmente por sentença
transitada em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de
tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis.
§ 5º Perde o direito à pensão por morte o cônjuge ou o companheiro ou a companheira se
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável,
ou a formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário,
apurada em processo judicial, assegurados os direitos ao contraditório e à ampla defesa.

Uma inovação trazida pela Emenda Constitucional 103/19 foi a de que, cessada a cota de
um dependente, ela não é repassada aos demais, como acontecia anteriormente. Por exemplo,
são 3 dependentes e o benefício é de R$ 3.000,00 (três mil reais). Neste caso, cada dependente
terá uma cota de R$ 1.000,00 (mil reais). Quando um dos dependentes completar 21 anos,
perderá a condição de dependente, e, com a perda da condição de dependente, a cota que tinha
direito não é repassada aos demais. Assim, ao invés dos outros dois dependentes passarem a
receber R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais cada), continuarão recebendo a cota de R$ 1.000,00
(mil reais) cada. Isto é o que se extrai da primeira parte do § 3º do artigo 113 do Decreto 3048/99:
“As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos
demais dependentes”.
Merece destaque o fato de que para o cônjuge, companheiro(a), a pensão por morte será
vitalícia somente se o viúvo(a) tiver quarenta e quatro anos ou mais. Até completar esta idade, a
pensão por morte durará por um tempo proporcional a data do viúvo(a) na data do óbito. Neste
sentido:

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Direito Previdenciário

Art. 114. O pagamento da cota individual da pensão por morte cessa:


(...)
V - para o cônjuge ou o companheiro ou a companheira:
a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da
deficiência, respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação do disposto nas
alíneas “b” e “c”;
b) em quatro meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido dezoito
contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiver sido iniciado a menos
de dois anos antes do óbito do segurado; ou
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do
beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas dezoito
contribuições mensais e de, no mínimo, dois anos de casamento ou união
estável:
1. três anos, com menos de vinte e um anos de idade;
2. seis anos, entre vinte e um e vinte e seis anos de idade;
3. dez anos, entre vinte e sete e vinte e nove anos de idade;
4. quinze anos, entre trinta e quarenta anos de idade;
5. vinte anos, entre quarenta e um e quarenta e três anos de idade; ou
6. vitalícia, com quarenta e quatro ou mais anos de idade;

*Para todos verem: esquemas.

+ Cotas de 10% por


Pensão por Morte Cota Familiar 50%
Dependente

Dependente Inválido

Dependente com Deficiência Intelectual


Pensão por Morte 100%
Dependente com Deficiência Mental

Dependente com Deficiência Grave

3.9. Auxílio-Reclusão
O auxílio-reclusão é outro benefício pago aos dependentes do segurado, que precisará se
enquadrar no conceito de baixa renda, e, que esteja recolhido à prisão em regime fechado. Ao
contrário da pensão por morte, o auxílio-reclusão depende de um número mínimo de
contribuições do segurado para que os dependentes possam ter direito. Neste sentido:

Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
IV - vinte e quatro contribuições mensais, no caso de auxílio-reclusão.

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Logo, para que os dependentes do segurado tenham direito ao auxílio reclusão, é


necessário que ele tenha cumprido a carência de 24 contribuições mensais. Para além da
carência, os demais requisitos são dispostos no artigo 116 do Decreto 3048/99:

Art. 116. O auxílio-reclusão, cumprida a carência prevista no inciso IV do caput do art.


29, será devido, nas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado de
baixa renda recolhido à prisão em regime fechado que não receber remuneração da
empresa nem estiver em gozo de auxílio por incapacidade temporária, de pensão por
morte, de salário-maternidade, de aposentadoria ou de abono de permanência em
serviço.

Quanto ao enquadramento como segurado de baixa renda, o limite máximo do salário de


contribuição é fixado pela mesma portaria que é editada todos os inícios de ano pelo Ministério
do Trabalho e Previdência que estabelece os valores mínimo e máximo de contribuição do
Regime Geral de Previdência Social.
Para o ano de 2023, por exemplo, a renda precisa ser igual ou inferior a R$ 1.754,19 (mil
setecentos e cinquenta e quatro reais e dezenove centavos). Entretanto, para a prova basta
que você saiba que o auxílio reclusão é pago aos dependentes do segurado de baixa
renda.
Outro requisito é que o segurado esteja recolhido à prisão em regime fechado, de modo
que o § 2º do artigo 116 determina que “O requerimento do auxílio-reclusão será instruído com
certidão judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão e será obrigatória a apresentação de
prova de permanência na condição de presidiário para a manutenção do benefício.” No mesmo
sentido, o § 1º do artigo 117 estabelece que “Até que o acesso à base de dados a que se refere
o § 2º-B do art. 116 seja disponibilizado pelo Conselho Nacional de Justiça, o beneficiário
apresentará trimestralmente atestado de que o segurado continua em regime fechado, que
deverá ser firmado pela autoridade competente”.
Em caso de fuga, o auxílio-reclusão será suspenso, conforme previsão do § 2º do artigo
117 do Decreto 3048/99: “No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do
segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda
mantida a qualidade de segurado.”
A renda mensal inicial será calculada da mesma forma que a pensão por morte, seja na
possibilidade de pagamento da cota familiar de 50% do salário de benefício, acrescido de cotas
de 10% por cento por dependente, ou ainda, de 100% do salário de benefício em caso de
dependente na condição de dependente inválido, com deficiência intelectual, mental ou grave.

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Entretanto, o auxílio reclusão não poderá exceder o valor de um salário-mínimo mensal.


Neste sentido:

Art. 117. O valor do auxílio-reclusão será apurado na forma estabelecida para o cálculo
da pensão por morte, não poderá exceder o valor de um salário-mínimo e será mantido
enquanto o segurado permanecer em regime fechado.

*Para todos verem: esquema.

Segurado baixa renda

Recluso em regime fechado

Carência de 24 contribuições
Auxílio-Reclusão
mensais

Pago aos dependentes

Valor máximo de um salário-


mínimo

3.10. Salário-Família
O salário-família é outro benefício pago aos segurados que se enquadrarem no conceito
de baixa renda. Entretanto, não é devido a todos os segurados, conforme dispõe o artigo 81 do
Decreto 3048/99. É devido ao segurado empregado, empregado doméstico e ao trabalhador
avulso. São excluídos o segurado especial, o contribuinte individual e o segurado facultativo.
Neste sentido:

Art. 81. O salário-família é devido, mensalmente, ao segurado empregado, inclusive o


doméstico, e ao trabalhador avulso com salário de contribuição inferior ou igual a R$
1.425,56 (mil quatrocentos e vinte e cinco reais e cinquenta e seis centavos), na proporção
do respectivo número de filhos ou de enteados e de menores tutelados, desde que
comprovada a dependência econômica dos dois últimos nos termos do disposto no art.
16, observado o disposto no art. 83.

Como referido no parágrafo anterior, o salário-família é devido ao segurado considerado


como baixa renda, com valor atualizado anualmente. O valor do salário família é fixo, pago

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conforme o número de filhos ou de enteados e menores tutelados. No caso dos dois últimos, é
necessário comprovar a dependência econômica em relação ao segurado de baixa renda.

*Para todos verem: esquema.

Segurado baixa renda

Filho até 14 anos ou inválido


Salário-Família
Enteado ou menor tutelado até 14 anos
comprovada dependencia economica

Cota fixa

3.11. Salário-Maternidade
O salário-maternidade é o benefício pago em razão do nascimento, adoção ou guarda
judicial de criança com até 12 anos de idade, com duração, como regra geral, de 120 dias,
conforme disposto no artigo 93 do Decreto 3048/99:

Art. 93. O salário-maternidade é devido à segurada da previdência social, durante cento


e vinte dias, com início vinte e oito dias antes e término noventa e um dias depois do parto,
podendo ser prorrogado na forma prevista no § 3o.

Excepcionalmente, poderá ser prorrogado em até 28 dias, sendo 14 dias antes, e, 14 dias
depois do parto, conforme atestado médico que será submetido a avaliação médico pericial a
cargo do INSS, conforme previsão do § 3º do artigo 93 do Decreto 3048/99.
Para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa, não há
exigência do cumprimento de carência. Neste sentido:

Art. 30. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:


(...)
II – salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e
trabalhadora avulsa;

Entretanto, para as seguradas especial, contribuinte individual e facultativa a legislação


prevê a exigência de 10 contribuições mensais para acesso ao benefício. Neste sentido:

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Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
III – dez contribuições mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas
contribuinte individual, especial e facultativa, respeitado o disposto no § 2º do art. 93 e no
inciso II do art. 101.

A renda mensal inicial terá uma forma de cálculo conforme a qualidade de segurado. Em
relação a segurada empregada, o salário maternidade pode ser superior ao teto do valor
dos benefícios previdenciários, quando sua remuneração mensal for superior ao teto do INSS.
Neste sentido:

Art. 94. O salário-maternidade para a segurada empregada consiste numa renda mensal
igual à sua remuneração integral e será pago pela empresa, efetivando-se a
compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição, quando do recolhimento
das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, devendo aplicar-se à
renda mensal do benefício o disposto no art. 198.

A trabalhadora avulsa tem o benefício calculado conforme previsto no artigo 100 do


Decreto 3048/99:

Art. 100. O salário-maternidade da segurada trabalhadora avulsa, pago diretamente pela


previdência social, consiste em renda mensal igual à sua remuneração integral, observado
o disposto no art. 19-E, hipótese em que se aplica à renda mensal do benefício o disposto
no art. 198.

Por seu turno, os valores do salário-maternidade das empregadas doméstica, contribuinte


individual, segurada facultativa e segurada especial estão previstos no artigo 101 do Decreto
3048/99:
Art. 101. O salário-maternidade, observado o disposto nos art. 35, art. 198, art. 199, art.
199-A ou art. 200, pago diretamente pela previdência social, consistirá:
I – no valor correspondente ao do último salário de contribuição, para a segurada
empregada doméstica, observado o disposto no art. 19-E;
II – em um salário-mínimo, para a segurada especial;
III – em um doze avos da soma dos doze últimos salários de contribuição, observado o
disposto no art. 19-E, apurados em período não superior a quinze meses, para as
seguradas contribuinte individual e facultativa e para a desempregada que mantenha a
qualidade de segurada na forma prevista no art. 13.

Um caso como este pode aparecer em uma questão da prova, afinal, é bem comum que
em casos de gravidez de risco permaneça afastada do trabalho até a data do parto, recebendo
benefício por incapacidade, que será convertido em salário-maternidade posteriormente, afinal,
são inacumuláveis.

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3.12. Reabilitação Profissional


A reabilitação profissional, nos termos do artigo 136 do Decreto 3048/99 tem como função
“proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter
obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios
indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem.”
É destinada, de forma obrigatória, ao trabalhador que se encontra incapacitado para a
atividade habitual, de modo que, ao invés de passar a receber benefício por incapacidade
permanente, possa, a depender do caso, aprender um novo ofício, retornando ao mercado de
trabalho, e assim, tornando-se novamente segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência
Social.
Para isto, a legislação prevê funções básicas no processo de reabilitação profissional,
expressas no artigo 137 do Decreto 3048/99:

Art. 137. O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será


desenvolvido por meio das funções básicas de:
I – avaliação do potencial laborativo;
II – orientação e acompanhamento da programação profissional;
III – articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para
reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao
programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho;
e
IV – acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho.

Importante mencionar que a reabilitação profissional, embora seja obrigatória “Não


constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a
sua colocação em outro para o qual foi reabilitado”.
Por fim, o artigo 141 do Decreto 3048/99 faz a previsão de que empresas com mais
de cem funcionários deve preencher um percentual de seus cargos com beneficiários
reabilitados ou na condição de pessoas com deficiência. Neste sentido:

Art. 141. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de dois por
cento a cinco por cento de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas
portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:
I – até duzentos empregados, dois por cento;
II – de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento;
III – de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou
IV – mais de mil empregados, cinco por cento.

Feitas estas observações, encerra-se o tópico dos benefícios previdenciários, sendo


estudado, a seguir, o benefício de prestação continuada a da assistência social.

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Direito Previdenciário

Resolva a questão a seguir:

4) Questão Autoral – 2023


Marlene foi recentemente aprovada no exame da OAB e foi contratada para trabalhar como advogada
empregada no maior escritório de sua cidade. Sua primeira audiência, dez dias após ser contratada,
seria em uma cidade com 120 km de distância do seu município. Preocupada com o horário da
audiência fez uma ultrapassagem em local proibido, colidindo de frente com um caminhão. Precisou
ficar hospitalizada por 60 dias e passou mais 90 dias em recuperação domiciliar. Neste caso concreto:

A) Marlene não terá direito a benefício previdenciário por não ter cumprido o período de carência para
receber benefício por incapacidade temporária.
B) Marlene por ter realizado uma ultrapassagem em local proibido concorreu para o acidente, razão
pela qual perderá o direito a proteção previdenciária.
C) Marlene terá direito ao auxílio por incapacidade temporária no período em que esteve em
recuperação, independentemente do cumprimento de carência.
D) Marlene terá direito ao auxílio-acidente em razão do acidente de trânsito ocorrido durante o
trabalho.

Resolva a questão a seguir:

5) Questão Autoral – 2023


Bernadete, com 50 anos de idade lhe procura para saber se tem direito a pensão por morte de seu ex-
esposo, falecido a aproximadamente 180 dias. Ela recebia pensão alimentícia e informa para você que
depois do divórcio seu ex-esposo teve outro casamento e antes do óbito estava em uma união estável.
Na data do óbito seu ex-esposo tinha dois filhos menores com a segunda esposa e um bebe recém
nascido com sua companheira. Neste caso concreto:

A) Bernadete terá direito a pensão por morte desde a data do óbito do seu ex-esposo.
B) Bernadete não terá direito a pensão por morte de seu ex-esposo.
C) Bernadete não terá direito ao rateio da pensão em parte igual a da companheira e dos filhos
deixados pelo ex-esposo em outros relacionamentos.
D) Bernadete terá direito a pensão por morte vitalícia.

4. Assistência Social

A assistência social, conforme disposto no artigo 203 da CF/1988 será prestada a quem
dela necessitar, conquanto se enquadre na condição de pessoa com 65 anos ou mais, ou,
pessoa com deficiência, sendo que, em ambos os casos, o postulante ao benefício deverá
comprovar não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família.
Em âmbito infraconstitucional, o benefício de prestação continuada é regulamentado pela
Lei 8742/93, mais especificadamente no artigo 20, a saber:

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Direito Previdenciário

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal


à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por
sua família.

O conceito de pessoa com deficiência se extrai da leitura do artigo § 2º do artigo 20 da Lei


8742/93:
§ 2o Para efeito de concessão do benefício de prestação continuada, considera-se pessoa
com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.

O impedimento de longo prazo é fixado pelo § 10º do artigo 20 da Lei 8742/93:

§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2o deste artigo, aquele
que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.

A fixação deste lapso temporal mínimo permite afirmar que uma doença ou incapacidade
pode ser considerada deficiência, desde que produza efeito pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
De todo modo, quando não produzir efeito pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos, não se terá o
reconhecimento da condição da pessoa com deficiência.
Observação: caso o conceito de pessoa com deficiência seja cobrado na prova, o
enunciado obrigatoriamente deverá trazer subsídios para isto. Não há como criar uma regra geral
e abstrata. A condição de pessoa com deficiência será aferida no caso concreto.

*Para todos verem: esquema.

Não contributivo

A quem dela
Assistência Social
necessitar
Idoso
(65 anos ou mais)
1 Salário Mínimo
(BPC)
Pessoa com
Deficiência

Além do benefício de prestação continuada, a Lei 8742/93 prevê a possibilidade do


benefício denominado auxílio-inclusão, que é destinado à pessoa com deficiência moderada ou

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Direito Previdenciário

grave que receba benefício de prestação continuada e passe a exercer atividade remunerada,
com limites previstos no artigo 26-A da Lei 8742/93, a saber:
Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a pessoa com
deficiência moderada ou grave que, cumulativamente:
I – receba o benefício de prestação continuada, de que trata o art. 20 desta Lei, e passe a
exercer atividade:
a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) salários-mínimos; e
b) que enquadre o beneficiário como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência
Social ou como filiado a regime próprio de previdência social da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios;
II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no momento do requerimento do auxílio-
inclusão;
III – tenha inscrição regular no CPF; e
IV – atenda aos critérios de manutenção do benefício de prestação continuada, incluídos
os critérios relativos à renda familiar mensal per capita exigida para o acesso ao benefício,
observado o disposto no § 4º deste artigo.

Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir da data do requerimento, e o seu valor
corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do benefício de prestação continuada
em vigor.

*Para todos verem: esquema.

Moderada

Deficiência

Grave

Recebendo BPC

Auxílio Inclusão
Passar a exercer
Limitada a 2
atividade
salários-mínimos
remunerada

Cadastro no
CadÚnico

5. Prescrição e Decadência

Prescrição e decadência são temas que se aplicam aos mais variados ramos do direito.
No direito previdenciário não seria diferente, razão pela qual o tema será visto, sob a ótica da
disciplina, neste tópico específico.

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Direito Previdenciário

A questão da decadência no direito previdenciário encontra-se regulamentada no artigo


347 e 347-A do Decreto 3048/99, os quais determinam:

Art. 347. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do
segurado ou beneficiário para a revisão dos atos de concessão, indeferimento,
cancelamento ou cessação de benefício e dos atos de deferimento, indeferimento ou não
concessão de revisão de benefício, contado:
I - do primeiro dia do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da
data em que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; ou
II - do dia em que o segurado tiver ciência da decisão de indeferimento, cancelamento ou
cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de
revisão de benefício no âmbito administrativo.

Art. 347-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que


decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

*Para todos verem: esquema.

Decadência Prescrição

Direito de revisar ato Efeito financeiro da revisão do


administrativo ato administrativo

10 anos 5 anos

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Gabaritos das questões:

1–C 2–B 3–D 4–C 5–D

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