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1964 LampiaoTambemnaoeraFeitosaBastardo

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LAMPIAO TAMBEM NAO ERA FEITOSA BASTARDO CARLOS FEITOSA EM livro sod o titulo «Capitio Virguline Ferreira Lamplios, Rio, 1962, 0 Sr. Nortan Macedo divulga falso Miame familiar, vineulando o tamose Interven- tor do Sertao acs FEITOSAS DOS INHAMUNS, dando a obra um capitulo sob esta_epigrate. Fazendo ressalr a verdade, 4 1u2 da Historia do Ceard, do Tratade Genes- Jégico da Familia Feitosa, do Sr. Leonardo Feltosa, Fortaleza, 1962, Tipografia Paulina, e de outras pecas histéricas, destiz o valdo esforgo do Sr. Nertan em artigo estampado em «Q Povo de 30-11-1963, com a denominacc de «Larpiio nEo era Feitosa> (elm Caso de Distorcte Histérlea>) Inconformado, pelo mesmo veiculo, e escudandose numa Indignidade, o Sr. Nertan macula # memdérla do Udador Int!morato e de seus prdprios pals, que morecem todo c nosso respeito, publicando esta reepesta — . Tal apreciagio em caganje & uma tentatlva para fugir a0 tema dos nossos desentendimentes, Usando do dircite de retorsfic, afirmo que, em «petigho de misérie> andarla © Estado, se 0 Govémno deste ouvidos as inslnuactes do Fiscal do TBAD Nertan Macedo, Quem quiser eaber que organisma ¢ éste, Inia 0 livro «IBAD — Sigin ds Cor- rupsio», do Sr, Eloy Dutra, Rio, 1963, Fdltbra Clvilizacko Brasileira, Daqul por Aiante eu o invecarel como Fiscal, a que, Indavidamente, fui tratade come Juiz. Ao quo, depols, oscevera: «Pouco se me dé que ése magistrade, cheio de azedume, parco de educeefo, quelra fazer prevalecer, como verdade tinica € In destrutivel, a sua versio s6bre o sespeltavel cli familiar.» Aatde © carente de educagio quem se demonstrou fol o meu antzxonista. Sua Hnguagem nfo @ 3 de quem tem educacdo, mas a de quem ¢ moralmente Inrapaz de confessar um trro, ¢ Intelectualmente impotente para deferder sous pontos de vista, quando insustentévels e vulnerados. © fiscal, e ndo cu, @ quem quer «fazer prevalecer, como verdade unica e indestrutivel, a sua verstio», pois, em seu livre, afizmou: *De qualquer forma, um Feftosa> (pag, 185). Allés, nfo é so uma, slo duas, a do pat e a do bisevd, A minha nko 6 unica nen Indestrutivel, pois admite ou. tras, contanto que se uduzam provas. Busco # verdade, nfo procure impingtia, Continuando, diz que «faga 0 julz Feltosa bom proveite de sua eradicho ¢ doixe em poz quem nunca o vin mals gordor. Acredite 0 fiscal Macedo que € a contragosto que 0 conteste, mas nfo poderla deixi-lo em paz com o seu argo, enguanto trouxer @ puloileo suas Invercionices @ respelta da familla a que per- tengo. Erudictio nfo a tenko, apenas aprovelto minhas horas de lazer lendo 9 histérla de minha terra, e, em particular, a de minha familia, @ 0 meu hobby. Confessando 0 seu athcamonto ao assunto, declara: «Soret suetnto, embora cont razGes de sobra para ser prolixo, tanto quanto 0 malcriado Juv, eujo falr- play € sindnimo de grosseria.» Nao hé mérito algum em o escrivinhador ser prolixo, Pelo contrério, t21 pratica constitul demérlto, Mels do aue eu, 0 fiscal demonstrou set malerlado © grosseiro. A atitude temperamental do fiscal fez Jembrer cen contada por Flomero. Vencida Tréia, reuniram-se os conguistado- Fes sob a presidénela de Agamenfo para estudarem @ partllha dos despojos. 260 REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA Aquiles reclemou malor quinhio, por ter sido o mais bravo, Os outros pare: clam nfo concordar e, entio, o reclamante, indlgnado, deblaterou. Agamenso, stbiamente, o adverte: «Tu te agastas, fllho? Entio nfo tens razie!» A violéncia ¢ a arma de que se servem os desasalatidos de razho. Zangado porque Bo louvel o livro — ¢, se assim agi ¢ poraue a sua melhor parte & a transcricSo do que outros disscram, sendo 6ua obra verdadelro pro- duto de parasitismo Hterério —, sentencia: «Devolvo o julz Feitosa ao lyro do qual saiu jejuno.> N&o precisa o fiscal Nertan Macedo recomendarme que relela 0 seu Ilvro, pols que $6 até tresit e a te voltare! togas ax vozes que fOr necoscérlo. Jejuno quem esté € o fiscal Macedo, no tocante & Histéria de Ceard. Com Indlstarcével falta de modéstla. reclama o fiscal do IBAD que ea nao ‘tenka gostado da subliteratura que, com muito esforco, vem elaborando, multe elogiada, no seu dizer, por outros «que se ckamam Adonlas Filho, Octévio ae Farias, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Plinio Salgsdo, Willy Lewin, Alvaro Moreira (para citer apenas alguns de quase uma centena de nomes nactonals que o magistrade tgnora @ que sobre os meus livros se pronunciaram). No ignoro sses nomes e nem suas obras, pols que ce trata de intelectuals yor demas conhecidos. © elozio déles, multas vézes. ¢ encomendad pela Edltéra, que thes manda os livros — na mafotla Gos casos, sem cléneia do sutor, e, até, sem contacts Pestont entre o autor das louvaminkas © o afithade — com a recomendacko ex- pressa de que elogle a obra, senao ele fica nas prateietres, e a conseqiiéncia é a de que o editor terd prejulzos. Veledamente, éstes dizeres contém a ameagn: se nfo o fizer, 0 seu trabalho naa seré publicade Luiz Pinto, comentando o romance «O Dragior, do pocta José Alcldes Pinto, recentermente vindo @ lume, dé-nos ¢ seu testemunho do valor déstes elogiog: 4A critica de notinhas elogiosas, pedidas, rogadas, quase sempre é responsive! por esse proliferacho.2 (, E iogo mals, <¢ um livto de linha neutras. Ora, se nfio é tra dalho nistérico e nem ce fiecao, mas, do clinha neutrax, por que se aferro tanto em sustentar um érro d= Unhas Aistérico-xenealdgicas, citanéo um histo Tlador isolado em cantradi¢zo com quase uma dezena de outros, do malor con: celto? Por isto € que nfo faz sentide essa definicéo de pesiciu de sua obra. Reportando-se & feltura do livro, diz que «fo preolou reccrrer no Bazin de Studart nem meter o nariz nas tracas dos cartériog do sertio. Allés, hd multa kente que Penta que fazer historia ¢ sdmente rebuscar arquivos, fugar acumen. tos. Talvez seja por isto que o Cearh née tem um intérprete come Pernambuco tem um Gilberto Freyres. Na verdade quem escreve historia «por quase ins- tintor ro precisa «meter o nariz nas tragas dos cartérlos do serthor: REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA 261 fsse entender do Sr. Nertan é érro palmar. Felar-se em histéria, em Barto de Studert ¢ trazer & baila Gilberto Freyre, como elemente de prol de outre Estado, sobrepondo aste aqueie, ¢ desconhecer a obra de um e a de outro. K confundir alhos com bugalhos. # nfo saber que um foi historiador (Bardo de Studart), @ dos mais corretos, © 0 outro (Gilberto Freyre), sociélogo, alls, yesza, que s6 vé as colsas sob um prisma. B «0 Homem do um blho Sé» (LL vrarla Freitas Bastos, 1961}, do meu comuniclpe Joaquim Plmenta, autor do terrive! Hibolo Cultura de Fichirie e da arrojads Seciologia Juridica do Trabalho. Sendo © Sr. Nertan Macolo «0 homem de um lluro sé», 0 de Théherge, & querendo, & farca, que se elogiem os seus trabalhos, nio é de se estranhar sua admiragio pelo ensimesmado , bem assim, , e, mals tarde, enfelxou-os, com outros tra- baihos, em «Cearé — Homens e Fatos». J& vimos que, do mesma modo, sgiu Pedro ‘Théberge. assenhoreando-se do acevo histérieo do Ieé — a metrépole do Interior nos tempos coloniais — para confecclonsr o seu (pSg. 185), supondo tratar-se de um representante do ramo Ferreira Ferro, donde o capitulo FEITOSA DOS INHAMUNS, do seu livro. © notavel folelorista Luis da Camara Cascudo, um dos mais argutos pea- quisadores do Brasil, para quem os cartérios e os arquivos das camaras do interior sfo as sues mais belas jéias, nao seria leviano em afirmar o despau- terio de que Lempliio serla Feltosa dos Inhamuns. Sle pode ier achado possl- vel, mas de wma possibidsde a uma afirmagso, demanda muito tempo para uma pesquisa, Jumals Cascudo externarl sto por escrito, sem exame acurade, se 6 que disse. ‘Tradugso oral de Lampiio ser Feltosa, nem dentre os de Pernamhuca Isto 6 possivel, nis obstante a histéris dossa familia, Id, ser povco conhecida agul. Nos sertées do Carirl, do @Quixclé © dos Inhamuns, asseguro que ela nap existe. Contesto que se declare os nomes das pestoas ouvidas nessas pesquisas, que nao foram feitas. O depolmento de uma dnica pessoa nio faz prova. Jé dizlam os Tomanos: testis uns testis nullus, F, tanto mals, 0 dizer de um sé individuo nfo forma uma tradigGo. Mas, vamoa dissccar a falea tradigio de quo fala o Sr. Nercan. Gomes de Freitas, o vivente que Ihe falou em nome dos Inhamuns, $4 Ihe desnentiu em «C Povo» de 21-22 de dezembro de 1963, quando, desajeltadamente, 2 para satisfazer o Sr. Nertan, arranjou un bastarde com o nome de José Fer relra, filo de Manuel Ferrelra GONDIM. Ora, se o pai era Manvel Ferreira GONDIM, 0 filho devoria ser José Ferreira GONDIM. © nome do avd do Lam- plio, cliado por Nertan, & José Ferreiza da SILVA. coisa bem diferente. Dai Por diante, Gomes de Fraltas, enredado em lames gonenlégicos ¢ nfo podenda sair-se do labirinte em que se meteu, abandonou José Ferreira com estas pa- lavras: «Perdeu-se nos sertGes e agrestes de Pernambucos, e, déle, «rezam as tradig6es, provém Lampidox. Jofio Forroira, trmtio de Lampifio, ji atestou sor Inveridica essa adusio. Desencontrandose do Sr. Gomes de Freitas, 0 Sr. Nertan nao perdeu o seu hersi, Localizoi-o em Vila Bela (nig. 185). O pior de tudo isto é que o Sr Nertan ainda diz que se apéia cm Gomes de Freitas, As tradigées tém que ser fundamentadas por pesquisas. pois que, ouvin dizer © parece, diz 9 povo, n&o se conta. Nao provada, a histéria pacsa a ser ostéric, quo ¢ outra coisa REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA 263 Allés, 9 narrativa do Sr. Gomes de Fretins, incluinde um bastardo no melo dos fez legittmos aa Manuel Ferreira Gondim, fax lembrar aquela outra em que um Individuo, armade de uma espingarda de churcho, metou, numa lagoa, doz marrecos com um s6 tro. Intervém um companheiro: @ um macaco. O cacador, As pressas, com a férca da tmaginacho, construlu uma cérea na lagoa, para po- der salvar o péta do amigo, pots que macaco nao vive ndgua. Meu conterraneo Gomes de Freltas precisa reencontrar ésse bastardo que éle perdeu no intertor de Pernambuco. Do contrario... sua histérla fleard sendo estérla. Quanto A do Sr, Meton Vieira, talande pelo Quixeld, disse-me fle que a sua histéria fol ouvida no Ginésio do Crato, pelog Feltosas do Barra (Janudrlo ¢ Zaquinha), nico dos Inhamuns, o6 quals, quando acossados pelos colegas, em trotes, para intimida-los, faziam-se passat por parentes de Lamplao para, com isto, imprimirems temor, dando-setne fores de valentia, com o que ligavam as tradiedes bélleas dos Feltosas sos feltog de Lampio. Vejase como uma patus- cada de estudantes, contada como pilhéria, passa a ser impingida como histérla. Allés, para se saber quanto © Dr. Meton Vielra pouco conhece de Lampido, Dasia a transcricho déste trecho de sua autorla: «Quem canhece Conceigto do Plancé —~ no este paralbano, bem sabe sua posi¢io de terra bellgerante, pols fica ela cercada por wma seaiiéncia de zonas, outrora de cangaco brabo, pols ao sul flea o municipio de Serra Tslhada, om cujo centro esta a zone do Pau de Fiéres e Riacho do Navlo, de ofde safram os mals famosos cangaceiros do Nordeste, bastandose citar Antonio Silvino, VIRGULINO LAMPIAO E SEUS IRMAOS, SENHOR PEREIRA E LUIZ PADRE para sdmente flear ai.2 (Matanca Geral Para Matar Jodo da Casa Velha, pendltima de unia série de 10 roporta- gens, em de 2-21 de junho de 1964), Senkor Pereira ¢ Luis Padre nunea foram irmias de Lampific. © inico lego que os uniu fo! o fato de éste ter se iniciado no cangaco no bande comandada por aquéles 9, per tim, assumido es Tédeas do grupo com o afastamento daque- les, Os itmSos de Lampl&o, que o acompanharam, forum Antonie, Living e Eze dulel, este, apelidade do «Ponto Finos. @ esta a soguranca dos informantes da Sr. Nertan. Tudo estérias. # assim que se formam as falsas tradigdes. Quem niBo estiver a per da Vida de Lampttio, lende o texto do Dr. Maton sa!rd repe- tindo que senhor Pereira e Luis Padre eram seus Irmfos, © que, portanto. éle era Pereira do Pajei de Fldres, tal como o Sr. Nertan que, falsamente, quer fazer passar Lamp!so por Feltosa dos Inhamuns. Mals além confessa o Sr. Nertan: eC Sr. Gomes de Freltag me contestoa nfo ser Lamplio um Ferreita Ferro, e sin, um Ferreira Pedrcea ou Ferreira Gendim, 0 que vem a dar na mesme coisa, ou seja, Fettosa — e nada além de Feitosa.» Ora, um elemento das grandes familias Ferreira Ferro, Ferreira Pe dresa ov Ferreira Gondlm, tngressando na Foltoea, seus descendentes serdo Feitesss, ¢ ébvio. Mas, de modo algum, os demals membros daquelas familias Poderao ser consideredos Feitosas, e, assim, tal fate nto «vem dar na mesma coisa, ou seja, Feltosa — e nada além de Feltosar, pols que € diverse o resul- tado. Os descendentes do Sargento-Mor Francisco Ferreira Feitogs, enteado do Coronet Francisco Alves Feitosa, 56 s¢ tornaram Feltosas devido ao seu casa- mento com D. Josefa Alves Feitnsa, filma do Coronel, de suas segundas nip- cias, com D. Catarina Cardosa da Rocha Resende Macrina. Do contrarlo, éles Mio seriam Feitosas, Do mesr.o modo, nAo tendo delvado descendéncla 0 Co- malsedrio-Geral Lourenco Alves Feltosa, cosado com D. Anténla de Oliveira Lel- te, da familia Gondim de Gotana, pols que, falecendo ela @ ¢ filho, Coronel Low. rengo Alves Penedp ¢ Rocha, segue-se que, com a morte do rebento Gnico, de sapareces o derradelro laivo de sangue dos Gondins na familia Feltoaa, nessa primelca goragho, Assim, dossaa trés familias @ Gnica em que o Mame persiste 6 a Ferreira Ferro, por cujo vineulo, 44 até o Sr. Gomes de Freitas disse nfo se filia Lampigo, 284 REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA © Sr. Nertan astegura que Lampifio era, «de qualquer forma. um Fe'toss» (pag. 185), provindo do ranmo Ferreira Ferro, Agora, no revide, acetta o alvitre do Sr. Gomes de Freitas, ¢ s0 conforma em que soja bastardo, podendo, entio, descender dos Fecretre Pedrosa ou dos Ferreira Gondim. Qualguer tabua de salvacio, Ine serve, comtanto que nao fique abandonado, O Sr. Nertan vaga no desconhecido. Largado dos Ferreira Ferro, pelos seus informantes anterlores, aquéle embarcadicgo do Léide Braslletro, que feou déle mofando por tris De mancira alguma crelo que o veterano jornalista se agaste com essa afirma- Bo. dado o seu gdsto pelas colsas da Nordeste. A propria Ordem do Jagungo, por éle fundada, 6 um desmentido formal & desautorlzada interprotacSo dos sen- timentos alhelos. Também ndo me aborrecerla ésse parentesco se ficasse pro- vade que o era. O meu esférgo ¢ no sentido de que ce aclare a histérla, tique certo o fiscal Macedo. Vamos estudar mais Lampigo. Nes sertdes por onde andou a fiscal, n&o @ por «Capitio Virgullno Ferreira Lamplic» que o famoso bandoleiro eonhecldo, mas por Virgulino, Lamplac, Virgulino Ferreira, Capltfc Virgulino, C. Lampiéo e Capitao Virgulino Lam Plo. Asam asté escrito por éle, Lampiéo, por repérteros como AdSo Carrazzoni (cA Nolte), Luciano Carneiro e Pedro Lima («0 Cruzetros, Nonnalo Masson (¢Fa- tos & Fotos»), e os numerosos folhetings da Iteratura de cordel espathados naa felras do Nordeste, destacando-se, dentro multos, , ¢Lampido na Bahia», eVisita de Lampifo a Juazeiros, . Devin tere poupado Gste tra- balho, fazendo-o éle mesmo, pols que eu 14 o havia felto, N&o o féz, pols vou darme a ste labor, para, mals uma ves, provar a verdade: «A erénica mals antiga, corrente nas redondezas, rezava que o bisav6 paterne de Virgulino viera de TAUA, NA SERRA DO SAQ JOAO DOS INHAMUNS» (pag. 185, do seu vro). Repare-se que se trata de afirmacho propria, déle, © nfic de transcricio, Se Tana fica na Serra do Sko Jofo dos Inhsmuns, é curial que Tau seja cidade serrana. Néo bi como negar. Depots de minhas resiricces ao Sr. Nertan, quanto @ Lamplao ser Feitosa dos Inhamuns, volta @le soflsmando: «Quando disse que Lampiio SERIA um Feltesa BASTARDOs, ¢, mals adlante, «SUGERT apenas uma ascendéncia Fe!- tosa de Virgulino Ferreira da Silvas (nko é mais Virgulino Ferrelra Lampisic?). Gra, 14 esta no seu LWvro 0 capitulo: FEITOSA DOS INHAMUNS e, dentro dele, a afirmagio categériea: , inieinda om 1920 © terminada em: 1928, pensavase que a desintellgéncia teria nascide do de« conheeimento do tempo de suas concess5es, como dle mesmo, Joho Brigido, con: fessa: «No fol possivel ainda conhecer-se a época precisa das terras de Jucé: origem da uta; o que seria um bom apoto para a sua cronologia e ponto de parti¢a pare o reconhecimento de algumas outres datas (Cearh —~ Homens ¢ actos, 1919, pag. 372) Depola de identificadas ns terras do Ric de Jucés, viu-se que a orlgem dos empates dos Montes e Foltosas estava na Lagea do Iguatv e no Rio Trugu, na Ribelra dos Quixelés, mmulto distante daquelas terras. A préprie romenclatura dos torais das Iutas nfo assInala nenhum tepdnimo no Alto Jaguaribe, onde se situa 0 Rio de Jucis, mas 10-a6 na Ribeira do Salgndo ¢ Médio Jeguartbe, cer- eanias do Icé. ‘© escopo priniordial das lutas fol a chefin politiea do nascente arralal, bi- partido em Ieé de Gima, dos Montes, e Ye6 de Baixo, doe Feltosas. A cimensa bibliografias que falet 6 a respeito de Lampige, pots que nola nfo ha uma s6 referéncta a trabalhos histéricos. No setor da Histéria do Cearé © fisea! Macedo continua alhalo. Afirma ainda que «dizes que os Feitosas tinham séqultes de malvados & mais do que sabldo. Ou seja, que o julz Carlos Feltosa queria que os seus va- 266 REVISTA DO INSTITUTO DO CEARA Tentes ancostrals andassem de parceria com anjos da Cérte Celeste?» Nia con- testel que os meus mulores Uvessem, a set mando, os seus parentes e amigos, pols que se trata de fato comum ne Pais, prética usual ainda hoje. © bem co- nhecide © repto de Jodo Brigido: «quem: tiver avés que nfo malassem ou {0s sem mortos, levante o dedo!» (Terra ¢ Pave de Cearé, de Stivio Jélio, pig. 53, 1996, Rio, Livraria Carvalho Editéra), O que refutel fol o exegerado nimero de Indios jenipapos que acomparhava 0 Grupo Feltosa, que nao deve ser cone fundido com os Feltoses, jé que ésses retivos se agregavam eo Coronel, Jofo da Fonseca Feltosa a n&o 105 Weltosas, No entanto, poderia ter argumentado que Osses MALVADOS nfo eram Fel. tosas, e nfo eram seus seguidores, trazendo ao pérea subsidies do Barao de Studart, Com efeito, 0 provecto historiador dé a chefia ¢o Grupo Feitosa ao Coronel Jodo da Fonseca Ferreira, como se vé désse peas: «Em poucas palevras formule minhas reflexdes ¢ exponhko minhas divides: Em 1. lugar. Geraldo do Monte ara o enefe da parcialidade adversaria aos Fettosas? Em 20 lugar. O chefe Foltosa chamava-se Coronel Jodo da Fonseca Fer- relra © aio Capit6o Jogo Ferreira da Fonseca» (sINEDITOS...> (Rev. Trim. do Inst. do Cearas, 1.¢ tim., tomo X, 196, pég. 149) Assim, a responaabilidads de mandataria dos excessos da guerra cabe ao Coronel Joko da Fonseca Ferreira ¢ nfio aos irmAos Feltosas, que lutevam &s suas ordens diretas, e em defesa do Ouvidor (doc. a. XLIX), gue era o man- dante. Prova eonereta désse comando @ dessa assertiva vEse fo doc. n.° I, dos (cInéaitosy do Bartio, de onde traslado éste excerto: «hontem que se contaram 20 deste entrou uma grossa tropa de gente neste Cariri vinda dos Irhamuns, & se ENCORPORCU com o Coronel Jo’o da Fonseca Ferreira e 0s Tapuyos dos Jonipapos...» (Carta do Juiz do Jaguaribe ac Senado, de 12 de Junho de 1724), dos sInéditoss. Viu-se que @ tropa dos Inhamuns INCORPOROU-SE ao Coronel Joio da Fonseca Ferreira e aos Tapuias da Nagao Jenipapo. Quem se INCORPORA nfo tem o Comando. Zste pertence ac incorporador, tal como $4 assinalou o Barko de Studart, acima. Por gutro lado. estas praticus que foram unr horror, sao comuns na guerta, mesine nos dias que correm. Leiam-se os autores italiano: a respelto da ceupacao americana em seu pals, especialmente, ¢A Peles, de Mala- Parte, de onde © Sr. Jofio Climaco Bezerra colheu esta observagio. «Asslste 20s meninos senda vendidos. Trés délares uma menina de dez anos, dols ddlares urn mening, E ¢s negros amerleanos que apa)pam ss meninas, metem as mts Dor entre os botées dos calgéozinhos dos meninos.» («Romance e Guerras», em cUnitérloy de 21 de Junko de 1964). Acentue-se, ainda, gue 0 Coronel Joi da Fonseca Ferreira agla sob o ar- Ditrio do Ouvidor José Mendes Machado, ¢ que os Feitosas » tudo assistlem com indiferenga EM CONTEMPLACAO, como se comprova com o doc, n.° KI, nos- tas palavras: <,..somes Informados aue o Douter José Mendes Machado, vendo eriar 9 lugar de Ouvidor desta Cap.t, esta educatdo 0s povos della por si e sous offictaes com lelte tio venenoso que querendo o povo quelxar-se-the do estranho mode cop; que o vem dlssipando das fazendaa e das Insoléncias com que o esté opprimindo se valeo do Coronel Jo&o da Fonseca Ferreira com oltenta Tapuyoa Jenipapos de granadetrag EM CONTEMPLAGAQ dos Feltosas... (Requerimento do Sensde go Capltio-Mor Manuel Francés, em 14 de setembro de 1724, dos ainéditoss, do Barho de Studart. Nese documento verifica-sa 9 terce!ro plano em que ge colocaram os Fel- tosas nessas desordens, ja que a responsabilidade imtclectual pertencia ao Ou- REVISTA DO INSTITUTO DO CHARA 267 vidor, © comanda go Coronel Joie da Fonseca Ferreira, que contava com os indios Jenipapos ©, os Feltosas, apenas contemplavam o espeticalo ¢ com éles contemporizavam. Em Portaria que © Capitio-Mor Manuel Francés expediu so comdssirio Pedro da Rocha Franco, os Feitosas estéo exclufdos das arbitrariedades cometidas pelo Cuvidor @ pelo Coronel Joao da Fonseca Ferreira, Lése rela: «Ordeno ao Co- missArio-Geral Pedro da Roche Franco por serve.t de S. Mage. nic dé gente da- quetla Rivet ao Dor. Ouvr, Geral José Mendes Machado pr. ter mostrado a axperiéncla a’ pela Just.» felta na sua corr.m se alterou a Ribr,s de Jagoarlbe @ suas annexas pelo d. Min.o com Joo da Fone: Ferra. e seus Tapulos Jeni- papos € outra nasko tem feilo mortes, ostelidades ¢ roubas...» (Portaria de 8 fe outubro de 1724), des «lnéditoss. A exolusio dos Feltosas na ordem cupratranscrita, demonstra o papel se cundarissimo que tiveram @les nax desordens em estudo. Em outre documento, a carta de me XXVII, testificam os Oficlais da Ca- mara do Jaguaribe que a associngho dos Fe!tosas nas lutas fol apenas parcial, Els o texto: s...pelas muitas Insolenclas que Ihes tem feito, estavam determi nados todos a morreram no campo e nie tomnarem #s suas casas sem que o 4.0 Ministro fasse deposto fora da ribeira até S Magde. qe. Ds. ge. mandasse to- mar conheciments das injustigas q’ Ines tem feito querenda com PARCIALIDA- DES de Francisco Alz. Feitoza ¢ seus parentes e amigos...» (Carta & CAmara, datada da Matriz d@ Nossa Serhora do Rosérlo, de Jaguaribe, aos 22 de dezem- bra de 1724, assinando pelos Oficials da Camara, Miguel de Sousa Card¢so), dos

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