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Apostila Completa Irpf 2022

Este documento apresenta um curso prático sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), abordando tópicos como: 1) introdução e objetivo do curso, 2) origens e aplicações de recursos tributáveis, 3) ano-calendário, exercício financeiro e declaração do IRPF. O curso fornece explicações detalhadas sobre como preencher a declaração do IRPF e calcular o imposto devido.

Enviado por

Weslei De Souza
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Este documento apresenta um curso prático sobre o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), abordando tópicos como: 1) introdução e objetivo do curso, 2) origens e aplicações de recursos tributáveis, 3) ano-calendário, exercício financeiro e declaração do IRPF. O curso fornece explicações detalhadas sobre como preencher a declaração do IRPF e calcular o imposto devido.

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Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física


1- Introdução e objetivo............................................................................................. 1
2- Origens e aplicações de recursos.......................................................................... 1
3- Ano-calendário, exercício financeiro e declaração do IRPF................................. 1
4- Dos contribuintes................................................................................................... 2
4.1- Renda................................................................................................................. 2
4.1.1- Exemplos de renda do trabalho....................................................................... 2
4.1.2- Exemplos de rendas do capital........................................................................ 2
4.1.3- Exemplos de rendas da combinação do capital e trabalho............................. 2
4.2- Provento.............................................................................................................. 2
4.2.1- Exemplo de proventos..................................................................................... 3
5- Rendimento bruto.................................................................................................. 3
5.2- Rendimentos isentos ou não tributáveis............................................................. 3
5.2.1- Exemplos......................................................................................................... 3
6- Formas de apuração mensal do imposto de renda............................................... 4
6.1- Retenção............................................................................................................. 4
6.2- Carnê leão.......................................................................................................... 4
7- Rendimentos tributáveis oriundos do trabalho, proventos, aluguéis..................... 5
7.1- Tabela progressiva – cálculo do IR – ano-calendário 2021............................... 5
7.2- Tabela de contribuição previdenciária – INSS (2021)........................................ 6
8- Deduções permitidas para determinar a base de cálculo do IR............................ 6
8.1- Deduções mensais1............................................................................................ 6
8.1.1- No caso de retenção na fonte......................................................................... 6
8.1.2- No caso de recolhimento mensal (carne-leão)............................................... 8
8.2- Deduções na declaração de ajuste anual1......................................................... 9
8.3- Deduções – pensão alimentícia1......................................................................... 12
8.4- Deduções – dependentes1.................................................................................. 13
8.5- Deduções - previdência complementar1............................................................. 14
8.6- Deduções – livro-caixa1...................................................................................... 18
8.7- Deduções – despesas médicas1........................................................................ 18
8.8- Deduções – despesas com instrução1................................................................ 20
8.9- Deduções – rendimento de aluguéis1................................................................. 20
8.10- Deduções – outras1........................................................................................... 21
Prof. Loberto Sasaki
Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

8.11- Deduções – imposto devido1............................................................................ 23


8.12- Contribuição patronal paga à previdência social1 (Extinto em 2019)............... 29
8.13- Fundos dos direitos da criança e do adolescente1........................................... 30
8.14- Deduções do imposto – desconto simplificado................................................ 30
9- Desconto simplificado1........................................................................................... 31
10- Obrigatoriedade de entrega1................................................................................ 31
11- Pessoa física desobrigada – apresentação facultativa1...................................... 33
12- Titular ou sócio de empresa – apresentação de DIRPF/20221............................ 34
13- Rendimentos de sócio ou titular de empresa tributada
com base no lucro real presumido ou arbitrado................................................... 34
14- Rendimentos de sócio ou titular de empresa optante pelo Simples Nacional1.... 35
15- Rendimento de microempreendedor individual – MEI1....................................... 35
16- Participação dos empregados nos lucros das empresas.................................... 36
17- Aplicações financeiras (rendimento do capital)1................................................. 37
17.1- Renda fixa1........................................................................................................ 37
17.2- Renda variável1................................................................................................ 38
18- Ganhos de capital................................................................................................ 41
19- Espólio – contribuinte falecido............................................................................. 48
20- Situações individuais1.......................................................................................... 56
21- Prazo para apresentação1................................................................................... 59
22- Multa por atraso ou não apresentação – contribuinte obrigado a declarar1....... 60
23- Multa por atraso ou não apresentação – contribuinte não obrigado a declarar1. 60
24- Programa para preenchimento IRPF 20221......................................................... 61
25- Onde obter o programa1...................................................................................... 62
26- Equipamento necessário1.................................................................................... 62
27- Como instalar o programa IRPF 20221................................................................ 62
28- Quais são os meios a serem utilizados para transmissão da DIRPF1................. 62
29- É seguro enviar a declaração pela internet1........................................................ 63
30- Onde obter outras informações sobre a transmissão da declaração pela
internet, utilizando-se o receitanet1............................................................................ 63
31- Qual o local de apresentação no prazo da declaração de ajuste anual do
exercício de 20221...................................................................................................... 63
32- Quem deve transmitir a declaração de ajuste anual
do exercício de 2022 com a utilização de certificado digital?............................. 64
33- Apresentada após o prazo1.................................................................................. 64

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Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

34- Retificação da declaração.................................................................................... 65


35- IN RFB 1.500/2014.............................................................................................. 68
36- IN SRF 599/2005................................................................................................. 125
Exercício para fixação nº 1........................................................................................ 129
Exercício para fixação nº 2........................................................................................ 133
Exercício para fixação nº 3........................................................................................ 138
Exercício para fixação nº 4........................................................................................ 139
Exercício para fixação nº 5........................................................................................ 140
Exercício para fixação nº 6........................................................................................ 141
Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física 2019 – Novidades.................. 142

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Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

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Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

CURSO PRÁTICO DE IMPOSTO SOBRE A RENDA DA


PESSOA FÍSICA
1 - INTRODUÇÃO E OBJETIVO
Seja bem-vindo o curso prático de imposto sobre a renda da pessoa física!

Diferentemente dos tutoriais sobre o programa de IRPF ofertados no mercado, este é um


curso de interpretação e aplicação da legislação do IR, com treinamento prático de cálculo e
preenchimento da declaração do IRPF.

O objetivo deste curso é preparar o cidadão a compreender e dominar o aspecto técnico


e jurídico do imposto sobre a renda e a declará-lo com consciência para evitar que o seu nome e
CPF sejam incluídos na lista da “Malha Fina” (lista de contribuintes que serão convocados a
prestar mais esclarecimentos).

2 - ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


Não há aplicação sem origem correspondente, principalmente para o fisco.

ORIGENS = APLICAÇÕES
▪ Renda Tributável ▪ Compra de Imóvel
▪ Renda Isenta ▪ Compra de Veículo
▪ Renda Imune ▪ Integralização de Capital
▪ Doações Recebidas ▪ Doações Concedidas
▪ Empréstimos Obtidos ▪ Empréstimos Concedidos
▪ Pagamentos de Cartões de Créditos
▪ Pagamentos de Prestações
▪ Envio de Recursos ao Exterior
▪ Compras e Pagamentos Diversos

3 - ANO-CALENDÁRIO, EXERCÍCIO FINANCEIRO E DECLARAÇÃO DO IRPF


Por exemplo, o Zezinho conseguiu seu primeiro emprego em janeiro do ano 2021,
percebendo salário fixo de R$ 3.000,00. Desse valor mensal, foi descontando imposto de renda
no valor de R$ 500,00. Em dezembro, Zezinho adquiriu seu primeiro carro no valor de R$
20.000,00. Demonstre a situação fiscal desse cidadão.

Ano-calendário Exercício financeiro

1/1/21 31/12/21 1/1/22 30/4/22 31/12/22

JAN/21 Transmissão
Salário..... 3.000
(–) IRRF....... 500
(=) Líquido... 2.500
DIRPF

Origem: Aplicação:
Renda Tributável..... 36.000 Automóvel...... R$ 20.000
(–) IRRF......................._ 6.000
(=) Líquido................... 30.000

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Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

4 - DOS CONTRIBUINTES
Art. 2º São contribuintes do imposto sobre a renda as pessoas físicas residentes no
Brasil titulares de disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do
capital, do trabalho ou da combinação de ambos, e de proventos de qualquer natureza.

Parágrafo único. São também contribuintes, as pessoas físicas:

I - que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse como se lhes


pertencessem, de acordo com a legislação em vigor; e

II - não residentes no Brasil que recebam rendimentos de fontes situadas no Brasil.

Fundamento: IN RFB 1.500/2014 (RIR/2018, Art. 1º)

4.1 - RENDA
É o acréscimo patrimonial que o contribuinte recebe com o fruto (produto) do trabalho,
do capital ou da combinação de ambos.

4.1.1 - EXEMPLOS DE RENDA DO TRABALHO


a) Empregado: Salário

b) Autônomo: Honorário

c) Empresário: Pró-Labore

4.1.2 - EXEMPLOS DE RENDAS DO CAPITAL


a) Aplicação financeira: Juros

b) Empréstimos: Juros

c) Imóvel: Aluguel

4.1.3 - EXEMPLOS DE RENDAS DA COMBINAÇÃO DO CAPITAL E


TRABALHO
a) Automóvel: Serviço de taxi

b) Automóvel: Serviço de uber

4.2 - PROVENTO
É um ganho (acréscimo patrimonial) auferido pelo contribuinte que não se enquadra no
conceito de renda.

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4.2.1 - EXEMPLO DE PROVENTOS


a) Aposentadoria

b) Pensão alimentícia

c) Indenização trabalhista

5 - RENDIMENTO BRUTO
Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação
de ambos, os proventos de qualquer natureza e os acréscimos patrimoniais não correspondentes
aos rendimentos declarados.

5.2 - RENDIMENTOS ISENTOS OU NÃO TRIBUTÁVEIS


Compreende à suspensão do pagamento do tributo, em virtude de Lei, com prazo
determinado ou indeterminado. Na isenção, o fato gerador ocorre, mas o pagamento do mesmo
fica suspenso.

5.2.1 - EXEMPLOS
a) Os proventos de aposentadoria ou reforma motivadas por acidentes em serviços e
aqueles percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa,
alienação mental, etc.

b) Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês
de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base
no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.

c) Rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança.

NOTA 1:
a) RENDIMENTOS ISENTOS E NÃO TRIBUTÁVEIS
A lista é exaustiva, previstas nos artigos 5 a 11 da IN RFB 1.500/2014 (RIR/2018,
Art. 35).

b) RENDIMENTOS TRIBUTADOS EXCLUSIVAMENTE NA FONTE


A lista é exaustiva, previstas nos artigos 12 ao 19 da IN RFB 1.500/2014.

c) RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA


A lista é exaustiva, previstas nos artigos 20 e 21 da IN RFB 1.500/2014.

NOTA 2:
Por exclusão, os demais rendimentos são classificados como:

d) RENDIMENTOS TRIBUTADOS NA FONTE A TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO


(RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA)
A lista é exemplificativa, previstas nos artigos 22 ao 35.

e) RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS (CARNÊ-


LEÃO)
A lista é exemplificativa, prevista nos artigos 53 ao 57.

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6 - FORMAS DE APURAÇÃO MENSAL DO IMPOSTO DE RENDA


A pessoa física deve apurar, recolher e declarar Imposto sobre a Renda pelo regime de
caixa, em bases de apurações mensais. Assim sendo, as apurações mensais devem ser na forma
de retenção ou carnê-leão.

6.1 - RETENÇÃO
Quando a pessoa física auferir renda de uma Fonte Pagadora (pessoa jurídica), esta fica
obrigada a reter e recolher o imposto sobre a renda, justificando, assim, a sigla IRRF (imposto
sobre a renda retido na fonte).
NOTA: a Lei reconhece como Fontes Pagadoras, para fins de retenção, somente as pessoas
jurídicas e a elas equiparadas nos termos da legislação do imposto de renda.
A Lei determina que a retenção deve, obrigatoriamente, ocorrer no ato do pagamento ou do
crédito da renda tributável.

EXEMPLO Nº 1
Recolhimento
▪ FISCO

▪ EMPRESA (fonte pagadora)

▪ EMPREGADO
Retenção

(+) (–) (–)


SALÁRIO IRRF LÍQUIDO
3.000,00 95,00 2.905,00

EXCEÇÃO: as Fontes Pagadoras de rendas de aplicações financeiras são, geralmente, pessoas


jurídicas. Assim, o Imposto sobre a Renda deve ser sempre retido, tanto para beneficiária pessoa
física como para beneficiária pessoa jurídica, excepcionalmente.

EXEMPLO Nº 2
▪ FISCO

▪ PESSOA FÍSICA ▪ PESSOA JURÍDICA

Imóvel Alugou

RECIBO
Aluguel.............. R$ 5.000,00
(–) IRRF.................. R$ 505,00
Recebeu (=) Líquido.............. R$ 4.495,00

6.2 - CARNÊ-LEÃO
Trata-se da modalidade tributária em que a apuração e recolhimento mensal também são
obrigatórios, mas é o próprio contribuinte pessoa física é quem fica com essa obrigação. Isto
ocorre quando a pessoa física recebe renda paga por uma não Fonte Pagadora, ou seja, de outra
pessoa física.

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EXEMPLO
▪ FISCO

▪ PESSOA FÍSICA ▪ PESSOA FÍSICA

Imóvel Alugou

Recibo
Recebeu Aluguel R$ 3.000,00

Cálculo
Renda Tributável Bruta........R$ 3.000,00
(-) Deduções..............................R$ 0,00
(=) Renda Tributável Líquida... R$ 3.000,00
(x) Alíquota................................ 15%
(=) Total .....................................R$ 450,00
(-) Parcela a Deduzir..................R$ 354,80
(=) IR a Pagar..............................R$ 95,20

7 - RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS ORIUNDOS DO TRABALHO, PROVENTOS,


ALUGUÉIS
7.1 - TABELA PROGRESSIVA – CÁLCULO DO IR – ANO-CALENDÁRIO 2021
a) Mensal
Parcela a Deduzir do IR
Base de Cálculo – R$ Alíquota (%)
(R$)
Até 1.903,98 -- --
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 % 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 % 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 % 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 % 869,36
Dedução por dependente: R$ 189,59

b) Anual
Base de Cálculo – R$ Alíquota (%) Parcela a Deduzir (R$)
Até 22.847,76 -- --
De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 % 1.713,58
De 33.919,81 até 45.012,60 15 % 4.257,57
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 % 7.633,51
Acima de 55.976,16 27,5 % 10.432,32
Dedução de cada dependente: R$ 2.275,08

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7.2 - TABELA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – INSS (2021)

a) Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso

Salário de Contribuição (R$) Alíquota (%)

Até 1.100,00 7,5%

De 1.100,01 a 2.203,48 9%

De 2.203,49 a 3.305,22 12%

De R$ 3.305,23 a R$ 6.433.57 14%

b) Tabela para Contribuinte Individual e Facultativo

Salário de Contribuição (R$) Alíquota (%)

1.100,00 5%*

1.100,00 11%**

1.100,00 a 6.433,57 20%


*Alíquota exclusiva do Microempreendedor Individual e do Facultativo de Baixa Renda
**Alíquota exclusiva do Plano Simplificado de Previdência
Os valores das tabelas foram extraídos da Portaria Nº 3.659 do Ministério da Economia e terão
aplicação sobre as remunerações a partir de 1º de março de 2020, atualizados de acordo com a
Portaria SEPRT Nº 477.

8 - DEDUÇÕES PERMITIDAS PARA DETERMINAR A BASE DE CÁLCULO DO IR


8.1- DEDUÇÕES MENSAIS1
Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto podem ser
deduzidos do rendimento tributável:

8.1.1- NO CASO DE RETENÇÃO NA FONTE:


a) importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do
Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a
prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou por
escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil – a seguir transcrito (Lei nº 9.250, de 26 de
dezembro de 1995, art. 4º, inciso II; e Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018
– Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR/2018, art. 709);

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Atenção:

Para efeitos da aplicação da referida dedução:

1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família,


serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de
pensão alimentícia;

2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de


alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade;

3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas no item 8.4, que
trata de dedução de dependentes;

4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº
9.307, de 23 de setembro de 1996.

b) a quantia mensal, por dependente, de R$ 189,59, para os meses de janeiro a


dezembro do ano-calendário de 2020 (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art.
4º, inciso III, “h” e “i”, com redação dada pela Lei nº 13.149, de 21 de julho de 2015,
art. 3º).

c) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso IV; e Decreto nº 9.580/2018,
– Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR/2018, art. 710);

d) as contribuições para as entidades de previdência complementar domiciliadas no


Brasil, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social, observadas as condições e
limite estabelecidos no art. 11 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com
redação dada pela Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004, art. 13 (Lei nº 9.250, de
1995, art. 4º, inciso V; e Decreto nº 9.580/2018, – Regulamento do Imposto sobre a
Renda - RIR/2018, art. 710);

Atenção:

Esta dedução aplica-se exclusivamente à base de cálculo relativa aos seguintes


rendimentos, assegurada, nos demais casos, a dedução dos valores pagos a esse título, por
ocasião da apuração da base de cálculo do imposto devido no ano-calendário (Lei nº 9.250, de
1995, art. 4º e parágrafo único, com a redação dada pela Lei nº 13.202, de 8 de dezembro de
2015):

I – do trabalho com vínculo empregatício ou de administradores; e

II – proventos de aposentados e pensionistas, quando a fonte pagadora for responsável pelo


desconto e respectivo pagamento das contribuições previdenciárias.

e) as contribuições aos Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo


ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares
assemelhados aos da previdência social, cujo titular ou cotista seja trabalhador com
vínculo empregatício ou administrador, observadas as condições e limite
estabelecidos no art. 11 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação

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dada pela Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004, art. 13 (Instrução Normativa RFB
nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 52, inciso IV);

Atenção:

Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto das contribuições para as
entidades de previdência complementar domiciliadas no Brasil - e as contribuições para o Fapi,
os valores pagos a esse título podem ser considerados para fins de dedução da base de cálculo
sujeita ao imposto mensal, desde que haja anuência da fonte pagadora e que o beneficiário lhe
forneça o original do comprovante de pagamento (Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de
outubro de 2014, art. 52, § 1º).

f) as contribuições para as entidades de previdência complementar de natureza pública


de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus tenha sido do
contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados ao da
Previdência Social;

Atenção:

As deduções relativas às contribuições para as entidades de previdência complementar


de natureza pública de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, desde que limitadas à
alíquota de contribuição do ente público patrocinador, não se sujeitam ao limite conjunto de
dedução de 12% do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do
imposto devido na declaração de ajuste anual (Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 11,
caput, e § 6º).

g) o valor de, R$ 1.903,98, por mês, para os meses de janeiro a dezembro do ano-
calendário de 2021, relativo à parcela isenta de aposentadoria, pensão, transferência
para a reserva remunerada ou reforma, paga pela previdência oficial, ou
complementar, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 anos de idade
(Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, art. 6º, inciso XV, com redação dada pela
Lei nº 13.149, de 21 de julho de 2015,, art. 2º);

8.1.2 - NO CASO DE RECOLHIMENTO MENSAL (CARNÊ-LEÃO):

a) as despesas escrituradas em livro-caixa, quando permitidas (Consulte o item 8.6);

b) importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do


Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a
prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente ou por
escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
1973 - Código de Processo Civil - quando não utilizadas como deduções para fins de
retenção na fonte (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso II; e Decreto nº 9.580, de 22
de novembro de 2018 – Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR/2018, art.
709);

Atenção:

Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que:

1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família,


serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de
pensão alimentícia;
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2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de


alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade;

3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas no item 8.4, que
trata de dedução de dependentes;

4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº
9.307, de 23 de setembro de 1996.

c) a quantia mensal, por dependente, de R$ 189,59, para os meses de janeiro a


dezembro do ano-calendário de 2021, quando não utilizada essa dedução para fins de
retenção na fonte (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 4º, inciso III, “h” e
“i”, com redação dada pela Lei nº 13.149, de 21 de julho de 2015; e Instrução
Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 56);

d) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal


e dos Municípios, quando não utilizados como deduções para fins de retenção na
fonte (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso VI; Decreto nº 9.580/2018,
– Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR/2018, art. 67, inciso I; e Instrução
Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 56).

8.2 - DEDUÇÕES NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL1


Na Declaração de Ajuste Anual e no caso de recolhimento complementar podem ser
deduzidas do total dos rendimentos recebidos no ano-calendário de 2021:

a) despesas médicas previstas na Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8º,


inciso II, “a”, pagas para tratamento do contribuinte, de seus dependentes, e de
alimentandos em virtude de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou
de escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
1973 – Código de Processo Civil (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995; Decreto
nº 9.580, de 22 de novembro de 2018 – Regulamento do Imposto sobre a Renda -
RIR/2018, art. 73; e Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014,
arts. 95 a 99);

NOTA: a comprovação da despesa médica deve ser realizada mediante documento fiscal ou
outra documentação hábil e idônea que contenha, no mínimo:

I- nome, endereço, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou CNPJ do


prestador do serviço;

II- a identificação do responsável pelo pagamento, bem como a do beneficiário caso seja pessoa
diversa daquela;

III- data de sua emissão; e

IV- assinatura do prestador de serviço, salvo na hipótese de emissão de documento fiscal.

Atenção:

Na falta de documentação, a comprovação poderá ser feita com a indicação de cheque


nominativo ao prestador do serviço. A juízo da autoridade lançadora ou julgadora, justificativas e
outras comprovações poderão ser solicitadas.
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b) soma dos valores mensais relativos a:

b.1) as despesas escrituradas em livro-caixa, quando permitidas (Consulte o item 8.6);

b.2) as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das


normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial,
inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado
judicialmente ou por escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil;

Atenção:

Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que:

1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família,


serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de
pensão alimentícia;

2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de


alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade;

3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas no item 8.4, que
trata de dedução de dependentes;

4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº
9.307, de 23 de setembro de 1996.

b.3) as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios (Decreto nº 9.580/2018, – Regulamento do Imposto
sobre a Renda - RIR/2018, art. 67, inciso I);

b.4) as contribuições para as entidades fechadas de previdência complementar de


natureza pública de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus
tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares
assemelhados aos da Previdência Social (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II,
alínea “i”), observados os limites e condições do art. 11 da Lei nº 9.532, de 10 de
dezembro de 1997;

b.5) as contribuições para as entidades de previdência complementar domiciliadas no


País, desde que o ônus tenha sido do próprio contribuinte, em beneficio deste ou de
seu dependente, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos
da Previdência Social, observadas as condições e limite estabelecidos no art. 11 da
Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação dada pela Lei nº 10.887, de
18 de junho de 2004, art. 13 (Decreto nº 9.580/2018, – Regulamento do Imposto
sobre a Renda - RIR/2018, art. 67, inciso II, Medida Provisória nº 2.158-35, de 24
de agosto de 2001, art. 61);

b.6) as contribuições aos Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), desde


que o ônus tenha sido do próprio contribuinte, em beneficio deste ou de seu
dependente, observadas as condições e limite estabelecidos no art. 11 da Lei nº
9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação dada pela Lei nº 10.887, de 18 de
junho de 2004, art. 13 (Decreto nº 9.580/2018, – Regulamento do Imposto sobre a

10 Prof. Loberto Sasaki


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Renda - RIR/2018, art. 75, Medida Provisória nº 2.158–35, de 24 de agosto de


2001, art. 61);

b.7) a soma das parcelas isentas mensais até o valor de R$ 1.903,98, nos meses de
janeiro a dezembro de 2021, relativas à aposentadoria, pensão, transferência para a
reserva remunerada ou reforma, pagas pela previdência oficial, ou complementar, a
partir do mês em que o contribuinte completar 65 anos (Lei nº 7.713, de 22 de
dezembro de 1988, art. 6º, inciso XV, com redação dada pela Lei nº 13.149, de 21
de julho de 2015, art. 2º; Decreto nº 9.580/2018, – Regulamento do Imposto sobre
a Renda - RIR/2018, art. 76, § 1º);

b.8) limite anual de R$ 2.275,08 por dependente (Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de


1995, art. 8º, inciso II, “c”, com redação dada pela Lei nº 13.149, de 21 de julho de
2015, art. 3º); e

b.9) despesas pagas com instrução do contribuinte, de alimentandos em virtude de


decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que
se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de
Processo Civil, e de seus dependentes, observadas as condições previstas na Lei nº
9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8º, inciso II, “b”, até o limite anual
individual de R$ 3.561,50 (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º, com a redação dada
pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, art. 21; e Lei nº 11.482, de 31 de maio
de 2007, alterada pela Lei nº 13.149, de 21 de julho de 2015, art. 3º).

Atenção:

1- Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto das contribuições a entidades de
previdência complementar e Fundos de Aposentadoria Programada Individual, os valores pagos
a esse título podem ser considerados para fins de dedução da base de cálculo sujeita ao imposto
mensal, desde que haja anuência da fonte pagadora e que o beneficiário lhe forneça o original do
comprovante de pagamento.

2- O somatório das contribuições a entidades de previdência complementar e aos Fundos de


Aposentadoria Programada Individual (Fapi) destinadas a custear benefícios complementares,
assemelhados aos da previdência oficial, cujo ônus tenha sido do participante, está limitado a
12% do total dos rendimentos tributáveis computados na determinação da base de cálculo do
imposto devido na declaração. Consulte o item 8.5.

3- As deduções referentes às contribuições a entidades de previdência complementar e aos


Fapidestinadas a custear benefícios complementares, assemelhados aos da previdência oficial
ficam condicionadas ao recolhimento, também, de contribuições para o regime geral de
previdência social ou, quando for o caso, para o regime próprio de previdência social dos
servidores titulares de cargo efetivo da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos
municípios.

4- Excetuam-se da condição estabelecida no item 3 os beneficiários de aposentadoria ou pensão


concedidas por regime próprio de previdência ou pelo regime geral de previdência social,
mantido, entretanto, o limite de 12% do total dos rendimentos computados na determinação da
base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.

11 Prof. Loberto Sasaki


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5.1- A dedução das contribuições para as entidades fechadas de previdência complementar de


natureza pública de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus tenha sido do
contribuinte, limitada à alíquota de contribuição do ente público patrocinador, não se sujeita ao
limite previsto de 12% do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo
do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.

5.2- Por sua vez, o valor de contribuição excedente ao limite da aplicação da alíquota de
contribuição do ente público patrocinador, está sujeito ao limite de 12% dos rendimentos
computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração de
rendimentos conjuntamente com eventuais contribuições a outros planos de previdência
complementar.

8.3 - DEDUÇÕES – PENSÃO ALIMENTÍCIA1

São dedutíveis da base de cálculo mensal e na declaração de ajuste apenas as importâncias pagas
a título de pensão alimentícia, inclusive a prestação de alimentos provisionais, conforme normas
do Direito de Família, sempre em decorrência de decisão judicial ou acordo homologado
judicialmente ou por escritura pública, a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Não há previsão legal para dedução de importâncias pagas a título de pensão alimentícia
decorrentes de sentença arbitral.

Atenção:

As despesas com instrução e as despesas médicas pagas pelo alimentante, em nome do


alimentando, em razão de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura
pública, a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de
Processo Civil, podem ser deduzidas somente na declaração de rendimentos, em seus campos
próprios, observado o limite anual relativo às despesas com instrução (R$ 3.561,50).
Na ficha Pagamentos Efetuados da Declaração de Ajuste Anual, devem ser informados o nome e
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de todos os beneficiários da pensão
e o valor total pago no ano, mesmo que tenha sido descontado pelo empregador em nome de
apenas um dos beneficiários.

O contribuinte que paga pensão não pode incluir o filho como dependente, exceto no ano em que
se iniciar pagamento da pensão, observado o tópico “Atenção” da resposta à pergunta 329 do
manual de perguntas e respostas da RFB.

Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que:

1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família,


serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de
pensão alimentícia;

2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de


alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade;

3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas no item 8.4, que
trata de dedução de dependentes;

4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº
9.307, de 23 de setembro de 1996.
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8.4 - DEDUÇÕES – DEPENDENTES1


Podem ser dependentes, para efeito do imposto sobre a renda:

1- companheiro(a) com quem o contribuinte tenha filho ou viva há mais de 5 anos, ou cônjuge;

2- filho(a) ou enteado(a), até 21 anos de idade, ou, em qualquer idade, quando incapacitado física
ou mentalmente para o trabalho;

3- filho(a) ou enteado(a), se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou


escola técnica de segundo grau, até 24 anos de idade;

4- irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a), sem arrimo dos pais, de quem o contribuinte detenha a guarda
judicial, até 21 anos, ou em qualquer idade, quando incapacitado física ou mentalmente para o
trabalho;

5- irmão(ã), neto(a) ou bisneto(a), sem arrimo dos pais, com idade de 21 anos até 24 anos, se
ainda estiver cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau,
desde que o contribuinte tenha detido sua guarda judicial até os 21 anos;

6- pais, avós e bisavós que, em 2021, tenham recebido rendimentos, tributáveis ou não, até R$
22.847,76;
7- menor pobre até 21 anos que o contribuinte crie e eduque e de quem detenha a guarda judicial;

8- pessoa absolutamente incapaz, da qual o contribuinte seja tutor ou curador.

Atenção:

A inclusão na declaração de um dependente que receba rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste


anual, de qualquer valor, obriga a que sejam incluídos tais rendimentos na Declaração de Ajuste
Anual do declarante. No caso de dependentes comuns e declaração em separado, cada declarante
pode deduzir os valores relativos a qualquer dos dependentes comuns, desde que nenhum deles
conste simultaneamente na declaração do outro declarante.
É obrigatória a inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), de qualquer idade, que conste
como dependente em Declaração de Ajuste Anual.

Filho de pais separados:

▪ o contribuinte pode considerar como dependentes os filhos que ficarem sob sua guarda, em
cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. Nesse caso, deve
oferecer à tributação, na sua declaração os rendimentos recebidos pelos filhos, inclusive a
importância recebida do ex-cônjuge a título de pensão alimentícia;

▪ o filho somente pode constar como dependente na declaração daquele que detém a sua guarda
judicial. Se o filho declarar em separado, não pode constar como dependente na declaração do
responsável;

▪ o responsável pelo pagamento da pensão alimentícia pode deduzir o valor efetivamente pago a
este título, sendo vedada a dedução do valor correspondente ao dependente, exceto no caso de
separação judicial ocorrida em 2021, quando podem ser deduzidos, nesse ano, os valores
relativos a dependente e a pensão alimentícia judicial paga.

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Relação homoafetiva:

O contribuinte pode incluir o companheiro, abrangendo também as relações homoafetivas, como


dependente para efeito de dedução do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, desde que tenha
vida em comum por mais de 5 (cinco) anos, ou por período menor se da união resultou filho.
(Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 90, § 8º e Parecer
PGFN/CAT nº 1.503/2010, de 19 de julho de 2010, aprovado pelo Ministro de Estado da
Fazenda em 26 de julho de 2010)

8.5 - DEDUÇÕES - PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR1


1- Qual é o limite para dedução na Declaração de Ajuste Anual das contribuições efetuadas
a entidades de previdência complementar?

A dedução relativa às contribuições para entidades de previdência complementar, somadas às


contribuições para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) e a parcela das
contribuições para as entidades fechadas de previdência complementar de natureza pública de
que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal efetuada pelo contribuinte que exceder a
parcela do ente público patrocinador, destinadas a custear benefícios complementares,
assemelhados aos da previdência oficial, cujo ônus tenha sido do participante, em beneficio deste
ou de seu dependente, fica limitada a 12% do total dos rendimentos computados na determinação
da base de cálculo do imposto sobre a renda devido na declaração.

Atenção:

1- As deduções relativas às contribuições para entidades de previdência complementar e


sociedades seguradoras domiciliadas no País e destinadas a custear benefícios complementares
aos da Previdência Social, cujo ônus seja da própria pessoa física, ficam condicionadas ao
recolhimento, também, de contribuições para o regime geral de previdência social ou, quando for
o caso, para regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observada a contribuição mínima, e
limitadas a 12% do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo do
imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.

2- O disposto no item 1 acima aplica-se, inclusive, às contribuições ao Fundo de Aposentadoria


Programada Individual (Fapi).

3.1- A dedução das contribuições para as entidades fechadas de previdência complementar de


natureza pública de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus tenha sido do
contribuinte, limitada à alíquota de contribuição do ente público patrocinador, não se sujeita ao
limite previsto de 12% do total dos rendimentos computados na determinação da base de cálculo
do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.

3.2- Por sua vez, o valor de contribuição excedente ao limite da aplicação da alíquota de
contribuição do ente público patrocinador, está sujeito ao limite de 12% dos rendimentos
computados na determinação da base de cálculo do imposto devido na declaração de
rendimentos conjuntamente com eventuais contribuições a outros planos de previdência
complementar.

4- Excetua-se da condição referida no item 1 acima o beneficiário de aposentadoria ou pensão


concedida por regime próprio de previdência ou pelo regime geral de previdência social,
mantido, entretanto, o limite de 12% do total dos rendimentos computados na determinação da
base de cálculo do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual.
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5- Se o titular ou quotista for dependente do declarante, para a dedução das contribuições


aplicam-se ao declarante a condição e o limite acima referidos no item 1.
6- Na hipótese de dependente com mais de 16 anos, a dedução referida fica condicionada, ainda,
ao recolhimento, em seu nome, de contribuições para o regime geral de previdência social,
observada a contribuição mínima, ou, quando for o caso, para regime próprio de previdência
social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Exemplo 1

Afonso recebeu um total de rendimentos tributáveis de R$ 100.000,00 e o ente público


patrocinador efetuou contribuição para a entidade fechada de previdência complementar de
natureza pública no valor de R$ 8.000,00.

O contribuinte Afonso efetuou as seguintes contribuições:

- para entidades de previdência complementar: R$ 7.000,00;

- para o Fapi: R$ 3.000,00;

- para a entidade fechada de previdência complementar de natureza pública: R$ 8.000,00

Como a contribuição do patrocinador foi igual à do contribuinte, toda a parcela de contribuição


efetuada pelo contribuinte à previdência complementar (R$ 8.000,00) é dedutível.

As demais contribuições somaram R$ 10.000,00 (R$ 7.000,00 + R$ 3.000,00), não atingindo o


limite de 12% e, portanto, são integralmente dedutíveis.

O contribuinte pode deduzir, portanto, o valor de R$ 18.000,00 (R$ 8.000,00 + R$ 7.000,00 + R$


3.000,00).

Exemplo 2

Regina recebeu um total de rendimentos tributáveis de R$ 100.000,00 e o ente público


patrocinador efetuou contribuição para a entidade fechada de previdência complementar de
natureza pública no valor de R$ 6.500,00.

A contribuinte Regina efetuou as seguintes contribuições:

- para entidades de previdência complementar: R$ 7.000,00;

- para o Fapi: R$ 3.000,00;

- para a entidade fechada de previdência complementar de natureza pública: R$ 7.500,00

A contribuição da participante limitada à do patrocinador (R$ 6.500,00) é dedutível. O valor


excedente (R$ 1.000,00) será somado às demais contribuições para a previdência complementar
para verificação do limite global de 12%:
R$ 11.000,00 (R$ 7.000,00 + R$ 3.000,00 + R$ 1.000,00) é menor do que 12% dos rendimentos
tributáveis (R$ 12.000,00), portanto, esse valor de R$ 11.000,00 poderá ser deduzido.

A contribuinte poderá deduzir, portanto, R$ 17.500,00 (R$ 6.500,00 + R$ 11.000,00).

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Exemplo 3

Ana Maria recebeu um total de rendimentos tributáveis de R$ 100.000,00 e o ente público


patrocinador efetuou contribuição para a entidade fechada de previdência complementar de
natureza pública no valor de R$ 6.500,00.

A contribuinte Ana Maria efetuou as seguintes contribuições:

- para entidades de previdência complementar: R$ 9.000,00;

- para o Fapi: R$ 3.000,00;

- para a entidade fechada de previdência complementar de natureza pública: R$ 7.500,00

A contribuição da participante limitada à do patrocinador (R$ 6.500,00) é dedutível. O valor


excedente (R$ 1.000,00) será somado às demais contribuições para a previdência complementar
para verificação do limite global de 12%:

R$ 13.000,00 (R$ 9.000,00 + R$ 3.000,00 + R$ 1.000,00) é maior do que 12% dos rendimentos
tributáveis (R$ 12.000,00), portanto, somente parte desse valor (R$ 12.000,00) poderá ser
deduzido.

A contribuinte poderá deduzir, portanto, R$ 18.500,00 (R$ 6.500,00 + R$ 12.000,00).

Orientações específicas relativas a contribuições a Fundações de Previdência


Complementar do Servidor Público dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário:

I- se a contribuição para a entidade fechada de previdência complementar de natureza pública de


que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal efetuada pelo contribuinte for contribuição
obrigatória:

Na Declaração de Ajuste Anual (DAA), em Pagamentos Efetuados, sob o código 37 – Funpresp


– Fundações de Previdência Complementar do Servidor Público dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, preencher:

a) o campo “Valor pago” com o total das contribuições obrigatórias efetuadas no ano-calendário
de 2021 ao Funpresp pelo contribuinte, exceto a contribuição relativa ao 13º salário (para os
servidores que contribuem para a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público
Federal do Poder Executivo – Funpresp-Exe, esse valor encontra-se na Linha 03 do Quadro 3 do
Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte fornecido
pela fonte pagadora); e

b) o campo “Contribuição do ente público patrocinador” com o mesmo valor do item “a”;

II – se a contribuição para a entidade fechada de previdência complementar de natureza pública


de que trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal efetuada pelo contribuinte for superior à
contribuição obrigatória (ou seja, o contribuinte também efetuou contribuições adicionais
facultativas):

Na DAA, em Pagamentos Efetuados, sob o código 37 – Funpresp – Fundações de Previdência


Complementar do Servidor Público dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, preencher:

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a) o campo “Valor pago” com o somatório das contribuições, obrigatórias e facultativas,


efetuadas no ano-calendário de 2021 ao Funpresp pelo contribuinte, exceto a contribuição
relativa ao 13º salário (para os servidores que contribuem para a Funpresp-Exe, deve-se somar o
valor da Linha 03 do Quadro 3 do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de
Imposto de Renda na Fonte fornecido pela fonte pagadora com o valor das contribuições
facultativas); e

b) o campo “Contribuição do ente público patrocinador” com o total das contribuições


obrigatórias feitas pelo contribuinte, exceto a contribuição relativa ao 13º salário (para os
servidores que contribuem para a Funpresp-Exe, esse valor encontra-se na Linha 03 do Quadro 3
do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte fornecido
pela fonte pagadora).

Exemplo 4

Rubens, servidor público federal, no ano-calendário de 2021, efetuou mensalmente contribuições


obrigatórias ao Funpresp no valor de R$ 2.000,00. O ente patrocinador recolheu igual valor.
Houve, também, recolhimento no valor de R$ 2.000,00 relativo ao 13º, tanto pelo servidor
quanto pelo ente patrocinador.

Preenchimento na DAA em Pagamentos Efetuados, código 37:

Campo “Valor pago”: R$ 2.000,00 x 12 = R$ 24.000,00

Campo “Contribuição do ente público patrocinador”: R$ 2.000,00 x 12 = R$ 24.000,00

Exemplo 5

Clarice, servidora pública federal, no ano-calendário de 2021, efetuou mensalmente


contribuições obrigatórias ao Funpresp no valor de R$ 2.000,00. O ente patrocinador recolheu
igual valor. Houve, também, recolhimento no valor de R$ 2.000,00 relativo ao 13º, tanto pela
servidora quanto pelo ente patrocinador. A servidora efetuou, ainda, o recolhimento mensal de
contribuição facultativa no valor de R$ 500,00. Em relação a essa contribuição facultativa, não
há recolhimento por parte do ente patrocinador.

Preenchimento na DAA em Pagamentos Efetuados, código 37:

Campo “Valor pago”: (R$ 2.000,00 x 12) + (R$ 500,00 x 12) = R$ 30.000,00

Campo “Contribuição do ente público patrocinador”: R$ 2.000,00 x 12 = R$ 24.000,00

(Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 11 e § 5º, com a redação dada pela Lei nº 10.887,
de 18 de junho de 2004, §§ 6º e 7º, incluídos pela Lei nº 13.043, de 13 de novembro de 2015;
Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 61; Decreto nº 9.580, de 22 de
novembro de 2018 – Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR/2018, art. 67, inciso II, § 2º;
Instrução Normativa SRF nº 588, de 21 de dezembro de 2005, arts. 6º e 7º; e Instrução
Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 72, § 1º e arts. 87 e 88)

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8.6 - DEDUÇÕES – LIVRO-CAIXA1


Quem pode deduzir as despesas escrituradas em livro-caixa?

O contribuinte que receber rendimentos do trabalho não assalariado, o titular de serviços


notariais e de registro e o leiloeiro podem deduzir da receita decorrente do exercício da
respectiva atividade as seguintes despesas escrituradas em livro-caixa:

1- a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os respectivos


encargos trabalhistas e previdenciários;

2- os emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes à retribuição pela


execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários, judiciais e extrajudiciais; e

3- as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e a manutenção da fonte


produtora.

O excesso de deduções apurado no mês pode ser compensado nos meses seguintes, até
dezembro, não podendo ser transposto para o ano seguinte.

Atenção:

Não são dedutíveis:

- as quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como as despesas de


arrendamento (leasing);

- as despesas de locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo,


quando correrem por conta deste;

- as despesas relacionadas à prestação de serviços de transporte e aos rendimentos auferidos


pelos garimpeiros;

As despesas de custeio escrituradas em livro-caixa podem ser deduzidas


independentemente de as receitas serem oriundas de serviços prestados como autônomo a pessoa
física ou jurídica.

8.7 - DEDUÇÕES – DESPESAS MÉDICAS1

As despesas médicas ou de hospitalização dedutíveis restringem-se aos pagamentos efetuados


pelo contribuinte para o seu próprio tratamento ou o de seus dependentes relacionados na
Declaração de Ajuste Anual, incluindo-se os alimentandos, em razão de decisão judicial ou
acordo homologado judicialmente, ou por escritura pública.

Consideram-se despesas médicas ou de hospitalização os pagamentos efetuados a médicos de


qualquer especialidade, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, hospitais, e as despesas provenientes de exames laboratoriais, serviços
radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias.

No caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exige-se a


comprovação com receituário médico ou odontológico e nota fiscal em nome do beneficiário.

18 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

Consideram-se também despesas médicas ou de hospitalização:

▪ os pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no Brasil destinados à cobertura de despesas


com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de
atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza;

▪ as despesas de instrução de deficiente físico ou mental, desde que a deficiência seja atestada em
laudo médico e o pagamento efetuado a entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais.

▪ os pagamentos a operadora de plano de saúde ou a administradora de benefícios que cubram as


despesas ou assegurem o direito a atendimento:
1) domiciliar dos serviços de saúde previstos na Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995;

2) pré-hospitalar de urgência, desde que prestado por meio de UTI móvel, instalada em
ambulância de suporte avançado (tipo “D”) ou em aeronave de suporte médico (tipo “E”); ou

3) pré-hospitalar de emergência, realizado por meio de UTI móvel, instalada em ambulância


tipo “A”, “B”, “C” ou “F”, quando necessariamente conte com a presença de um profissional
médico e possua em seu interior equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente suporte
avançado de vida.

A dedução dessas despesas é condicionada a que os pagamentos sejam especificados, informados


na ficha Pagamentos Efetuados da Declaração de Ajuste Anual, e comprovados com documentos
originais que indiquem, no mínimo, nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem prestou o
serviço, a identificação do responsável pelo pagamento, bem como do beneficiário caso seja
pessoa diversa daquela, data de sua emissão, e assinatura do prestador de serviço, caso não seja
documento fiscal.

Admite-se que, na falta de documentação, a comprovação possa ser feita com a indicação do
cheque nominativo com que foi efetuado o pagamento. Conforme previsto no art. 66 do
RIR/2018, a juízo da autoridade fiscal, todas as deduções estarão sujeitas à comprovação ou
justificação, e, portanto, poderão ser exigidos outros elementos necessários à comprovação da
despesa médica.

As despesas médicas ou de hospitalização realizadas no exterior também são dedutíveis, desde


que devidamente comprovadas com documentação idônea. Os pagamentos efetuados em moeda
estrangeira devem ser convertidos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo seu valor
fixado pela autoridade monetária do país no qual as despesas foram realizadas, na data do
pagamento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da
América, fixado para venda pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira
quinzena do mês anterior ao do pagamento.

Atenção:

Não são dedutíveis as despesas referentes a acompanhante, inclusive de quarto particular


utilizado por este.

Despesas de internação em estabelecimento geriátrico são dedutíveis a título de hospitalização


apenas se o referido estabelecimento se enquadrar nas normas relativas a estabelecimentos
hospitalares editadas pelo Ministério da Saúde e tiver a licença de funcionamento aprovada pelas
autoridades competentes (municipais, estaduais ou federais).

19 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

Não são admitidas deduções de despesas médicas ou de hospitalização que estejam cobertas por
apólices de seguro ou quando ressarcidas, por qualquer forma ou meio, por entidades de
qualquer espécie, nacionais ou estrangeiras.

São dedutíveis da base de cálculo do IRPF as despesas médicas comprovadas


independentemente da especialidade, inclusive as relativas à realização de cirurgia plástica,
reparadora ou não, com a finalidade de prevenir, manter ou recuperar a saúde, física ou mental,
do paciente.

As despesas com prótese de silicone não são dedutíveis, exceto quando o valor dela integrar a
conta emitida pelo estabelecimento hospitalar relativamente a uma despesa médica dedutível.

8.8 - DEDUÇÕES – DESPESAS COM INSTRUÇÃO1


Podem ser deduzidas as despesas efetuadas com instrução?

Sim. São dedutíveis os pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus


dependentes relacionados na declaração, inclusive de alimentandos, em razão de decisão judicial,
acordo homologado judicialmente ou por escritura pública, efetuados a estabelecimentos de
ensino, relativamente:

1. à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas;

2. ao ensino fundamental;

3. ao ensino médio;

4. à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado,


doutorado e especialização);

5. à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico.

8.9 - DEDUÇÕES – RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS1


Quais são os valores passíveis de exclusão dos rendimentos de aluguéis?

Podem ser excluídos do valor do aluguel recebido, quando o encargo tenha sido exclusivamente
do locador, as quantias relativas a:

▪ impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;

▪ aluguel pago pela locação de imóvel sublocado;

▪ despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento; e

▪ despesas de condomínio.

20 Prof. Loberto Sasaki


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8.10 - DEDUÇÕES – OUTRAS1


1- DEDUÇÕES NO SERVIÇO DE TRANSPORTE

O contribuinte que auferir rendimentos da prestação de serviços de transporte de carga ou


de passageiros, em veículo próprio, pode tributar rendimentos em percentual inferior a
10% e 60%, respectivamente, utilizando como dedução do livro-caixa o percentual
excedente?

Não, pois constitui rendimento mínimo a ser tributado 10% (partir de 1º de janeiro de 2013 – ver
“Atenção” desta pergunta) do rendimento total decorrente do transporte de carga e 60% do
rendimento total decorrente do transporte de passageiros.

O valor não tributado é considerado renda consumida, não podendo justificar acréscimo
patrimonial, nem ser considerado despesa dedutível escriturada em livro-caixa, tendo em vista a
vedação legal.

2- DOAÇÕES PARA PARTIDOS POLÍTICOS E PARA CAMPANHAS ELEITORAIS

As doações efetuadas a candidatos a cargos eletivos, a comitês financeiros de partidos


políticos e a partidos políticos, no ano-calendário de 2021, podem ser deduzidas?

Não, por falta de previsão legal.

No entanto, o doador deverá relacionar na Declaração de Ajuste Anual todas as doações


efetuadas, informando o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
o nome empresarial do candidato a cargo eletivo, do comitê financeiro de partido político ou do
partido político a quem efetuou doações e o valor doado.

As doações para campanhas eleitorais, efetuadas por pessoas físicas a candidatos a cargos
eletivos e a comitês financeiros de partidos políticos, ficam limitadas a 10% dos rendimentos
brutos auferidos no ano anterior à eleição.

Atenção:

1) os valores doados não constituem dedução do imposto sobre a renda.

2) são considerados gastos eleitorais, sujeitos a registro e aos limites fixados na Lei nº 9.504, de
30 de setembro de 1997:

a- confecção de material impresso de qualquer natureza e tamanho, observado que adesivos


poderão ter a dimensão máxima de 50 (cinquenta) centímetros por 40 (quarenta) centímetros;

b- propaganda e publicidade direta ou indireta, por qualquer meio de divulgação, destinada a


conquistar votos;

c- aluguel de locais para a promoção de atos de campanha eleitoral;


d- despesas com transporte ou deslocamento de candidato e de pessoal a serviço das
candidaturas;

e- correspondência e despesas postais;

21 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

f- despesas de instalação, organização e funcionamento de Comitês e serviços necessários às


eleições;

g- remuneração ou gratificação de qualquer espécie a pessoal que preste serviços às candidaturas


ou aos comitês eleitorais;

h- montagem e operação de carros de som, de propaganda e assemelhados;


i- a realização de comícios ou eventos destinados à promoção de candidatura;

j- produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, inclusive os destinados à propaganda


gratuita;

k- realização de pesquisas ou testes pré-eleitorais;

l- custos com a criação e inclusão de sítios na internet;

m- multas aplicadas aos partidos ou candidatos por infração do disposto na legislação eleitoral; e

n- produção de jingles, vinhetas e slogans para propaganda eleitoral.

(Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, art. 39; Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, arts.
23, caput e §§ 1º e 7º, e 27; Resolução TSE nº 22.250, de 2006, art. 14; Portaria Conjunta
SRF/STE nº 74, de 2006; Instrução Normativa Conjunta SRF/TSE nº 609, de 2006 e Instrução
Normativa Conjunta SRF/TSE nº 685, de 2006)

3- ADVOGADOS E DESPESAS JUDICIAIS

Honorários advocatícios e despesas judiciais podem ser diminuídos dos valores recebidos
em decorrência de ação judicial?

Os honorários advocatícios e as despesas judiciais podem ser diminuídos dos rendimentos


tributáveis, desde que não sejam ressarcidas ou indenizadas sob qualquer forma. Da mesma
maneira, os gastos efetuados anteriormente ao recebimento dos rendimentos podem ser
diminuídos quando do recebimento dos rendimentos.

Os honorários advocatícios e as despesas judiciais pagos pelo contribuinte devem ser


proporcionalizados conforme a natureza dos rendimentos recebidos em ação judicial, isto é, entre
os rendimentos tributáveis, os sujeitos a tributação exclusiva e os isentos e não tributáveis.

O contribuinte deve informar como rendimento tributável o valor recebido, já diminuído do valor
pago ao advogado, independentemente do modelo de formulário utilizado.

Na Declaração de Ajuste Anual, deve-se preencher a ficha Pagamentos Efetuados, informando o


nome, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e o valor pago ao
beneficiário do pagamento (ex: advogado).

4- DOAÇÕES – ENTIDADES FILANTRÓPICAS E DE EDUCAÇÃO

São dedutíveis as doações efetuadas a entidades filantrópicas, de educação, de pesquisa


científica ou de cultura?

Estas doações não são dedutíveis, por falta de previsão legal.

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8.11 - DEDUÇÕES – IMPOSTO DEVIDO1


DEDUÇÕES DO IMPOSTO DEVIDO

Quais os gastos com incentivos que podem ser deduzidos do valor do imposto apurado?

Podem ser deduzidos os seguintes pagamentos, desde que efetuados no ano-calendário de 2021,
referentes a:

I - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) - contribuições aos Fundos controlados


pelos Conselhos municipais, estaduais, Distrital e Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente:

A pessoa física poderá deduzir do imposto sobre a renda devido na Declaração de Ajuste Anual
(DAA), observado o limite geral de dedução (ver item 1 do Atenção na parte final desta
resposta), as doações, em espécie ou em bens, feitas a esses Fundos.

As doações efetuadas em espécie deverão ser depositadas em conta específica, em instituição


financeira pública, vinculada ao Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente respectivo.
As doações deverão ser comprovadas por meio de recibo emitido em favor do doador, observado
os termos estabelecidos no Atenção (ECA) deste tópico I.
Na hipótese de doação em bens, o doador deverá:

1) comprovar a propriedade dos bens, por meio de documentação hábil;

2) baixar os bens doados na declaração de bens e direitos; e

3) considerar como valor dos bens doados o valor constante da última DAA, desde que não
exceda o valor de mercado.

Atenção (ECA):
Doações aos Fundos Nacional, estaduais, Distrital e municipais realizadas diretamente na
Declaração de Ajuste Anual:

Na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do exercício de 2022, ano-calendário de 2021,


apresentada até 30 de abril de 2022, quando utilizado o modelo de DAA que permite a opção
pela utilização das deduções legais, a pessoa física pode optar pela dedução das doações, em
espécie, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente
Nacional, Distrital, estaduais ou municipais - observando-se o seguinte:

a) as doações poderão ser deduzidas até o percentual de 3% sobre o Imposto sobre a Renda
devido apurado na declaração;

b) a dedução está sujeita ainda ao limite global de 6% (seis por cento) do Imposto sobre a Renda
devido apurado na declaração, juntamente com as demais deduções de incentivo, inclusive
quanto às contribuições efetuadas aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da
Criança e do Adolescente Nacional, Distrital, estaduais ou municipais no decorrer do ano-
calendário de 2021;

c) o pagamento da doação deve ser efetuado, impreterivelmente, até 30 de abril de 2022, até o
encerramento do horário de expediente bancário das instituições financeiras autorizadas,
inclusive se realizado pela Internet ou por terminal de autoatendimento;

23 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

d) o não pagamento da doação até 30 de abril de 2022 implica a glosa definitiva dessa parcela de
dedução, e obriga a pessoa física ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na
DAA com os acréscimos legais previstos na legislação.

e) após 30 de abril de 2022, não será admitida a retificação que tenha por objetivo o aumento do
montante dedutível;

f) o programa da DAA emitirá um Darf para o pagamento de cada doação ao fundo beneficiário
indicado, no valor informado pelo declarante e com código de receita 3351, que não se confunde
com o Darf emitido para pagamento de eventual saldo de imposto sobre a renda devido;

g) o pagamento da doação informada na DAA deverá ser realizado mesmo que a pessoa física
tenha direito a restituição ou tenha optado pelo pagamento do saldo de imposto por meio de
débito automático em conta-corrente bancária;

h) uma vez recolhido o montante indicado no Darf, a doação efetuada ao fundo nele indicado
torna-se irreversível e eventual valor recolhido a maior que o passível de dedução será também
repassado ao fundo indicado, não cabendo devolução, compensação ou dedução desse valor;

i) se o valor recolhido for menor que o informado na declaração, o contribuinte:

i.1) poderá, até 30 de abril de 2022, complementar o recolhimento; ou

i.2) deverá, dentro do prazo decadencial e desde que não esteja sob procedimento de ofício,
retificar a DAA para corrigir a informação referente ao valor doado;

j) se o valor recolhido for maior que o informado na declaração, o contribuinte:

j.1) poderá, até 30 de abril de 2022, retificar a DAA para corrigir a informação referente ao valor
doado, respeitados o limite individual de 3% (três por cento) e o limite global de 6% (seis por
cento); ou

j.2) deverá considerar como não dedutível o valor recolhido que ultrapassar o limite individual
de 3% (três por cento) e o limite global de 6% (seis por cento), observado que esse valor a maior
será também repassado ao fundo indicado;

k) o pagamento da doação não está sujeito a parcelamento.

II - Fundos Controlados pelos Conselhos Nacional, Distrital, estaduais ou municipais do


Idoso;

A pessoa física poderá deduzir do imposto sobre a renda devido na DAA, observado o limite
geral de dedução (ver item 1 do Atenção na parte final desta resposta), as contribuições feitas aos
Fundos do Idoso nacional, distrital, estaduais e municipais.

Observar, em especial, o seguinte:

1) as importâncias deduzidas a título de doações sujeitam-se à comprovação, por meio de


documentos emitidos pelos conselhos gestores dos respectivos fundos;

2) as doações efetuadas em moeda devem ser depositadas em conta específica, aberta em


instituição financeira pública, vinculada ao respectivo fundo;

24 Prof. Loberto Sasaki


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3) os Conselhos Municipais, Estaduais ou Nacional do Idoso, controladores dos fundos


beneficiados pelas doações, devem emitir comprovante em favor do doador;

4) para fins de comprovação, cada fundo deverá registrar em sua escrituração os valores
recebidos e manter em boa guarda a documentação correspondente pelo prazo decadencial.

Atenção (Fundos Idoso):


Doações aos Fundos Nacional, estaduais, Distrital e municipais do idoso – nova modalidade
de doação:

A partir do exercício de 2021, ano-calendário de 2020, poderá ser realizada, diretamente na


declaração, quando utilizado o modelo de DAA que permite a opção pela utilização das
deduções legais, a pessoa física pode optar pela dedução das doações, em espécie, observado o
seguinte:

a) as doações poderão ser deduzidas até o percentual de 3% sobre o imposto sobre a renda
devido apurado na declaração;

b) a dedução está sujeita ainda ao limite global de 6% do imposto sobre a renda devido apurado
na declaração, juntamente com as demais deduções de incentivo, inclusive quanto às
contribuições efetuadas aos fundos do idoso no decorrer do ano calendário de 2021;

c) o pagamento da doação deve ser efetuado, impreterivelmente, até 30 de abril de 2022, até o
encerramento do horário de expediente bancário das instituições financeiras autorizadas,
inclusive se realizado pela Internet ou por terminal de autoatendimento;

d) o não pagamento da doação até 30 de abril de 2022 implica a glosa definitiva dessa parcela de
dedução, e obriga a pessoa física ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na
DAA com os acréscimos legais previstos na legislação.

e) após 30 de abril de 2022, não será admitida a retificação que tenha por objetivo o aumento do
montante dedutível;

f) o programa da DAA emitirá um Darf para o pagamento de cada doação ao fundo beneficiário
indicado, no valor informado pelo declarante e com código de receita 9090, que não se confunde
com o Darf emitido para pagamento de eventual saldo de imposto sobre a renda devido;

g) o pagamento da doação informada na DAA deverá ser realizado mesmo que a pessoa física
tenha direito a restituição ou tenha optado pelo pagamento do saldo de imposto por meio de
débito automático em conta-corrente bancária;

h) uma vez recolhido o montante indicado no Darf, a doação efetuada ao fundo nele indicado
torna-se irreversível e eventual valor recolhido a maior que o passível de dedução será também
repassado ao fundo indicado, não cabendo devolução, compensação ou dedução desse valor;

i) se o valor recolhido for menor que o informado na declaração, o contribuinte:

i.1) poderá, até 30 de abril de 2022, complementar o recolhimento; ou

i.2) deverá, dentro do prazo decadencial e desde que não esteja sob procedimento de ofício,
retificar a DAA para corrigir a informação referente ao valor doado;

25 Prof. Loberto Sasaki


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j) se o valor recolhido for maior que o informado na declaração, o contribuinte:

j.1) poderá, até 30 de abril de 2022, retificar a DAA para corrigir a informação referente ao valor
doado, respeitados o limite individual de 3% (três por cento) e o limite global de 6% (seis por
cento); ou

j.2) deverá considerar como não dedutível o valor recolhido que ultrapassar o limite individual
de 3% (três por cento) e o limite global de 6% (seis por cento), observado que esse valor a maior
será também repassado ao fundo indicado;

k) o pagamento da doação não está sujeito a parcelamento.

III - Incentivo à Cultura - a título de doações ou patrocínios, tanto mediante contribuições


ao Fundo Nacional de Cultura (FNC) como em apoio direto, desde que enquadrados nos
objetivos do Programa Nacional de Apoio à Cultura, a programas, projetos e ações
culturais:

1) em geral, de natureza cultural, com o objetivo de desenvolver as formas de expressão, os


modos de criar e fazer, os processos de preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro,
e os estudos e métodos de interpretação da realidade cultural, bem como contribuir para propiciar
meios, à população em geral, que permitam o conhecimento dos bens de valores artísticos e
culturais, compreendendo, entre outros, os seguintes segmentos (Lei nº 8.313, de 1991, art. 25):

a) teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres;

b) produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e congêneres;

c) literatura, inclusive obras de referência;

d) música;

e) artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congêneres;

f) folclore e artesanato;

g) patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueológico, bibliotecas, museus,


arquivos e demais acervos;

h) humanidades; e

i) rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não comercial.

2) exclusivos dos segmentos de (Lei nº 8.313, de 1991, art. 18, caput e § 3º):

a) artes cênicas;

b) livros de valor artístico, literário ou humanístico;

c) música erudita ou instrumental;

d) exposições de artes visuais;

e) doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem
26 Prof. Loberto Sasaki
Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos;

f) produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e


preservação e difusão do acervo audiovisual;

g) preservação do patrimônio cultural material e imaterial; e

h) construção e manutenção de salas de cinema e teatro, que poderão funcionar também como
centros culturais comunitários, em municípios com menos de 100.000 (cem mil) habitantes.
A dedutibilidade referente ao incentivo à cultura está condicionada a que:

- os projetos culturais sejam previamente aprovados pelo Ministério da Cultura (MinC) ou, no
caso de projetos relacionados a obras cinematográficas e videofonográficas, pelo MinC ou pela
Agência Nacional do Cinema (Ancine);

- o doador ou patrocinador obedeça, para suas doações ou patrocínios, o período para a captação
de recursos definido pelas portarias de homologação do MinC ou Ancine;

- o incentivo em espécie devem ser comprovados mediante recibo de depósito bancário e


declaração de recebimento firmada pelo beneficiário, nos termos estabelecidos pelo MinC ou
pela Ancine; e

- o valor da dedução atenda ao limite mencionado no tópico “Atenção”

IV - Incentivo à Atividade Audiovisual - as quantias aplicadas em:

1 - investimentos feitos na produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de


produção independente, mediante a aquisição de cotas representativas de direitos de
comercialização sobre as referidas obras;

2 - patrocínio feito à produção de obras cinematográficas brasileiras de produção independente;

3 - aquisição de cotas dos Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional


(Funcines).

4 - investimentos em projetos específicos credenciados pela Agência Nacional do Cinema


(Ancine);

5 – patrocínios em projetos específicos ou em programas especiais de fomento instituídos pela


Ancine.

A dedutibilidade referente ao incentivo à Atividade Audiovisual está condicionada a que:

- os investimentos previstos nos itens 1 e 3 sejam realizados no mercado de capitais, em ativos


previstos em lei, e autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

- os projetos ou programas a serem beneficiados pelos incentivos sejam previamente aprovados


pela Ancine;

- o incentivo em espécie devem ser comprovados mediante recibo de depósito bancário e


declaração de recebimento firmada pelo beneficiário, nos termos estabelecidos pela Ancine; e

27 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

- o valor da dedução atenda ao limite mencionado no tópico “Atenção”

V – Incentivo ao desporto - doações ou patrocínios no apoio direto a projetos desportivos e


paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte;

Os projetos desportivos atenderão a pelo menos uma das seguintes manifestações, nos termos,
limites e condições definidas em regulamento:

a) desporto educacional;

b) desporto de participação;

c) desporto de rendimento.

A dedutibilidade referente ao incentivo ao desporto está condicionada a que:

- podem receber recursos do incentivo os projetos desportivos destinados a promover a inclusão


social por meio do esporte, preferencialmente em comunidades de vulnerabilidade social.

- é vedada a utilização dos recursos do incentivo para o pagamento de remuneração de atletas


profissionais, em qualquer modalidade desportiva.

- o valor da dedução atenda ao limite mencionado no tópico “Atenção”

VI – Incentivo ao Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com


Deficiência (Pronas-PCD):

Podem ser deduzidos os valores referentes às doações e aos patrocínios despendidos no ano-
calendário anterior, a que se refere a Declaração de Ajuste Anual, diretamente efetuados em prol
de ações e serviços previamente aprovados pelo Ministério da Saúde, segundo a forma e o
procedimento estabelecidos em ato do Poder Executivo, e que estejam em consonância com a
política definida para o setor no Plano Nacional de Saúde e nas diretrizes desse Ministério e
desenvolvidos por pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que se destinam ao
tratamento de deficiências físicas, motoras, auditivas, visuais, mentais, intelectuais, múltiplas e
de autismo no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com
Deficiência (Pronas/PCD).

VII – Incentivo ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon):


Podem ser deduzidas as quantias referentes às doações e aos patrocínios despendidos no ano-
calendário anterior, a que se refere a Declaração de Ajuste Anual, diretamente efetuados em prol
de ações e serviços, previamente aprovados pelo Ministério da Saúde, segundo a forma e o
procedimento estabelecidos em ato do Poder Executivo, e que estejam em consonância com a
política definida para o setor no Plano Nacional de Saúde e nas diretrizes desse Ministério, e
desenvolvidos pelas instituições de prevenção e combate ao câncer que englobam a promoção da
informação, a pesquisa, o rastreamento, o diagnóstico, o tratamento, os cuidados paliativos e a
reabilitação referentes às neoplasias malignas e afecções correlatas destinatárias no âmbito do
Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon).

28 Prof. Loberto Sasaki


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Atenção:
1) Limites gerais de dedução:
a) o somatório das deduções referidas nos incisos I a V (deduções relativas a Estatuto da Criança,
Fundos do idoso, Incentivo à Cultura, Incentivo à Atividade Audiovisual e incentivo ao
desporto) está limitado a 6% do imposto devido apurado na declaração de ajuste; esse limite é
calculado pelo próprio programa do imposto e a dedução só se aplica à declaração em que o
contribuinte optar pelas deduções legais.

b) podem ser deduzidos, observado o limite de que trata a alínea “a” deste item, no caso do
incentivo à Cultura, a que se refere o inciso III:

b.1) 80% (oitenta por cento) do somatório das doações e 60% (sessenta por cento) do somatório
dos patrocínios, na hipótese do item 1; e

b.2) o valor efetivo das doações e patrocínios, na hipótese do item 2;


esse limite é calculado pelo próprio programa do imposto e a dedução só se aplica à declaração
em que o contribuinte optar pelas deduções legais.

c) As deduções previstas nos incisos VI e VII estão cada uma delas limitada a 1% (um por cento)
do Imposto sobre a Renda devido apurado na declaração e não estão sujeitas ao limite global de
6% (seis por cento) de que trata a alínea “a” deste item 1; esse limite é calculado pelo próprio
programa do imposto e a dedução só se aplica à declaração em que o contribuinte optar pelas
deduções legais.

2) Informações sobre os beneficiários:

Informe os pagamentos efetuados na Ficha de Doações Efetuadas, em relação aos incisos I a VII,
indicando o nome do beneficiário, o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), o código e o valor pago ou doado;

3) Em relação às deduções referidas nos incisos VI e VII:

a) Considera-se patrocínio a prestação do incentivo com finalidade promocional;

b) o comprovante pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a
mês;

c) no caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens, mediante
descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando também, se
houve avaliação, o nome, o número de inscrição no CPF ou no CNPJ e o endereço dos
avaliadores.

29 Prof. Loberto Sasaki


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8.12 - CONTRIBUIÇÃO PATRONAL PAGA À PREVIDÊNCIA SOCIAL1


(Extinto em 2019)
8.13 - FUNDOS DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE1
Como são realizadas as doações aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais,
Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente?

Para que o contribuinte possa fazer uso da dedução dos valores relativos a doações na
declaração, é necessário que as doações tenham sido efetuadas diretamente aos Fundos de
assistência da criança e do adolescente que são controlados pelos Conselhos Municipais,
Estaduais ou Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. As doações realizadas a
orfanatos e similares não são equivalentes aos fundos aqui tratados e, por isso, são indedutíveis.

Os fundos de assistência que estão limitados a um por município, um por estado e um nacional,
devem emitir comprovante em favor do doador, especificando o nome, o número de inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
doador, a data e o valor efetivamente recebido em dinheiro, além do número de ordem do
comprovante, o nome, o número de inscrição no CNPJ, o endereço do emitente, e ser firmado
por pessoa competente para dar a quitação da operação.

As contribuições devem ser depositada em conta específica por meio de documento de


arrecadação próprio. (Consulte item I do 8.11)

8.14 - DEDUÇÕES DO IMPOSTO – DESCONTO SIMPLIFICADO


Quem optou pelo desconto simplificado também pode deduzir os gastos com os Fundos da
Criança e do Adolescente, com os Fundos do Idoso, com incentivos à cultura e à atividade
audiovisual, incentivo ao desporto, incentivo ao Pronas/PCD, incentivo ao Pronon, ou com a
contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico?

Não. O desconto simplificado substitui todas as deduções a que o contribuinte tem direito na
declaração de rendimentos, inclusive aquelas que são diminuídas diretamente do imposto.

(Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 10, § 1º; Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de
2018 – Regulamento do Imposto sobre a Renda - RIR/2018, art. 77, caput; Instrução Normativa
RFB nº 1.131, de 21 de fevereiro de 2011; e Instrução Normativa RFB nº 1.871, de 20 de
fevereiro de 2019, art. 3º)

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9 - DESCONTO SIMPLIFICADO1

A opção pelo desconto simplificado implica a substituição de todas as deduções admitidas na


legislação tributária, correspondente à dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis na
Declaração de Ajuste Anual, limitado a R$ 16.754,34 (dezesseis mil, setecentos e cinquenta e
quatro reais e trinta e quatro centavos). Não necessita de comprovação e pode ser utilizado
independentemente do montante dos rendimentos recebidos e do número de fontes pagadoras.
O valor utilizado a título de desconto simplificado não justifica variação patrimonial, sendo
considerado rendimento consumido.

10 - OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA1

Está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2022, a pessoa
física residente no Brasil que, no ano-calendário de 2021:

1 - recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$
28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta e nove reais e setenta centavos);

2 - recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja


soma foi superior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais);

3 - obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à


incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas;

4 - relativamente à atividade rural:

a) obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50 (cento e quarenta e dois mil,
setecentos e noventa e oito reais e cinquenta centavos);

b) pretenda compensar, no ano-calendário de 2021 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário


anteriores ou do próprio ano-calendário de 2021;

5 - teve, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de


valor total superior a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);

6 - passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nesta condição se encontrava em


31 de dezembro; ou

7 - optou pela isenção do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de capital auferido na
venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja destinado à aplicação na aquisição de
imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da
celebração do contrato de venda, nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de
2005.

Atenção:
Apresentação da declaração

A Declaração de Ajuste Anual deve ser elaborada, exclusivamente, com o uso de:
i - computador, mediante a utilização do Programa Gerador da Declaração (PGD) relativo ao
exercício de 2022, disponível no sítio da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB),
na Internet, no endereço http://receita.economia.gov.br;

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ii - computador, mediante acesso ao serviço “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)”,


disponível no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) no sítio da RFB na Internet, no endereço
de que trata o item “i” deste “Atenção”; ou

iii - dispositivos móveis, tais como tablets e smartphones, mediante acesso ao “Meu Imposto de
Renda”, por meio do respectivo APP disponível nas lojas de aplicativos Google Play, para o
sistema operacional Android, ou App Store, para o sistema operacional iOS.

Para a elaboração e a transmissão da Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2022,


ano-calendário de 2021, deve ser informado o número constante no recibo de entrega da última
declaração apresentada, relativa ao exercício de 2021, ano-calendário de 2020.

A obrigação de informar o número de recibo é dispensada se:

a) a soma dos rendimentos, do titular e dos dependentes, sujeitos ao ajuste anual for inferior a R$
200.000,00;

b) a transmissão da declaração for feita com o uso de certificado digital; ou

c) o contribuinte não tiver apresentado Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2021,
ano-calendário de 2020.

O acesso ao serviço “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)” com a utilização de


computador será feito com certificação digital: a) pelo contribuinte; ou b) por seu representante,
com procuração eletrônica ou com a procuração de que trata a Instrução Normativa RFB nº
1.751, de 16 de outubro de 2017.

É vedado o preenchimento e a apresentação da declaração por meio do “Meu Imposto de


Renda”, disponível para dispositivos móveis, nas hipóteses de os declarantes ou seus
dependentes informados nessa declaração, no ano-calendário de 2021:

I – terem auferido:

a) rendimentos tributáveis:

1. sujeitos ao ajuste anual, cuja soma foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais),
apenas na hipótese de utilização do serviço por meio de dispositivos móveis;

2. recebidos do exterior;

b) os seguintes rendimentos sujeitos à tributação exclusiva ou definitiva:

1. ganhos de capital na alienação de bens ou direitos;

2. ganhos de capital na alienação de bens, direitos e aplicações financeiras adquiridos em moeda


estrangeira;

3. ganhos de capital na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie; ou

4. ganhos líquidos em operações de renda variável realizadas em bolsa de valores, de


mercadorias, de futuros e assemelhadas, e fundos de investimento imobiliário;

c) os seguintes rendimentos isentos e não tributáveis:


32 Prof. Loberto Sasaki
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1. rendimentos cuja soma foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), apenas na
hipótese de utilização do serviço por meio de dispositivos móveis;

2. parcela isenta correspondente à atividade rural;

3. recuperação de prejuízos em renda variável (bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e


assemelhados e fundos de investimento imobiliário);

4. lucro na venda de imóvel residencial para aquisição de outro imóvel residencial;

5. lucro na alienação de imóvel residencial adquirido após o ano de 1969; ou

d) rendimentos tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 5.000.000,00


(cinco milhões de reais), apenas na hipótese de utilização do serviço por meio de dispositivos
móveis;

II - terem-se sujeitado:

a) ao imposto pago no exterior ou ao recolhimento do imposto sobre a renda na fonte de que trata
os §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004; ou

b) ao preenchimento dos demonstrativos referentes à atividade rural, ao ganho de capital na


alienação de bens e direitos, ao ganho de capital em moeda estrangeira ou à renda variável; ou

III - terem realizado pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas, quando constituam dedução
na declaração, ou a pessoas físicas, quando constituam, ou não, dedução na declaração, cuja
soma foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), apenas na hipótese de utilização
do serviço por meio de dispositivos móveis, em cada caso ou no total.

Dispensa da entrega da declaração

a - A pessoa física que se enquadrar em uma ou mais das hipóteses de obrigatoriedade previstas
nos itens 1 a 7 fica dispensada de apresentar a Declaração de Ajuste Anual (DAA), caso conste
como dependente em declaração apresentada por outra pessoa física, na qual tenham sido
informados seus rendimentos, bens e direitos, caso os possua;

b – a pessoa física que se enquadrar apenas na hipótese prevista no item 5 e que, na constância
da sociedade conjugal ou da união estável, os bens comuns tenham sido declarados pelo outro
cônjuge companheiro, fica dispensada de apresentar Declaração de Ajuste Anual (DAA), desde
que o valor total dos seus bens privativos não exceda R$ 300.000,00 (trezentos mil reais);

Atividade rural

A pessoa física que se enquadrar em qualquer das hipóteses de obrigatoriedade previstas nos
itens de 1 a 3 e de 5 a 7 e que tenha obtido resultado positivo da atividade rural também deve
preencher o Demonstrativo da Atividade Rural.

11 - PESSOA FÍSICA DESOBRIGADA – APRESENTAÇÃO FACULTATIVA1

A pessoa física, ainda que desobrigada, pode apresentar a Declaração de Ajuste Anual (DAA),
sendo vedado a um mesmo contribuinte constar simultaneamente em mais de uma Declaração de
Ajuste Anual, seja como titular ou dependente, exceto nos casos de alteração na relação de
dependência no ano-calendário de 2021.
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12 - TITULAR OU SÓCIO DE EMPRESA – APRESENTAÇÃO DE DIRPF/20221


Contribuinte que é titular ou sócio de empresa está obrigado a apresentar a Declaração de
Ajuste Anual do exercício 2022?
Não, a menos que se enquadre nas hipóteses previstas no item 10 (Obrigatoriedade de
entrega).

Não é a condição de titular ou sócio de empresa, por si só, que obriga à apresentação de
Declaração de Ajuste Anual.

13 - RENDIMENTOS DE SÓCIO OU TÍTULAR DE EMPRESA TRIBUTADA


COM BASE NO LUCRO REAL, PRESUMIDO OU ARBITRADO

1- Qual é o tratamento tributário dos rendimentos pagos ao sócio de serviço a titulo de pró-
labore?
Incide imposto sobre a renda, na fonte e na Declaração de Ajuste Anual, sobre os valores pagos
ao sócio de serviço (consulte a Solução de Consulta Cosit nº 12, de 15 de maio de 2013,
disponível no sítio da RFB na Internet), a título de pro labore (rendimentos de trabalho). No
entanto, não incide imposto sobre a renda sobre valores pagos a título de distribuição de lucros
pelas pessoas jurídicas.

2- Qual é o tratamento tributário dos rendimentos de sócios ou titular de empresa


tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado?

Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir de 01/01/1996,
pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou
arbitrado, não estão sujeitos à incidência do imposto sobre a renda na fonte nem integram a base
de cálculo do imposto do beneficiário. São tributáveis os valores que ultrapassarem o resultado
contábil e aos lucros acumulados e reservas de lucros de anos anteriores, observada a legislação
vigente à época da formação dos lucros.

3- Qual é a diferença entre pro labore e lucro distribuído? Como são tributados?
O pró-labore refere-se à remuneração paga aos sócios pela prestação de serviços à empresa e
sujeita-se à incidência do imposto sobre a renda na fonte e na declaração de ajuste.
O lucro distribuído refere-se à remuneração do capital integralizado pelo sócio. Quanto à forma
de tributação, depende da legislação vigente no período de formação do lucro que está sendo
distribuído.
PERCENTUAIS DE LUCROS PRESUMIDOS – ART. 15 DA LEI 9.249/95

RECEITA BRUTA PERCENTUAL


1- Venda de combustíveis adquiridas p/revenda 1,6%
2- Venda de mercadorias e produtos 8%
3- Serviços de transporte de cargas 8%
4- Serviços hospitalares 8%
5- Venda de imóveis das empresas com esse objetivo social 8%
6- Indústrias Gráficas 8%
7- Construção Civil por empreitada com emprego de materiais 8%
8- Serviços de transportes (exceto os de cargas) 16%
9- Demais serviços 32%
* Fundamento legal: art. 15 da Lei 9.249/95.

34 Prof. Loberto Sasaki


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14 - RENDIMENTOS DE SÓCIO OU TITULAR DE EMPRESA OPTANTE PELO


SIMPLES NACIONAL1
São considerados isentos do imposto sobre a renda, na fonte e na declaração de ajuste do
beneficiário, os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da microempresa
ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, salvo os que corresponderem a pro
labore, aluguéis ou serviços prestados.

A isenção fica limitada ao valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção, de que
trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, do Imposto sobre a Renda das
Pessoas Jurídicas (IRPJ) sobre a receita bruta mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da
receita bruta total anual, tratando-se de declaração de ajuste, subtraído do valor devido na forma
do Simples Nacional no período, relativo ao IRPJ.

O limite não se aplica na hipótese de a microempresa ou empresa de pequeno porte manter


escrituração contábil e evidenciar lucro superior àquele limite.

PERCENTUAIS DE LUCROS PRESUMIDOS – ART. 15 DA LEI 9.249/95

RECEITA BRUTA PERCENTUAL


1- Venda de combustíveis adquiridas p/revenda 1,6%
2- Venda de mercadorias e produtos 8%
3- Serviços de transporte de cargas 8%
4- Serviços hospitalares 8%
5- Venda de imóveis das empresas com esse objetivo social 8%
6- Indústrias Gráficas 8%
7- Construção Civil por empreitada com emprego de materiais 8%
8- Serviços de transportes (exceto os de cargas) 16%
9- Demais serviços 32%
* Fundamento legal: art. 15 da Lei 9.249/95.

15 - RENDIMENTO DE MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL – MEI1


Considera-se isento do imposto sobre a renda, na fonte e na declaração de ajuste do beneficiário,
o lucro do titular de empresa optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de
Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples
Nacional), na condição de Microempreendedor Individual (MEI). Os rendimentos que o MEI
receba em razão de outras atividades ou sociedades não se confundem com os rendimentos
oriundos da sua condição de MEI, que devem ser tributados conforme sua natureza.

A isenção fica limitada ao valor resultante da aplicação, sobre a receita bruta mensal, no caso de
antecipação de fonte, ou da receita bruta total anual, tratando-se de Declaração de Ajuste Anual,
dos percentuais de apuração do Lucro Presumido, mencionados no artigo 15, da Lei nº 9.249, de
26 de dezembro de 1995.

O limite acima não se aplica na hipótese de o microempreendedor individual manter escrituração


contábil que evidencie lucro superior àquele limite.

(Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, art. 14; e Resolução CGSN nº 140, de
22 de maio de 2018, art. 145)

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PERCENTUAIS DE LUCROS PRESUMIDOS – ART. 15 DA LEI 9.249/95

RECEITA BRUTA PERCENTUAL


1- Venda de combustíveis adquiridas p/revenda 1,6%
2- Venda de mercadorias e produtos 8%
3- Serviços de transporte de cargas 8%
4- Serviços hospitalares 8%
5- Venda de imóveis das empresas com esse objetivo social 8%
6- Indústrias Gráficas 8%
7- Construção Civil por empreitada com emprego de materiais 8%
8- Serviços de transportes (exceto os de cargas) 16%
9- Demais serviços 32%
* Fundamento legal: art. 15 da Lei 9.249/95.

16 - PARTICIPAÇÃO DOS EMPREGADOS NOS LUCROS DAS EMPRESAS

Até 31/12/2012 a participação dos empregados nos lucros das empresas era tributada na fonte,
em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, como antecipação do imposto sobre a
renda devido na declaração de rendimentos da pessoa física, competindo à pessoa jurídica a
responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto (Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de
2000).

Regra vigente a partir de 1º de janeiro de 2013, diante do novo tratamento tributário


introduzido pela Lei nº 12.832, de 20 de junho de 2013:

A participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa é tributada pelo imposto
sobre a renda exclusivamente na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos, no ano
do recebimento ou crédito, com base nas tabelas progressivas anuais abaixo indicadas e não
integrará a base de cálculo do imposto devido pelo beneficiário na Declaração de Ajuste Anual.

Na determinação da base de cálculo da referida participação, poderão ser deduzidas as


importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de
Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou
de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública, desde que correspondentes a
esse rendimento, não podendo ser utilizada a mesma parcela para a determinação da base de
cálculo dos demais rendimentos.

TABELA DE TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS –


Ano-Calendário de 2021:

VALOR DO PLR PARCELA A DEDUZIR DO


ALÍQUOTA
ANUAL(EM R$) IR (EM R$)
De 0,00 a 6.677,55 0,0% -
De 6.677,56 a 9.922,28 7,5% 500,82
De 9.922,29 a 13.167,00 15,0% 1.244,99
De 13.167,01 a 16.380,38 22,5% 2.232,51
Acima de 16.380,38 27,5% 3.051,53

(Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, com a redação dada pela Lei nº 12.832, de 20 de
junho de 2013; Solução de Consulta Cosit nº 53, de 16 de dezembro de 2013; e Instrução
Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 17)
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17 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS (RENDIMENTO DO CAPITAL)1


Quais são as operações realizadas nos mercados financeiro e de capital?
Nesses mercados são negociados títulos, valores mobiliários e ativos financeiros que, de acordo
com as características do ativo ou contrato objeto da operação, podem ser classificados em dois
grandes segmentos:

1 - Mercado de Renda Variável

Compõe-se de ativos de renda variável, quais sejam, aqueles cuja remuneração ou retorno de
capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação. São eles as ações, quotas ou
quinhões de capital, o ouro, ativo financeiro, e os contratos negociados nas bolsas de valores, de
mercadorias, de futuros e assemelhadas.

2 - Mercado de Renda Fixa

Compõe-se de ativos de renda fixa aqueles cuja remuneração ou retorno de capital pode ser
dimensionado no momento da aplicação. Os títulos de renda fixa são públicos ou privados,
conforme a condição da entidade ou empresa que os emite. Como títulos de renda fixa públicos
citam-se as Notas do Tesouro Nacional (NTN), os Bônus do Banco Central (BBC), os Títulos da
Dívida Agrária (TDA), bem como os títulos estaduais e municipais. Como títulos de renda fixa
privados, aqueles emitidos por instituições ou empresas de direito privado, citam-se as Letras de
Câmbio (LC), os Certificados de Depósito Bancário (CDB), os Recibos de Depósito Bancário
(RDB) e as Debêntures.

Equiparam-se a operações de renda fixa, para fins de incidência do imposto sobre a renda
incidente na fonte, as operações de mútuo e de compra vinculada à revenda, no mercado
secundário, tendo por objeto ouro, ativo financeiro, as operações de financiamento, inclusive
box, realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros e as operações de transferência
de dívidas, bem como qualquer rendimento auferido pela entrega de recursos a pessoa jurídica.

17.1 - RENDA FIXA1


1- Qual é o tratamento tributário dos rendimentos obtidos pela pessoa física nas aplicações
de renda fixa?

Os rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda fixa são tributados na fonte,
às alíquotas de:

a) 22,5%, em aplicações com prazo de até 180 dias;


b) 20%, em aplicações com prazo de 181 a 360 dias;
c) 17,5%, em aplicações com prazo de 361 a 720 dias;
d) 15%, em aplicações com prazo acima 720 dias.

2- Pode ser compensado na declaração anual o imposto sobre a renda retido em aplicação
de renda fixa?

Não. O imposto retido é considerado como devido exclusivamente na fonte e os rendimentos


dessas aplicações não integram a base de cálculo do imposto sobre a renda na Declaração de
Ajuste Anual.

37 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

3- Como são tributados os rendimentos obtidos pelos quotistas de fundos de renda fixa?

Se classificados como de longo prazo, os rendimentos são tributados na fonte às alíquotas de:

a) 22,5%, em aplicações com prazo de até 180 dias;


b) 22%, em aplicações com prazo de 181 a 360 dias;
c) 17,5%, em aplicações com prazo de 361 a 720 dias;
d) 15%, em aplicações com prazo acima de 720 dias (24 meses).

Se classificados como de curto prazo, os rendimentos são tributados na fonte às alíquotas de:

a) 22,5%, em aplicações com prazo de até 180 dias;


b) 20%, em aplicações com prazo acima de 180 dias.

Atenção:

1) A alíquota é 0% no caso de rendimentos auferidos por pessoas em operações com cotas de


emissão de fundos em direitos creditórios, observado o art. 2º da Lei nº 12.431, de 24 de junho
de 2011:

2) No caso de rendimentos auferidos por cotistas de Fundos de Índice de Renda Fixa cujas
carteiras sejam compostas por ativos financeiros que busquem refletir as variações e
rentabilidade de índices de renda fixa nos termos do art. 2º da Lei nº 13.043, de 13 de novembro
de 2014:

2.1) 25%, no caso de Fundos cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de
repactuação igual ou inferior a 180 dias;

2.2) 20%, no caso de Fundos cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de
repactuação superior a cento e oitenta dias e igual ou inferior a 720 dias; e

2.3) 15%, no caso de Fundos cuja carteira de ativos financeiros apresente prazo médio de
repactuação superior a 720 dias.

Os ganhos de capital auferidos por cotistas dos Fundos de Índice de Renda Fixa são tributados
como aplicações financeiras de renda fixa, aplicando-se as alíquotas acima.

17.2 - RENDA VARIÁVEL1


1- Quais são as operações do mercado de renda variável?

O mercado de renda variável compreende todas as operações realizadas nas bolsas de valores, de
mercadorias, de futuros e assemelhadas, bem como as operações com ouro, ativo financeiro,
realizadas fora de bolsas, com a interveniência de instituições integrantes do Sistema Financeiro
Nacional (bancos, corretoras e distribuidoras), ressalvadas as operações de mútuo e de compra
vinculada à revenda com ouro, ativo financeiro, e as operações de financiamento referidas na
pergunta anterior.

2- Qual é o tratamento tributário das operações de renda variável?

O tratamento tributário conferido a essas operações depende das modalidades em que são
negociados os ativos ou contratos, modalidades essas denominadas mercados à vista, de opções,
futuro e a termo.
38 Prof. Loberto Sasaki
Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

3- O que é ganho líquido no mercado de renda variável?

Ganho líquido é o resultado positivo auferido em um conjunto de operações realizadas em cada


mês, em um ou mais mercados de bolsa e em operações com ouro, ativo financeiro, realizadas
fora de bolsa.

4- O que é operação day trade?

Considera-se day trade a operação ou a conjugação de operações iniciadas e encerradas em um


mesmo dia, com o mesmo ativo, em uma mesma instituição intermediadora, em que a quantidade
negociada tenha sido liquidada, total ou parcialmente.

Na apuração do resultado da operação day trade são considerados, pela ordem, o primeiro
negócio de compra com o primeiro de venda ou o primeiro negócio de venda com o primeiro de
compra, sucessivamente.

Será admitida a compensação de perdas incorridas em operações de day trade realizadas no


mesmo dia.

5- Qual é a alíquota de incidência do IR aplicável às operações do mercado de renda


variável realizadas em bolsa?

Os ganhos líquidos auferidos em operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de


futuros, e assemelhadas, inclusive day trade, serão tributados às seguintes alíquotas:

a) 20%, no caso de operação day trade;

b) 15%, nas operações realizadas nos mercados à vista, a termo, de opções e de futuros.

As operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros, e assemelhadas estão


sujeitas à retenção do imposto sobre a renda incidente na fonte à alíquota de 0,005% (cinco
milésimos por cento), salvo se o valor da retenção do imposto seja igual ou inferior a R$ 1,00,
como antecipação, podendo ser compensado com o imposto sobre a renda mensal na apuração do
ganho líquido.

6- Todas as operações em bolsas estão sujeitas ao IR?

Não. São isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos auferidos por pessoa física em
operações efetuadas:

I- com ações, no mercado à vista de bolsas de valores ou mercado de balcão, se o total das
alienações desse ativo, realizadas no mês, não exceder a R$ 20.000, 00 (vinte mil reais);

II- com ouro, ativo financeiro, se o total das alienações desse ativo, realizadas no mês, não
exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais);

III- com ações de pequenas e médias empresas a que se refere o art. 16 da Lei nº 13.043, de 13
de novembro de 2014.

Atenção:

Ocorrendo alienação no mesmo mês de ações e de ouro, ativo financeiro, os limites de isenção
dos itens I e II acima aplicam-se separadamente a cada modalidade de ativo.
39 Prof. Loberto Sasaki
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A isenção não se aplica, entre outras, às operações de day trade, às negociações de cotas dos
fundos de investimento em índice de ações, aos resgates de cotas de fundos ou clubes de
investimento em ações e à alienação de ações efetivada em operações de exercício de opções e
no vencimento ou liquidação antecipada de contratos a termo.

7- As despesas incorridas nas operações no mercado de renda variável podem ser


deduzidas?

Sim. As despesas efetivamente pagas destacadas na nota de corretagem ou no extrato da conta


corrente para a realização de operações de compra ou venda (corretagens, emolumentos etc.)
podem ser consideradas na apuração do ganho líquido, sendo acrescidas ao preço de compra e
deduzidas do preço de venda dos ativos ou contratos negociados.
8- É permitida a compensação de perdas com ganhos em operações de renda variável?

Sim. Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas
incorridas nas operações de renda variável nos mercados à vista, de opções, futuros, a termos e
assemelhados, poderão ser compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou
nos meses subsequentes, em outras operações realizadas em qualquer das modalidades
operacionais previstas naqueles mercados, operações comuns.

Atenção:

As perdas incorridas em operações de day trade, somente poderão ser compensadas com ganhos
líquidos auferidos em operações da mesma espécie (day trade), realizadas no mês ou meses
subsequentes. Do mesmo modo, as perdas incorridas em operações comuns somente são
compensáveis com os ganhos líquidos auferidos nessas operações.

9- Qual é o prazo para o pagamento do IR sobre os ganhos líquidos auferidos no mercado


de renda variável?

O imposto sobre a renda deve ser pago até o último dia útil do mês subsequente àquele em que
os ganhos houverem sido apurados.

O código a ser utilizado no Documento de Arrecadação das Receitas Federais (Darf) para
pagamento desse tributo é 6015.

10- Os ganhos líquidos em renda variável devem ser oferecidos à tributação na Declaração
de Ajuste Anual?

Não. Os ganhos líquidos são apurados e tributados, mês a mês, em separado, e não integram a
base de cálculo do imposto sobre a renda na Declaração de Ajuste Anual. Da mesma forma, o
imposto pago não pode ser deduzido do devido na declaração.

11- Como são tributados os ganhos obtidos pelos quotistas de fundos de ações?

São tributados no resgate de quotas à alíquota de 15%. Esse imposto será retido pelo
administrador do fundo na data do resgate das quotas, sendo considerado exclusivo de fonte.

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18 - GANHOS DE CAPITAL
1- Quais as operações sujeitas à apuração do ganho de capital?

Estão sujeitas à apuração de ganho de capital as operações que importem:

I- alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à


sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, dação em
pagamento, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou
promessa de cessão de direitos e contratos afins;

II- transferência a herdeiros e legatários na sucessão causa mortis, a donatários na doação,


inclusive em adiantamento da legítima, ou atribuição a ex-cônjuge ou ex-convivente, na
dissolução da sociedade conjugal ou união estável, de bens e direitos por valor superior àquele
pelo qual constavam na Declaração de Ajuste Anual do de cujus, do doador, do ex-cônjuge ou
ex-convivente que os tenha transferido;

III- alienação de bens ou direitos e liquidação ou resgate de aplicações financeiras, de


propriedade de pessoa física, adquiridos, a qualquer título, em moeda estrangeira.

Atenção:

No período de 04/04/2016 a 31/10/2016 foi permitida, por opção, a regularização cambial e


tributária de patrimônio no Brasil ou no Exterior, em nome do próprio declarante ou de terceiro,
desde que fosse residente no Brasil, para fins tributários, atendidas as seguintes condições:

I- ser residente no Brasil, para fins tributários, em 31 de dezembro de 2014;

II- apresentar, no período de 4 de abril de 2016 a 31 de outubro de 2016, a Declaração de


Regularização Cambial e Tributária (Dercat);

III- informar na DAA referente ao ano-calendário de 2014 os recursos, bens e direitos de


qualquer natureza constantes na Dercat;

IV- pagar o imposto sobre ganho de capital com alíquota de 15%, tendo como base de cálculo o
valor de mercado, do bem ou direito regularizado, em 31/12/2014;

V- pagar a mula de igual valor ao imposto apurado no item IV;

VI- não incorrer nas condições impeditivas aplicáveis ao Regime Especial de Regularização
Cambial e Tributária (RERCT).

REABERTURA DO RERCT:

A regularização cambial (RERCT) foi reaberta no período de 03/04/2017 a 31/07/2017, exigindo


o atendimento das seguintes condições:

I – ser residente no Brasil, para fins tributários, em 30 de junho de 2016;

II – apresentar, no período de 3 de abril de 2017 a 31 de julho de 2017, a Declaração de


Regularização Cambial e Tributária (Dercat);

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III – informar na DAA referente ao ano-calendário de 2016 os recursos, bens e direitos de


qualquer natureza constantes na Dercat. Se necessário retificar a DAA do exercício de 2017 o
prazo para apresentar a retificadora em virtude da Regularização Cambial e Tributária é 30 de
dezembro de 2017.

IV – pagar o imposto sobre ganho de capital com alíquota de 15%, tendo como base de cálculo o
valor de mercado, do bem ou direito regularizado, em 30/06/2016;

V – pagar a multa de valor igual a 135% (cento e trinta e cinco por cento) do imposto apurado no
item IV;

VI – não incorrer nas condições impeditivas aplicáveis ao Regime Especial de Regularização


Cambial e Tributária (RERCT).

O Regime Especial de que se trata aplica-se ainda ao espólio cuja sucessão tenha sido aberta até
a data de adesão ao RERCT. 214

É facultado ao contribuinte que aderiu ao RERCT até 31 de outubro de 2016 complementar a


Dercat entregue na primeira etapa da regularização, obrigando-se, caso exerça este direito, a
pagar o imposto correlato e multa devidos resultantes desta alteração.

(Lei nº 13.254, de 13 de janeiro de 2016; Lei nº 13.428, de 30 de março de 2017; Instrução


Normativa SRF nº 118, de 27 de dezembro de 2000; Instrução Normativa SRF nº 84, de 11 de
outubro de 2001, art. 3º; Instrução Normativa RFB nº 1.627, de 11 de março de 2016, com
alterações posteriores; e Instrução Normativa RFB nº 1.704, de 31 de março de 2017, alterada
pela Instrução Normativa RFB nº 1.832, de 20 de setembro de 2018)

Atenção:

Alíquotas Progressivas – Ganho de Capital


1) Para as operações de alienação de bens e direitos de qualquer natureza realizadas a partir de 1º
de janeiro de 2017, o ganho de capital percebido por pessoa física sujeitar-se-á às seguintes
alíquotas:

I- 15% sobre a parcela dos ganhos que não ultrapassar R$ 5.000.000,00;

II- 17,5% sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 5.000.000,00 e não ultrapassar R$
10.000.000,00;

III- 20% sobre a parcela dos ganhos que exceder R$ 10.000.000,00 e não ultrapassar R$
30.000.000,00; e

IV- 22,5% sobre a parcela dos ganhos que ultrapassar R$ 30.000.000,00.

Na hipótese de alienação em partes do mesmo bem ou direito, a partir da segunda operação,


desde que realizada até o final do ano-calendário seguinte ao da primeira operação, o ganho de
capital deve ser somado aos ganhos auferidos nas operações anteriores, para fins da apuração do
imposto na forma descrita no item 1, deduzindo-se o montante do imposto pago nas operações
anteriores.

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A apuração do imposto sobre a renda com a utilização de alíquotas progressiva, não se aplica:

- ao Fundo de Investimento Imobiliário (FII) – 20% (Lei nº 8.668, de 25 de junho de 1993, art.
18);

- aos Fundos de Investimento em Participações – 15% (Lei nº 11.312, de 27 de junho de 2006,


art. 2º);

- aos Fundos de Investimentos em Cotas de Fundos de Investimento em Participações – 15%


(Lei nº 11.312, de 27 de junho de 2006, art. 2º);

- aos Fundos de Investimentos em Empresas Emergentes – 15% (Lei nº 11.312, de 27 de junho


de 2006, art. 2º);

- à diferença a maior entre o valor de mercado e o valor pelo qual o bem ou direito constavam na
declaração de bens do de cujus, do doador ou do ex-cônjuge ou ex-convivente, nas transferências
de direito de propriedade por sucessão, dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar,
nos casos de herança, legado ou por doação em adiantamento da legítima, nas hipóteses de os
bens e direitos serem avaliados a valor de mercado – 15% (Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de
1997, art. 23)

2- Quais são as isenções relativas ao ganho de capital?

1- Indenização da terra nua por desapropriação para fins de reforma agrária, conforme o disposto
no § 5º do art. 184 da Constituição Federal de 1988;

Atenção:

A parcela da indenização, correspondente às benfeitorias, é computada como receita da atividade


rural quando esta tiver sido deduzida como despesa de custeio ou investimento e, quando não
deduzida como despesa de custeio ou investimento, tributável como ganho de capital.

2 - Indenização por liquidação de sinistro, furto ou roubo, relativo ao objeto segurado;

3 - Alienação, por valor igual ou inferior a R$ 440.000,00, do único bem imóvel que o titular
possua, individualmente, em condomínio ou em comunhão, independentemente de se tratar de
terreno, terra nua, casa ou apartamento, ser residencial, comercial, industrial ou de lazer, e estar
localizado em zona urbana ou rural, desde que não tenha efetuado, nos últimos cinco anos, outra
alienação de imóvel a qualquer título, tributada ou não, sendo o limite considerado em relação:

▪ à parte de cada condômino ou coproprietário, no caso de bens possuídos em condomínio;


▪ ao imóvel possuído em comunhão, no caso de sociedade conjugal ou união estável (salvo
contrato escrito entre os companheiros);

4 - Ganho apurado na alienação de imóveis adquiridos até 1969;

5 - O valor da redução do ganho de capital para imóveis adquiridos entre 1969 e 1988;

6 - A partir de 16/06/2005, o ganho auferido por pessoa física residente no Brasil na venda de
imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 dias contado da celebração do
contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País;

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A opção pela isenção de que trata este item é irretratável e o contribuinte deve informá-la no
respectivo Demonstrativo da Apuração dos Ganhos de Capital da Declaração de Ajuste Anual.

Atenção:

A contagem do prazo de 180 dias inclui a data da celebração do contrato.

No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo de 180 (cento e oitenta) dias é contado a
partir da data da celebração do contrato relativo à primeira operação.

A aplicação parcial do produto da venda implica tributação do ganho proporcionalmente ao valor


da parcela não aplicada.

No caso de aquisição de mais de 1 (um) imóvel, a isenção de que trata este item aplica-se ao
ganho de capital correspondente apenas à parcela empregada na aquisição de imóveis
residenciais.

O contribuinte somente pode usufruir do benefício de que trata este item 1 (uma) vez a cada 5
(cinco) anos, contados a partir da data da celebração do contrato relativo à operação de venda
com o referido benefício ou, no caso de venda de mais de 1 (um) imóvel residencial, à 1ª
(primeira) operação de venda com o referido benefício.

Na hipótese de venda de mais de 1 (um) imóvel, estão isentos somente os ganhos de capital
auferidos nas vendas de imóveis residenciais anteriores à primeira aquisição de imóvel
residencial.

Relativamente às operações realizadas a prestação, aplica-se a isenção, observada as condições


precedentes:

I- nas vendas a prestação e nas aquisições à vista, à soma dos valores recebidos dentro do prazo
de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro contrato de venda e até
a(s) data(s) da(s) aquisição(ões) do(s) imóvel(is) residencial(is);

II- nas vendas à vista e nas aquisições a prestação, aos valores recebidos à vista e utilizados nos
pagamentos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do
primeiro contrato de venda;

III- nas vendas e aquisições a prestação, à soma dos valores recebidos e utilizados para o
pagamento das prestações, ambos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data
da celebração do primeiro contrato de venda.

Não integram o produto da venda, para efeito do valor a ser utilizado na aquisição de outro
imóvel residencial, as despesas de corretagem pagas pelo alienante.

Considera-se imóvel residencial a unidade construída em zona urbana ou rural para fins
residenciais, segundo as normas disciplinadoras das edificações da localidade em que se situar.

A isenção aplica-se, inclusive:

I- aos contratos de permuta de imóveis residenciais, com torna;

II- à venda ou aquisição de imóvel residencial em construção ou na planta.

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A isenção não se aplica, entre outros:

I- à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar, total ou parcialmente,


débito remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de imóvel residencial já possuído pelo
alienante;

II- à venda ou aquisição de terreno;

III- à aquisição somente de vaga de garagem ou de boxe de estacionamento.

7- Alienação de bens ou direitos de pequeno valor, considerado em relação:

▪ ao valor do bem ou do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um


mesmo mês, tais como automóveis e motocicletas, imóvel urbano e terra nua, quadros e
esculturas;

▪ à parte de cada condômino ou coproprietário, no caso de bens possuídos em condomínio;]

▪ ao valor de cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor do conjunto dos
bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, no caso de sociedade
conjugal ou união estável (salvo contrato escrito entre os companheiros).

8- Restituição de participação no capital social mediante a entrega à pessoa física, pela pessoa
jurídica, de bens e direitos de seu ativo avaliados por valor de mercado;

9- Transferência a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital, de bens ou direitos pelo


valor constante na declaração de rendimentos;

10- Permuta de unidades imobiliárias, sem recebimento de torna (diferença recebida em


dinheiro);

Atenção:

Nas operações de permuta realizadas por contrato particular, somente se configura a permuta se a
escritura pública, quando lavrada, for de permuta.

11- Permuta, caracterizada com a entrega, por valor não superior ao de face, pelo licitante
vencedor, de títulos da dívida pública federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ou de
outros créditos contra a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, como contrapartida à
aquisição das ações ou quotas leiloadas, no âmbito dos respectivos programas de desestatização;

12- Alienação de bens localizados no exterior ou representativos de direitos no exterior, bem


como a liquidação ou o resgate de aplicações financeiras, adquiridos a qualquer título, na
condição de não residente (Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 24, § 6º,
I; Instrução Normativa SRF nº 118, de 27 de dezembro de 2000, art. 14, inciso I);

13- A variação cambial decorrente das alienações de bens ou direitos adquiridos e das
liquidações ou resgates de aplicações financeiras realizadas com rendimentos auferidos
originariamente em moeda estrangeira (Instrução Normativa SRF nº 118, de 27 de dezembro de
2000, art. 14, inciso II);

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Atenção:

Somente é isenta a variação cambial, sendo tributável o ganho obtido em moeda estrangeira.

14 - A variação cambial dos saldos dos depósitos mantidos em instituições financeiras no


exterior (Instrução Normativa SRF nº 118, de 27 de dezembro de 2000, art. 11, § 1º);

15 - Alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, cujo total de alienações, no ano-


calendário, seja igual ou inferior ao equivalente a cinco mil dólares dos Estados Unidos da
América (Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 24, § 6º, inciso II;
Instrução Normativa SRF nº 118, de 27 de dezembro de 2000, art. 14, inciso III).

16 - A partir de 01/01/2002, na hipótese de doação de livros, objetos fonográficos ou


iconográficos, obras audiovisuais e obras de arte, para os quais seja atribuído valor de mercado,
efetuada por pessoa física a órgãos públicos, autarquias, fundações públicas ou entidades civis
sem fins lucrativos, desde que os bens doados sejam incorporados ao acervo de museus,
bibliotecas ou centros de pesquisa ou ensino, no Brasil, com acesso franqueado ao público em
geral:

I- o doador deve considerar como valor de alienação o constante em sua declaração de bens;
II- o donatário registra os bens recebidos pelo valor atribuído no documento de doação.

Atenção:

No caso de alienação de bens recebidos em doação, para efeito de apuração de ganho de capital,
o custo de aquisição é igual a zero (Lei nº 10.451, de 10 de maio de 2002, art. 5º).

3- São isentos os ganhos de capital decorrentes da alienação de um ou mais imóveis


residenciais, cujos recursos são utilizados na construção de outro imóvel?

Não. A isenção citada somente se aplica para a aquisição, no prazo de 180 dias, a contar da
primeira alienação, de imóveis residenciais construídos ou em construção, não abrangendo os
gastos para a construção de imóvel, os gastos para a continuidade de obras em imóvel em
construção ou ainda os gastos com benfeitorias ou reformas em imóveis de propriedade do
contribuinte.

4- Contribuinte que vende imóvel residencial em condomínio e adquire imóvel residencial


privativo fica isento de imposto sobre a renda?

Sim. Desde que o alienante no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do
contrato aplique o produto da venda de sua parte no imóvel em condomínio na aquisição de
imóvel privativo, localizado no Brasil.

5- Contribuinte que vende um imóvel residencial e adquire a parte de outro imóvel


residencial pertencente a outro condômino, de um condomínio no qual já é condômino, fica
isento de imposto sobre a renda?

Sim. Desde que o alienante no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do
contrato, aplique o produto da venda na aquisição da parte do imóvel residencial, pertencente ao
outro condômino, localizado no Brasil.

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6- Quais são as consequências legais no caso de não observância do prazo de 180 dias para
a compra de imóveis residenciais?

A inobservância das condições legais previstas importa em exigência do imposto com base no
ganho de capital, acrescido de:

a) juros de mora, calculados a partir do 2º (segundo) mês subsequente ao do recebimento do


valor ou de parcela de valor do imóvel vendido; e

b) multa, de mora ou de ofício, calculada a partir do 2º (segundo) mês seguinte ao do


recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não for pago em
até 210 (duzentos e dez) dias contados da data da celebração do contrato.

7- É permitida a compensação entre resultados positivos e negativos de distintas alienações


realizadas no mês?

Não. Os resultados positivos e negativos apurados em operações distintas não podem ser
somados algebricamente por falta de previsão legal. O ganho de capital deve ser apurado e
tributado em separado em relação a cada alienação.

8- O que se considera como data de aquisição quando o bem ou direito alienado era
patrimônio comum dos cônjuges?
Segundo dispõe a Lei Civil, o casamento no regime de comunhão universal, importa a
comunicação de todos os demais bens presentes e futuros dos consortes, ressalvados, apenas, os
bens gravados com cláusula de incomunicabilidade ou os sub-rogados em seu lugar.

A partir do casamento, o que dantes era ou poderia ser de propriedade exclusiva de cada um,
torna-se patrimônio comum do casal em metades ideais (meação).

Assim, considera-se como data de aquisição dos bens comuns:

1- Em relação à meação:

▪ a data do casamento, para os bens havidos anteriormente a este evento;

▪ a data da efetiva aquisição, para os bens havidos após o casamento.

2- Em relação aos bens próprios que eram propriedade de um dos cônjuges:

▪ a data da aquisição, quando adquiridos antes do casamento;

▪ a data da abertura da sucessão, no caso de falecimento.

Alerte-se que, no caso de dissolução da sociedade conjugal por morte de um dos cônjuges, se a
alienação for efetuada ainda no curso do inventário, antes da partilha ou adjudicação, por serem
os bens considerados legalmente como componentes do monte a partilhar, o ganho de capital é
tributado em nome do espólio.

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Atenção:

Aplica-se o mesmo entendimento exposto, com relação à data, nos demais casos de dissolução
de sociedade conjugal reconhecida por decisão judicial, ou por escritura pública, ainda que o
registro do imóvel no cartório competente tenha sido feito em nome de um dos participantes da
sociedade.

19 - ESPÓLIO – CONTRIBUINTE FALECIDO


1- O que é espólio?

Espólio é o conjunto de bens, direitos e obrigações da pessoa falecida. É contribuinte distinto do


meeiro, herdeiros e legatários.

2- É devido imposto sobre a renda de contribuinte que faleceu após a entrega da declaração
do exercício?

Se houver bens a inventariar, o imposto deve ser pago pelo espólio.

Inexistindo bens a inventariar, o cônjuge/companheiro sobrevivente ou os dependentes não


respondem pelos tributos devidos pela pessoa falecida, devendo ser solicitado o cancelamento da
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) da pessoa falecida, nas unidades locais da
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

3- É dispensável o alvará judicial na restituição, ao cônjuge viúvo ou aos herdeiros do


falecido, do imposto sobre a renda não recebido em vida pelo titular, quando já tenha sido
encerrado o inventário?

Existindo bens sujeitos a inventário ou arrolamento, e tendo sido encerrado o inventário sem a
inclusão do imposto sobre a renda não recebido em vida pelo titular, a restituição depende:

a) de alvará judicial, caso o inventário tenha sido feito por processo judicial de inventário; ou

b) de escritura pública de inventário e partilha, na hipótese de o inventário ter sido feito dessa
forma.

Não havendo bens sujeitos a inventário e existindo dependentes habilitados na forma da


legislação previdenciária ou militar, a restituição é liberada mediante requerimento dirigido ao
delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil da jurisdição do último endereço do de
cujus.

O requerimento deve ser formulado pelo cônjuge viúvo, convivente ou por herdeiro capaz, ou
pelo tutor ou curador, conforme o caso, devendo nele constar os nomes completos e os demais
dados civis de todos os beneficiários habilitados à restituição, inclusive número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) de quem estiver inscrito.

O pedido deve ser entregue acompanhado de:

- cópia da certidão de óbito;

- comprovação dos dependentes habilitados emitida pelo órgão de Previdência (Regime Geral de
Previdência Social, regimes de Servidores Públicos) ou Militar;

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- declaração de inexistência de outros bens a inventariar ou arrolar, bem assim autenticidade dos
documentos e dados apresentados, devendo ser usado como modelo os termos da declaração do
Anexo II da Instrução Normativa SRF nº 81, de 11 de outubro de 2001.

Na hipótese de não haver bens ou direitos sujeitos a inventário ou arrolamento e o contribuinte


não possuir dependentes habilitados, na forma da legislação previdenciária ou militar, é
obrigatória a apresentação de alvará judicial ou de escritura pública extrajudicial que defina o
direito do sucessor e o percentual a ser pago.

4- Qual é o procedimento a ser adotado no caso de falecimento, no ano-calendário de 2021,


de contribuinte que deixou bens a inventariar?

Embora a Lei Civil disponha que “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos
herdeiros legítimos e testamentários” é indispensável o processamento do inventário, com a
emissão do formal de partilha ou carta de adjudicação e a transcrição desse instrumento no
registro competente, a fim de que o meeiro, herdeiros e legatários possam usar, gozar e dispor,
de forma plena e legal, dos bens e direitos transmitidos causa mortis (Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 - Código Civil, arts. 1.784, 1.991, 2.013 a 2.022; Lei nº 6.015 de 31 de dezembro
de 1973, art. 167, inciso I, itens 24 e 25, com redação dada pela Lei nº 6.216, de 30 de junho de
1975).

Para a legislação tributária, a pessoa física do contribuinte não se extingue imediatamente após
sua morte, prolongando-se por meio do seu espólio (art. 9º do Decreto nº 9.580/2018, –
Regulamento do Imposto sobre a Renda – RIR/2018). O espólio é considerado uma
universalidade de bens e direitos, responsável pelas obrigações tributárias da pessoa falecida,
sendo contribuinte distinto do meeiro, herdeiros e legatários.

Para os efeitos fiscais, somente com a decisão judicial ou por escritura pública de inventário e
partilha, extingue-se a responsabilidade da pessoa falecida, dissolvendo-se, então, a
universalidade de bens e direitos.

Com relação à obrigatoriedade de apresentação das declarações de espólio, aplicam-se as


mesmas normas previstas para os contribuintes pessoas físicas. Assim, caso haja obrigatoriedade
de apresentação, a declaração de rendimentos, a partir do exercício correspondente ao ano-
calendário do falecimento e até a data da decisão judicial da partilha ou da adjudicação dos bens,
é apresentada em nome do espólio, classificando-se em inicial, intermediária e final.

Havendo bens a inventariar, a apresentação da declaração final de espólio é obrigatória,


independentemente de outras condições de obrigatoriedade de apresentação.

Atenção:
Caso a pessoa falecida não tenha apresentado as declarações anteriores às quais estivesse
obrigada, essas declarações devem ser apresentadas em nome da pessoa falecida. Se essas
declarações foram apresentadas, porém constatou-se que ocorreram erros, omissões ou
inexatidões, elas devem ser retificadas (verificar as orientações contidas na pergunta 100).

A responsabilidade pelo imposto devido pela pessoa falecida, até a data do falecimento, é do
espólio.
Encerrada a partilha, a responsabilidade pelo imposto devido pela pessoa falecida, até aquela
data, é do sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, limitando-se ao montante dos bens e
direitos a eles atribuídos.

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5- O que se considera declaração inicial, intermediária e final de espólio?

Declaração Inicial

É a que corresponde ao ano-calendário do falecimento.

Declarações Intermediárias

Referem-se aos anos-calendário seguintes ao do falecimento, até o ano-calendário anterior ao da


decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens.

Atenção:
Aplicam-se, quanto à obrigatoriedade de apresentação das declarações de espólio inicial e
intermediárias, as mesmas normas previstas para os contribuintes pessoas físicas.
Opcionalmente, as referidas declarações poderão ser apresentadas pelo inventariante, em nome
do espólio, em conjunto com o cônjuge, companheiro ou dependente cujos rendimentos sujeitos
ao ajuste anual estejam sendo oferecidos à tributação nestas declarações.

Declaração Final

É a que corresponde ao ano-calendário da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou


adjudicação dos bens. Essa declaração corresponde ao período de 1º de janeiro à data da decisão
judicial ou da lavratura de Escritura Pública de Inventário e Partilha.

É obrigatória a apresentação da Declaração Final de Espólio elaborada em computador mediante


a utilização do Programa Gerador Declaração IRPF 2021, sempre que houver bens a inventariar.

A Declaração Final de Espólio deve ser enviada pela Internet ou entregue em mídia removível,
nas unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

Atenção:
Ocorrendo o falecimento a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao do recebimento dos
rendimentos, porém antes da entrega da Declaração de Ajuste Anual, esta não se caracteriza
como de espólio, devendo, se obrigatória, ser apresentada em nome da pessoa falecida pelo
inventariante, cônjuge meeiro, sucessor a qualquer título ou por representante desses.

Consulte as perguntas 102 e 485 do manual de perguntas e respostas da RFB

6- Se o espólio não estava obrigado a apresentar as declarações inicial e intermediárias,


havendo bens a inventariar, é obrigatória a apresentação da Declaração Final de Espólio?

Sim, a entrega da Declaração Final de Espólio é obrigatória sempre que houver bens a
inventariar.

7- Como o espólio declara os rendimentos referentes aos bens comuns?

Na declaração de espólio, devem ser incluídos os rendimentos próprios, 50% dos produzidos
pelos bens comuns recebidos no ano-calendário, os bens e direitos que constem do inventário e
as obrigações do espólio. Opcionalmente, os rendimentos produzidos pelos bens comuns podem
ser tributados, em sua totalidade, em nome do espólio, o qual pode compensar o total do imposto
pago ou retido na fonte sobre esses rendimentos.

50 Prof. Loberto Sasaki


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Caso haja a alienação de algum bem ou direito no curso do inventário, o espólio deverá apurar o
ganho de capital.

Atenção:

Responsabilidade dos Sucessores e do Inventariante:

São pessoalmente responsáveis:

I- o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão;

II- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da partilha ou adjudicação, limitada essa responsabilidade ao montante do quinhão, do legado, da
herança, ou da meação;

III- o inventariante, pelo cumprimento da obrigação tributária do espólio resultante dos atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei.

8- Que bens são passíveis de sobrepartilha?

São passíveis de sobrepartilha os bens:

I- sonegados;

II- da herança, de que se tiver ciência após a partilha;


III- litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;

IV- situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.

Nas situações de que tratam os itens III e IV, a partilha dos demais bens integrantes do espólio,
embora implique sua baixa na Declaração de Bens e Direitos do espólio, observadas as
instruções quanto ao valor de transmissão, não obriga a entrega da declaração final, que somente
é exigida quando do trânsito em julgado da sobrepartilha. Se a sobrepartilha não for homologada
no mesmo ano-calendário, a baixa dos bens resultantes da partilha será efetuada na declaração
intermediária, informando-se no campo “Discriminação” da Declaração de Bens e Direitos os
dados referentes aos beneficiários e ao valor de transmissão. Caso o valor de transmissão seja
superior ao constante no campo do ano anterior, deve ser apurado o ganho de capital, observadas
as instruções específicas.

9- Que deduções são permitidas nas declarações do espólio?

São permitidas as mesmas deduções facultadas à pessoa física, exceto na declaração final de
espólio, em que não é permitido o uso do desconto simplificado.

Consulte a pergunta 314 (RFB)

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10- Os mesmos dependentes podem constar na Declaração Final de Espólio e também na


Declaração de Ajuste Anual do meeiro?

No caso de encerramento de espólio, a relação de dependência entre os dependentes e o espólio


termina com a entrega da Declaração Final de Espólio. Os dependentes nessa declaração podem
ser, nesse ano, dependentes também do meeiro, desde que preencham os requisitos legais para
tanto.

Consulte as perguntas 321, 336 e 339

11- São dedutíveis nas declarações de espólio os gastos com funeral, taxas, emolumentos e
honorários advocatícios relativos ao inventário?

Não. Nas declarações de espólio, inclusive na final, são permitidas apenas as deduções previstas
na legislação tributária.

12- Quem deve apresentar as declarações de espólio?

As declarações de espólio devem ser apresentadas em nome da pessoa falecida, com a indicação
de seu número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), utilizando o código de
natureza de ocupação relativo a espólio (81) deixando em branco o código de ocupação
principal, devendo tal apresentação ser efetuada pelo inventariante, indicando seu nome, o
número de inscrição no CPF e o endereço.

Enquanto não houver iniciado o inventário, as declarações são apresentadas pelo cônjuge meeiro,
sucessor a qualquer título ou por representante do de cujus.

13- Devem ser apresentadas declarações de espólio de pessoa não residente no Brasil?

Não, porém os rendimentos produzidos no Brasil e recebidos pelo espólio estão sujeitos à
incidência do imposto de forma definitiva ou exclusiva na fonte, que deve ser recolhido em
nome do espólio, a partir do falecimento até a data do trânsito em julgado da decisão judicial da
partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens, nos prazos previstos na legislação vigente.

14- Incidem acréscimos legais quando a responsabilidade pela obrigação tributária do


espólio for transferida aos herdeiros?

Sim. Incidem acréscimos legais sobre o valor do imposto devido pelo espólio, limitada essa
responsabilidade ao montante do quinhão, legado ou da meação.

15- Como devem ser apresentadas as declarações de espólio no caso de ocorrência de morte
de ambos os cônjuges?

No caso de regime de comunhão parcial ou total de bens e ocorrendo morte conjunta, deve ser
apresentada, se obrigatória, em relação a cada exercício, uma única declaração de rendimentos
em nome de um dos cônjuges, abrangendo todos os bens, direitos, rendimentos e obrigações,
informando o falecimento do cônjuge, seu nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas (CPF). Caso tenham ocorrido mortes em datas diferentes e antes de encerrado o
inventário do pré-morto, deve ser apresentada uma única declaração de rendimentos para cada
exercício, em nome deste, a partir do exercício correspondente ao ano-calendário de seu
falecimento.

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No regime de separação de bens, quer a morte seja conjunta ou em datas diferentes, deve ser
apresentada uma única declaração ou duas, segundo a sucessão seja processada em um único
inventário ou dois.

16- Como proceder no caso de serem trazidos novos bens ao inventário antes do trânsito
em julgado da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação ou lavratura da
escritura?

As declarações de espólio continuam a ser apresentadas normalmente, nelas incluindo-se os bens


e direitos, a partir do ano-calendário em que forem trazidos aos autos, bem como os rendimentos
por eles produzidos.

Se os referidos bens e direitos produziram rendimentos em anos anteriores, não abrangidos pela
decadência, deve ser apresentada retificadora das declarações anteriormente apresentadas, desde
a abertura da sucessão, para que nelas sejam incluídos esses bens e os rendimentos por eles
produzidos. É admitida a opção pela tributação em conjunto ou em separado dos rendimentos
produzidos pelos bens e direitos possuídos em comum.

Consulte as perguntas 091 e 092 (RFB)

17- Como proceder no caso de novos bens serem trazidos ao inventário após o trânsito em
julgado da decisão judicial da partilha ou adjudicação ou lavratura da escritura?

I – Na hipótese de a declaração Final de Espólio ainda não ter sido apresentada:


Devem continuar a ser apresentadas, nos prazos normais, as declarações intermediárias, como se
a sentença não houvesse sido proferida, até a decisão final:

a) caso a decisão judicial da sobrepartilha ocorra no mesmo ano-calendário, na declaração final


são informados os bens objeto da partilha e da sobrepartilha e os rendimentos produzidos por
todos esses bens até a data da partilha e pelos sobrepartilhados até a data da decisão judicial
transitada em julgado da sobrepartilha;

b) se a decisão judicial da sobrepartilha ocorrer em ano-calendário posterior, na declaração


intermediária correspondente ao ano-calendário da decisão judicial da partilha, se obrigatória,
devem ser informados os bens objeto da partilha e sobrepartilha e os respectivos rendimentos
produzidos até 31 de dezembro.

II – Na hipótese de a declaração Final de Espólio já ter sido apresentada:


Deve ser requerida sua retificação, para nela serem incluídos os bens objeto de sobrepartilha e os
rendimentos por eles produzidos:

a) até a data da decisão judicial da sobrepartilha, se esta ainda ocorrer dentro desse mesmo ano-
calendário;

b) em todo o ano-calendário, se a decisão judicial da sobrepartilha ocorrer em ano-calendário


posterior, passando essa declaração a ser considerada intermediária.

Atenção:
Se os bens sobrepartilhados produziram rendimentos em anos anteriores ao da decisão judicial da
partilha ou adjudicação, não alcançados pela decadência, devem ser apresentadas declarações
retificadoras. Caso os bens sobrepartilhados tenham produzido rendimentos posteriormente ao
ano em que foi proferida a decisão homologatória da partilha ou adjudicação, devem ser

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apresentadas as declarações dos exercícios correspondentes, onde serão incluídos apenas os bens
sobrepartilhados e os rendimentos por eles produzidos.

Consulte as perguntas 092 e 102 (RFB)

18- Qual é o prazo para a apresentação da Declaração Final de Espólio?

A Declaração Final de Espólio deve ser apresentada até o último dia útil do mês de abril do ano-
calendário subsequente ao:

I - da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens inventariados, que tenha
transitado em julgado até o último dia do mês de fevereiro do ano-calendário subsequente ao da
decisão judicial;

II - da lavratura da escritura pública de inventário e partilha;

III - do trânsito em julgado, quando este ocorrer a partir de 1º de março do ano-calendário


subsequente ao da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação dos bens
inventariados.

O prazo para o pagamento do imposto apurado é o mesmo do prazo para a apresentação da


Declaração Final de Espólio, não podendo ser parcelado.

19- Como apurar o imposto na Declaração Final de Espólio?

A declaração final deve conter os rendimentos recebidos no período compreendido entre 1º de


janeiro e a data da decisão judicial da partilha, sobrepartilha ou adjudicação, ou a data da
lavratura da Escritura Pública de Inventário e Partilha, aplicando-se as normas previstas para o
ano-calendário em que esta ocorrer, devendo ser elaborada em computador mediante a utilização
de programa gerador próprio.

O imposto sobre a renda é calculado mediante a utilização dos valores correspondentes à soma
das tabelas progressivas mensais relativas aos meses do período abrangido pela tributação, no
ano-calendário a que corresponder a declaração final, até a data da decisão judicial transitada em
julgado, ainda que os rendimentos correspondam a apenas um ou alguns meses desse período.

20- Como deve ser preenchida a Declaração de Bens e Direitos da Declaração Final de
Espólio?

Na Declaração de Bens e Direitos correspondente à declaração final deve ser informada,


discriminadamente, em relação a cada bem ou direito, a parcela que corresponder a cada
beneficiário, identificado por nome e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

No item “Situação na Data da Partilha”, os bens ou direitos devem ser informados pelo valor,
observada a legislação pertinente, constante na última declaração apresentada pelo de cujus,
atualizado até 31/12/1995, ou pelo valor de aquisição, se adquiridos após essa data.

No item “Valor de Transferência”, deve ser informado o valor pelo qual o bem ou direito, ou
cada parte deste, será incluído na Declaração de Bens e Direitos do respectivo beneficiário.

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21- Qual é o tratamento tributário aplicável à transferência de bens e direitos a herdeiros


ou legatários?

Estão sujeitas à apuração do ganho de capital as operações que importem transferência de


propriedade de bens e direitos, por sucessão causa mortis, a herdeiros e legatários, quando a
transferência dos referidos bens e direitos for efetuada por valor de mercado, desde que este seja
superior ao valor, observada a legislação pertinente, constante da última declaração do de cujus.
Nesse caso, a opção é informada na Declaração Final de Espólio, sendo este o contribuinte do
imposto. O imposto deverá ser pago pelo inventariante até a data prevista para a entrega da
Declaração Final de Espólio.

No caso de transferência pelo valor constante na última declaração de bens do de cujus, não há
ganho de capital a ser apurado.

Atenção:

Na hipótese de a propriedade de um bem ser adquirida parte por meação e parte por herança,
torna-se necessário conhecer as datas de aquisição de cada parte do bem para fins de apuração do
ganho de capital numa alienação futura.

A parte recebida por herança tem como data de aquisição aquela da abertura da sucessão.
Na parcela havida por meação, entretanto, considera-se data de aquisição:

a) a do instrumento original, se se tratar de bens ou direitos preexistentes à sociedade conjugal ou


união estável, se pertencentes ao alienante;

b) a do casamento, se pertencentes ao outro cônjuge e o regime for de comunhão de bens; e

c) a da aquisição, se adquiridos na constância da sociedade conjugal ou união estável.

Consulte a pergunta 450 e 575 (RFB)

22- Os bens doados em vida respondem pelas dívidas fiscais do espólio?

Os bens doados em estrita observância à lei, bem como os bens e rendimentos privativos do
cônjuge sobrevivente e dos herdeiros e legatários, não respondem pelas dívidas do espólio.
Somente na hipótese de haver meação, herança ou legado haverá incidência tributária, limitada
essa responsabilidade ao montante do quinhão, do legado ou da meação.

23- Qual é o tratamento tributário dos proventos de aposentadoria ou reforma e valores a


título de pensão de pessoa com moléstia grave recebidos pelo espólio ou por seus herdeiros?

Caso os proventos de aposentadoria ou reforma e valores a título de pensão de pessoa com


moléstia grave (falecido) sejam recebidos pelo espólio ou por seus herdeiros, independentemente
de situações de caráter pessoal, devem ser tributados na fonte e na Declaração de Ajuste Anual
ou na Declaração Final de Espólio.

Consulte a pergunta 220 (RFB)

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20 - SITUAÇÕES INDIVIDUAIS1
1- Como declara o contribuinte casado?

O contribuinte casado apresenta declaração em separado ou, opcionalmente, em conjunto com o


cônjuge.

Declaração em Separado

a) cada cônjuge deve incluir na sua declaração o total dos rendimentos próprios e 50% dos
rendimentos produzidos pelos bens comuns, compensando 50% do imposto pago ou retido sobre
esses rendimentos, independentemente de qual dos cônjuges tenha sofrido a retenção ou efetuado
o recolhimento; ou

b) um dos cônjuges inclui na sua declaração seus rendimentos próprios e o total dos rendimentos
produzidos pelos bens comuns, compensando o valor do imposto pago ou retido na fonte,
independentemente de qual dos cônjuges tenha sofrido a retenção ou efetuado o recolhimento.

Os dependentes comuns não podem constar simultaneamente nas declarações de ambos os


cônjuges. Verifique as instruções de preenchimento da Declaração de Bens e Direitos,
relativamente aos bens privativos e bens comuns, constantes do ajuda do programa IRPF 2020.

Declaração em conjunto

É apresentada em nome de um dos cônjuges, abrangendo todos os rendimentos, inclusive os


provenientes de bens gravados com cláusula de incomunicabilidade ou inalienabilidade, e das
pensões de gozo privativo.

A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da apresentação da Declaração de Ajuste


Anual a que porventura estiver sujeito o outro cônjuge.

2- Qual é o tratamento tributário dos rendimentos produzidos pelos bens adquiridos em


condomínio por contribuintes que venham a se casar posteriormente pelo regime de
comunhão parcial de bens?

Neste caso, os bens adquiridos antes do casamento mantêm a forma de tributação estabelecida
para bens adquiridos em condomínio, ou seja, cada cônjuge deve incluir em sua declaração 50%
dos rendimentos produzidos pelos bens em condomínio, salvo estipulação contrária em contrato
escrito, quando deve ser adotado o percentual nele previsto.
Atenção:
Os demais rendimentos de cada cônjuge (rendimentos próprios e rendimentos produzidos por
bens comuns) seguem as regras para contribuinte casado.

Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações


patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens (Lei n° 10.406, de 10 de
janeiro de 2002, Código Civil, art. 1.725).

3- Como deve declarar o contribuinte que tenha companheiro(a)?

Conceito de companheiro(a) – Lei nº 8.971, de 29 de dezembro de 1994.

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Apresenta declaração em separado ou, opcionalmente, em conjunto com o(a) companheiro(a).

Declaração em separado

Cada companheiro deve incluir na sua declaração os rendimentos próprios e 50% dos
rendimentos produzidos pelos bens em condomínio, salvo estipulação contrária em contrato
escrito, quando deve ser adotado o percentual nele previsto. O imposto pago ou retido é
compensado na mesma proporção dos rendimentos tributáveis produzidos pelos bens em
condomínio.

Declaração em conjunto

É apresentada em nome de um dos companheiros, abrangendo todos os rendimentos, inclusive os


provenientes de bens gravados com cláusula de incomunicabilidade ou inalienabilidade, e das
pensões de gozo privativo.

A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da apresentação da Declaração de Ajuste


Anual a que porventura estiver sujeito o outro companheiro(a).

Atenção:

O contribuinte pode incluir o companheiro, abrangendo também as relações homoafetivas, como


dependente para efeito de dedução do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, desde que tenha
vida em comum por mais de 5 (cinco) anos, ou por período menor se da união resultou filho.

(Parecer PGFN/CAT nº 1.503, de 19 de julho de 2010, aprovado pelo Ministro de Estado da


Fazenda em 26 de julho de 2010; e Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de
2014, art. 90, § 8º).

Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações


patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens (Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002, art. 1.725).

4- Como deve declarar o contribuinte divorciado que tenha se casado novamente?

Apresenta declaração na condição de casado, em separado ou, opcionalmente, em conjunto com


o cônjuge.

5- Como deve declarar o contribuinte separado de fato?

Apresenta declaração de acordo com as instruções para contribuinte casado.

6- Como deve declarar o contribuinte divorciado ou separado judicialmente ou por


escritura pública?

Apresenta declaração na condição de solteiro, caso não estivesse casado ou vivendo em união
estável em 31/12/2021, podendo incluir dependente (nesse caso, devem ser somados os
rendimentos recebidos pelo dependente) do qual detenha a guarda judicial ou deduzir pensão
alimentícia paga em face das normas do direito de família, quando em cumprimento de decisão
judicial, inclusive os alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente ou de
escritura pública, a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil, incluído pela Lei nº 11.441, de 4 de janeiro de 2007, art. 3º.

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Atenção:

Para efeitos da aplicação da referida dedução, observe-se que:

1) as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família,


serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de
pensão alimentícia;

2) tratando-se de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de


alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade;
3) o beneficiário da pensão não necessita se enquadrar nas condições descritas no item 8.4, que
trata de dedução de dependentes;

4) não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº
9.307, de 23 de setembro de 1996.

7- Como deve declarar o contribuinte viúvo no decorrer do inventário?

No curso do inventário, apresenta declaração com o número de inscrição no Cadastro de Pessoas


Físicas (CPF) próprio, abrangendo bens e rendimentos próprios e os provenientes de bens não
integrantes do inventário do cônjuge falecido. O viúvo pode optar por tributar 50% dos
rendimentos produzidos pelos bens comuns na sua declaração ou integralmente na declaração do
espólio.

8- Como deve declarar o contribuinte menor?

Apresenta declaração da seguinte maneira:

a) em separado: os rendimentos recebidos pelo menor são tributados em seu nome com número
de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) próprio; ou

b) em conjunto: os rendimentos recebidos pelo menor devem ser tributados em conjunto com um
dos pais.

No caso de menor sob a responsabilidade de um dos pais, em virtude de sentença ou acordo


judicial, a declaração em conjunto só pode ser feita com aquele que detém a guarda judicial do
menor.

A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da apresentação da declaração a que


porventura estiver sujeito o menor.

9- Como deve declarar o contribuinte menor emancipado?

Apresenta declaração em seu nome com número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF) próprio.

Se preencher os requisitos para permanecer como dependente, pode apresentá-la em conjunto


com um dos pais.

10- Como deve declarar o contribuinte incapaz?

A declaração é feita em nome do incapaz pelo tutor, curador ou responsável por sua guarda,
usando o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do incapaz.
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Opcionalmente, o incapaz pode ser considerado dependente do tutor, curador ou responsável por
sua guarda judicial, desde que o declarante inclua os rendimentos do incapaz em sua declaração.

11- Quem é considerado declarante em conjunto?

Somente é considerado declarante em conjunto o cônjuge, companheiro ou dependente cujos


rendimentos sujeitos ao ajuste anual estejam sendo oferecidos à tributação na declaração
apresentada pelo contribuinte titular.

12- Cônjuge e filho podem apresentar a declaração de rendimentos em conjunto ou, sem
apresentá-la, ficar na condição de dependente do declarante?

Sim. Porém, somente é considerada declaração em conjunto aquela em que estejam sendo
oferecidos à tributação rendimentos sujeitos ao ajuste anual do cônjuge ou filho, desde que este
se enquadre como dependente, nos termos da legislação do Imposto sobre a Renda.

A declaração em conjunto supre a obrigatoriedade da apresentação da declaração a que


porventura estiver sujeito o cônjuge ou filho dependente para fins do Imposto sobre a Renda.

Atenção:

O cônjuge ou filho que se enquadrar em qualquer das hipóteses de obrigatoriedade de entrega de


declaração e não estiver declarando em conjunto fica dispensado de apresentá-la, caso conste
como dependente na declaração apresentada por outro cônjuge ou pelos pais, na qual sejam
informados seus rendimentos, bens e direitos.

A pessoa física que se enquadrar apenas na hipótese de obrigatoriedade relativa à posse ou à


propriedade de bens e direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00
(trezentos mil reais), em 31 de dezembro, e que, na constância da sociedade conjugal ou da união
estável, tenha os bens comuns declarados pelo outro cônjuge ou companheiro, fica dispensada da
apresentação da declaração, desde que o valor total dos seus bens privativos não exceda esse
limite.

13- O imposto referente a aluguel de imóvel possuído em condomínio ou em decorrência da


sociedade conjugal foi pago em nome de um dos proprietários. Pode o outro proprietário
compensar em sua declaração o valor do imposto pago sobre sua parte?

No caso de propriedade em condomínio, cada condômino tributa a parcela do rendimento que lhe
cabe, mas somente aquele em cujo nome foi efetuado o recolhimento pode compensar o imposto
em sua declaração, a não ser que seja retificado o Darf (carnê-leão) ou a Dirf (no caso de fonte).

No caso de propriedade em comum em decorrência da sociedade conjugal/união estável, o


imposto pago por um dos cônjuges/companheiro ou retido na fonte pode ser compensado meio a
meio, independentemente de quem o tenha pagado ou sofrido a retenção; opcionalmente, o
imposto pode ser compensado pelo total na declaração de um deles, desde que tribute a
totalidade dos rendimentos comuns.

21 - PRAZO PARA APRESENTAÇÃO1

A Declaração de Ajuste Anual deve ser apresentada no período de 1º de março a 30 de abril de


2022.

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O serviço de recepção da declaração, pela Internet, será interrompido às 23h59min59s (vinte e


três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do último
dia do prazo estabelecido.

22 - MULTA POR ATRASO OU NÃO APRESENTAÇÃO - CONTRIBUINTE


OBRIGADO A DECLARAR1

Qual é a penalidade aplicável na apresentação da Declaração de Ajuste Anual depois do


prazo ou sua não apresentação?

O contribuinte obrigado a apresentar a declaração, no caso de apresentação após o prazo previsto


ou da não apresentação, fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte
forma:

▪ existindo imposto devido, multa de 1% ao mês-calendário ou fração de atraso, incidente sobre o


imposto devido, ainda que integralmente pago, observados os valores mínimo de R$ 165,74 e
máximo de 20% do imposto devido;

▪ inexistindo imposto devido, multa de R$ 165,74.

A multa terá por termo inicial o primeiro dia subsequente ao fixado para a entrega da declaração
e por termo final o mês da entrega ou, no caso de não apresentação, do lançamento de ofício.

▪ No caso do não pagamento da multa por atraso na entrega dentro do vencimento estabelecido
na notificação de lançamento emitida pelo PGD ou pelos serviços “Declaração IRPF 2022 on-
line” e “Fazer Declaração” (consultar os itens “i”, “ii” e “iii” do “Atenção” do item 10), a
multa, com os respectivos acréscimos legais decorrentes do não pagamento, será deduzida do
valor do imposto a ser restituído para as declarações com direito a restituição.

Atenção:

a) A entrega de Declaração de Ajuste Anual Retificadora não está sujeita à multa por atraso na
entrega;

b) O contribuinte que deixou de apresentar, no prazo previsto, a Declaração de Ajuste Anual,


quando estava obrigado a fazê-lo, deverá fazer o download, do sítio da RFB na Internet, do 30
programa relativo ao ano-calendário correspondente e após preencher a declaração de acordo
com as instruções vigentes para aquele ano, apresentá-la:

b.1) pela Internet, mediante utilização do programa de transmissão Receitanet;

b.2) utilizando os serviços “Declaração IRPF on-line” e “Fazer Declaração” (consultar os itens
“ii” e “iii” do “Atenção” do item 10), na hipótese de apresentação de declaração original; ou

b.3) em mídia removível, nas unidades da RFB, durante o seu horário de expediente.

23 - MULTA POR ATRASO OU NÃO APRESENTAÇÃO - CONTRIBUINTE NÃO


OBRIGADO A DECLARAR1

O contribuinte não obrigado à entrega da Declaração de Ajuste Anual está sujeito à multa
por atraso na apresentação da declaração?

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Não é devida a cobrança de multa por atraso na apresentação da declaração para quem está
desobrigado de apresentar a Declaração de Ajuste Anual.

24 - PROGRAMA PARA PREENCHIMENTO IRPF 20221


Para o ano-calendário de 2021, exercício de 2022, deve ser utilizado o programa IRPF 2022 para
preenchimento da Declaração de Ajuste Anual (DAA).
O IRPF 2022, entre outras condições, observa os limites legais, apura automaticamente o
imposto a pagar ou a restituir e informa ao contribuinte a opção de declaração que lhe é mais
favorável.
Para demais formas de elaboração da Declaração de Ajuste Anual consulte o “Atenção” contido
no item 10.
Atenção:
Da elaboração
a) A Declaração de Ajuste Anual, para o ano-calendário de 2021, exercício de 2022, deve ser
elaborada com o uso do computador mediante a utilização do programa IRPF2022, localizado no
sítio http://receita.economia.gov.br;
Da Declaração de Ajuste Anual Pré-Preenchida
b) O contribuinte pode utilizar a Declaração de Ajuste Anual Pré-preenchida, desde que:
b.1) inicie uma nova declaração, com a utilização de computador:
b.1.1) por meio do IRPF2022, a partir da tela de entrada do programa, aba “Nova”, selecionando
a opção “Iniciar Declaração a partir da Pré-Preenchida”; ou
b.1.2) mediante acesso ao serviço “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)” e a partir da tela
inicial do e-CAC, selecionando, dentro do Menu “Declarações e Demonstrativos”, o item “Meu
Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)” e, em seguida, dentro do Menu “Declaração”, o item
“Preencher Declaração Online” e, posteriormente, “Importar Declaração Pré-Preenchida;
b.2) no momento da importação do arquivo referido no item “c” (abaixo), as fontes pagadoras ou
as pessoas jurídicas ou equiparadas, conforme o caso, tenham enviado para a RFB informações
relativas ao contribuinte referentes ao exercício de 2022, ano-calendário de 2021, por meio da:

b.2.1) Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf);

b.2.2) Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed); ou

b.2.3) Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob).

c) A RFB disponibiliza ao contribuinte um arquivo a ser importado para a Declaração de Ajuste


Anual, já contendo algumas informações relativas a rendimentos, deduções, bens e direitos e
dívidas e ônus reais.

c.1) o acesso às informações do arquivo de que trata o item “b.2” a ser importado para a
Declaração de Ajuste Anual, dar-se-á somente com certificado digital e pode ser feito pelo:

I - contribuinte; ou

II - representante do contribuinte com procuração eletrônica ou procuração de que trata a


Instrução Normativa RFB nº 1.751, de 16 de outubro de 2017.

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c.2) o arquivo deve ser obtido no Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte)
no sítio da RFB, na Internet, no endereço referido no item “a” deste Atenção;

d) É de inteira responsabilidade do contribuinte a verificação da correção de todos os dados pré-


preenchidos na Declaração de Ajuste Anual, devendo ele realizar as alterações, inclusões e
exclusões das informações necessárias, se for o caso.

e) A possibilidade de utilização da Declaração de Ajuste Anual Pré-preenchida não se aplica à


Declaração de Ajuste Anual elaborada com a utilização do serviço “Meu Imposto de Renda” por
meio de dispositivos móveis de que trata o item “iii” contido no “Atenção” do item 10.

25 - ONDE OBTER O PROGRAMA1

O programa IRPF 2022 para a Declaração de Ajuste Anual pode ser obtido no sítio da Secretaria
da Receita Federal do Brasil (RFB) na internet, no endereço http://receita.economia.gov.br.

Localize o programa IRPF 2022 a partir da barra de menu na opção “Onde Encontro”;
“Download de Aplicativos”; “PARA VOCÊ"; DIRPF – Declaração do Imposto de Renda de
Pessoa Física” e siga as orientações para download constantes no sítio da RFB na Internet.

26 - EQUIPAMENTO NECESSÁRIO1

Qual é o equipamento necessário para a utilização do programa IRPF 2022?

O PGD foi desenvolvido em Java multiplataforma e pode ser executado em diversos sistemas
operacionais desde que tenha instalada no computador a máquina virtual Java (JVM), versão 1.8
ou superior.

27 - COMO INSTALAR O PROGRAMA IRPF 20221

1 - Acesse o sítio da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, no


endereço http://receita.economia.gov.br;

2 - Localize o programa IRPF 2022;

3 - Siga as orientações para download constantes no sítio da RFB na Internet.


Consulte as perguntas 027, 030 e 032

28 - QUAIS SÃO OS MEIOS A SEREM UTILIZADOS PARA TRANSMISSÃO DA


DIRPF?1

A Declaração de Ajuste Anual deve ser apresentada no período de 1º de março a 30 de abril de


2022, pela Internet, mediante a utilização do próprio Programa Gerador da Declaração (PGD) da
declaração ou mediante a utilização do programa de transmissão Receitanet, disponível no sítio
da RFB, no endereço http://receita.economia.gov.br ou do serviço “Meu Imposto de Renda
(Extrato da DIRPF)” ou, ainda, pelo aplicativo “Meu Imposto de Renda”, disponível para
dispositivos móveis (consulte os itens “ii” e “iii” do item 10).

A comprovação da apresentação da Declaração de Ajuste Anual é feita por meio de recibo


gravado após a transmissão, em disco rígido de computador, em mídia removível ou no
dispositivo móvel que contenha a declaração transmitida, cuja impressão fica a cargo do
contribuinte.

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Procedimentos para a transmissão, utilizando o próprio PGD:

a) a partir da barra de menu na opção “Declaração”; “Entregar Declaração”;

b) selecionar a declaração a ser transmitida;

c) seguir as orientações do programa.

Procedimentos para a transmissão, utilizando o Receitanet:

a) gravar a declaração no disco rígido ou em mídia removível, por meio do PGD IRPF 2022, a
partir da barra de menu na opção “Ferramentas”; “Cópia de Segurança”; “Gravar”;

b) selecionar a opção “Cópia da declaração para entrega à RFB”;

c) selecionar a declaração a ser gravada;

d) por meio do Receitanet, selecionar a declaração gravada anteriormente para transmissão,


seguindo as orientações do programa.

Atenção:

O recibo de entrega, contendo o carimbo de recepção, é gravado automaticamente no disco


rígido ou mídia removível, no ato da transmissão.

29 - É SEGURO ENVIAR A DECLARAÇÃO PELA INTERNET1

Esse meio de entrega foi desenvolvido de maneira a garantir a segurança e o sigilo das
informações.

30 - ONDE OBTER OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE A TRANSMISSÃO DA


DECLARAÇÃO PELA INTERNET, UTILIZANDO-SE O RECEITANET1

Estão disponíveis no sítio da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet,
no endereço http://receita.economia.gov.br (acesso a partir da barra de menu na opção “Onde
Encontro”; “Receitanet”, as respostas para as principais dúvidas e problemas que possam ocorrer
em relação à transmissão da declaração pela Internet, utilizando o Receitanet.

31- QUAL O LOCAL DE APRESENTAÇÃO NO PRAZO DA DECLARAÇÃO DE


AJUSTE ANUAL DO EXERCÍCIO DE 20221

A declaração deve ser apresentada pela Internet, por meio da funcionalidade “Entregar
Declaração” do PGD IRPF 2022, ou mediante a utilização do programa de transmissão
Receitanet, disponível no sítio da RFB na Internet ou do serviço “Meu Imposto de Renda”
(consulte os itens “ii” e “iii” do “Atenção” do item 10)

A declaração pode ser transmitida até as 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove
minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do dia 30 de abril de 2022.

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Atenção:

A comprovação da apresentação da Declaração de Ajuste Anual é feita por meio de recibo


gravado depois da transmissão, em disco rígido de computador, em mídia removível ou no
dispositivo móvel que contenha a declaração transmitida, cuja impressão fica a cargo do
contribuinte e deve ser feita mediante a utilização do PGD.

(Instrução Normativa RFB nº 1.871, de 20 de fevereiro de 2019, art. 7º)

32- QUEM DEVE TRANSMITIR A DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL DO


EXERCÍCIO DE 2022 COM A UTILIZAÇÃO DE CERTIFICADO DIGITAL?

Deve transmitir a declaração de ajuste anual, com a utilização de certificado digital, o


contribuinte que se enquadrou, no ano-calendário de 2021, em pelo menos uma das seguintes
situações:

I- recebeu rendimentos:

a) tributáveis sujeitos ao ajuste anual, cuja soma foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões
de reais);

b) isentos e não tributáveis, cuja soma foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais);

c) tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões
de reais); ou

II- realizou pagamentos de rendimentos a pessoas jurídicas, quando constituam dedução na


declaração, ou a pessoas físicas, quando constituam, ou não, dedução na declaração, cuja soma
foi superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais), em cada caso ou no total.

A Declaração de Ajuste Anual relativa a espólio, independentemente de ser inicial ou


intermediária, ou a Declaração Final de Espólio, que se enquadre nas hipóteses contidas nos itens
I e II deve ser apresentada, em mídia removível, em uma unidade da RFB, durante o seu horário
de expediente, sem a necessidade de utilização de certificado digital.

Atenção:

O disposto nas orientações constantes desta resposta não se aplica à Declaração de Ajuste Anual
elaborada com a utilização dos serviços “Declaração IRPF on-line” e “Fazer Declaração” de que
tratam os itens “ii” e “iii” do “Atenção” da item 10.

33 - APRESENTADA APÓS O PRAZO1


A declaração, após 30 de abril de 2022, deve ser apresentada:

a) pela Internet, mediante utilização do programa de transmissão Receitanet;

b) a partir do exercício de 2017, pela Internet, no respectivo programa IRPF, na opção “Entregar
Declaração”;

c) utilizando o serviço “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)” ou o aplicativo “Meu


Imposto de Renda” (consulte os itens “ii” e “iii” do “Atenção” da pergunta 10), na hipótese de
apresentação de declaração original; ou
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d) em mídia removível, nas unidades da RFB, durante o seu horário de expediente.

(Instrução Normativa RFB nº 1.871, de 20 de fevereiro de 2019, art. 8º)

34 - RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO
1- O contribuinte pode retificar sua declaração de rendimentos?

Sim, desde que não esteja sob procedimento de ofício. Se apresentada após o prazo final
(30/04/2022), a Declaração de Ajuste Anual (DAA) retificadora deve ser apresentada
observando-se a mesma natureza da declaração original, não se admitindo troca de opção por
outra forma de tributação.

Atenção:

O contribuinte poderá retificar a DAA apresentada, independente da opção da forma de


tributação (utilizando as deduções legais ou utilizando o desconto simplificado), para Declaração
Final de Espólio (DFE) ou Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP), conforme o caso.

Da mesma forma, também é possível a retificação de DFE ou de DSDP para DAA.

Ressalte-se, porém, que na hipótese de o contribuinte ter apresentado:

a) dentro do prazo, uma DAA e após o prazo apresentar DFE ou DSDP e, posteriormente,
retificar esta novamente para uma DAA, deverá, necessariamente, utilizar a mesma forma de
tributação da última DAA apresentada dentro do prazo;

b) após o prazo, uma DAA original e depois apresentar DFE ou DSDP e, posteriormente,
retificar esta novamente para uma DAA, deverá, necessariamente, utilizar a mesma forma de
tributação da DAA original.

O contribuinte deve informar o número do recibo de entrega da última declaração apresentada,


relativa ao mesmo ano-calendário. Esse número é obrigatório e pode ser obtido no recibo de
entrega impresso ou visualizado por meio do menu Declaração, opção Abrir, do programa IRPF
2022.

Atenção:

A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada,


substituindo-a integralmente e, portanto, deve conter todas as informações anteriormente
declaradas com as alterações e exclusões necessárias, bem como as informações adicionais, se
for o caso.

Nas hipóteses de redução de débitos já inscritos em Dívida Ativa da União bem como de redução
de débitos objeto de pedido de parcelamento deferido, admite-se a retificação da declaração tão
somente após autorização administrativa, desde que haja prova inequívoca da ocorrência de erro
no preenchimento da declaração, e enquanto não extinto o crédito tributário.

(Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de agosto de 2001, art. 18; Instrução Normativa RFB nº
1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 9º, § 5º, e art. 82; e Instrução Normativa RFB nº 1.871, de
20 de fevereiro de 2019, art. 9º)

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2- Há limite de prazo para a retificação da declaração?

Sim. Extingue-se em cinco anos o direito de o contribuinte retificar a declaração de rendimentos,


inclusive quanto ao valor dos bens e direitos declarados.

3- Onde deve ser apresentada a declaração retificadora?

Até 30 de abril de 2022, a declaração retificadora deve ser enviada pela Internet, mediante a
utilização do PGD ou do serviço “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)” ou, ainda, por
meio de dispositivos móveis mediante acesso ao aplicativo “Meu Imposto de Renda”.

Após 30 de abril de 2022, além dos meios citados acima, também pode ser apresentada em mídia
removível nas unidades da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB), sem a
interrupção do pagamento do imposto.
Atenção:
A transmissão da Declaração de Ajuste Anual retificadora elaborada mediante utilização do PGD
pode ser feita também com a utilização do programa de transmissão Receitanet, disponível no
sítio da RFB (http://receita.economia.gov.br).
(Instrução Normativa RFB nº 1.924, de 19 de fevereiro de 2020, art. 9º)

4- O contribuinte pode retificar sua declaração para troca da opção da forma de


tributação?

A escolha da forma de tributação é uma opção do contribuinte, a qual se torna definitiva com a
apresentação da Declaração de Ajuste Anual (DAA). Desse modo, é permitida a retificação da
declaração de rendimentos visando à troca de opção por outra forma de tributação, somente até
30 de abril de 2022.
Atenção:
O contribuinte poderá retificar a DAA apresentada, independente da opção da forma de
tributação (utilizando as deduções legais ou utilizando o desconto simplificado), para Declaração
Final de Espólio (DFE) ou Declaração de Saída Definitiva do País (DSDP), conforme o caso.

Da mesma forma, também é possível a retificação de DFE ou de DSDP para DAA.

Ressalte-se, porém, que na hipótese de o contribuinte ter apresentado:

a) dentro do prazo, uma DAA e após o prazo apresentar DFE ou DSDP e, posteriormente,
retificar esta novamente para uma DAA, deverá, necessariamente, utilizar a mesma forma de
tributação da última DAA apresentada dentro do prazo;

b) após o prazo, uma DAA original e depois apresentar DFE ou DSDP e, posteriormente,
retificar esta novamente para uma DAA, deverá, necessariamente, utilizar a mesma forma de
tributação da DAA original.

5- O contribuinte pode retificar a sua declaração, relativa ao ano-calendário de 2021, a fim


de incluir ou alterar os prejuízos acumulados na atividade rural ainda que tenha optado
pelo desconto simplificado?

Sim. Entretanto, após o prazo para a apresentação da declaração, não será admitida a mudança na
forma de tributação de declaração já apresentada.

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6- Como proceder quando a declaração retificadora for relativa a exercícios anteriores?


O contribuinte deve apresentar declaração preenchida no programa IRPF correspondente ao
exercício que deseja retificar, não sendo admitida a retificação que tenha por objetivo a troca da
opção por outra forma de tributação.

Atenção:
O contribuinte deve fazer o download, no sítio da RFB na Internet, no endereço
http://receita.economia.gov.br, do programa relativo ao ano-calendário correspondente e após
preencher e retificar a declaração de acordo com as instruções vigentes para aquele ano, deve
apresentá-la pela Internet, mediante utilização do programa de transmissão Receitanet ou, a
partir do exercício de 2017, no respectivo programa IRPF na opção “Entregar Declaração”, ou,
ainda, em mídia removível, nas unidades da RFB.
(Instrução Normativa RFB nº 1.500, de 29 de outubro de 2014, art. 83)

7- Como proceder quando a declaração retificadora do contribuinte implicar modificações


na declaração do cônjuge ou companheiro?
O cônjuge ou companheiro também deve apresentar declaração retificadora.

8- Como proceder quanto ao pagamento do imposto após a declaração retificadora?


1- Quando a retificação resultar em redução do imposto declarado, observar o seguinte
procedimento:

a) calcular o novo valor de cada quota, mantendo-se o número de quotas em que o imposto foi
parcelado na declaração retificada, desde que respeitado o valor mínimo;
b) os valores pagos a maior relativos às quotas vencidas, bem assim os acréscimos legais
referentes a esses valores, podem ser compensados nas quotas vincendas, ou ser objeto de pedido
de restituição;
c) sobre o montante a ser compensado ou restituído incidem juros equivalentes à taxa Selic,
tendo como termo inicial o mês subsequente ao do pagamento a maior e como termo final o mês
anterior ao da restituição ou da compensação, adicionado de 1% no mês da restituição ou
compensação.
2 - Quando a retificação resultar em aumento do imposto declarado, observar o seguinte
procedimento:

a) calcular o novo valor de cada quota, mantendo-se o número de quotas em que o imposto foi
parcelado na declaração retificada;
b) sobre a diferença correspondente a cada quota vencida incidem acréscimos legais, calculados
de acordo com a legislação vigente.

9- Contribuinte que tenha optado pelo pagamento do imposto à vista deve retificar a
declaração, caso pretenda efetuar o pagamento em quotas?
Sim. A pessoa física que tenha optado pelo pagamento do imposto em quota única deve retificar
a declaração para assim poder recolher o imposto parceladamente, até o limite de oito quotas. A
pessoa física pode, também, fazer tal alteração, mediante acesso ao sítio da RFB na Internet,
opção “Extrato da DIRPF”.

(1) Fonte: extraído do Manual de Perguntas e Respostas IRPF 2019, da RFB.

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35 - IN RFB 1.500/2014
INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1.500, de 29 de outubro de 2014. (Publicado(a) no DOU
de 30/10/2014, Seção 1, página 57)

Dispõe sobre normas gerias de tributação relativas ao Imposto sobre a Renda das Pessoas
Físicas.

Art. 1º Esta Instrução Normativa estabelece normas gerais de tributação relativas ao Imposto
sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF).

CAPÍTULO I
DOS CONTRIBUINTES

Art. 2º São contribuintes do imposto sobre a renda as pessoas físicas residentes no Brasil titulares
de disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do
trabalho ou da combinação de ambos, e de proventos de qualquer natureza.

Parágrafo único. São também contribuintes, as pessoas físicas:

I - que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse como se lhes pertencessem, de
acordo com a legislação em vigor; e

II - não residentes no Brasil que recebam rendimentos de fontes situadas no Brasil.

CAPÍTULO II
DOS RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS

Art. 3º Constituem rendimentos tributáveis todo o produto do capital, do trabalho ou da


combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro e, ainda, os proventos de
qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes
aos rendimentos declarados.

§ 1º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização,


condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma
de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do
contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.

§ 2º Os rendimentos recebidos em bens são avaliados em dinheiro pelo valor de mercado que
tiverem na data do recebimento.

§ 3º Sem prejuízo do ajuste anual, se for o caso, os rendimentos são tributados no mês em que
forem recebidos, considerado como tal o da entrega de recursos pela fonte pagadora, mesmo
mediante depósito em instituição financeira em favor do beneficiário.

Art. 4º Os rendimentos comuns produzidos por bens ou direitos, cuja propriedade seja em
condomínio ou decorra do regime de bens no casamento, são tributados da seguinte forma:

I - na propriedade em condomínio, inclusive no caso de união estável com estipulação contratual


entre os companheiros, a tributação é proporcional à participação de cada condômino;

II - na propriedade em comunhão decorrente de sociedade conjugal, inclusive no caso de


contribuinte separado de fato, ou de união estável sem estipulação contratual entre os
68 Prof. Loberto Sasaki
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companheiros, a tributação, em nome de cada cônjuge, incide sobre 50% (cinquenta por cento)
do total dos rendimentos comuns;

Parágrafo único. No caso a que se refere o inciso II do caput, os rendimentos são, opcionalmente,
tributados pelo total, em nome de um dos cônjuges, sem prejuízo do disposto no § 7º do art. 80.

CAPÍTULO III
DOS RENDIMENTOS ISENTOS OU NÃO TRIBUTÁVEIS

Seção I
Dos Rendimentos Originários do Trabalho e Assemelhados

Art. 5º São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos
originários do trabalho e assemelhados:

I - alimentação, inclusive in natura, transporte, vale-transporte e uniformes ou vestimentas


especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados, ou a
diferença entre o preço cobrado e o valor de mercado;

II - auxílio-alimentação pago em pecúnia aos servidores públicos federais civis ativos da


Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional;

III - valor recebido de pessoa jurídica de direito público a título de auxílio-moradia, não
integrante da remuneração dos beneficiários, em substituição ao direito de uso de imóvel
funcional;

IV - auxílio-transporte em pecúnia, pago pela União, destinado ao custeio parcial das despesas
realizadas com transporte coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual pelos militares,
servidores e empregados públicos da Administração Federal direta, autárquica e fundacional da
União, nos deslocamentos de suas residências para os locais de trabalho e vice-versa;

V - indenização de transporte a servidor público da União que realizar despesas com a utilização
de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos por força das atribuições
próprias do cargo;

VI - diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação e pousada,


por serviço eventual realizado em município diferente do da sede de trabalho, inclusive no
exterior;

VII - valor do salário-família;

VIII - ajuda de custo destinada a atender às despesas com transporte, frete e locomoção do
beneficiado e seus familiares, em caso de remoção de um município para outro, sujeita à
comprovação posterior pelo contribuinte;

IX - valor dos serviços médicos, hospitalares e dentários mantidos, ressarcidos ou pagos pelo
empregador em benefício de seus empregados;

X - contribuições para Plano de Poupança e Investimento (Pait), cujo ônus tenha sido do
empregador, em favor do participante;

XI - contribuições pagas pelos empregadores relativas a programas de previdência complementar


em favor de seus empregados e dirigentes;
69 Prof. Loberto Sasaki
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XII - contribuições pagas pelos empregadores relativas ao Fundo de Aposentadoria Programada


Individual (Fapi), destinadas a seus empregados e administradores, a que se refere a Lei nº 9.477,
de 24 de julho de 1997;

XIII - incentivo pago em pecúnia ao servidor licenciado, nos termos do art. 18 da Medida
Provisória nº 2.174-28, de 24 de agosto de 2001, observado o disposto no art. 25 e no inciso II do
art. 44 da Lei nº 12.998, de 18 de junho de 2014;

XIV - montante dos depósitos, juros, correção monetária e quotas-partes creditados em contas
individuais pelo Programa de Integração Social (PIS) e pelo Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público (PASEP);

XV - rendimentos pagos a pessoa física não residente no Brasil, por autarquias ou repartições do
Governo brasileiro situadas fora do território nacional e que correspondam a serviços prestados a
esses órgãos;

XVI - 75% (setenta e cinco por cento) dos rendimentos do trabalho assalariado recebidos, em
moeda estrangeira, por servidores de autarquias ou repartições do Governo brasileiro no exterior;

XVII - até 90% (noventa por cento) dos rendimentos de transporte de carga e serviços com
trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados;

XVIII - até 40% (quarenta por cento) dos rendimentos de transporte de passageiros; e

XIX - até 90% (noventa por cento) do rendimento bruto auferido pelos garimpeiros na venda a
empresas legalmente habilitadas de metais preciosos, pedras preciosas e semipreciosas por eles
extraídos.

Seção II
Dos Rendimentos Pagos por Previdências

Art. 6º São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos
originários pagos por previdências:

I - os provenientes de aposentadoria e pensão, de transferência para a reserva remunerada ou de


reforma pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidade de
previdência complementar, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 (sessenta e cinco)
anos de idade, até o valor mensal constante das tabelas do Anexo I a esta Instrução Normativa,
observado o disposto nos §§ 1º a 3º, aplicando-se as tabelas progressivas do Anexo II a esta
Instrução Normativa sobre o valor excedente;

II – proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos


por pessoas físicas com moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose
múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
hepatopatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por
radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida (Aids), e fibrose cística (mucoviscidose),
comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial no
caso de moléstias passíveis de controle, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da
aposentadoria ou reforma, observado o disposto no § 4º;

70 Prof. Loberto Sasaki


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III - valores recebidos a título de pensão, quando o beneficiário desse rendimento estiver
acometido de doença relacionada no inciso II do caput, exceto a decorrente de moléstia
profissional, comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do
laudo pericial no caso de moléstias passíveis de controle, mesmo que a doença tenha sido
contraída depois da concessão da pensão, observado o disposto no § 4º;

IV - pensões e proventos recebidos em decorrência de reforma ou falecimento de ex-combatente


da Força Expedicionária Brasileira (FEB), de acordo com o Decreto-Lei nº 8.794, de 23 de
janeiro de 1946, o Decreto-Lei nº 8.795, de 23 de janeiro de 1946, a Lei nº 2.579, de 23 de
agosto de 1955, o art. 30 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, observado o disposto nos arts.
17 e 25 da Lei nº 8.059, de 4 de julho de 1990;

V - importâncias recebidas por deficiente mental a título de pensão, pecúlio, montepio e auxílio,
quando decorrentes de prestações do regime de previdência social ou de entidades de previdência
complementar, observado o disposto no § 6º;

VI - pensão especial recebida por pessoa física com deficiência física conhecida como
“Síndrome da Talidomida”, quando dela decorrente;

VII - pecúlio recebido pelos aposentados que tenham voltado a trabalhar até 15 de abril de 1994,
em atividade sujeita ao regime previdenciário, pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) ao segurado ou a seus dependentes, após a sua morte, nos termos do art. 1º da Lei nº
6.243, de 24 de setembro de 1975;

VIII - portabilidade de recursos de reservas técnicas, fundos e provisões entre planos de


benefícios de entidades de previdência complementar, titulados pelo mesmo participante;

IX - valor de resgate de contribuições de previdência complementar, cujo ônus tenha sido da


pessoa física, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de benefício da entidade, que
corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de
dezembro de 1995, observadas as regras contidas na Instrução Normativa RFB nº 1.343, de 5 de
abril de 2013;

X - valores dos resgates na carteira dos Fapi, para mudança das aplicações entre Fundos
instituídos pela Lei nº 9.477, de 1997, ou para a aquisição de renda junto às instituições privadas
de previdência e seguradoras que operam com esse produto;

XI - rendimentos percebidos pelas pessoas físicas decorrentes de seguro-desemprego, auxílio-


natalidade, auxílio-doença, auxílio-funeral e auxílio-acidente, pagos pela previdência oficial da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e pelas entidades de previdência
complementar, observado o disposto no § 7º; e

XII - pecúlio recebido em prestação única de entidades de previdência complementar, quando


em decorrência de morte ou invalidez permanente do participante.

§ 1º No caso a que se refere o inciso I do caput, quando o contribuinte auferir rendimentos


provenientes de uma ou mais aposentadorias, pensões, transferência para a reserva remunerada
ou reforma, a parcela isenta deve ser considerada em relação à soma dos rendimentos,
observados os limites mensais.

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§ 2º O limite anual dos rendimentos de que trata o inciso I do caput corresponde à soma dos
valores mensais computados a partir do mês em que o contribuinte completar 65 (sessenta e
cinco) anos de idade até o término do ano-calendário.

§ 3º A isenção de que trata o inciso I do caput, desde que observadas as demais disposições
legais e normativas pertinentes à matéria, aplica-se aos rendimentos da espécie pagos por
instituição equivalente a pessoa jurídica de direito público ou entidade de previdência
complementar domiciliada em país que tenha com o Brasil Tratado ou Convenção internacional,
o qual possua cláusula que estabeleça não discriminação no tratamento tributário entre nacionais
de cada Estado Contratante que se encontrem em uma mesma situação, observados os limites e
condições nele previstos.

§ 4º As isenções a que se referem os incisos II e III do caput, desde que reconhecidas por laudo
pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos
municípios, observado o disposto no § 7º do art. 62, aplicam-se:

I - aos rendimentos recebidos a partir:

a) do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão, quando a moléstia for preexistente;

b) do mês da emissão do laudo pericial, se a moléstia for contraída depois da concessão da


aposentadoria, reforma ou pensão; ou

c) da data, identificada no laudo pericial, em que a moléstia foi contraída, desde que
correspondam a proventos de aposentadoria, reforma ou pensão;

II - aos rendimentos recebidos acumuladamente por pessoa física com moléstia grave, desde que
correspondam a proventos de aposentadoria, reforma ou pensão, ainda que se refiram a período
anterior à data em que foi contraída a moléstia grave; e

III - à complementação de aposentadoria, reforma ou pensão recebida por pessoa física com
moléstia grave.

§ 5º O laudo pericial a que se refere o § 4º deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

I - o órgão emissor;

II - a qualificação da pessoa física com moléstia grave;

III - o diagnóstico da moléstia (descrição; CID-10; elementos que o fundamentaram; a data em


que a pessoa física é considerada com moléstia grave, nos casos de constatação da existência da
doença em período anterior à emissão do laudo);

IV - caso a moléstia seja passível de controle, o prazo de validade do laudo pericial ao fim do
qual a pessoa física com moléstia grave provavelmente esteja assintomática; e

V - o nome completo, a assinatura, o nº de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM),


o nº de registro no órgão público e a qualificação do(s) profissional(is) do serviço médico oficial
responsável(is) pela emissão do laudo pericial. 15

72 Prof. Loberto Sasaki


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§ 6º Para efeitos da isenção de que trata o inciso V do caput:

I - considera-se deficiente mental a pessoa que, independentemente da idade, apresenta


funcionamento intelectual subnormal com origem durante o período de desenvolvimento e
associado à deterioração do comportamento adaptativo;

II - a isenção não se comunica aos rendimentos de deficientes mentais originários de outras


fontes de receita, ainda que sob a mesma denominação dos benefícios referidos no inciso I.

§ 7º Para fins do disposto no inciso XI do caput, o rendimento decorrente de auxílio-doença, de


natureza previdenciária, não se confunde com o decorrente de licença para tratamento de saúde,
de natureza salarial, sobre o qual incide o IRPF.

Seção III
Dos Rendimentos Decorrentes de Indenizações e Assemelhados

Art. 7º São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos
decorrentes de indenizações e assemelhados:

I - indenização por acidente de trabalho;

II - pagamento efetuado por pessoas jurídicas de direito público a servidores públicos civis, a
título de incentivo à adesão a programas de desligamento voluntário;

III - indenização e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até o
limite garantido pela lei trabalhista ou por dissídio coletivo e convenções trabalhistas
homologados pela Justiça do Trabalho, bem como o montante recebido pelos empregados e
diretores e seus dependentes ou sucessores, referente aos depósitos, juros e correção monetária
creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS);

IV - indenização destinada a reparar danos patrimoniais;

V - indenização recebida pelo desapropriado, em virtude de desapropriação para fins de reforma


agrária;

VI - indenização a título reparatório paga a beneficiários diretos de desaparecidos políticos com


base no art. 11 da Lei nº 9.140, de 4 de dezembro de 1995;

VII - reparação econômica, de caráter indenizatório, em prestação única ou em prestação mensal,


permanente e continuada, inclusive as aposentadorias, pensões ou proventos de qualquer
natureza, paga a anistiados políticos com base no inciso II do art. 1º da Lei nº 10.559, de 13 de
novembro de 2002;

VIII - indenização reparatória por danos físicos, invalidez ou morte, ou por bem material
danificado ou destruído, em decorrência de acidente, até o limite fixado em condenação judicial,
exceto no caso de pagamento de prestações continuadas;

IX - valores recebidos por pessoa física com deficiência física conhecida como “Síndrome da
Talidomida”, quando dela decorrente; e

X - indenização por dano moral concedida às pessoas com deficiência física decorrente do uso da
talidomida, que consiste no pagamento de valor único igual a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais),
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multiplicado pelo número dos pontos indicadores da natureza e do grau da dependência


resultante da deformidade física, conforme § 1º do art. 1º da Lei nº 7.070, de 1982.

Seção IV
Dos Rendimentos de Participações Societárias

Art. 8º São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos de
participações societárias:

I - lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados em 1993 e os apurados a
partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base
no lucro real, presumido ou arbitrado;

II - valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da microempresa ou empresa


de pequeno porte optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional),
salvo os que corresponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados;

III - valores decorrentes de aumento de capital mediante a incorporação de reservas ou lucros


apurados a partir de 1º de janeiro de 1996, por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
real, presumido ou arbitrado;

IV - bonificações em ações, quotas ou quinhão de capital, decorrentes da capitalização de lucros


ou reservas de lucros apurados nos anos-calendário de 1994 e 1995, desde que nos 5 (cinco) anos
anteriores à data da incorporação a pessoa jurídica não tenha restituído capital aos sócios ou
titular por meio de redução do capital social.

§ 1º A isenção de que trata o inciso I do caput não abrange os valores pagos a outro título, tais
como pró-labore, aluguéis e serviços prestados, bem como os lucros e dividendos distribuídos
que não tenham sido apurados em balanço.

§ 2º A isenção prevista no inciso I do caput abrange inclusive os lucros e dividendos


correspondentes a resultados apurados a partir de 1º de janeiro de 1996, atribuídos a sócios ou
acionistas não residentes no Brasil.

§ 3º A isenção de que trata o inciso II do caput fica limitada ao valor resultante da aplicação dos
percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, sobre a receita
bruta mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da receita bruta total anual, tratando-se de
declaração de ajuste, subtraído do valor devido na forma do Simples Nacional no período,
relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

§ 4º O disposto no § 3º não se aplica na hipótese de a pessoa jurídica manter escrituração


contábil e evidenciar lucro superior ao limite previsto no referido parágrafo.

§ 5º Na hipótese de a pessoa jurídica não ter efetuado a opção prevista no art. 75 da Lei nº
12.973, de 13 de maio de 2014, a parcela dos rendimentos correspondentes a dividendos e lucros
apurados no ano-calendário de 2014 e distribuídos a sócio ou acionista ou a titular de pessoa
jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado em
valores superiores aos apurados com observância dos métodos e critérios contábeis vigentes em
31 de dezembro de 2007, é tributada nos termos do § 4º do art. 3º da Lei nº 7.713, de 22 de
dezembro de 1988, com base na tabela progressiva de que trata o art. 65.

74 Prof. Loberto Sasaki


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§ 6º No caso a que se refere o inciso III do caput:


I - o lucro a ser incorporado ao capital deverá ser apurado em balanço transcrito no livro Diário;
II - devem ser observados os requisitos dispostos no art. 3º da Lei nº 8.849, de 28 de janeiro de
1994.

Seção V
Dos Rendimentos Obtidos no Mercado Financeiro e Assemelhados

Art. 9º São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos
obtidos no mercado financeiro e assemelhados:

I - rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança;

II - valores resgatados dos Planos de Poupança e Investimento (Pait), relativamente à parcela


correspondente às contribuições efetuadas pelo participante;

III - remuneração produzida pelas letras hipotecárias, certificados de recebíveis imobiliários e


letras de crédito imobiliário;

IV - rendimentos distribuídos pelos Fundos de Investimento Imobiliários cujas quotas sejam


admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão
organizado;

V - ganhos líquidos auferidos por pessoa física em operações no mercado à vista de ações nas
bolsas de valores e em operações com ouro, ativo financeiro, cujo valor das alienações realizadas
em cada mês seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) para o conjunto de ações e
para o ouro, ativo financeiro, separadamente para cada modalidade de ativo;

VI - remuneração produzida por Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant


Agropecuário (WA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de
Crédito do Agronegócio (LCA) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), instituídos
pelos arts. 1º e 23 da Lei nº 11.076, de 30 de dezembro de 2004;

VII - remuneração produzida pela Cédula de Produto Rural (CPR), com liquidação financeira,
instituída pela Lei nº 8.929, de 22 de agosto de 1994, desde que negociada no mercado
financeiro;

VIII - dividendo anual mínimo decorrente de quotas do Fundo Nacional de Desenvolvimento


(FND);

IX - acréscimo patrimonial decorrente da variação cambial de depósitos mantidos em instituições


financeiras no exterior, pelo valor do saldo desses depósitos em moeda estrangeira convertido
em reais pela cotação cambial de compra em 31 de dezembro do ano-calendário.

§ 1º A isenção de que trata o inciso IV do caput:

I - será concedida somente nos casos em que o Fundo de Investimento Imobiliário possua, no
mínimo, 50 (cinquenta) quotistas;
II - não será concedida ao quotista pessoa física titular de quotas que representem 10% (dez por
cento) ou mais da totalidade das quotas emitidas pelo Fundo de Investimento Imobiliário ou
cujas quotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do
total de rendimentos auferidos pelo fundo.

75 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 2º No caso de cônjuges ou companheiros que operem em bolsa de valores, o limite previsto no


inciso V do caput poderá ser utilizado por ambos, os quais, no decorrer do ano-calendário,
devem apurar e tributar separadamente os ganhos líquidos auferidos por cônjuge, não sendo
permitida apuração e tributação mensal em conjunto.

Seção VI
Dos Rendimentos Obtidos na Alienação de Bens e Direitos

Art. 10. São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos
obtidos na alienação de bens e direitos:

I - ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, observado o


disposto no § 1º, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou
inferior a:

a) R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercado de


balcão; e

b) R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos;

II - ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de
alienação seja de até R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), desde que não tenha
sido realizada qualquer outra alienação nos últimos 5 (cinco) anos, observado o disposto no
inciso I do § 1º e nos §§ 3º e 6º;

III - ganho de capital auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis
residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração
do contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País,
observado o disposto no § 4º;

IV - valor correspondente ao percentual anual fixo de redução do ganho de capital na alienação


de bem imóvel adquirido até 31 de dezembro de 1988;

V - valor correspondente à redução do ganho de capital na alienação, a qualquer título, de bens


imóveis realizada por pessoa física residente no País, resultante da aplicação dos fatores de
redução (FR1 e FR2) de que trata a Instrução Normativa SRF nº 599, de 28 de dezembro de
2005;

VI - ganho de capital auferido na alienação de bens localizados no exterior ou representativos de


direitos no exterior, e na liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos, a qualquer
título, pela pessoa física, na condição de não residente;

VII - variação cambial decorrente das alienações de bens e direitos adquiridos e aplicações
financeiras realizadas com rendimentos auferidos originariamente em moeda estrangeira;

VIII - ganho de capital auferido na alienação de moeda estrangeira mantida em espécie, cujo
total de alienações, no ano-calendário, seja igual ou inferior ao equivalente a US$ 5.000,00
(cinco mil dólares dos Estados Unidos da América).

§ 1º O limite a que se refere o inciso I do caput será considerado em relação:

I - ao bem ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, no caso de alienação
de diversos bens, em um mesmo mês;
76 Prof. Loberto Sasaki
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II - à parte de cada condômino, inclusive no caso de união estável com estipulação contratual
entre os companheiros no caso de bens em condomínio; e

III - a cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor do conjunto dos bens ou
direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, no caso de sociedade conjugal ou de
união estável sem estipulação contratual entre os companheiros.

§ 2º Para fins do disposto no inciso I do § 1º, consideram-se bens ou direitos da mesma natureza
aqueles que guardem as mesmas características entre si, tais como automóveis e motocicletas,
imóvel urbano e terra nua ou quadros e esculturas.

§ 3º O limite a que se refere o inciso II do caput será considerado em relação:

I - à parte de cada condômino, no caso de bens em condomínio; e

II - ao imóvel havido em comunhão, no caso de sociedade conjugal.

§ 4º A inobservância das condições previstas no inciso III do caput implicará exigência do


imposto com base no ganho de capital acrescido de:

I - juros de mora, calculados a partir do 2º (segundo) mês subsequente ao do recebimento do


valor ou de parcela de valor do imóvel vendido; e

II - multa, de mora ou de ofício, calculada a partir do 2º (segundo) mês seguinte ao do


recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não for pago no
prazo de até 210 (duzentos e dez) dias, contado da data da celebração do contrato.

§ 5º Para efeitos da apuração do limite de que trata o inciso VIII do caput, a conversão para
dólares dos Estados Unidos da América será feita na data de cada alienação.

§ 6º Para fins do disposto no inciso II do caput, na hipótese de o bem ter sido adquirido por
cônjuges casados obrigatoriamente sob o regime de separação de bens, esses requisitos devem
ser verificados individualmente, por cônjuge, observada a parcela do preço que lhe couber.

Seção VII
Dos Demais Rendimentos

Art. 11. São isentos ou não se sujeitam ao imposto sobre a renda, os seguintes rendimentos:

I - bolsas de estudo e de pesquisa caracterizadas como doação, quando recebidas exclusivamente


para proceder a estudos ou pesquisas e desde que os resultados dessas atividades não
representem vantagem para o doador, nem importem contraprestação de serviços;

II - valor locativo do prédio construído, quando ocupado por seu proprietário ou cedido
gratuitamente para uso do cônjuge, pais ou filhos;

III - valor dos bens e direitos adquiridos por doação ou por sucessão, nos casos de herança,
legado ou doação em adiantamento da legítima;

IV - capital das apólices de seguro ou pecúlio pago por morte do segurado, bem como os
prêmios de seguro restituídos em qualquer caso, inclusive no de renúncia do contrato;

V - valor decorrente de liquidação de sinistro, furto ou roubo, relativo ao objeto segurado;


77 Prof. Loberto Sasaki
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VI - valor do vale-pedágio obrigatório, que não integra o valor do frete;

VII - diferença a maior entre o valor de mercado de bens e direitos recebidos em devolução do
capital social e o valor deste constante da declaração de bens do titular, sócio ou acionista,
quando a devolução for realizada pelo valor de mercado;

VIII - valores pagos em espécie pelos estados, Distrito Federal e municípios, relativos ao
Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) e ao Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza (ISS), no âmbito de programas de concessão de crédito voltados
ao estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços;

IX - prêmio em dinheiro obtido em loterias até o limite do valor da 1ª (primeira) faixa da tabela
de incidência mensal do IRPF;

X - as remessas destinadas ao exterior para fins educacionais, científicos ou culturais, inclusive


para pagamento de taxas escolares, de taxas de inscrição em congressos, conclaves, seminários
ou assemelhados e de taxas de exame de proficiência, bem como as remessas efetuadas por
pessoas físicas residentes no País para cobertura de despesas médico-hospitalares com
tratamento de saúde, no exterior, do remetente ou de seus dependentes;

XI - o valor recebido a título de vale-cultura;

XII - os valores percebidos a título de bolsa, no âmbito do Programa Mais Médicos, previstos na
Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013;

XIII - os valores percebidos a título de bolsa, no âmbito do Programa de Bolsas para a Educação
pelo Trabalho, previstos na Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005;

XIV - os rendimentos recebidos pelos condomínios residenciais constituídos nos termos da Lei
nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, limitado a R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) por ano-
calendário, e desde que sejam revertidos em benefício do condomínio para cobertura de despesas
de custeio e de despesas extraordinárias, estejam previstos e autorizados na convenção
condominial, não sejam distribuídos aos condôminos e decorram:

a) de uso, aluguel ou locação de partes comuns do condomínio;

b) de multas e penalidades aplicadas em decorrência de inobservância das regras previstas na


convenção condominial; ou

c) de alienação de ativos detidos pelo condomínio.

§ 1º Para fins do disposto no inciso I do caput, não caracterizam contraprestação de serviços nem
vantagem para o doador as bolsas de estudo recebidas pelos médicos-residentes, bem como as
bolsas recebidas pelos servidores das redes públicas de educação profissional, científica e
tecnológica que participem das atividades do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
ao Emprego (Pronatec), nos termos do § 1º do art. 9º da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011.

§ 2º O disposto no inciso VIII do caput não se aplica aos prêmios recebidos por meio de sorteios,
em espécie, bens ou serviços, no âmbito dos programas de concessão de crédito voltados ao
estímulo à solicitação de documento fiscal na aquisição de mercadorias e serviços.

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Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 3º São isentos do imposto na fonte e na Declaração de Ajuste Anual (DAA) das pessoas físicas,
os rendimentos distribuídos pelos Fundos de Investimento Imobiliários cujas cotas sejam
admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no mercado de balcão
organizado, conforme dispõe o § 1º do art. 9º.

§ 5º A bolsa de estímulo à inovação concedida nos termos do art. 9º da Lei nº 10.973, de 2 de


dezembro de 2004, caracteriza-se como doação, não configura vínculo empregatício, não
caracteriza contraprestação de serviços nem vantagem para o doador.
§ 4º Aplica-se a isenção de que trata o inciso X do caput aos fatos geradores que ocorrerem entre
1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015.

CAPÍTULO IV
DOS RENDIMENTOS TRIBUTADOS EXCLUSIVAMENTE NA FONTE

Art. 12. Consideram-se rendimentos tributados exclusivamente na fonte os não sujeitos a


antecipação para fins de ajuste anual, cuja retenção e recolhimento tenham sido efetuados pela
fonte pagadora.

Seção I Da Gratificação Natalina (13º salário)


Subseção I Da Regra Geral

Art. 13. O rendimento pago a título de Gratificação Natalina, para efeitos de apuração do IRRF,
tem o seguinte tratamento:

I - é integralmente tributado, com base na tabela mensal vigente no mês de quitação;

II - a tributação ocorre exclusivamente na fonte e separadamente dos demais rendimentos


recebidos no mês pelo beneficiário;

III - não há retenção na fonte pelo pagamento de sua antecipação;

IV - na apuração de sua base de cálculo deve ser considerado o valor total desse rendimento,
inclusive antecipações, sendo permitidas as deduções previstas no art. 56, desde que a ele
correspondente.

§ 1º Considera-se mês de quitação o mês de dezembro, o da rescisão do contrato de trabalho, ou


o do pagamento acumulado a título de Gratificação Natalina.

§ 2º Considera-se pagamento acumulado, a título de Gratificação Natalina, o pagamento desse


rendimento relativo a mais de um ano-calendário.

§ 3º No caso de pagamento de complementação de Gratificação Natalina, posteriormente ao mês


de quitação, o imposto deve ser recalculado tomando-se por base o total desse rendimento,
mediante utilização da tabela do mês de quitação, deduzindo-se do imposto assim apurado o
valor retido anteriormente.

§ 4º No caso de rendimentos pagos acumuladamente, a título de Gratificação Natalina e


eventuais acréscimos, deve ser observado o disposto no Capítulo VII.

§ 5º Cabe ao sindicato de cada categoria profissional de trabalhador avulso a responsabilidade


pela retenção e o recolhimento do imposto incidente sobre a Gratificação Natalina, no mês de
quitação, considerando como base de cálculo do imposto o valor total da Gratificação Natalina
paga, no ano, pelo sindicato.
79 Prof. Loberto Sasaki
Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 6º Na determinação da base de cálculo da Gratificação Natalina devem ser observados os


seguintes procedimentos:

I - os valores relativos à pensão alimentícia e à contribuição previdenciária podem ser deduzidos,


desde que correspondentes a esse rendimento, não podendo ser utilizados para a determinação da
base de cálculo de quaisquer outros rendimentos;

II - pode ser excluída a parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão,
transferência para a reserva remunerada ou reforma, correspondente ao 13º (décimo terceiro)
salário pago pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por entidades de previdência
complementar, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 (sessenta e cinco) anos de
idade, até o valor mensal constante da tabela do Anexo IV a esta Instrução Normativa.

§ 7º Na hipótese de Gratificação Natalina paga mediante precatório ou requisição de pequeno


valor, em cumprimento de decisão da Justiça Federal, nos termos do art. 27 da Lei nº 10.833, de
29 de dezembro de 2003, aplica-se o disposto no art. 25.

Subseção II Do Maior de 65 anos

Art. 14. Na hipótese de recebimento, por beneficiário maior de 65 (sessenta e cinco) anos, de
rendimentos de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, de
mais de uma fonte pagadora, deverá ser observado relativamente à Gratificação Natalina paga
por fonte, o seguinte:

I - pode ser excluída a parcela isenta a que se refere o inciso II do § 6º do art. 13;

II - a parcela isenta da Gratificação Natalina paga por fonte deve ser informada como outros
rendimentos isentos e não tributáveis na DAA.

Subseção III Da Previdência Complementar

Art. 15. O abono anual pago pelas entidades fechadas de previdência complementar, quando ele
tenha a característica de previdência complementar, segue regra idêntica àquela aplicável ao
Regime Geral da Previdência Social no que se refere à incidência do imposto sobre a renda
relativa ao rendimento da Gratificação Natalina.

Subseção IV Do Governo Estrangeiro

Art. 16. A Gratificação Natalina recebida de órgãos de governo estrangeiro no País por residente
no Brasil é tributada em conjunto com os demais rendimentos recebidos no mês pelo
beneficiário, sujeitos ao recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão), no mês do recebimento e
na DAA.

Seção II Da Participação nos Lucros ou Resultados das Empresas

Art. 17. São tributadas exclusivamente na fonte as importâncias recebidas pelos trabalhadores a
título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) das empresas.
§ 1º A participação de que trata o caput será tributada pelo imposto sobre a renda exclusivamente
na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos, no ano do recebimento ou crédito, com
base na tabela progressiva anual constante do Anexo III a esta Instrução Normativa e não
integrará a base de cálculo do imposto devido pelo beneficiário na DAA.

80 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 2º Para efeitos da apuração do imposto sobre a renda, a participação dos trabalhadores nos
lucros ou resultados da empresa será integralmente tributada, com base na tabela progressiva de
que trata o § 1º.

§ 3º Na hipótese de pagamento de mais de uma parcela referente a um mesmo ano-calendário, o


imposto deve ser recalculado, com base no total da participação nos lucros recebida no ano-
calendário, mediante a utilização da tabela de que trata o § 1º, deduzindo-se do imposto assim
apurado o valor retido anteriormente.

§ 4º Os rendimentos pagos acumuladamente a título de participação dos trabalhadores nos lucros


ou resultados da empresa serão tributados exclusivamente na fonte, em separado dos demais
rendimentos recebidos, sujeitando-se, também de forma acumulada, ao imposto sobre a renda
com base na tabela progressiva de que trata o § 1º.

§ 5º Considera-se pagamento acumulado, para fins do disposto no § 4º, o pagamento da


participação nos lucros relativa a mais de um ano-calendário.

§ 6º Na determinação da base de cálculo da participação dos trabalhadores nos lucros ou


resultados, poderão ser deduzidas as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão
alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão
judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado
por escritura pública, desde que correspondentes a esse rendimento, não podendo ser utilizada a
mesma parcela para a determinação da base de cálculo dos demais rendimentos.

§ 7º Aplica-se o disposto no § 6º, independentemente de o beneficiário ser considerado


dependente para fins do disposto no art. 90.

Seção III
Do Transportador Autônomo Pessoa Física Residente na República do Paraguai

Art. 18. Os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos por contratante
pessoa jurídica domiciliada no País, autorizada a operar transporte rodoviário internacional de
carga, a beneficiário transportador autônomo pessoa física residente na República do Paraguai,
considerado como sociedade unipessoal naquele País, quando decorrentes da prestação de
serviços de transporte rodoviário internacional de carga, estão sujeitos à incidência do IRRF,
calculado mediante a utilização das tabelas de que trata o Anexo II a esta Instrução Normativa.

§ 1º O imposto incidirá sobre 10% (dez por cento) do rendimento bruto decorrente do transporte
rodoviário internacional de carga.

§ 2º O imposto deve ser retido na fonte por ocasião de cada pagamento, crédito, entrega,
emprego ou remessa, aplicando-se, se houver mais de um desses eventos efetuados pela mesma
fonte pagadora no mês de apuração, a alíquota correspondente à base de cálculo apurada depois
da soma dos rendimentos, compensando-se o imposto retido anteriormente.
§ 3º O imposto sobre a renda apurado nos termos desta Seção deve ser recolhido até o último dia
útil do 1º (primeiro) decêndio do mês subsequente ao da ocorrência dos fatos geradores,
mediante a utilização do código de receita 0610.

Seção IV Dos Demais Rendimentos


Art. 19. São também tributados exclusivamente na fonte:
I - rendimentos produzidos por aplicação financeira de renda fixa ou de renda variável, inclusive
operações de swap;

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II - rendimentos produzidos por aplicações em fundos de investimento financeiro, em fundos de


aplicação em quotas de fundos de investimento, em fundos de investimento em ações ou fundos
de investimento em quotas de fundos de investimentos em ações;

III - rendimentos distribuídos pelos Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart);

IV - rendimentos produzidos por aplicações em Fundos de Investimento Imobiliário não


incluídos no inciso III do art. 3º da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004;

V - rendimentos obtidos em operação de mútuo ou operação de compra vinculada à revenda, no


mercado secundário, tendo por objeto ouro, ativo financeiro;

VI - os rendimentos de ações, quotas ou quinhão de capital relativos a lucros apurados até 31 de


dezembro de 1988;

VII - o lucro arbitrado relativo aos anos-calendário de 1994 e 1995 considerado distribuído aos
sócios ou acionistas;

VIII - os lucros e dividendos recebidos de pessoa jurídica correspondentes ao período de 1º de


janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1992, tributados na forma do art. 35 da Lei nº 7.713, de
1988;

IX - os lucros e dividendos recebidos de pessoa jurídica correspondentes aos anos-calendário de


1994 e 1995, quando o beneficiário optar pela tributação exclusiva na fonte;

X - as importâncias recebidas de pessoa jurídica a título de juros não tenham tributação


específica;

XI - prêmios distribuídos por meio de concursos e sorteios em geral, sob a forma de bens e
serviços, e os pagos em dinheiro, exceto vale-brinde;

XII - prêmios pagos a proprietários e criadores de cavalo de corrida;

XIII - benefícios líquidos, resultantes ou não de amortização antecipada, mediante sorteio, dos
títulos de capitalização, rendimentos auferidos com títulos de capitalização, no caso de resgate,
sem sorteio, e benefícios atribuídos a portadores de títulos de capitalização com base nos lucros
da empresa emitente;

XIV - juros pagos ou creditados individualmente a titular, sócio ou acionista, a título de


remuneração do capital próprio;

XV - rendimentos decorrentes dos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a beneficiário


não identificado, inclusive recursos entregues a terceiros ou a sócios, acionistas ou titular,
contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou sua causa;

XVI - rendimentos recebidos no Brasil por não residentes, exceto os ganhos a que se referem os
incisos I, VI, VII e VIII do caput do art. 21;

XVII - pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a título de remuneração indireta a


beneficiário não identificado;
XVIII - rendimentos de operações de mútuo entre pessoa jurídica e pessoa física;

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XIX - rendimentos predeterminados auferidos por meio de operações conjugadas, realizadas em


bolsa ou fora de bolsa;

XX - rendimentos líquidos pagos ou creditados decorrentes da aquisição de títulos ou contratos


de investimento coletivo;

XXI - Rendimentos Recebidos Acumuladamente (RRA) de que trata a Subseção I da Seção I do


Capítulo VII;

XXII - valores pagos aos participantes ou assistidos de planos de benefícios de caráter


previdenciário, estruturados nas modalidades de contribuição definida ou contribuição variável,
das entidades de previdência complementar e das sociedades seguradoras, a título de benefícios
ou resgates de valores acumulados que tenham optado pelo regime de tributação de que trata o
art. 1º da Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004.

CAPÍTULO V
DOS RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA

Art. 20. Consideram-se rendimentos sujeitos à tributação definitiva os não sujeitos a antecipação
para fins de ajuste anual, cujo recolhimento tenha sido efetuado pelo próprio sujeito passivo.

Art. 21. Estão sujeitos à tributação definitiva:

I - ganhos de capital auferidos na alienação de bens e direitos;

II - ganhos de capital decorrentes da alienação de bens e direitos e da liquidação e resgate de


aplicações financeiras, adquiridos em moeda estrangeira;

III - ganhos de capital decorrentes da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie;

IV - ganhos de capital referentes à diferença a maior entre o valor da integralização e o constante


da declaração de bens, na transferência de bens e direitos da pessoa física a pessoa jurídica a
título de integralização de capital;

V - ganhos de capital apurados na transferência de propriedade de bens e direitos, por sucessão, a


herdeiros, legatários ou donatários como adiantamento da legítima, bem como a cada ex-cônjuge
ou ex-companheiro, na hipótese de dissolução da sociedade conjugal ou da união estável, quando
o sucessor optar pela inclusão dos referidos bens e direitos, na sua declaração de rendimentos,
por valor superior àquele pelo qual constavam da declaração do de cujus, do doador ou do ex-
cônjuge ou ex-companheiro declarante, antes da dissolução da sociedade conjugal ou da união
estável;

VI - ganhos líquidos auferidos nas operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de


futuros e assemelhadas;

VII - ganhos líquidos auferidos na alienação de ouro, ativo financeiro; e

VIII - ganhos líquidos auferidos em operações realizadas nos mercados de liquidação futura, fora
de bolsa.
Parágrafo único. Estão também sujeitos à tributação definitiva os ganhos de capital e os ganhos
líquidos referidos nos incisos I, VI, VII e VIII do caput quando recebidos por pessoas não
residentes no País.

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CAPÍTULO VI
DOS RENDIMENTOS TRIBUTADOS NA FONTE A TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO

Seção I Da Tributação por Antecipação

Art. 22. Estão sujeitos à incidência do IRRF, calculado mediante a utilização das tabelas
progressivas constantes do Anexo II a esta Instrução Normativa, observado o disposto no art. 65,
a título de antecipação do devido na DAA, os rendimentos do trabalho assalariado pagos por
pessoa física ou jurídica e os demais rendimentos pagos por pessoa jurídica a pessoa física, tais
como:

I - rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício, proventos de aposentadoria, de reserva e


de reforma e pensões civis e militares;

II - complementação de aposentadoria ou de pensão recebida de entidade de previdência


complementar;

III - resgate de valores acumulados relativos a planos de caráter previdenciário estruturados na


modalidade de benefício definido;

IV - rendimentos de empreitadas de obras exclusivamente de lavor;

V - 10% (dez por cento), no mínimo, dos rendimentos decorrentes do transporte de carga e
serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, e 60% (sessenta
por cento), no mínimo, dos rendimentos decorrentes do transporte de passageiros;

VI - rendimentos de aluguéis, royalties e arrendamento de bens ou direitos;

VII - rendimentos pagos aos titulares, sócios, dirigentes, administradores e conselheiros de


pessoas jurídicas, a título de remuneração mensal por prestação de serviços, de gratificação ou
participação no resultado;

VIII - gratificações e participações pagas aos empregados ou quaisquer outros beneficiários,


exceto participação dos trabalhadores nos lucros e resultados das empresas de que trata o art. 17;

IX - despesas ou encargos, cujo ônus seja do empregado, pagos pelo empregador em favor
daquele, tais como aluguel, contribuição previdenciária, imposto sobre a renda e seguro de vida;

X - juros e indenizações por lucros cessantes, decorrentes de sentença judicial;

XI - salário-educação;

XII - multas e quaisquer outras vantagens pagas ou creditadas por pessoa jurídica em virtude de
infração a cláusula de contrato, sem gerar a sua rescisão, observado o disposto no art. 22-A;

XIII - rendimentos efetivamente pagos a sócios ou titular de microempresa ou de empresa de


pequeno porte optantes pelo Simples Nacional, correspondentes a pró-labore, aluguéis ou
serviços prestados;

XIV - salários indiretos concedidos pelas empresas e pagos a administradores, diretores, gerentes
e seus assessores, como benefícios e vantagens adicionais decorrentes de cargos, funções ou
empregos, quando identificado o beneficiário;

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XV - 10% (dez por cento), no mínimo, dos rendimentos recebidos pelos garimpeiros na venda, a
empresas legalmente habilitadas, de metais preciosos, pedras preciosas e semipreciosas;

XVI - valor do resgate de partes beneficiárias ou de fundador e de outros títulos semelhantes,


bem como rendimentos provenientes desses títulos;

XVII - lucros efetivamente pagos a sócios, acionistas ou titular de empresa individual, tributados
pelo regime do lucro presumido, e escriturados no livro Caixa ou nos livros de escrituração
contábil, que ultrapassarem o valor do lucro presumido deduzido dos impostos e contribuições
correspondentes ou o valor do lucro contábil e dos lucros acumulados ou reservas de lucros de
períodos-base anteriores;

XVIII - os juros pagos pelas cooperativas a seus associados como remuneração do capital social.

§ 1º Considera-se fonte pagadora a pessoa física ou a pessoa jurídica que pagar ou creditar
rendimentos.

§ 2º No caso a que se refere o inciso XV do caput, a prova de origem desses rendimentos será
feita por meio da via da nota de aquisição destinada ao garimpeiro pela empresa compradora.

§ 3º Incluem-se entre os rendimentos do trabalho os recebidos a título de Vantagem Pecuniária


Individual, instituída pela Lei nº 10.698, de 2 de julho de 2003, e de Abono de Permanência, a
que se referem o § 19 do art. 40 da Constituição Federal, o § 5º do art. 2º e o § 1º do art. 3º da
Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, e o art. 7º da Lei nº 10.887, de 18 de
junho de 2004.

Art. 22-A. A multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que
a título de indenização, a beneficiária pessoa física, inclusive isenta, em virtude de rescisão de
contrato, sujeita-se à incidência do IRRF à alíquota de 15% (quinze por cento), sendo o imposto
considerado como antecipação do devido em cada período de apuração.

Art. 23. Estão sujeitos à incidência do IRRF, à alíquota de 15% (quinze por cento), a título de
antecipação do devido na DAA, os resgates, parciais ou totais, de recursos acumulados relativos
a participantes dos planos de benefícios de caráter previdenciário, estruturados nas modalidades
de contribuição definida ou contribuição variável, das entidades de previdência complementar e
das sociedades seguradoras, que não tenham efetuado a opção de que trata o art. 1º da Lei nº
11.053, de 2004.

Seção II Da Tributação na Decisão Judicial

Art. 24. O imposto sobre a renda incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de
decisão judicial deve ser retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento no
momento em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível para o beneficiário.

§ 1º Fica dispensada a soma dos rendimentos pagos no mês, para aplicação da alíquota
correspondente, nos casos de:

I - juros e indenizações por lucros cessantes;

II - honorários advocatícios;

III - remuneração pela prestação de serviços de engenheiro, médico, contador, leiloeiro, perito,
assistente técnico, avaliador, síndico, testamenteiro e liquidante.
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§ 2º Quando se tratar de rendimento sujeito à aplicação da tabela progressiva, deve ser utilizada a
tabela vigente no mês do pagamento ou crédito, observado, no que couber, o disposto no
Capítulo VII.

§ 3º O imposto incidirá sobre o total dos rendimentos pagos, inclusive juros, atualização
monetária e o rendimento abonado pela instituição financeira depositária, no caso de o
pagamento ser efetuado mediante levantamento do depósito judicial.

§ 4º As importâncias descontadas em folha a título de pensão alimentícia em face das normas do


direito de família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado
judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais, não estão sujeitas à retenção na
fonte, devendo o beneficiário da pensão efetuar o recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão),
se for o caso.

§ 5º Aplica-se o disposto no § 4º, independentemente de o beneficiário ser considerado


dependente para fins do disposto no art. 90.

Subseção I
Dos Rendimentos Decorrentes de Decisão da Justiça Federal

Art. 25. No caso de rendimentos pagos, em cumprimento de decisão da Justiça Federal, mediante
precatório ou requisição de pequeno valor, o IRRF deve ser retido pela instituição financeira
responsável pelo pagamento e incide à alíquota de 3% (três por cento) sobre o montante pago,
sem quaisquer deduções, no momento do pagamento ao beneficiário ou seu representante legal,
ressalvado o disposto no Capítulo VII.

§ 1º Fica dispensada a retenção do imposto quando o beneficiário declarar à instituição


financeira responsável pelo pagamento que os rendimentos recebidos são isentos ou não
tributáveis.

§ 2º O IRRF de acordo com o caput será considerado antecipação do imposto apurado na DAA.

Subseção II
Dos Rendimentos Decorrentes de Decisão da Justiça do Trabalho

Art. 26. Os rendimentos pagos em cumprimento de decisões da Justiça do Trabalho estão


sujeitos ao IRRF com base na tabela progressiva constante do Anexo II a esta Instrução
Normativa, observado o disposto no Capítulo VII.

§ 1º Cabe à fonte pagadora, no prazo de 15 (quinze) dias da data da retenção, comprovar, nos
respectivos autos, o recolhimento do IRRF incidente sobre os rendimentos pagos.

§ 2º Na hipótese de omissão da fonte pagadora relativamente à comprovação de que trata o § 1º,


e nos pagamentos de honorários periciais, compete ao Juízo do Trabalho calcular o IRRF e
determinar o seu recolhimento à instituição financeira depositária do crédito.

§ 3º A não indicação pela fonte pagadora da natureza jurídica das parcelas objeto de acordo
homologado perante a Justiça do Trabalho acarreta a incidência do IRRF sobre o valor total da
avença.

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Subseção III
Dos Rendimentos Decorrentes de Decisões da Justiça Estadual e do Distrito Federal

Art. 27. Na hipótese de rendimentos pagos, em cumprimento de decisão da Justiça Estadual e do


Distrito Federal, o IRRF deve ser apurado e recolhido conforme a natureza do rendimento,
utilizando o código de receita próprio, ressalvado o disposto no Capítulo VII.

Seção III
Dos Servidores no Exterior a Serviço do País

Art. 28. Os rendimentos do trabalho assalariado recebidos, em moeda estrangeira, por residentes
no Brasil, de autarquias ou repartições do Governo brasileiro situadas no exterior, estão sujeitos
ao IRRF, mediante utilização da tabela progressiva de que trata o art. 65.

§ 1º Os rendimentos em moeda estrangeira devem ser convertidos em reais mediante utilização


do valor do dólar dos Estados Unidos da América, fixado para compra pelo Banco Central do
Brasil para o último dia útil da 1ª (primeira) quinzena do mês anterior ao do pagamento do
rendimento.

§ 2º As deduções, previstas nos incisos I, III e IV do caput do art. 52, devem ser convertidas em
reais, mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América fixado para venda
pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da 1ª (primeira) quinzena do mês anterior ao
do pagamento do rendimento.

§ 3º Na determinação da base de cálculo mensal e na declaração de rendimentos são tributados


em 25% (vinte e cinco por cento) do total dos rendimentos referidos neste artigo.

Seção IV Das Férias

Art. 29. No caso de pagamento de férias, inclusive as pagas em dobro, observado o disposto nos
incisos V, VII, VIII, IX e X do caput e § 1º do art. 62, a base de cálculo corresponde ao salário
relativo ao mês de férias, acrescido, conforme o caso, de 1/3 (um terço) do seu valor.

§ 1º O cálculo do imposto deve ser efetuado em separado de qualquer outro rendimento pago no
mês, inclusive no caso de férias indenizadas, ainda que proporcionais, pagas em rescisão de
contrato de trabalho.

§ 2º O valor da diferença de férias decorrente de reajuste salarial em mês posterior deve ser
tributado em separado, no mês do pagamento.

§ 3º Na determinação da base de cálculo podem ser efetuadas as deduções previstas no art. 52,
desde que correspondentes às férias.

§ 4º Na DAA, as férias devem ser tributadas em conjunto com os demais rendimentos.

Seção V
Do Aluguel de Imóvel Pago por Pessoa Física

Art. 30. Para determinação da base de cálculo sujeita ao recolhimento mensal obrigatório (carnê-
leão) de que trata o Capítulo IX, no caso de rendimentos de aluguéis de imóveis pagos por
pessoa física, devem ser observadas as mesmas disposições previstas nos arts. 31 a 35.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto no inciso II do caput do art. 11, o valor locativo do
imóvel cedido gratuitamente (comodato) será tributado na DAA.
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Seção VI
Do Aluguel de Imóvel Pago por Pessoa Jurídica

Art. 31. No caso de aluguéis de imóveis pagos por pessoa jurídica, não integrarão a base de
cálculo para efeito de incidência do imposto sobre a renda:

I - o valor dos impostos, taxas e emolumentos incidentes sobre o bem que produzir o rendimento;

II - o aluguel pago pela locação do imóvel sublocado;

III - as despesas pagas para sua cobrança ou recebimento; e

IV - as despesas de condomínio.

§ 1º Os encargos de que trata o caput somente poderão reduzir o valor do aluguel bruto quando o
ônus tenha sido do locador.

§ 2º Quando o aluguel for recebido por meio de imobiliárias, por procurador ou por qualquer
outra pessoa designada pelo locador, será considerada como data de recebimento aquela em que
o locatário efetuou o pagamento, independentemente de quando tenha havido o repasse para o
beneficiário.

Art. 32. Compõem a base de cálculo, para efeito de tributação, os juros de mora, atualização
monetária, multas por rescisão de contrato de locação, a indenização por rescisão antecipada ou
término do contrato e quaisquer acréscimos ou compensações pelo atraso no pagamento do
aluguel, bem como as benfeitorias realizadas no imóvel pelo locatário não reembolsadas pelo
locador e as luvas pagas ao locador, ainda que cedido o direito de exploração.

Art. 33. No caso de rendimentos de aluguéis de imóveis recebidos por residentes ou domiciliados
no exterior, compete ao seu procurador a retenção do imposto mediante aplicação da alíquota de
15% (quinze por cento), observado o disposto no art. 31.

Art. 34. Os rendimentos de aluguéis de imóveis depositados em juízo são tributados somente
quando disponibilizados ao beneficiário ou ao seu representante legal.

Art. 35. É obrigatória a emissão de recibo ou documento equivalente pelo locador ou


administrador do bem, quando do recebimento de rendimentos da locação de bens imóveis.

CAPÍTULO VII
DOS RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE

Seção I
Dos RRA Relativos a Anos-Calendário Anteriores ao do Recebimento

Subseção I
Dos RRA Submetidos à Incidência do Imposto sobre a Renda com Base na Tabela
Progressiva Correspondentes a Anos-calendário Anteriores ao do Recebimento

Art. 36. Os RRA, a partir de 11 de março de 2015, submetidos à incidência do imposto sobre a
renda com base na tabela progressiva, quando correspondentes a anos-calendário anteriores ao
do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em
separado dos demais rendimentos recebidos no mês.

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§ 1º Aplica-se o disposto no caput, inclusive, aos rendimentos decorrentes de decisões das


Justiças do Trabalho, Federal, Estaduais e do Distrito Federal.

§ 2º Os rendimentos a que se refere o caput abrangem o décimo terceiro salário e quaisquer


acréscimos e juros deles decorrentes.

§ 3º O disposto no caput aplica-se desde 28 de julho de 2010 aos rendimentos decorrentes:

I - de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela


Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; e

II - do trabalho.

Art. 37. O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela
instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos
pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de
meses a que se referem os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal
correspondente ao mês do recebimento ou crédito.

§ 1º O décimo terceiro salário, quando houver, representará em relação ao disposto no caput a 1


(um) mês.

§ 2º A fórmula de cálculo da tabela progressiva acumulada a que se refere o caput, deverá ser
efetuada na forma prevista no Anexo IV a esta Instrução Normativa.

Art. 38. Do montante a que se refere o art. 37 poderão ser excluídas despesas, relativas aos
rendimentos tributáveis, com ação judicial necessária ao seu recebimento, inclusive de
advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.

Art. 39. A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas
ao montante dos rendimentos tributáveis, observado o previsto no art. 36:

I - importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito
de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente
ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e

II - contribuições para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no inciso I do caput, independentemente de o beneficiário


ser considerado dependente para fins do disposto no art. 90.

Art. 40. A pessoa responsável pela retenção de que trata o caput do art. 37 deverá, na forma,
prazo e condições estabelecidos na legislação do imposto, fornecer à pessoa física beneficiária o
Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção do IRRF, bem como apresentar à Secretaria
da Receita Federal do Brasil (RFB) declaração contendo informações sobre:

I - os pagamentos efetuados à pessoa física e o respectivo IRRF;

II - a quantidade de meses;

III - se houver, as exclusões e deduções de que tratam, respectivamente, os arts. 38 e 39.

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§ 1º No caso de rendimentos pagos, em cumprimento de decisão da Justiça Federal, mediante


precatório ou requisição de pequeno valor:

I - além das informações de que tratam os incisos I e II do caput, a instituição financeira deverá
informar:

a) os honorários pagos a perito e o respectivo IRRF; e

b) a indicação do advogado da pessoa física beneficiária;

c) o valor a que se refere o art. 38; e

d) a indicação do advogado recebedor dos recursos da ação;

II - fica dispensada a retenção do imposto quando a pessoa física beneficiária declarar à


instituição financeira responsável pelo pagamento que os rendimentos recebidos são isentos ou
não tributáveis.

§ 2º Para fins do disposto no inciso II do § 1º, deverá ser utilizada a declaração constante do
Anexo Único à Instrução Normativa SRF nº 491, de 12 de janeiro de 2005.

Art. 41. O somatório dos rendimentos de que trata o art. 36, recebidos no decorrer do ano-
calendário, observado o disposto no art. 38, poderá integrar a base de cálculo do imposto sobre a
renda na DAA do ano-calendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte.

§ 1º O IRRF será considerado antecipação do imposto devido apurado na DAA.

§ 2º A opção de que trata o caput: I - será exercida na DAA; e

II - não poderá ser alterada, ressalvadas as hipóteses em que:

a) a sua modificação ocorra no prazo fixado para a apresentação da DAA;

b) a fonte pagadora, relativamente à DAA do exercício de 2011, ano-calendário de 2010, não


tenha fornecido à pessoa física beneficiária o comprovante a que se refere o art. 40 ou, quando
fornecido, o fez de modo incompleto ou impreciso, de forma a prejudicar o exercício da opção.

§ 3º No caso de que trata a alínea “b” do inciso II do § 2º, após o prazo fixado para a
apresentação da DAA, a retificação poderá ser efetuada, uma única vez, até 31 de dezembro de
2011.

Art. 42. Na hipótese de a pessoa responsável pela retenção de que trata o caput do art. 37 não ter
feito a retenção em conformidade com o disposto neste Capítulo ou ter promovido retenção
indevida ou a maior, a pessoa física beneficiária poderá efetuar ajuste específico na apuração do
imposto relativo aos RRA na DAA referente ao ano-calendário correspondente, do seguinte
modo:

I - a apuração do imposto será efetuada:

a) em ficha própria; e

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b) separadamente por fonte pagadora e para cada mês-calendário, com exceção da hipótese em
que a mesma fonte pagadora tenha realizado mais de um pagamento referente aos rendimentos
de um mesmo ano-calendário, sendo, neste caso, o cálculo realizado de modo unificado; e

II - o imposto resultante da apuração de que trata o inciso I será adicionado ao imposto apurado
na DAA, sujeitando-se aos mesmos prazos de pagamento e condições deste.

§ 1º Aplica-se o disposto no caput à hipótese de que trata o § 3º do art. 50.

§ 2º A faculdade prevista no caput será exercida na DAA relativa ao ano-calendário de


recebimento dos RRA, e deverá abranger a totalidade destes no respectivo ano-calendário.

§ 3º A pessoa responsável pela retenção:

I - na hipótese de a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf) já ter sido
apresentada, deverá retificá-la de modo a informar os RRA na ficha própria;

II - caso tenha preenchido o Comprovante de Rendimentos Pagos e de IRRF sem informar os


RRA no quadro próprio para esses rendimentos, deverá corrigi-lo e fornecê-lo ao beneficiário; e

III - não deverá recalcular o IRRF.


§ 4º O disposto neste artigo aplica-se inclusive para as DAA referentes aos anos-calendário de
2010 e de 2011.

Subseção II
Dos Demais RRA

Art. 43. Os RRA que não decorram do previsto no art. 36 estarão sujeitos:

I - quando pagos em cumprimento de decisão judicial:


a) da Justiça Federal, mediante precatório ou requisição de pequeno valor, ao disposto no art. 25;
e

b) da Justiça do Trabalho, ao disposto no art. 26; e

II - nas demais hipóteses, ao disposto no art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988.

Seção II
Dos RRA Relativos ao Ano-Calendário do Recebimento

Art. 44. Os RRA relativos ao ano-calendário de recebimento estarão sujeitos à regra de que trata
o art. 12-B da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988.
Parágrafo único. Caso os RRA sejam pagos em cumprimento de decisão judicial:

I – da Justiça Federal, mediante precatório ou requisição de pequeno valor, aplica-se o disposto


no art. 25; e

II – da Justiça do Trabalho, aplica-se o disposto no art. 26.

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Seção III
Das Disposições Gerais Relativas aos RRA

Art. 45. Para efeitos de apuração do imposto de que trata o art. 37, no caso de parcelas de RRA
pagas:

I - em meses distintos, a quantidade de meses relativa a cada parcela será obtida pela
multiplicação da quantidade de meses total pelo resultado da divisão entre o valor da parcela e a
soma dos valores de todas as parcelas, arredondando-se com uma casa decimal, se for o caso;

II - em um mesmo mês:

a) ao valor da parcela atual será acrescentado o total dos valores das parcelas anteriores
apurando-se nova base de cálculo e o respectivo imposto;

b) do imposto de que trata a alínea “a” será deduzido o total do imposto retido relativo às
parcelas anteriores.

Parágrafo único. O arredondamento do algarismo da casa decimal de que trata o inciso I do caput
será efetuado levando-se em consideração o algarismo relativo à 2ª (segunda) casa decimal, do
modo a seguir:

I - menor que 5 (cinco), permanecerá o algarismo da 1ª (primeira) casa decimal;

II - maior que 5 (cinco), será acrescentada uma unidade ao algarismo da 1ª (primeira) casa
decimal; e

III - igual a 5 (cinco), deverá ser analisada a 3ª (terceira) casa decimal, da seguinte maneira:

a) quando o algarismo estiver compreendido entre 0 (zero) e 4 (quatro), permanecerá o algarismo


da 1ª (primeira) casa decimal; e

b) quando o algarismo estiver compreendido entre 5 (cinco) e 9 (nove), será acrescentada uma
unidade ao algarismo da 1ª (primeira) casa decimal.

Art. 46. No caso de se configurar a tributação exclusiva na fonte, nos termos do que dispõem os
arts. 37 e 38, os respectivos valores relativos a essa tributação terão caráter apenas informativo
na DAA referente ao ano-calendário do respectivo recebimento.

Art. 47. Em relação ao disposto no art. 41, por ocasião do ajuste anual, as opções poderão ser
exercidas de modo individual em relação ao titular e a cada dependente, desde que reflita o total
de rendimentos recebidos individualmente por eles.

Art. 48. No caso de sucessão causa mortis, em que tiver sido encerrado o espólio, a quantidade
de meses relativa ao valor dos RRA transmitido a cada sucessor será idêntica à quantidade de
meses aplicada ao valor dos RRA do de cujus.

Parágrafo único. Na hipótese de pagamento em parcelas ou de valor a título complementar, serão


utilizados os mesmos critérios de cálculo estabelecidos nos arts. 45 e 49 respectivamente.

Art. 49. Na hipótese de RRA a título complementar, o imposto a ser retido será a diferença entre
o incidente sobre a totalidade dos RRA paga, inclusive o superveniente, e a soma dos retidos
anteriormente.
92 Prof. Loberto Sasaki
Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 1º Eventual diferença negativa de imposto, apurada na forma do caput, não poderá ser
compensada ou restituída.

§ 2º Considerar-se-ão RRA a título complementar os rendimentos de que trata o art. 36,


recebidos a partir de 1º de janeiro de 2010, com o intuito específico de complementar valores de
RRA pagos a partir daquela data, decorrentes de diferenças posteriormente apuradas e vinculadas
aos respectivos valores originais.

§ 3º O disposto no caput será aplicado ainda que os RRA a título complementar tenham ocorrido
em parcelas.

§ 4º Em relação aos RRA a título complementar, a opção de que trata o art. 41:

I - poderá ser exercida de forma independente, quando os valores dos RRA, ou da última parcela
destes, tenham sido efetuados em anos-calendário anteriores ao recebimento do valor
complementar;

II - será a mesma adotada relativamente aos valores dos RRA, ou da última parcela, quando o
recebimento destes tenha sido efetuado no mesmo ano-calendário do recebimento do valor
complementar.

Art. 49-A. As despesas a que se referem os arts. 38 e 39 que tenham sido excluídas da base de
cálculo do imposto sobre a renda incidente sobre RRA em montante maior do que o devido, na
hipótese de devolução deste ao contribuinte, sua tributação será, no momento do recebimento,
sob a forma de RRA, aplicando-se o disposto no art. 49.

Art. 50. Nos anos-calendário de 2012 e 2013, no caso de rendimentos pagos, em cumprimento de
decisão da Justiças Federal, a pessoa física beneficiária dos RRA poderá apresentar à pessoa
responsável pela retenção a que se refere o art. 37 declaração, na forma do Anexo V a esta
Instrução Normativa, assinada pelo beneficiário ou por seu representante legal, quando não
identificadas as informações relativas à quantidade de meses a que se refere o art. 37, bem como
as exclusões e deduções de que tratam os arts. 39 e 40, necessários ao cálculo do IRRF.

§ 1º A declaração de que trata o caput deve ser emitida em 2 (duas) vias, devendo o responsável
pela retenção a que se refere o art. 38 arquivar a 1ª (primeira) via e devolver a 2ª (segunda) via,
como recibo, ao interessado.

§ 2º No caso de não preenchimento das informações de que trata o caput, será considerada a
quantidade de meses igual a 1 (um) e o valor das exclusões e deduções igual a 0 (zero).

§ 3º Na hipótese de a pessoa física beneficiária não apresentar a declaração de que trata o caput,
o responsável a que se refere o caput do art. 37 fará a retenção do IRRF observado o disposto no
art. 43.

Art. 51. Na hipótese de que trata o caput do art. 50, a pessoa física beneficiária poderá efetuar
ajuste específico na apuração do imposto relativo aos RRA, do seguinte modo:

I - a apuração do imposto será efetuada:

a) em ficha própria; e

93 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

b) separadamente por fonte pagadora e para cada mês-calendário, com exceção da hipótese em
que a mesma fonte pagadora tenha realizado mais de um pagamento referente aos rendimentos
de um mesmo mês-calendário, sendo, neste caso, o cálculo realizado de modo unificado;

II - o imposto resultante da apuração de que trata o inciso I será adicionado ao imposto apurado
na DAA, sujeitando-se aos mesmos prazos de pagamento e condições deste.
Parágrafo único. A faculdade prevista no caput:

I - será exercida de modo definitivo nas DAA, respectivamente, dos exercícios de 2013 e 2014;

II - não poderá ser alterada, ressalvada a hipótese em que sua modificação ocorra no prazo fixado
para a apresentação das referidas DAA; e

III - deverá abranger a totalidade dos RRA, respectivamente, de cada um dos anos-calendário
referidos.

CAPÍTULO VIII
DA BASE DE CÁLCULO MENSAL

Art. 52. A base de cálculo sujeita à incidência mensal do IRRF é determinada mediante a
dedução das seguintes parcelas do rendimento tributável:

I - as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do


direito de família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de
alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se
refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil;

II - a quantia, por dependente, constante da tabela mensal do Anexo VI a esta Instrução


Normativa;

III - as contribuições para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios;

IV - as contribuições para as entidades de previdência complementar domiciliadas no Brasil e as


contribuições para os Fapi, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social, no caso de trabalhador com vínculo
empregatício ou de administradores;

V - as contribuições para as entidades de previdência complementar de natureza pública de que


trata o § 15 do art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a
custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social; e

VI - a quantia, correspondente à parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria e


pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito
público interno ou por entidade de previdência complementar, a partir do mês em que o
contribuinte completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, até o valor mensal constante da
tabela do Anexo I a esta Instrução Normativa. 36

94 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 1º Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto das contribuições de que trata o
inciso IV do caput, os valores pagos a esse título podem ser considerados para fins de dedução
da base de cálculo sujeita ao imposto mensal, desde que haja anuência da fonte pagadora e que o
beneficiário lhe forneça o original do comprovante de pagamento.

§ 2º Aplica-se o disposto no inciso I do caput, independentemente de o beneficiário ser


considerado dependente para fins do disposto no art. 90.

CAPÍTULO IX
DO RECOLHIMENTO MENSAL OBRIGATÓRIO (“CARNÊ-LEÃO”)

Seção I
Da Sujeição ao Recolhimento Mensal Obrigatório

Art. 53. Está sujeita ao pagamento mensal do imposto a pessoa física residente no País que
recebe:

I - rendimentos de outras pessoas físicas que não tenham sido tributados na fonte no País, tais
como decorrentes de arrendamento, subarrendamento, locação e sublocação de móveis ou
imóveis, e os decorrentes do trabalho não assalariado, assim compreendidas todas as espécies de
remuneração por serviços ou trabalhos prestados sem vínculo empregatício;

II - rendimentos ou quaisquer outros valores de fontes do exterior, tais como trabalho assalariado
ou não assalariado, uso, exploração ou ocupação de bens móveis ou imóveis, transferidos ou não
para o Brasil, lucros e dividendos;

III - emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais
públicos e outros, independentemente de a fonte pagadora ser pessoa física ou jurídica, exceto
quando forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos;

IV - importância paga em dinheiro, a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito
de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos
provisionais, acordo homologado judicialmente, ou de separação consensual ou divórcio
consensual realizado por escritura pública;

V - rendimentos em função de prestação de serviços a embaixadas, repartições consulares,


missões diplomáticas ou técnicas ou a organismos internacionais de que o Brasil faça parte.

§ 1º Os rendimentos em moeda estrangeira devem ser convertidos em dólar dos Estados Unidos
da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem dos rendimentos na
data do recebimento e, em seguida, em reais mediante utilização do valor do dólar fixado para
compra pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da 1ª (primeira) quinzena do mês
anterior ao do recebimento do rendimento.

§ 2º Os rendimentos sujeitos ao recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) recebidos por


pessoas consideradas dependentes do contribuinte são submetidos à tributação como
rendimentos próprios.

§ 3º No caso de serviços de transporte, o rendimento tributável corresponde:

I - a 10% (dez por cento), no mínimo, do rendimento decorrente de transporte de carga e de


serviços com trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados; e

95 Prof. Loberto Sasaki


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II - a 60% (sessenta por cento), no mínimo, do rendimento decorrente de transporte de


passageiros.

§ 4º No caso a que se refere o inciso II do caput, para fins de compensação do imposto pago no
exterior, deve ser observado o disposto no § 2º do art. 65.

§ 5º O disposto no inciso II do caput não se aplica no caso de ganho de capital decorrente da


alienação de bens ou direitos e da liquidação ou resgate de aplicações financeiras, adquiridos em
moeda estrangeira, e da alienação de moeda estrangeira mantida em espécie.

§ 6º Aplica-se o disposto no inciso IV do caput, independentemente de o beneficiário ser


considerado dependente para fins do disposto no art. 90.

Art. 54. Os rendimentos sujeitos ao recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) devem integrar
a base de cálculo do imposto na DAA, sendo o imposto pago considerado antecipação do
apurado nessa declaração.

Seção II
Da Base de Cálculo do Recolhimento Mensal Obrigatório

Art. 55. O recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão), relativo aos rendimentos recebidos no
ano-calendário de pessoas físicas ou de fontes situadas no exterior, será calculado com base nos
valores das tabelas progressivas mensais constantes do Anexo II desta Instrução Normativa.

Art. 56. Para a determinação da base de cálculo do recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão),
pode-se deduzir do rendimento tributável:

I - as parcelas previstas nos incisos I a V do caput do art. 52; e

II - as despesas escrituradas em livro Caixa, observado o disposto no art. 104.

§ 1º As deduções referidas no inciso I do caput podem ser utilizadas somente quando não
tiverem sido deduzidas de outros rendimentos auferidos no mês, sujeitos à tributação na fonte.

§ 2º As deduções referentes aos pagamentos efetuados em moeda estrangeira são convertidas em


dólar dos Estados Unidos da América, pelo seu valor fixado pela autoridade monetária do país
no qual as despesas foram realizadas, na data do pagamento e, em seguida, em reais mediante
utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América, fixado para venda pelo Banco
Central do Brasil para o último dia útil da 1ª (primeira) quinzena do mês anterior ao do
pagamento.

Subseção Única
Da Dedução de Despesas com Informatização pelos Titulares de Serviços de Registros
Públicos

Art. 57. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, até o
exercício de 2014, ano-calendário de 2013, os titulares de serviços de registros públicos, para
fins de implementação dos serviços, previstos na Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, em
meio eletrônico, poderão deduzir os investimentos e demais gastos efetuados com
informatização, que compreende a aquisição de hardware, aquisição e desenvolvimento de
software e a instalação de redes.

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§ 1º Os investimentos e gastos efetuados deverão estar devidamente escriturados no livro Caixa e


comprovados com documentação idônea, a qual será mantida em poder dos titulares dos serviços
de registros públicos de que trata o caput, à disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a
decadência ou a prescrição.

§ 2º Na hipótese de alienação dos bens de que trata o caput, o valor da alienação deverá integrar
o rendimento bruto da atividade.

§ 3º O excesso de deduções apurado no mês pode ser compensado nos meses seguintes, até
dezembro, não podendo ser transposto para o ano seguinte.

CAPÍTULO X
DAS NORMAS DE RETENÇÃO NA FONTE

Art. 58. O imposto deve ser retido por ocasião de cada pagamento e, se houver mais de um
pagamento pela mesma fonte pagadora, aplica-se a alíquota correspondente à soma dos
rendimentos pagos à pessoa física, no mês, a qualquer título, compensando-se o imposto retido
anteriormente.

Art. 59. O recolhimento do IRRF sobre quaisquer rendimentos deve ser efetuado, de forma
centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica.

§ 1º A retenção do imposto deverá ser efetuada pela fonte pagadora, matriz ou filial.

§ 2º No caso de pagamento de rendimentos, a mesma pessoa física, no mesmo mês, por matriz e
filial ou por mais de uma filial, o IRRF a ser retido deverá ser calculado levando-se em conta o
valor total dos rendimentos acumulados, pagos no mês, por todos os estabelecimentos.

§ 3º As filiais deverão adotar mecanismos de controle para efetuarem a retenção do IRRF pelo
valor total dos rendimentos efetivamente recebidos pelo empregado no mesmo mês, informando,
tempestivamente, à matriz os referidos valores pagos e retidos, para que a matriz proceda ao
recolhimento do imposto, no prazo legal.

CAPÍTULO XI
DA DISPENSA DA RETENÇÃO

Art. 60. O reembolso total ou parcial, efetuado pela fonte pagadora em folha de salários, de
parcelas mensais referentes a pagamentos feitos por pessoas físicas a empresas domiciliadas no
País, destinados a coberturas de despesas médicas, odontológicas ou de hospitalização, e a
entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma
natureza, não constitui rendimento tributável, para fins de cálculo do IRPF, devendo ser,
entretanto, observado o disposto no inciso II do § 3º do art. 94.
Art. 61. É dispensada a retenção de imposto, de valor igual ou inferior a R$ 10,00 (dez reais),
incidente na fonte sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo do imposto devido na
DAA, observado o disposto no § 3º do art. 105.
Art. 62. Estão dispensados da retenção do IRRF e da tributação na DAA os rendimentos de que
tratam os atos declaratórios emitidos pelo Procurador-Geral da Fazenda Nacional com base no
art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, desde que observados os termos dos respectivos
atos declaratórios, tais como os recebidos a título de:

I - Programa de Demissão Voluntária (PDV) (Ato Declaratório PGFN nº 3, de 12 de agosto de


2002);

97 Prof. Loberto Sasaki


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II - Abono Assiduidade e Ausências Permitidas ao Trabalho para Trato de Interesse Particular


(APIP) (Ato Declaratório PGFN nº 1, de 23 de setembro de 2003);

III - adesão a Planos de Aposentadoria Incentivada (PAI) (Ato Declaratório PGFN nº 2, de 23 de


setembro de 2003);

IV - complementação de aposentadoria e resgate correspondente às contribuições efetuadas


exclusivamente pelo beneficiário no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995,
até o limite do imposto pago sobre as contribuições desse período, por força da isenção
concedida no inciso VII do art. 6º da Lei nº 7.713, de 1988, na redação anterior a que lhe foi
dada pela Lei nº 9.250, de 1995 (Ato Declaratório PGFN nº 14, de 30 de setembro de 2002, e
Ato Declaratório PGFN nº 4, de 16 de novembro de 2006);

V - férias não gozadas por necessidade do serviço, pagas a servidor público em pecúnia (Ato
Declaratório PGFN nº 4, de 12 de agosto de 2002);

VI - licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço, paga a servidor público em pecúnia
(Ato Declaratório PGFN nº 8, de 12 de agosto de 2002);

VII - férias e licença-prêmio não gozadas por necessidade do serviço, pagas em pecúnia, na
hipótese de o empregado não ser servidor público (Ato Declaratório PGFN nº 1, de 18 de
fevereiro de 2005);

VIII - férias proporcionais convertidas em pecúnia (Ato Declaratório PGFN nº 5, de 16 de


novembro de 2006);

IX - abono pecuniário de férias de que trata o art. 143 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 (Ato Declaratório PGFN nº 6,
de 16 de novembro de 2006);

X - férias em dobro ao empregado na rescisão contratual (Ato Declaratório PGFN nº 14, de 2 de


dezembro de 2008);

XI - adicional de 1/3 (um terço) previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal,
quando agregado a pagamento de férias - simples ou proporcionais - vencidas e não gozadas,
convertidas em pecúnia, em razão de rescisão do contrato de trabalho (Ato Declaratório PGFN nº
6, de 1º de dezembro de 2008);

XII - auxílio-condução, quando pago a oficiais de justiça para recompor as perdas


experimentadas em razão da utilização de veículo próprio para o exercício da função pública
(Ato Declaratório PGFN nº 4, de 1º de dezembro de 2008);

XIII - parcela indenizatória devida aos parlamentares em face de convocação para sessão
legislativa extraordinária (Ato Declaratório PGFN nº 3, de 18 de setembro de 2008);

XIV - verbas recebidas a título de auxílio-creche e auxílio pré-escolar pelos trabalhadores até o
limite de 5 (cinco) anos de idade de seus filhos (Parecer PGFN/CRJ/Nº 2.118, de 10 de
novembro de 2011, aprovado por Despacho do Ministro de Estado da Fazenda publicado no
Diário Oficial da União de 15 de dezembro de 2011, e Ato Declaratório PGFN nº 13, de 20 de
dezembro de 2011);
XV - verbas recebidas a título de reembolso-babá (Ato Declaratório PGFN nº 1, de 2 de janeiro
de 2014);

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XVI - verbas recebidas a título de dano moral (Ato Declaratório PGFN nº 9, de 2011; Parecer
PGFN/CRJ/Nº 2.123, de 2011); e

XVII - valores recebidos a título de aposentadoria, reforma ou pensão, quando o beneficiário for
portador do gênero patológico “cegueira”, seja ela binocular ou monocular, desde que
devidamente caracterizada por definição médica (Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3, de 30
de março de 2016).

§ 1º O disposto no caput aplica-se aos valores convertidos em pecúnia de férias integrais ou


proporcionais, e de seu terço constitucional, no momento da extinção do contrato de trabalho,
seja por rescisão, aposentadoria ou exoneração, por necessidade do serviço ou por conveniência
do servidor ou empregado.

§ 2º Para fins do disposto no inciso IV do caput, deverão ser observadas as regras contidas na
Instrução Normativa RFB nº 1.343, de 2013.

§ 3º O disposto no caput, em função do que determina o § 6º do art. 3º da Portaria Conjunta


PGFN-RFB nº 1, de 12 de fevereiro de 2014, também se aplica:

I – aos rendimentos recebidos por técnicos a serviço das Organização das Nações Unidas (ONU)
contratados no Brasil para atuarem no Programa Nacional das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD);

II – aos juros de mora decorrentes do recebimento:

a) em atraso de verbas trabalhistas, independentemente da natureza destas (se remuneratórias ou


indenizatórias), pagas no contexto da rescisão do contrato de trabalho, em reclamatória
trabalhista ou não, observado o disposto no § 8º; e

b) de verbas que não acarretam acréscimo patrimonial ou que são isentas ou não tributadas (em
razão da regra de que o acessório segue o principal); e

III - às verbas auferidas a título de indenização advinda por desapropriação, seja por utilidade
pública ou por interesse social (Nota PGFN nº 1.114, de 14 de junho de 2012, item 69 de seu
anexo).

§ 4º O disposto no inciso I do § 3º aplica-se tanto aos funcionários da ONU quanto aos que a ela
prestem serviço, na condição de peritos de assistência técnica, condição esta que deriva de um
contrato temporário com período pré-fixado ou por meio de empreitada a ser realizada
(apresentação de projeto ou consultoria), equiparados em razão da aprovação, via decreto
legislativo, do Acordo Básico de Assistência Técnica firmado entre o Brasil, a ONU e suas
agências.

§ 5º Não se aplica o disposto no inciso II do § 3º, ou seja, incidirá IRRF sobre os juros de mora
decorrente, nos seguintes casos:

I – do pagamento em atraso de verbas trabalhistas que sofram a incidência do IRPF quando não
há rescisão do contrato de trabalho, em reclamatória trabalhista ou não;

II – do recebimento em atraso de benefício previdenciário que atrai a incidência de IRPF;

III – do recebimento em atraso de verbas remuneratórias ou que acarretem acréscimo


patrimonial; e
99 Prof. Loberto Sasaki
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IV – do recebimento em atraso pelo servidor público de verbas que atraem a incidência do IRPF.

§ 6º O valor pago a título de auxílio-creche de que trata o inciso XIV do caput não pode ser
deduzido da base de cálculo do imposto na DAA.

§ 7º O disposto no caput aplica-se sobre os proventos de aposentadoria, pensão ou reforma


percebidos por pessoa física com moléstia grave, nos termos dos incisos II e III do art. 6º,
independentemente da comprovação da contemporaneidade dos sintomas ou da recidiva da
enfermidade (Parecer PGFN/CRJ nº 701, de 2016, e Ato Declaratório PGFN nº 5, de 3 de maio
de 2016).

§ 8º O disposto na alínea “a” do inciso II do § 3º está direcionado apenas ao contexto da perda de


emprego, não se destinando à extinção do contrato de trabalho decorrente de pedidos de
demissão por iniciativa unilateral do empregado e abrange os juros referentes às verbas
rescisórias em sentido amplo, desde que devidas por imposição prevista em lei, convenção ou
acordo coletivo, abarcando, assim, além dos juros referentes às verbas rescisórias em sentido
estrito, também as demais verbas trabalhistas devidas ao trabalhador, não adimplidas no curso do
contrato do trabalho, e que deveriam ser quitadas no momento da homologação da rescisão do
contrato de trabalho.

CAPÍTULO XII
DOS ADIANTAMENTOS

Art. 63. O adiantamento de rendimentos correspondentes a determinado mês não está sujeito à
retenção, desde que os rendimentos sejam integralmente pagos no próprio mês a que se
referirem, momento em que são efetuados o cálculo e a retenção do imposto sobre o total dos
rendimentos pagos no mês.

§ 1º Se o adiantamento se referir a rendimentos que não sejam integralmente pagos no próprio


mês, o imposto será calculado de imediato sobre esse adiantamento, observado o disposto no art.
59.

§ 2º Para efeitos de incidência do imposto, são considerados adiantamentos quaisquer valores


fornecidos ao beneficiário, mesmo a título de empréstimo, quando não haja, cumulativamente,
previsão de cobrança de encargos financeiros, forma e prazo de pagamento.

CAPÍTULO XIII
DO REAJUSTAMENTO DA BASE DE CÁLCULO
Art. 64. Quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário, a
importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, é considerada líquida, cabendo o
reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recai o imposto.

RP – D
RR =
1 – (T/100)

Sendo:
RR, o rendimento reajustado;
RP, o rendimento pago, correspondente à base de cálculo antes do reajustamento;
D, a dedução da classe de rendimentos a que pertence o RP;
T, a alíquota da classe de rendimentos a que pertence o RP.
§ 2º Na aplicação da fórmula a que se refere o § 1º, deve ser observado o seguinte;
I - se a alíquota aplicável for fixa, o valor da dedução é zero e T é a própria alíquota;

100 Prof. Loberto Sasaki


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II - no caso de a alíquota aplicável integrar tabela progressiva, se o RR obtido pertencer à classe


de renda seguinte à do RP, o cálculo deverá ser refeito, utilizando-se a dedução e a alíquota da
classe a que pertencer o RR apurado.
§ 3º Não se aplica o reajustamento da base de cálculo:

I - aos prêmios distribuídos sob a forma de bens e serviços, por meio de concursos e sorteios de
qualquer espécie;

II - ao valor dos juros remetidos para o exterior, devidos em razão da compra de bens a prazo,
ainda quando o beneficiário dos rendimentos for o próprio vendedor.

CAPÍTULO XIV
DA TABELA PROGRESSIVA MENSAL

Seção I
Do Cálculo do Imposto na Fonte e do Recolhimento Mensal Obrigatório

Art. 65. O imposto sobre a renda mensal é calculado mediante a utilização das tabelas
progressivas constantes do Anexo II a esta Instrução Normativa.

§ 1º O imposto de que trata este artigo é calculado sobre os rendimentos efetivamente recebidos
em cada mês.

§ 2º O contribuinte que houver recebido rendimentos de fonte situada no exterior, incluídos na


base de cálculo do recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão), pode compensar o imposto
pago nos países com os quais o Brasil possui acordos, convenções ou tratados internacionais ou
naqueles em que haja reciprocidade de tratamento em relação aos rendimentos produzidos no
Brasil, desde que não sujeitos à restituição ou compensação no país de origem, observado o
seguinte:

I - o valor compensado não pode exceder a diferença entre o imposto calculado sem a inclusão
dos rendimentos de fontes no exterior e o imposto devido com a inclusão dos mesmos
rendimentos;

II - os rendimentos em moeda estrangeira e o imposto pago no exterior são convertidos em dólar


dos Estados Unidos da América, pelo valor fixado pela autoridade monetária do país de origem
dos rendimentos na data do recebimento ou pagamento e, em seguida, em reais mediante
utilização do valor do dólar fixado para compra pelo Banco Central do Brasil para o último dia
útil da 1ª (primeira) quinzena do mês anterior ao do recebimento do rendimento.

Seção II
Do Prazo para o Recolhimento Mensal Obrigatório

Art. 66. O imposto apurado na forma do art. 65 deverá ser pago até o último dia útil do mês
subsequente àquele em que os rendimentos ou ganhos forem percebidos.

CAPÍTULO XV
DO RECOLHIMENTO COMPLEMENTAR

Art. 67. É facultado ao contribuinte antecipar o imposto devido na DAA mediante o


recolhimento complementar do imposto.

101 Prof. Loberto Sasaki


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§ 1º O recolhimento deve ser efetuado, no curso do ano-calendário, até o último dia útil do mês
de dezembro.
§ 2º O imposto complementar pode ser retido, mensalmente, por uma das fontes pagadoras,
pessoa jurídica, desde que haja concordância da pessoa física beneficiária.

Seção I
Da Base de Cálculo

Art. 68. Para efeitos do disposto no art. 67, a base de cálculo é a diferença entre a soma dos
seguintes valores:

I - de todos os rendimentos recebidos no curso do ano-calendário sujeitos à tributação na DAA,


inclusive o resultado positivo da atividade rural;

II - das deduções utilizadas na base de cálculo mensal ou pagas até o mês do recolhimento
mensal obrigatório (carnê-leão), correspondentes às:

a) deduções previstas nos incisos I a V do art. 52;

b) despesas com instrução;

c) despesas médicas;

d) despesas escrituradas em livro Caixa.

§ 1º Para fins de recolhimento complementar do imposto, não são computados os rendimentos


sujeitos à tributação exclusiva na fonte, o ganho de capital na alienação de bens e direitos e o
ganho líquido auferido em operações realizadas nos mercados de renda variável.

§ 2º As deduções previstas no inciso II do caput poderão ser substituídas pelo desconto


simplificado de que trata o art. 71.

Seção II
Da Complementação do Imposto

Art. 69. Apurada a base de cálculo conforme disposto no art. 68, a complementação do imposto é
determinada mediante a utilização da tabela progressiva anual.

§ 1º O recolhimento complementar a ser pago em determinado mês é a diferença entre o valor do


imposto calculado na forma prevista neste artigo e a soma dos valores do imposto retido na fonte
ou pago pelo contribuinte a título de recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão), ou do
recolhimento complementar efetuado em meses anteriores, se for o caso, e do imposto pago no
exterior, incidentes sobre os rendimentos computados na base de cálculo, deduzidos os
incentivos de que tratam os incisos I a VIII do caput do art. 80, observados os limites previstos
nos §§ 1º a 3º desse mesmo artigo.

§ 2º No caso de compensação de imposto pago no exterior deve ser observado o disposto no § 2º


do art. 65.

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CAPÍTULO XVI
DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL

Seção I
Da Regra Geral

Art. 70. As pessoas físicas devem apresentar anualmente DAA destinada a apurar o saldo do
imposto a pagar ou a ser restituído, observados forma, prazo e condições estabelecidos pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Parágrafo único. Quando motivos de força maior, devidamente justificados perante o chefe da
repartição lançadora, impossibilitarem a entrega tempestiva da declaração, pode ser concedida,
mediante requerimento, uma só prorrogação de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo do
pagamento do imposto nos prazos regulares.

Seção II
Do Desconto Simplificado

Art. 71. O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as deduções
admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos
rendimentos tributáveis na DAA, independentemente do montante desses rendimentos,
dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie.

§ 1º A opção pelo desconto simplificado implica:

I - a substituição de todas as deduções da base de cálculo e do imposto devido, previstas na


legislação tributária, pelo desconto simplificado de 20% (vinte por cento) do valor dos
rendimentos tributáveis na declaração, limitado aos valores expressos na tabela constante do
Anexo IX a esta Instrução Normativa; e

II - a impossibilidade de utilizar as deduções do imposto apurado relacionadas nos incisos I a


VIII do caput do art. 80.

§ 2º O valor utilizado a título de desconto simplificado não justifica variação patrimonial.

Seção III
Da Apuração da Base de Cálculo do Ajuste Anual

Art. 72. A base de cálculo do imposto, na DAA, é a diferença entre as somas:

I - de todos os rendimentos recebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não


tributáveis, os tributados exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; e

II - das seguintes deduções, conforme o caso:

a) as previstas nos incisos I e III a VI do caput do art. 52;

b) a quantia, por dependente, qualquer que seja o mês de início ou do término da relação de
dependência durante o ano-calendário, constante da tabela anual do Anexo VI a esta Instrução
Normativa;

c) despesas com instrução;

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d) despesas médicas; e

e) despesas escrituradas em livro Caixa.

§ 1º As deduções a que se referem os incisos IV e V do caput do art. 52 ficam limitadas a 12%


(doze por cento) do total de rendimentos computados na determinação da base de cálculo do
imposto devido na declaração de rendimentos, observado o disposto no art. 87.

§ 2º Os rendimentos tributáveis recebidos pelos dependentes incluídos na declaração devem ser


somados aos rendimentos do contribuinte para efeito de tributação.

Seção IV
Da Atividade Rural

Art. 73. O resultado positivo da atividade rural, apurado de acordo com a Lei nº 8.023, de 12 de
abril de 1990, integra a base de cálculo do imposto na declaração de rendimentos.

Seção V
Dos Bens e Direitos

Art. 74. Como parte integrante da DAA, a pessoa física deve apresentar relação pormenorizada
dos bens móveis e imóveis e direitos que, no País ou no exterior, constituam o seu patrimônio e o
de seus dependentes, em 31 de dezembro do ano-calendário, bem como os bens e direitos
adquiridos e alienados nesse período.

§ 1º Devem ser declarados:

I - os bens imóveis, os veículos automotores, as embarcações e as aeronaves, independentemente


do valor de aquisição;

II - os demais bens móveis, tais como antiguidades, obras de arte, objetos de uso pessoal e
utensílios, bem como os direitos cujo valor de aquisição unitário seja igual ou superior a R$
5.000,00 (cinco mil reais);

III - os saldos de aplicações financeiras e de conta-corrente bancária cujo valor individual, em 31


de dezembro do ano-calendário, exceda a R$ 140,00 (cento e quarenta reais);

IV - os investimentos em participações societárias, em ações negociadas ou não em bolsa de


valores e em ouro, ativo financeiro, cujo valor unitário de aquisição seja igual ou superior a R$
1.000,00 (um mil reais).

§ 2º Para efeitos do disposto no inciso IV do § 1º, considera-se valor unitário, no caso de


participações societárias, o conjunto das ações ou quotas de uma mesma empresa.

§ 3º Os bens e direitos são declarados discriminadamente pelos valores de aquisição constantes


nos respectivos instrumentos de transferência de propriedade ou da respectiva nota fiscal, exceto
os bens adquiridos em prestações ou financiados, os quais devem ser declarados pelos valores
efetivamente pagos.

§ 4º Os bens e direitos existentes no exterior devem ser declarados pelos valores de aquisição
constantes dos respectivos instrumentos de transferência de propriedade, convertidos em reais da
seguinte forma:

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I - se adquiridos até 31 de dezembro de 1999, pela cotação cambial de venda, fixada pelo Banco
Central do Brasil, para o dia da transmissão da propriedade;

II - se adquiridos a partir de 1º de janeiro de 2000, convertidos em dólares dos Estados Unidos da


América pelo valor fixado pela autoridade monetária do país emissor da moeda para a data da
aquisição e, em seguida, em reais pela cotação do dólar fixada, para venda, pelo Banco Central
do Brasil, para o dia da transmissão da propriedade.

§ 5º Os saldos dos depósitos mantidos em instituições financeiras no exterior são convertidos


para reais pela cotação fixada, para compra, pelo Banco Central do Brasil, para 31 de dezembro
do ano-calendário.

§ 6º Para efeitos do disposto no inciso I do § 4º e no § 5º, quando a moeda utilizada não tiver
cotação no Brasil, o valor é convertido conforme o disposto no inciso II do § 4º.

§ 7º O estoque de moeda estrangeira em poder do contribuinte em 31 de dezembro de 1999 é


informado em reais pelo resultado da multiplicação da quantidade em estoque pela cotação
fixada, para venda, pelo Banco Central do Brasil, para essa data.

§ 8º A moeda estrangeira adquirida a partir de 1º de janeiro de 2000 será convertida em dólares


dos Estados Unidos da América pelo valor fixado pela autoridade monetária do país emissor da
moeda para a data da aquisição, e, em seguida, em reais pela cotação média mensal do dólar,
para venda, divulgada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

§ 9º Os bens ou direitos do ativo da pessoa jurídica que forem recebidos pelo titular, sócio ou
acionista a título de devolução de sua participação no capital são informados pelo valor contábil
ou de mercado, conforme avaliado pela pessoa jurídica.

§ 10. Na hipótese de adesão ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária


(RERCT) de que trata a Lei nº 13.254, de 13 de janeiro de 2016, também deverão ser informados
na DAA relativa ao ano-calendário de 2014 e posteriores, os recursos, bens e direitos de qualquer
natureza constantes na declaração única para adesão ao referido regime.

§ 11. Os rendimentos, frutos e acessórios do aproveitamento, no exterior ou no País, dos


recursos, bens ou direitos de qualquer natureza regularizados por meio do RERCT, obtidos no
ano-calendário de 2015, deverão ser incluídos na DAA referentes ao ano-calendário de adesão e
posteriores, aplicando-se o disposto no art. 138 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 -
Código Tributário Nacional (CTN), se as retificações necessárias forem feitas até o último dia do
prazo para adesão ao RERCT.

§ 12. Em função da reabertura do prazo para adesão ao RERCT, conforme previsto no art. 2º da
Lei nº 13.428, de 30 de março de 2017, a pessoa física optante deverá apresentar à RFB a DAA
do exercício de 2017, ano-calendário de 2016, em cuja ficha Bens e Direitos deverão constar as
informações sobre os recursos, bens e direitos declarados na Dercat, observadas as regras
previstas na Instrução Normativa RFB nº 1.704, de 31 de março de 2017.

Seção VI
Das Dívidas e Ônus Reais

Art. 75. Os ônus reais e obrigações da pessoa física e de seus dependentes, em 31 de dezembro
do ano-calendário, devem ser consignados quando o valor for superior a R$ 5.000,00 (cinco mil
reais).

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Parágrafo único. As dívidas e ônus reais assumidos em instituições financeiras no exterior são
convertidos para reais pela cotação fixada, para compra, pelo Banco Central do Brasil, para 31
de dezembro do ano-calendário.

Seção VII
Da Cessão Gratuita de Imóvel

Art. 76. Ressalvado o disposto no inciso II do caput do art. 11, considera-se rendimento
tributável, na DAA, o valor locativo de imóvel cedido gratuitamente.
Parágrafo único. O rendimento tributável é equivalente a 10% (dez por cento) do valor venal do
imóvel cedido, podendo ser adotado o constante na guia do Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU) correspondente ao ano-calendário da DAA.

Seção VIII
Do Acréscimo Patrimonial

Art. 77. Constitui rendimento tributável na DAA o valor correspondente ao acréscimo


patrimonial, apurado mensalmente, não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis,
isentos, tributados exclusivamente na fonte ou de tributação definitiva.

Seção IX
Dos Ganhos de Capital e Ganhos Líquidos

Art. 78. Não integram a base de cálculo os ganhos de capital na alienação de bens e direitos e os
ganhos líquidos auferidos nas operações realizadas em bolsas de valores, de mercadorias, de
futuros e assemelhadas, nos mercados de liquidação futura fora de bolsas e na alienação de ouro,
ativo financeiro.

Parágrafo único. Os ganhos são apurados e tributados em separado e o imposto pago não pode
ser compensado na declaração de ajuste, com exceção do valor do imposto retido na fonte
incidente sobre ganhos líquidos, à alíquota de 0,005% (cinco milésimos por cento), se houver
saldo de imposto retido, depois de:

I - deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês;

II - compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses
subsequentes;

III - compensado com o imposto devido sobre o ganho de capital na alienação de ações.

Seção X
Da Apuração Anual do Imposto

Art. 79. O imposto sobre a renda na DAA será calculado de acordo com a respectiva tabela
progressiva anual, correspondente à soma das tabelas progressivas mensais vigentes nos meses
de cada ano-calendário, constante do Anexo VII a esta Instrução Normativa.

Seção XI
Das Deduções do Imposto Apurado

Art. 80. Do imposto apurado na forma prevista no art. 79 podem ser deduzidos:

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I - as doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
estaduais ou municipais;

II - as contribuições feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e


Nacional do Idoso, a partir do ano-calendário de 2011, exercício de 2012;

III - as contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na forma


da regulamentação do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), instituído pelo art. 1º da
Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991;

IV – as quantias referentes:

a) a investimentos feitos na produção de obras audiovisuais cinematográficas brasileiras de


produção independente, mediante a aquisição de quotas representativas de direitos de
comercialização sobre as referidas obras, desde que esses investimentos sejam realizados no
mercado de capitais, em ativos previstos em lei e autorizados pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), e os projetos de produção tenham sido aprovados pela Agência Nacional do
Cinema (Ancine), até o exercício de 2018, ano-calendário de 2017;

b) ao patrocínio à produção de obras cinematográficas brasileiras de produção independente


cujos projetos tenham sido previamente aprovados pela Ancine, até o exercício de 2018, ano-
calendário de 2017; e

c) à aquisição de cotas dos Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional


(Funcines), até o exercício de 2018, ano-calendário de 2017;

V - os valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos


desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do Esporte (ME), até o
exercício de 2023, ano-calendário de 2022;

VI - a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador doméstico incidente


sobre o valor da remuneração do empregado, até o exercício de 2019, ano-calendário de 2018;

VII - os valores correspondentes às doações e aos patrocínios diretamente efetuados em prol de


ações e serviços relativos ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), até o
exercício de 2021, ano-calendário de 2020;

VIII - os valores correspondentes às doações e aos patrocínios diretamente efetuados em prol de


ações e serviços relativos ao Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com
Deficiência (Pronas/PCD), até o exercício de 2021, ano-calendário de 2020;

IX - o imposto retido na fonte ou o pago (recolhimento mensal obrigatório e recolhimento


complementar) correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo;

X - o imposto pago no exterior conforme previsto no art. 81;

XI - o valor do IRRF incidente sobre ganhos líquidos, observado o disposto no art. 78;

XII - o valor do imposto retido na fonte sobre os rendimentos recebidos acumuladamente de que
trata o Capítulo VII.

§ 1º A soma das deduções referidas nos incisos I a V do caput não pode reduzir o imposto
apurado em mais de 6% (seis por cento), não sendo aplicável limite específico individualmente.
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§ 2º As deduções de que trata o inciso I do caput, caso efetuadas diretamente na DAA, não
poderão exceder a 3% (três por cento) do valor do imposto sobre a renda devido, nela apurado.

§ 3º A dedução de que trata o § 2º está sujeita, também, ao limite referido no § 1º.

§ 4º A dedução de que trata o inciso VI do caput está limitada ao valor do imposto apurado na
DAA, deduzidos os valores de que tratam os incisos I a V, VII e VIII do caput.

§ 5º As deduções previstas nos incisos VII e VIII do caput estão cada uma delas limitada a 1%
(um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado na DAA, mas não estão sujeitas ao
limite global de 6% (seis por cento) de que trata o § 1º.

§ 6º O IRRF de que trata o inciso IX do caput somente poderá ser compensado na DAA, se o
contribuinte possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos
rendimentos, observados forma, prazo e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil.

§ 7º Na hipótese de a tributação mensal dos rendimentos comuns ocorrer na forma do parágrafo


único do art. 4º, e a sua tributação anual, na forma do inciso II do caput do mesmo artigo, cada
cônjuge poderá compensar 50% (cinquenta por cento) do imposto pago em sua DAA.

§ 8º O montante determinado na forma deste artigo constitui, se positivo, saldo de imposto a


pagar e, se negativo, valor a ser restituído.

Seção XII
Do Imposto Pago no Exterior

Art. 81. Havendo acordo, tratado ou convenção para evitar a dupla tributação de renda entre o
Brasil e o país de origem dos rendimentos sujeitos à tributação no Brasil, ou reciprocidade de
tratamento, o imposto sobre a renda cobrado pelo país de origem pode ser compensado, por
ocasião da apuração do imposto devido na DAA, desde que não passível de restituição ou
compensação naquele país.

§ 1º O imposto pago em moeda estrangeira deve ser convertido em reais conforme o disposto no
inciso II do § 2º do art. 65.

§ 2º A compensação não pode exceder a diferença entre o valor do imposto calculado antes e
depois da inclusão dos rendimentos produzidos no exterior.

Seção XIII
Da Retificação da DAA

Art. 82. Eventuais erros ou omissão de informações verificados na DAA, depois de sua
apresentação, devem ser retificados pelo contribuinte por meio de declaração retificadora, desde
que não esteja sob procedimento de ofício, independentemente de autorização administrativa.
Parágrafo único. A declaração retificadora referida no caput:

I - tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a


integralmente, devendo conter todas as informações anteriormente declaradas com as alterações
e exclusões necessárias, bem como as informações adicionadas, se for o caso; e

II - será processada, inclusive para fins de restituição, em função da data de sua entrega.

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Art. 83. Depois do prazo previsto para a entrega da declaração, não será admitido retificação que
tenha por objetivo alteração na forma de tributação, bem como a retificação de declaração que
venha alterar matéria tributável objeto de lançamento regularmente cientificado ao sujeito
passivo.

Art. 83-A. Nas hipóteses de redução de débitos já inscritos em Dívida Ativa da União bem como
de redução de débitos objeto de pedido de parcelamento deferido, admitir-se-á a retificação da
declaração tão somente após autorização administrativa, desde que haja prova inequívoca da
ocorrência de erro no preenchimento da declaração, e enquanto não extinto o crédito tributário.

Art. 84. Quando a retificação da declaração resultar em aumento do imposto declarado, será
observado o seguinte procedimento:

I - calcula-se o novo valor de cada quota, mantendo-se o número de quotas em que o imposto foi
parcelado na declaração retificada; e

II - sobre a diferença correspondente a cada quota vencida incidem acréscimos legais calculados
de acordo com o art. 106.

Art. 85. Na hipótese de a retificação da declaração resultar em redução do imposto a pagar


declarado, será observado o seguinte procedimento:

I - calcula-se o novo valor de cada quota, mantendo-se o número de quotas em que o imposto foi
parcelado na declaração retificada, desde que respeitado o valor mínimo estabelecido; e

II - os valores pagos a maior relativos às quotas vencidas, bem como os acréscimos legais
referentes a esses valores, podem ser compensados nas quotas vincendas, ou ser objeto de
restituição.

Parágrafo único. Sobre o montante a ser compensado ou restituído incidem juros equivalentes à
taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), tendo como termo inicial
o mês subsequente ao do pagamento a maior, e como termo final o mês anterior ao da restituição
ou da compensação, adicionado de 1% (um por cento) no mês da restituição ou compensação.

CAPÍTULO XVII
DAS NORMAS RELATIVAS ÀS DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO

Seção I
Da Contribuição Previdenciária

Art. 86. São admitidas, a título de dedução, as contribuições:

I - para a Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

II - para as entidades de previdência complementar domiciliadas no Brasil e as contribuições


para o Fapi, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios
complementares assemelhados aos da Previdência Social;

III - para as entidades de previdência complementar de natureza pública de que trata o § 15 do


art. 40 da Constituição Federal, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear
benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social.

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§ 1º A dedução mensal das contribuições para as entidades de previdência complementar aplica-


se, exclusivamente, à base de cálculo relativa a rendimentos do trabalho com vínculo
empregatício, bem como de administradores, de aposentados, de pensionistas, quando a fonte
pagadora for responsável pelo desconto e respectivo pagamento das contribuições
previdenciárias.

§ 2º Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto da contribuição previdenciária,
o valor pago a esse título pode ser considerado para fins de dedução da base de cálculo sujeita ao
imposto mensal, desde que haja anuência da fonte pagadora e que o beneficiário lhe forneça o
original do comprovante de pagamento.

§ 3º Às contribuições não deduzidas na forma dos §§ 1º e 2º, é assegurada a dedução dos valores
pagos a esse título na DAA.
Art. 87. As contribuições de que tratam os incisos II e III do caput do art. 86 ficam
condicionadas ao recolhimento, também, de contribuições para o regime geral de previdência
social ou, quando for o caso, para o regime próprio de previdência social dos servidores titulares
de cargo efetivo da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, observada a
contribuição mínima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados
na determinação da base de cálculo do imposto devido na DAA.

§ 1º Excetuam-se da condição de que trata o caput os beneficiários de aposentadoria ou pensão


concedidas por regime próprio de previdência ou pelo regime geral de previdência social,
mantido, entretanto, o limite de 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na
determinação da base de cálculo do imposto devido na DAA.

§ 2º A dedução a que se refere o inciso III do art. 86, desde que limitada à alíquota de
contribuição do ente público patrocinador, não se sujeita ao limite previsto no caput.

§ 3º Os valores de contribuição excedentes ao disposto no § 2º poderão ser deduzidos desde que


seja observado o limite conjunto de dedução previsto no caput.

Art. 88. A partir do ano-calendário de 2001, as contribuições de que trata o inciso II do caput do
art. 86, cujo titular ou quotista seja dependente, conforme o disposto no art. 91, e incluído na
declaração, podem ser deduzidas desde que observadas as condições e o limite global referidos
no art. 87.

Parágrafo único. Na hipótese de dependente com mais de 16 (dezesseis) anos, a dedução a que se
refere o caput fica condicionada, ainda, ao recolhimento, em seu nome, de contribuições para o
regime geral de previdência social, observada a contribuição mínima, ou, quando for o caso, para
o regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargo efetivo da União, dos
estados, do Distrito Federal ou dos municípios.

Art. 89. Os prêmios de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência são
indedutíveis para fins de determinação da base de cálculo do imposto devido na DAA.

Seção II
Dos Dependentes

Art. 90. Podem ser considerados dependentes:

I - o cônjuge;

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II - o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de 5 (cinco)
anos, ou por período menor se da união resultou filho;

III - a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até 21 (vinte e um) anos, ou de qualquer idade
quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;

IV - o menor pobre, até 21 (vinte e um) anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha
a guarda judicial;

V - o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até 21 (vinte e um) anos, desde que o
contribuinte detenha a guarda judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou
mentalmente para o trabalho;

VI - os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não,
superiores ao limite de isenção mensal;

VII - o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador.

§ 1º As pessoas elencadas nos incisos III e V do caput podem ser consideradas dependentes
quando maiores até 24 (vinte e quatro) anos de idade, se estiverem cursando estabelecimento de
ensino superior ou escola técnica de 2º (segundo) grau.

§ 2º Os dependentes comuns podem, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos


cônjuges.

§ 3º No caso de filhos de pais separados:

I - o contribuinte pode considerar, como dependentes, os que ficarem sob sua guarda em
cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente; e

II - havendo guarda compartilhada, cada filho(a) pode ser considerado como dependente de
apenas um dos pais.

§ 4º O responsável pelo pagamento a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito
de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos
provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública, não pode efetuar a
dedução do valor correspondente a dependente, exceto na hipótese de mudança na relação de
dependência no decorrer do ano-calendário.

§ 5º É vedada a dedução concomitante de um mesmo dependente na determinação da base de


cálculo de mais de um contribuinte, exceto nos casos de alteração na relação de dependência no
ano-calendário.

§ 6º Para fins de desconto do imposto na fonte, os beneficiários devem informar à fonte pagadora
os dependentes a serem utilizados na determinação da base de cálculo, devendo a declaração ser
firmada por ambos os cônjuges, no caso de dependentes comuns.
§ 7º Na DAA pode ser considerado dependente aquele que, no decorrer do ano-calendário, tenha
sido dependente do outro cônjuge para fins do imposto mensal, observado o disposto no § 5º.
§ 8º Para fins do disposto no inciso II do caput, considera-se também dependente o companheiro
ou companheira de união homoafetiva.

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Seção III
Das Despesas com Instrução

Art. 91. Na determinação da base de cálculo do imposto devido na DAA podem ser deduzidos, a
título de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes incluídos na declaração,
os pagamentos efetuados a instituições de ensino até o limite anual individual constante da tabela
do Anexo VIII a esta Instrução Normativa.

§ 1º Enquadram-se como instituições de ensino aquelas regularmente autorizadas, pelo Poder


Público, a ministrar, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, constituídos nas
formas previstas no Código Civil e inscritas no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), as
relativas:

I - à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas;

II - ao ensino fundamental;

III - ao ensino médio;

IV - à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado,


doutorado e especialização);

V - à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico.

§ 2º É vedado o aproveitamento de valor de despesas superior ao limite individual de uma pessoa


física para outra, ainda que integrantes de uma mesma declaração.

§ 3º As despesas de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude


de cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de escritura
pública, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto
sobre a renda na declaração, observado o limite a que se refere o caput.

§ 4º As despesas relativas a cursos de especialização são passíveis de dedução somente quando


comprovadamente realizadas com cursos inerentes à formação profissional daquele com quem
foram efetuadas.

§ 5º As despesas com instrução de deficiente físico ou mental são dedutíveis a esse título,
podendo ser deduzidas como despesa médica se a deficiência for atestada em laudo médico e o
pagamento for efetuado a entidades de assistência a deficientes físicos ou mentais.

§ 6º Incluem-se no conceito do caput as despesas com cursos destinados à Educação para Jovens
e Adultos (EJA), previstos nos arts. 37 e 38 da Lei nº 9.394, de 1996, efetuados em instituições
de ensino autorizadas e reconhecidas pelo Estado, salvo quando se constituam em curso
meramente preparatório à prestação de exames supletivos.

§ 7º Na hipótese de apresentação de declaração em separado, são dedutíveis as despesas com


instrução do declarante e de dependentes incluídos na declaração cujo ônus financeiro tenha sido
suportado por um terceiro, se este for integrante da entidade familiar, não havendo, neste caso, a
necessidade de comprovação do ônus.

§ 8º Na hipótese prevista no § 7º, se o terceiro não for integrante da entidade familiar, há que se
comprovar a transferência de recursos, para este, de alguém que faça parte da entidade familiar.

112 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 9º Pode ser deduzida como despesa com instrução a parcela paga à instituição de ensino com
recursos do crédito educativo, observado o disposto no inciso VIII do caput do art. 92.

Art. 92. Não se enquadram no conceito de despesas com instrução:

I - as despesas com uniforme, material e transporte escolar, as relativas à elaboração de


dissertação de mestrado ou tese de doutorado, contratação de estagiários, computação eletrônica
de dados, papel, fotocópia, datilografia, digitação, tradução de textos, impressão de questionários
e de tese elaborada, gastos postais e de viagem;

II - as despesas com aquisição de enciclopédias, livros, revistas e jornais;

III - o pagamento de aulas de música, dança, natação, ginástica, tênis, pilotagem, dicção, corte e
costura, informática e assemelhados;

IV - o pagamento de cursos preparatórios para concursos ou vestibulares;

V - o pagamento de aulas de idiomas estrangeiros;

VI - os pagamentos feitos a entidades que tenham por objetivo a criação e a educação de


menores desvalidos e abandonados;

VII - as contribuições pagas às Associações de Pais e Mestres e às associações voltadas para a


educação; e

VIII - o valor despendido para pagamento do crédito educativo.

Art. 93. As quantias remetidas ao exterior, para pagamento de despesas com matrícula e
mensalidades escolares, podem ser deduzidas a título de despesas com instrução, desde que
preenchidas as condições previstas nesta seção.

§ 1º Os gastos com passagens e estadas feitos pelo contribuinte, com ele próprio ou com seus
dependentes, a fim de estudar no exterior, não podem ser deduzidos como despesas com
instrução.

§ 2º O imposto eventualmente retido sobre a remessa, no caso a que se refere o § 1º, não pode ser
compensado na declaração de rendimentos.

Seção IV
Das Despesas Médicas

Art. 94. Na DAA podem ser deduzidos os pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos,
dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem
como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e
próteses ortopédicas e dentárias.

§ 1º A dedução alcança, também, os pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País


destinados a coberturas de despesas médicas, odontológicas, de hospitalização e a entidades que
assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza. 54

113 Prof. Loberto Sasaki


Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 2º A dedução das despesas, de que trata este artigo, restringe-se aos pagamentos efetuados pelo
contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento ou a de seus dependentes.

§ 3º Deverão ser diminuídas do valor da dedução de que trata este artigo as despesas ressarcidas
por:

I - entidades de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro;

II - fonte pagadora em folha de salários, referentes a pagamentos efetuados por pessoas físicas a
entidades de que trata o § 1º.

§ 4º Na hipótese de ressarcimento parcial, considera-se como dedução apenas o montante não


ressarcido.

§ 5º Se o ressarcimento, efetuado por empresas e entidades de que trata o § 1º, for recebido em
ano-calendário posterior ao de sua dedução, o seu valor deve ser informado como rendimento
tributável recebido de pessoa jurídica no ano-calendário de seu recebimento.

§ 6º Não podem ser deduzidos os pagamentos que caracterizem investimentos em empresas, tais
como títulos patrimoniais, quotas ou ações, mesmo que estes assegurem aos adquirentes o direito
à assistência médica, odontológica ou hospitalar.

§ 7º No caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas ou dentárias, exige-


se a comprovação com receituário médico ou odontológico e nota fiscal em nome do
beneficiário.

§ 8º Consideram-se aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas:

I - pernas e braços mecânicos;

II - cadeiras de rodas;

III - andadores ortopédicos;

IV - palmilhas ou calçados ortopédicos;

V - qualquer outro aparelho ortopédico destinado à correção de desvio de coluna ou defeitos dos
membros ou das articulações.

§ 9º Enquadram-se no conceito de prótese dentária os aparelhos que substituem dentes, tais como
dentaduras, coroas e pontes.

§ 10. São dedutíveis como despesas médicas, observadas as exigências previstas no § 6º, quando
integrarem a conta emitida pelo estabelecimento hospitalar, ou pelo profissional, os valores
gastos com aquisição e colocação de:

I - marcapasso;

II - parafusos e placas nas cirurgias ortopédicas ou odontológicas;

III - lente intraocular em cirurgia de catarata;

IV - aparelho ortodôntico, inclusive a sua manutenção.


114 Prof. Loberto Sasaki
Curso Prático de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física

§ 11. As despesas com prótese de silicone são dedutíveis desde que seu valor integre a conta
emitida pelo estabelecimento hospitalar relativamente a uma despesa médica dedutível,
observadas as exigências previstas no § 6º.

§ 12. São dedutíveis as despesas médicas relativas à realização de cirurgia plástica, reparadora
ou não, com a finalidade de prevenir, manter ou recuperar a saúde, física ou mental, do paciente.

§ 13. Não são dedutíveis, a título de despesas médicas, os valores pagos na prestação dos
serviços de coleta, seleção e armazenagem de células-tronco oriundas de cordão umbilical, uma
vez que não se referem a tratamento de doenças ou recuperação da saúde física e mental das
pessoas.

§ 14. São indedutíveis as despesas médicas pagas em determinado ano-calendário quando


incorridas em ano-calendário anterior e referentes a dependente tributário relacionado apenas na
DAA do ano-calendário em que se deu a despesa.

§ 15. Os pagamentos efetuados a médicos e a hospitais, assim como as despesas com exames
laboratoriais, realizados no âmbito de procedimento de reprodução assistida por fertilização in
vitro, devidamente comprovados, são dedutíveis somente na DAA do paciente que recebeu o
tratamento médico.

Art. 95. Consideram-se despesas médicas ou de hospitalização as despesas com instrução de


pessoa física com deficiência física ou mental, condicionadas cumulativamente à:

I - existência de laudo médico, atestando o estado de deficiência;

II - comprovação de que a despesa foi efetuada com entidades destinadas a deficientes físicos ou
mentais.

Art. 96. As despesas de internação em estabelecimento geriátrico somente são dedutíveis se o


referido estabelecimento for qualificado como hospital, nos termos da legislação específica.

Art. 97. A dedução a título de despesas médicas limita-se a pagamentos especificados e


comprovados mediante documento fiscal ou outra documentação hábil e idônea que contenha, no
mínimo:

I - nome, endereço, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou CNPJ do


prestador do serviço;

II - a identificação do responsável pelo pagamento, bem como a do beneficiário caso seja pessoa
diversa daquela;

III - data de sua emissão; e

IV - assinatura do prestador do serviço.

§ 1º Fica dispensado o disposto no inciso IV do caput na hipótese de emissão de documento


fiscal.

§ 2º Na falta de documentação, a comprovação poderá ser feita com a indicação de cheque


nominativo ao prestador do serviço.

115 Prof. Loberto Sasaki


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§ 3º Todas as despesas deduzidas estarão sujeitas a comprovação ou justificação do pagamento


ou da prestação dos serviços, a juízo da autoridade lançadora ou julgadora.

§ 4º A ausência de endereço em recibo médico é razão para ensejar a não aceitação desse
documento como meio de prova de despesa médica, porém não impede que outras provas sejam
utilizadas, a exemplo da consulta aos sistemas informatizados da RFB.

Art. 98. São admitidos os pagamentos realizados no exterior, exceto os previstos no § 1º do art.
94, convertidos em reais conforme o disposto no § 2º do art. 56.

Art. 99. As despesas médicas dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante, em virtude
de cumprimento de decisão judicial, ou de acordo homologado judicialmente ou de escritura
pública, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto
sobre a renda na declaração.

Art. 100. Na hipótese de apresentação de declaração em separado, são dedutíveis as despesas


médicas ou com plano de saúde relativas ao tratamento do declarante e de dependentes incluídos
na declaração cujo ônus financeiro tenha sido suportado por um terceiro, se este for integrante da
entidade familiar, não havendo, neste caso, a necessidade de comprovação do ônus.

§ 1º A entidade familiar, para fins desta Instrução Normativa, compreende todos os ascendentes
e descendentes do declarante, bem como as demais pessoas físicas consideradas seus
dependentes perante a legislação tributária.

§ 2º Se o terceiro não for integrante da entidade familiar, há que se comprovar a transferência de


recursos, para este, de alguém que faça parte da entidade familiar.

Seção V
Da Pensão Alimentícia

Art. 101. Podem ser deduzidas as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia
em face das normas do direito de família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive
a prestação de alimentos provisionais, acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública.

§ 1º É vedada a dedução cumulativa dos valores correspondentes à pensão alimentícia e a de


dependente, quando se referirem à mesma pessoa, exceto na hipótese de mudança na relação de
dependência no decorrer do ano-calendário.

§ 2º O disposto no caput não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral


de que trata a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.

§ 3º Aplica-se o disposto no caput, independentemente de o beneficiário ser considerado


dependente para fins do disposto no art. 90.

Art. 102. Quando a fonte pagadora não for responsável pelo desconto da pensão, o valor mensal
pago pode ser considerado para fins de determinação da base de cálculo sujeita ao imposto na
fonte, desde que o alimentante forneça à fonte pagadora o comprovante do pagamento.

§ 1º O valor da pensão alimentícia não utilizado como dedução, no próprio mês de seu
pagamento, poderá ser deduzido no mês subsequente.

§ 2º Em relação às despesas de educação e médicas dos alimentandos, pagas pelo alimentante,


deve-se observar o disposto no § 3º do art. 91 e no art. 99.
116 Prof. Loberto Sasaki
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Art. 103. Está sujeita ao pagamento mensal do imposto a pessoa física que receber importância
paga em dinheiro, a título de pensão alimentícia, nos termos do inciso IV do caput do art. 53.

Seção VI
Das Despesas Escrituradas no Livro Caixa

Art. 104. O contribuinte que receber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os
titulares dos serviços notariais e de registro e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente
do exercício da respectiva atividade:
I - a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os respectivos
encargos trabalhistas e previdenciários;

II - os emolumentos pagos a terceiros, assim considerados os valores referentes à retribuição pela


execução, pelos serventuários públicos, de atos cartorários, judiciais e extrajudiciais;

III - as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte


produtora; e

IV - as importâncias pagas, devidas aos empregados em decorrência das relações de trabalho,


ainda que não integrem a remuneração destes, caso configurem despesas necessárias à percepção
da receita e à manutenção da fonte produtora, observado o disposto no § 5º.

§ 1º O disposto neste artigo não se aplica:

I - a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a despesas de


arrendamento;

II - a despesas de locomoção e transporte, salvo, no caso de representante comercial autônomo,


quando o ônus tenha sido deste;

III - em relação aos rendimentos da prestação de serviços de transporte em veículo próprio,


locado, arrendado ou adquirido com reserva de domínio ou alienação fiduciária;

IV - ao rendimento bruto percebido por garimpeiros na venda, a empresas legalmente


habilitadas, de metais preciosos, pedras preciosas e semipreciosas por eles extraídos.

§ 2º O contribuinte deve comprovar a veracidade das receitas e despesas mediante documentação


idônea, escrituradas em livro Caixa, que será mantida em seu poder, à disposição da fiscalização,
enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência.

§ 3º O excesso de deduções apurado no mês pode ser compensado nos meses seguintes, até
dezembro, não podendo ser transposto para o ano seguinte.

§ 4º O livro Caixa independe de registro.

§ 5º Na hipótese de convenções e acordos coletivos de trabalho, todas as prestações neles


previstas e devidas ao empregado constituem obrigações do empregador e, portanto, despesas
necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora.

§ 6º As despesas com vale-refeição, vale-alimentação e planos de saúde destinados


indistintamente a todos os empregados, comprovadas mediante documentação idônea e
escrituradas em livro Caixa, podem ser deduzidas dos rendimentos percebidos pelos titulares de

117 Prof. Loberto Sasaki


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serviços notariais e de registro para efeito de apuração do imposto sobre a renda mensal e na
DAA.

§ 7º Os gastos com a contratação de serviço de carro-forte para transporte de numerários podem


ser enquadrados como despesa de custeio, relativamente aos serviços notariais e de registro,
sendo possível sua dedução na apuração do IRPF dos titulares desses serviços, desde que
escriturados em livro Caixa e comprovados por meios hábeis e idôneos.

CAPÍTULO XVIII
DO PAGAMENTO E RECOLHIMENTO DO IMPOSTO

Seção I
Dos Prazos e Condições

Art. 105. O pagamento ou recolhimento do imposto deve ser efetuado nos seguintes prazos e
condições:

I - o IRRF sobre rendimentos do trabalho assalariado, pagos por pessoa física ou jurídica, e
demais rendimentos recebidos por pessoa física pagos por pessoa jurídica, deve ser recolhido até
o último dia útil do 2º (segundo) decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos
geradores;

II - o imposto a título de recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) deve ser pago até o último
dia útil do mês subsequente ao da percepção dos rendimentos;

III - o recolhimento complementar pode ser efetuado no curso do ano-calendário, até o último
dia útil do mês de dezembro;

IV - o saldo do imposto a pagar, apurado na DAA, pode ser pago em até 8 (oito) quotas iguais,
mensais e sucessivas, observado o seguinte:

a) nenhuma quota será inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais) e o imposto de valor inferior a R$
100,00 (cem reais) deve ser pago de uma só vez;

b) a 1ª (primeira) quota ou quota única deve ser paga até a data fixada para a entrega da
declaração de rendimentos;

c) as demais quotas vencem no último dia útil de cada mês e são acrescidas de juros equivalentes
à taxa Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do 1º (primeiro)
dia do mês subsequente ao previsto para entrega tempestiva da declaração de rendimentos até o
mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.

§ 1º É facultado ao contribuinte antecipar, total ou parcialmente, a título de quotas (código


0211), o imposto apurado na respectiva declaração.

§ 2º É vedada a utilização de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) para o


pagamento de tributos de valor inferior a R$ 10,00 (dez reais).

§ 3º O imposto devido que, no período de apuração, resultar em valor inferior a R$ 10,00 (dez
reais) deve ser adicionado ao imposto de mesmo código, correspondente aos períodos
subsequentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 10,00 (dez reais), quando, então, deve
ser pago ou recolhido no prazo estabelecido na legislação para este último período de apuração.

118 Prof. Loberto Sasaki


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§ 4º Os comprovantes de pagamento devem ser guardados pelo contribuinte, permanecendo à


disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil , até que ocorra a prescrição dos créditos
tributários relativos às situações e aos fatos a que se refiram.

Seção II
Dos Acréscimos Legais

Art. 106. A falta ou insuficiência do pagamento ou recolhimento do imposto, no prazo previsto,


sujeita o contribuinte ao pagamento do total ou da diferença do imposto, com juros e multa de
mora.

§ 1º A multa de mora é calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de
atraso, limitada a 20% (vinte por cento), a partir do 1º (primeiro) dia subsequente ao do
vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu
pagamento.

§ 2º Os juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic, para títulos federais, acumulada
mensalmente, são:

I - calculados a partir do 1º (primeiro) dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês
anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês de pagamento; e

II - devidos inclusive durante o período em que a respectiva cobrança houver sido suspensa por
decisão administrativa ou judicial.

Seção III
Dos Códigos

Art. 107. Os códigos para pagamento do IRPF, exceto quanto ao retido na fonte, são os
seguintes:

I - 0190 - recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão);

II - 0246 - recolhimento complementar;

III - 0211 - quotas, ou antecipação destas, do imposto sobre a renda a pagar apurado na DAA;

IV - 5320 - multa por atraso na entrega da declaração;

V - 7130 - multa por atraso na entrega da DAA-espólio.

§ 1º O pagamento do imposto a título de recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão), efetuado


depois do vencimento, sem inclusão de juros e multa de mora, implica a obrigatoriedade do
pagamento desses encargos, em Darf separado, utilizando-se o código 3244.

§ 2º O contribuinte obrigado ao recolhimento mensal obrigatório (carnê-leão) que optar também


pelo recolhimento complementar, deverá efetuá-los em Darf separados.

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CAPÍTULO XIX
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Seção I
Das Isenções Relativas à Realização, no Brasil, da Copa da Confederações Fifa 2013 e da
Copa do Mundo Fifa 2014

Subseção I
Das Pessoas Físicas que Ingressarem no País com Visto Temporário

Art. 108. Estão isentos do imposto sobre a renda os rendimentos pagos, creditados, empregados,
entregues ou remetidos pela Fifa ou por Subsidiária Fifa no Brasil, para pessoas físicas, não
residentes no País, empregadas ou de outra forma contratadas para trabalhar de forma pessoal e
direta na organização ou realização dos Eventos, que ingressarem no País com visto temporário.

§ 1º As isenções previstas neste artigo também são aplicáveis aos árbitros, jogadores de futebol e
outros membros das delegações, exclusivamente no que concerne ao pagamento de prêmios
relacionados aos Eventos, efetuado pelas pessoas jurídicas mencionadas no caput.

§ 2º O disposto no caput aplica-se também às seguintes pessoas jurídicas não domiciliadas no


País:

I - Confederações Fifa;

II - Associações estrangeiras membros da Fifa;

III - Emissora Fonte da Fifa; e

IV - Prestadores de Serviços da Fifa.

Subseção II
Do Reembolso de Despesas Recebido por Voluntário

Art. 109. Estão isentos do imposto sobre a renda os valores dos benefícios indiretos e o
reembolso de despesas recebidos por Voluntário da Fifa, da Subsidiária Fifa no Brasil ou do
Comitê Organizador Brasileiro Ltda (LOC) que auxiliar na organização e realização dos
Eventos, até o valor de 5 (cinco) salários mínimos por mês, sem prejuízo de aplicação da tabela
de incidência mensal do imposto sobre a renda sobre o valor excedente.

§ 1º No caso de recebimento de 2 (dois) ou mais pagamentos em 1 (um) mesmo mês, a parcela


isenta deve ser considerada em relação à soma desses pagamentos.

§ 2º Caso esteja obrigado a apresentar a DAA, o contribuinte deverá informar a soma dos valores
mensais recebidos e considerados isentos na forma deste artigo.

§ 3º Os rendimentos que excederem o limite de isenção de que trata o caput não poderão ser
aproveitados para fruição da isenção em meses subsequentes.

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Subseção III
Das Disposições Gerais

Art. 110. A Fifa ou Subsidiária Fifa no Brasil apresentará à Secretaria da Receita Federal do
Brasil relação dos Eventos e das pessoas físicas passíveis de serem beneficiadas pelas
desonerações previstas nos arts. 108 e 109.

§ 1º A relação mencionada no caput deverá ser atualizada trimestralmente ou sempre que exigido
na forma prevista no Decreto nº 7.578, de 11 de outubro de 2011.

§ 2º A Secretaria da Receita Federal do Brasil divulgará a relação das pessoas físicas e jurídicas
habilitadas à fruição dos benefícios de que tratam os arts. 108 e 109.
Art. 111. O disposto nesta Seção aplica-se aos fatos geradores que ocorrerem no período de 1º de
janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2015.

Seção II
Da Isenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), Destinados à Cobertura de
Gastos Pessoais no Exterior

CAPÍTULO XX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 113. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da
União.

Art. 114. Ficam revogadas a Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001, a
Instrução Normativa RFB nº 1.127, de 7 de fevereiro de 2011, a Instrução Normativa RFB nº
1.141, de 31 de março de 2011, a Instrução Normativa RFB nº 1.142, de 31 de março de 2011, e
a Instrução Normativa RFB nº 1.433, de 30 de dezembro de 2013.

CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

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ANEXO I
RENDIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS ISENTOS - CONTRIBUINTE MAIOR 65 ANOS

Valores isentos
Ano-calendário
mensais (em R$)
2010 até 1.499,15
2011, até o mês de março até 1.499,15
2011, a partir do mês de abril até 1.566,61
2012 até 1.637,11
2013 até 1.710,78
2014 até 1.787,77
2015, até o mês de março até 1.787,77
A partir do mês de abril do ano-calendário de 2015 até 1.903,98

ANEXO II
TABELAS DE INCIDÊNCIA MENSAL
...
V - a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: (Incluído pela IN RFB nº 1.558, de 2015)

Parcela a deduzir do
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%)
IR (em R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36

ANEXO III
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS DAS EMPRESAS
...
II - a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: (Incluído pela IN RFB nº 1.558, de 2015)

Valor do PLR anual Parcela a deduzir do


Alíquota
(em R$) imposto (em R$)
De 0,00 a 6.677,55 0,0% -
De 6.677,56 a 9.922,28 7,5% 500,82
De 9.922,29 a 13.167,00 15% 1.244,99
De 13.167,01 a 16.380,38 22,5% 2.232,51
Acima de 16.380,38 27,5% 3.051,53

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ANEXO IV
COMPOSIÇÃO DA TABELA ACUMULADA

IV - a partir do mês de abril do ano-calendário de 2015: (Incluído pela IN RFB nº 1.558, de


2015)

Alíquota Parcela a Deduzir


Base de Cálculo em R$
(%) do Imposto (R$)
Até (1.903,98 x NM) - -
Acima de (1.903,98 x NM) até (2.826,65 x NM) 7,5 142,79850 x NM
Acima de (2.826,65 x NM) até (3.751,05 x NM) 15 354,79725 x NM
Acima de (3.751,05 x NM) até (4.664,68 x NM) 22,5 636,12600 x NM
Acima de (4.664,68 x NM) 27,5 869,36000 x NM

Legenda: NM = Número de meses a que se refere o pagamento acumulado,

ANEXO V
DECLARAÇÃO
MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL

Declaração para fins de mformações prestadas pela pessoa fisica à fonte pagadora, por ocasião
dos rendimentos recebidos acumuladamente (RRA) decorrentes de Aposentadoria, Pensão,
Transferência para a Reserva Remunerada ou Reforma, Pagos pela Previdência Social da Umão,
dos estados, do Distrito Federal e dos mumcipros, e os Provementes do Trabalho, quando em
cumprimento de decisão da Justiça Federal ou Estadual, para fins do disposto no Capitulo VII da
Instrução Normativa RFB n £ 1500, de 29 de outubro de 2014

DADOS DA PESSOA FÍSICA BENEFICIÁRIA

Nome CPF Endereço () Bairro Estado/Municipio UF Telefone DADOS DO PROCESSO Nº do


processo OAB/advogado Nome do advogado/escritório CPF/CNPJ Nome do perito (se houver)
CPF
Outros dados (se houver)

INFORMAÇÕES PRESTADAS À FONTE PAGADORA

Quantidade de meses a que se referem os RRA Numeral Por extenso ( )


Valor das despesas com a ação judicial (melusive com advogados) RS Por extenso ( )
Importância paga em dinheiro a título de pensão alimentícia - decorrentes de decisão
judicial/escritura (se houver) R$ Por extenso ( )
Contribuição para a previdência social (Umião, estados, DF, municipios) R$ Por extenso ( )

DECLARAÇÃO
A pessoa fisica beneficiária fica ciente de que a falsidade na prestação dessas informações a
sujeitará, juntamente com as demais pessoas que para ela concorrerem, às penalidades previstas
na legislação tributária e penal, relativas à falsidade ideológica (art. 299 do Decreto-Lei nº 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal) e ao erime contra a ordem tributária (art. 1º da Les nº
8. 137, de 27 de dezembro de 1990).

Local e data Assinatura

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ANEXO VI
DEDUÇÃO POR DEPENDENTE

Quantidade por
Ano-Calendário
dependente (em R$)
2010 150,69
2011 157,47
2012 164,56
2013 171,97
2014 179,71
2015, até o mês de março 179,71
A partir do mês de abril do ano-caledário de 2015 189,59

Ano-calendário Quantia por dependente (em R$)


2010 1.808,28
2011 1.889,64
2012 1.974,72
2013 2.063,64
2014 2.156,52
A partir de 2015 2.275,08

ANEXO VII
TABELAS PROGRESSIVAS ANUAIS

V - a partir do exercício de 2017, ano-calendário de 2016: (Incluído pela IN RFB nº 1.756, de


2017)

Parcela a deduzir do IR
Base de Cálculo (R$) Alíquota (%)
(R$)
Até 22.847,76 - -
De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,58
De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,57
De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,51
Acima de 55.976,16 27,5 10.432,32

ANEXO VIII
LIMITES ANUAIS INDIVIDUAIS DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO

Ano-calendário Quantia (em R$)


2010 2.830,84
2011 2.958,23
2012 3.091,35
2013 3.230,46
2014 3.375,83
A partir de 2015 3.561,50

124 Prof. Loberto Sasaki


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ANEXO IX
LIMITES ANUAIS REFERENTES AO DESCONTO SIMPLIFICADO

Ano-calendário Quantia (em R$)


2010 13.317,09
2011 13.916,36
2012 14.542,60
2013 15.197,02
2014 15.880,89
A partir de 2015 16.754,34

*Este texto não substitui o publicado oficialmente.

36 - IN SRF 599/2005

INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 599, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2005 (Publicado(a) no


DOU de 30/12/2005, seção , página 29)

Dispõe sobre os arts. 38, 39 e 40 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, relativamente ao


Imposto de Renda incidente sobre ganhos de capital das pessoas físicas.

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do
art. 230 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº
30, de 25 de fevereiro de 2005, e tendo em vista o disposto nos arts. 38, 39 e 40 da Lei nº 11.196,
de 21 de novembro de 2005, resolve:

Art. 1º Fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido por pessoa física na alienação
de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em que esta se
realizar, seja igual ou inferior a:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercado de


balcão;

II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos.

§ 1º Os limites a que se refere o caput deste artigo são considerados em relação:

I - ao bem ou direito ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados
em um mesmo mês;

II - à parte de cada condômino ou co-proprietário, no caso de bens possuídos em condomínio,


inclusive na união estável;

III - a cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor do conjunto dos bens ou
direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês, no caso de sociedade conjugal.

§ 2º Para efeito do disposto nos incisos I e III do § 1º, consideram-se bens ou direitos da mesma
natureza aqueles que guardam as mesmas características entre si, tais como automóveis e
motocicletas; imóvel urbano e terra nua; quadros e esculturas.

Art. 2º Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física residente no País na
venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias

125 Prof. Loberto Sasaki


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contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição, em seu nome, de


imóveis residenciais localizados no País.

§ 1º No caso de venda de mais de um imóvel, o prazo de 180 (cento e oitenta) dias referido no
caput deste artigo será contado a partir da data de celebração do contrato relativo à primeira
operação.

§ 2º A aplicação parcial do produto da venda implicará tributação do ganho proporcionalmente


ao valor da parcela não aplicada.

§ 3º No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção de que trata este artigo aplicar-se-á ao
ganho de capital correspondente apenas à parcela empregada na aquisição de imóveis
residenciais.

§ 4º A opção pela isenção de que trata este artigo é irretratável e o contribuinte deverá informá-la
no respectivo Demonstrativo da Apuração dos Ganhos de Capital da Declaração de Ajuste
Anual.

§ 5º O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de que trata este artigo uma vez a cada
cinco anos, contados a partir da data da celebração do contrato relativo à operação de venda com
o referido benefício ou, no caso de venda de mais de um imóvel residencial, à primeira operação
de venda com o referido benefício.

§ 6º Na hipótese do § 1º, estarão isentos somente os ganhos de capital auferidos nas vendas de
imóveis residenciais anteriores à primeira aquisição de imóvel residencial.

§ 7º Relativamente às operações realizadas a prestação, aplica-se a isenção de que trata o caput,


observado o disposto nos parágrafos precedentes:

I - nas vendas a prestação e nas aquisições à vista, à soma dos valores recebidos dentro do prazo
de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro contrato de venda e até
a(s) data(s) da(s) aquisição(ões) do(s) imóvel(is) residencial(is);

II - nas vendas à vista e nas aquisições a prestação, aos valores recebidos à vista e utilizados nos
pagamentos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da celebração do
primeiro contrato de venda;

III - nas vendas e aquisições a prestação, à soma dos valores recebidos e utilizados para o
pagamento das prestações, ambos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data
da celebração do primeiro contrato de venda.

§ 8º Não integram o produto da venda, para efeito do valor a ser utilizado na aquisição de outro
imóvel residencial, as despesas de corretagem pagas pelo alienante.

§ 9º Considera-se imóvel residencial a unidade construída em zona urbana ou rural para fins
residenciais, segundo as normas disciplinadoras das edificações da localidade em que se situar.

§ 10. O disposto neste artigo aplica-se, inclusive:

I - aos contratos de permuta de imóveis residenciais;

II - à venda ou aquisição de imóvel residencial em construção ou na planta.

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§ 11. O disposto neste artigo não se aplica, dentre outros:

I - à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar, total ou parcialmente,


débito remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de imóvel residencial já possuído pelo
alienante;

II - à venda ou aquisição de terreno;

III - à aquisição somente de vaga de garagem ou de boxe de estacionamento.

§ 12. A inobservância das condições estabelecidas neste artigo importará em exigência do


imposto com base no ganho de capital, acrescido de:

I - juros de mora, calculados a partir do segundo mês subseqüente ao do recebimento do valor ou


de parcela do valor do imóvel vendido; e

II - multa de ofício ou de mora calculada a partir do primeiro dia útil do segundo mês seguinte ao
do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se o imposto não for pago até
trinta dias após o prazo de 180 (cento e oitenta) dias de que trata o caput deste artigo.

Art. 3º Para a apuração da base de cálculo do imposto sobre a renda incidente sobre o ganho de
capital por ocasião da alienação, a qualquer título, de bens imóveis realizada por pessoa física
residente no País, serão aplicados fatores de redução do ganho de capital apurado.

§ 1º A base de cálculo do imposto corresponderá à multiplicação do ganho de capital pelos


fatores de redução, que serão determinados pelas seguintes fórmulas:

I - nas alienações ocorridas entre 16 de junho de 2005 e 13 de outubro de 2005, FR = 1/1,0035m,


onde "m" corresponde ao número de meses-calendário, ou fração, decorridos entre o mês de
janeiro de 1996 ou a data de aquisição do imóvel, se posterior, e o mês de sua alienação.

II - nas alienações ocorridas entre 14 de outubro de 2005 e 30 de novembro de 2005, FR1 =


1/1,0060m1, onde "m1" corresponde ao número de meses-calendário, ou fração, decorridos entre
o mês de janeiro de 1996 ou a data de aquisição do imóvel, se posterior, e o mês de sua
alienação.

III - nas alienações ocorridas a partir de 1º de dezembro de 2005:

a) FR1 = 1/1,0060m1, onde "m1" corresponde ao número de meses-calendário, ou fração,


decorridos entre o mês de janeiro de 1996 ou a data de aquisição do imóvel, se posterior, e o mês
de novembro de 2005, para imóveis adquiridos até o mês de novembro de 2005; e

b) FR2 = 1/1,0035m2, onde "m2" corresponde ao número de meses-calendário, ou fração,


decorridos entre o mês de dezembro de 2005, ou o mês da aquisição do imóvel, se posterior, e o
de sua alienação.

§ 2º Aplicam-se, sucessivamente e quando cabíveis:


I - a redução prevista no art. 18 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, na alienação de
imóvel adquirido até 31 de dezembro de 1988;

II - o fator de redução FR de que trata o inciso I do § 1º, nas alienações ocorridas entre 16 de
junho de 2005 e 13 de outubro de 2005; ou

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III - o fator de redução FR1 de que trata o inciso II do § 1º, nas alienações ocorridas entre 14 de
outubro de 2005 e 30 de novembro de 2005; ou

IV - nas alienações ocorridas a partir de 1º de dezembro de 2005, os fatores de redução:

a) FR1 de que trata a alínea "a" do inciso III do § 1º; e

b) FR2 de que trata a alínea "b" do inciso III do § 1º.

§ 3º A aplicação de cada redução de que trata o § 2º dar-se-á sobre o ganho de capital diminuído
das reduções anteriores.

§ 4º Na alienação em conjunto de imóvel constituído de partes adquiridas em datas diferentes, a


redução aplica-se à parcela do ganho de capital que corresponder a cada parte, observando-se
que:

I - a redução correspondente a cada parte é determinada em função da data de sua aquisição e


aplicada sobre a parcela do ganho de capital a ela correspondente;

II - a parcela do ganho de capital correspondente a cada parte é determinada aplicando-se sobre o


total do ganho de capital o percentual resultante da relação entre o custo da parte objeto da
redução e o custo total do imóvel, ou entre a área da parte objeto da redução e a área total do
imóvel.

§ 5º O disposto no § 4º aplica-se à construção, ampliação ou reforma, ressalvado o disposto no §


6º.

§ 6º Na alienação de imóvel constituído por terreno adquirido até 31 de dezembro de 1995 e de


edificação, ampliação ou reforma iniciada até essa data, ainda que concluída em ano posterior,
informada na Declaração de Ajuste Anual, os fatores de redução de que trata o caput são
determinados em função do ano de aquisição do terreno e aplicado sobre todo o ganho de capital.

Art. 4º Aplica-se, no que couber, às alienações de que trata esta Instrução Normativa o disposto
na Instrução Normativa SRF nº 84, de 11 de outubro de 2001.

Art. 5º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos
para as operações realizadas a partir de 16 de junho de 2005.

Art. 6º Fica revogado o inciso II do caput e os §§ 2º e 3º do art. 29 da Instrução Normativa SRF


nº 84, de 2001.

JORGE ANTONIO DEHER RACHID

*Este texto não substitui o publicado oficialmente.

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EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO Nº 1


(uma fonte de renda)

Considere os seguintes dados hipotéticos:

a) José foi admitido como empregado da Cia ALFA em 2 de janeiro de 2021, percebe salário
mensal de R$ 12.000,00, tem como dependentes a esposa e um filho de 16 anos e não teve
reajuste nem aumento salarial no ano-calendário 2021;

b) No decorrer do ano-calendário 2021, José fez duas aplicações financeiras e auferiu os


seguintes rendimentos no período:
1- Poupança, R$ 17.000,00;
2- CDB, R$ 30.000,00 com IRRF de R$ 6.000,00.

c) No ano em questão, José fez os seguintes pagamentos:


1- Despesas médicas, conforme NF emitida pelo hospital VG, R$ 32.000,00;
2- Despesas com educação (oficial) do filho, conforme NF emitida pela Escola FC,
R$ 9.600,00;
3- Comprou um automóvel VW Gol de R$ 40.000,00, financiado pelo Banco VW em
40 parcelas de R$ 1.500 cada, sendo que, em 2021, pagou apenas 10 parcelas.

d) Saldos bancários em 31/12/2021:


1- C/C Itaú, R$ 7.000;
2- Poupança Itaú, R$ 20.000; e
3- CDB Itaú, R$ 45.000.

e) A Cia ALFA paga os salários no último dia útil de cada mês.


Pede-se:
1- Cálculo da folha de pagamento do mês de janeiro de 2021;

2- Cálculo do adiantamento de 13º salário em 30/11/2021;

3- Cálculo da folha de pagamento do 13º salário em 20/12/2021; e

4- Cálculo da Declaração do IRPF 2022 – Modelo Completo e Modelo Simplificado.

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Resolução:
1) Cálculo da folha de pagamento mensal, em 31/1/2021.

(+) Salário.......................................... R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$
*(–) INSS............................................. R$
**(–) IRRF............................................ R$_________________
(=) Líquido........................................ R$
*Cálculo de INSS
Salário de Contribuição........ R$ R$ R$ R$
(x) Alíquota................................ R$_______ R$_______ R$_______ R$_______
(=) INSS..................................... R$ R$ R$ R$
**Cálculo do IRRF
Rendimento tributável bruto................ R$
(–) Dependentes ........................................ R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$
(–) INSS..................................................... R$
(–) Previdência Complementar.................. R$ _________________
(=) Base de Cálculo................................... R$
(x) Alíquota............................................... _________________
(=)Total...................................................... R$
(–) Parcela a deduzir.................................. R$ _________________
(=) IRRF.................................................... R$
2) Cálculo do adiantamento de 13ª salário, em 30/11/2021
Remuneração de outubro...................... R$
(x) Percentual legal..................................... R$ _________________
(=) Adiantamento de 13ª salário................. R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$ _________________
(=) Líquido................................................. R$
3) Cálculo da folha de 13ª salário, em 20/12/2021
13ª salário.............................................. R$
(–) Adiantamento de 13ª salário............... R$ _________________
(=) 13ª Salário – segunda parcela............. R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$
*(–) INSS.................................................... R$
**(–) IRRF................................................... R$ ___________________
(=) Líquido............................................... R$
* Cálculo de INSS: idem, folha de pagamento mensal.
** Cálculo do IRRF: idem, folha de pagamento mensal.

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4) Cálculo da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física - DIRPF ou DAA de 2022


a) Rendimentos tributáveis recebidos de Pessoa Jurídica (retenção)
Nº Rendimento Valor IRRF

Total

b) Rendimentos tributáveis recebidos de Pessoas Físicas (carnê-leão)


Nº Rendimento Valor IR

Total

c) Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva


Nº Rendimento Valor líquido

Total

d) Rendimentos isentos ou não tributáveis


Nº Rendimento Valor

Total

e) Dívidas e ônus reais


Nº Credor CPF/CNPJ 31/12/2020 31/12/2021

Total

f) Declaração de bens e direitos


Nº Discriminação 31/12/2020 31/12/2021

Total

g) Pagamentos efetuados
Nº Nome CPF/CNPJ Valor

Total

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h) Cálculo – Modelo completo

(±) Descrição dos cálculos Valor


(+) Total de Rendimentos Tributáveis*......................................................... R$
(-) Deduções:
Dependentes (limite: R$ 2.275,08 cada)............................... R$
Pensão alimentícia judicial.............................................. R$
INSS............................................................................... R$
Desp. com previdência complementar (limite: 12% s/ *)... R$
Despesas médicas ......................................................... R$
Desp. com instrução (limite: R$ 3.561,50 cada)................... R$_________ R$__________
(=) Base de cálculo........................................................................................ R$
(x) Alíquota.................................................................................................... ____________
(=) Total......................................................................................................... R$
(-) Parcela a deduzir ..................................................................................... R$__________
(=) IRPF Total……………………………………………………………… R$
(-) IRRF + IR (antecipações)………………………..…………….………. R$__________
(=) IRPF a restituir......................................................................................... R$
ou
(=) IRPF a pagar............................................................................................ R$

i) Cálculo – Modelo simplificado (opcional)

(±) Descrição dos cálculos Valor


(+) Total de rendimentos tributáveis............................................................. R$
(-) Desconto simplificado (20% sobre o total acima, limitado a R$ 16.754,34)....... R$
(=) Base de cálculo........................................................................................ R$
(x) Alíquota.................................................................................................... ____________
(=) Total......................................................................................................... R$
(-) Parcela a deduzir ..................................................................................... R$__________
(=) IRPF Total……………………………………………………………… R$
(-) IRRF + IR (antecipações)...……………………………………………. R$__________
(=) IRPF a restituir......................................................................................... R$
ou
(=) IRPF a pagar............................................................................................ R$
NOTA: A declaração de IRPF deve ser apresentada até o último dia útil de abril do ano
subsequente.

Ano-calendário Exercício financeiro


2021 2022
Reg. de Caixa Declaração do IRPF

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
a) PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)
É dedutível, porém limitada a 12% do rendimento tributável.

b) VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)


Não é dedutível.

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EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO Nº 2


(mais de uma fonte de renda)

Considere os seguintes dados hipotéticos:

a) João foi admitido como empregado da Cia Beta em 2 de janeiro de 2021, percebe salário
mensal de R$ 15.000,00, paga pensão alimentícia (judicial) de R$ 4.000,00 ao mês, tem como
dependentes 3 filhos e não teve reajuste nem aumento salarial no ano calendário 2021;

b) No decorrer do ano-calendário 2021, João fez duas aplicações financeiras e auferiu os


seguintes rendimentos no período;
1- Poupança, R$ 25.000,00;
2- CDB, R$ 40.000,00 com IRRF de R$ 8.000,00.

c) João adquiriu ágio de um apartamento e o alugou ao Sr. Luiz Gonzaga, por R$ 5.000,00 ao
mês a partir de julho de 2021.

d) João recebeu, em 30/12/2021, R$ 40.000,00 a título de participação nos lucros e resultados –


PLR.

e) No ano em questão, João fez os seguintes pagamentos:


1- Despesas médicas, conforme NF emitida pelo Hospital “X”, R$ 50.000,00;
2- Despesas com educação (oficial) dos 3 filhos, conforme NF emitida pela Escola “Y”,
R$ 24.000,00;
3- Despesas com previdência privada – PGBL, R$ 36.000,00, dividido em 12 parcelas
de R$ 3.000,00 cada, pagos ao Banco “Z”;
4- Comprou ágio de um apartamento por R$ 100.000,00, cujo saldo devedor é de R$
2.000.000,00 (da Imobiliária J);
5- Pagou prestações do apartamento, R$ 20.000,00 (à CEF);
6- Pagou benfeitorias feitas no apartamento, R$ 30.000,00 (à Construtora BH).

f) Contraiu empréstimo junto ao Banco do Brasil no valor de R$ 60.000,00.

g) Saldos bancários:
1- C/C na CEF, R$ 20.000,00 em 31/12/2020 e R$ 35.000,00 em 31/12/2021;
2- Poupança no BB, R$ 30.000,00 em 31/12/2020 e 55.000,00 em 31/12/2021.

h) João recebeu salários e aluguéis no último dia útil de cada mês e PLR em 31/12/2021
Pede-se:
1- Cálculo da folha de pagamento do mês de março de 2021;

2- Cálculo do adiantamento de 13º salário em 30/11/2021;

3- Cálculo da folha de pagamento do 13º salário em 20/12/2021;

4- Cálculo do recibo de aluguel em 31/7/2021;

5- Cálculo do recibo de PLR em 31/12/2021; e

6- Cálculo da Declaração do IRPF 2022 – Modelo Completo e Modelo Simplificado.

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Resolução:
1) Cálculo da folha de pagamento mensal, em 31/1/2021.

(+) Salário.......................................... R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$
*(–) INSS............................................. R$
**(–) IRRF............................................ R$_________________
(=) Líquido........................................ R$
*Cálculo de INSS
Salário de Contribuição........ R$ R$ R$ R$
(x) Alíquota................................ R$_______ R$_______ R$_______ R$_______
(=) INSS..................................... R$ R$ R$ R$
**Cálculo do IRRF
Rendimento tributável bruto................ R$
(–) Dependentes ........................................ R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$
(–) INSS..................................................... R$
(–) Previdência Complementar.................. R$ _________________
(=) Base de Cálculo................................... R$
(x) Alíquota............................................... _________________
(=)Total...................................................... R$
(–) Parcela a deduzir.................................. R$ _________________
(=) IRRF.................................................... R$
2) Cálculo do adiantamento de 13ª salário, em 30/11/2021
Remuneração de outubro...................... R$
(x) Percentual legal..................................... R$ _________________
(=) Adiantamento de 13ª salário................. R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$ _________________
(=) Líquido................................................. R$
3) Cálculo da folha de 13ª salário, em 20/12/2021
13ª salário.............................................. R$
(–) Adiantamento de 13ª salário............... R$ _________________
(=) 13ª Salário – segunda parcela............. R$
(–) Pensão Alimentícia Judicial......... R$
*(–) INSS.................................................... R$
**(–) IRRF................................................... R$ ___________________
(=) Líquido............................................... R$
* Cálculo de INSS: idem, folha de pagamento mensal.
** Cálculo do IRRF: idem, folha de pagamento mensal.

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4) Cálculo do recibo de aluguel mensal, em 31/7/2021

Aluguel................................. R$
*(–) IRRF.................................... R$________________
(=) Líquido................................. R$

*Cálculo do IRRF

Rendimento tributável bruto................ R$


(–) Impostos, taxas e emolumentos........... R$
(–) Aluguel pago pela sublocação............. R$
(–) Despesas de cobranças......................... R$
(–) Despesas de condomínio...................... R$_______________
(=) Base de cálculo.................................... R$
(x) Alíquota............................................... _______________
(=)Total...................................................... R$
(–) Parcela a deduzir.................................. R$ _______________
(=) IRRF.................................................... R$

5) Cálculo do recibo de PLR, em 31/12/2021

Participação nos Lucros e Resultados........ R$


*(–) IRRF.................................... R$_____________
(=) Líquido................................. R$

*Cálculo do IRRF

Rendimento de PLR............................ R$
(x) Alíquota............................................... _______________
(=)Total...................................................... R$
(–) Parcela a deduzir.................................. R$ _______________
(=) IRRF.................................................... R$

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6) Cálculo da Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física – DIRPF ou DAA de 2021
a) Rendimentos tributáveis recebidos de Pessoas Jurídicas
Nº Rendimento Valor IRRF

Total

b) Rendimentos tributáveis recebidos de Pessoas Físicas


Nº Rendimento Valor IR

Total

c) Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva


Nº Rendimento Valor líquido

Total

d) Rendimentos isentos ou não tributáveis


Nº Rendimento Valor

Total

e) Dívidas e ônus reais


Nº Credor CPF/CNPJ 31/12/2020 31/12/2021

Total

f) Declaração de bens e direitos


Nº Discriminação 31/12/2020 31/12/2021

Total
g) Pagamentos efetuados
Nº Nome CPF/CNPJ Valor

Total
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h) Cálculo – Modelo completo

(±) Descrição dos cálculos Valor


(+) Total de Rendimentos Tributáveis*......................................................... R$
(-) Deduções:
Dependentes (limite: R$ 2.275,08 cada)................................ R$
Pensão alimentícia judicial.............................................. R$
INSS................................................................................ R$
Desp. com previdência complementar (limite: 12% s/ *).. R$
Despesas médicas .......................................................... R$
Desp. com instrução (limite: R$ 3.561,50 cada)................... R$_________ R$__________
(=) Base de cálculo........................................................................................ R$
(x) Alíquota.................................................................................................... ____________
(=) Total......................................................................................................... R$
(-) Parcela a deduzir ..................................................................................... R$__________
(=) IRPF Total……………………………………………………………… R$
(-) IRRF + IR (antecipação).………………………………………………. R$__________
(=) IRPF a restituir......................................................................................... R$
ou
(=) IRPF a pagar............................................................................................ R$

i) Cálculo – Modelo simplificado (opcional)

(±) Descrição dos cálculos Valor


(+) Total de rendimentos tributáveis............................................................. R$
(-) Desconto simplificado (20% sobre o total acima, limitado a R$ 16.754,34)........ R$__________
(=) Base de cálculo........................................................................................ R$
(x) Alíquota.................................................................................................... ____________
(=) Total......................................................................................................... R$
(-) Parcela a deduzir ..................................................................................... R$__________
(=) IRPF Total……………………………………………………………… R$
(-) IRRF + IR (antecipação)………………………………………………. R$__________
(=) IRPF a restituir......................................................................................... R$
ou
(=) IRPF a pagar............................................................................................ R$
NOTA: A declaração de IRPF deve ser apresentada até o último dia útil de abril do ano
subsequente.

Ano-calendário Exercício financeiro


2021 2022
Reg. de Caixa Declaração do IRPF

PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
a) PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre)
É dedutível, porém limitada a 12% do rendimento tributável.

b) VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre)


Não é dedutível.

137 Prof. Loberto Sasaki


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EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO Nº 3


(Microempreendedor Individual - MEI)

Márcio Pereira está inscrito no SIMEI, para exercer a atividade de comércio de


camisetas e auferiu as seguintes receitas em 2021, conforme recibos e notas fiscais emitidas:
▪ Janeiro...................................... R$ 5.900,00
▪ Fevereiro.................................. R$ 6.400,00
▪ Março....................................... R$ 5.300,00
▪ Abril......................................... R$ 7.400,00
▪ Maio......................................... R$ 5.500,00
▪ Junho........................................ R$ 8.300,00
▪ Julho......................................... R$ 6.000,00
▪ Agosto...................................... R$ 5.900,00
▪ Setembro.................................. R$ 7.000,00
▪ Outubro.................................... R$ 5.900,00
▪ Novembro................................ R$ 6.500,00
▪ Dezembro................................ R$ 9.850,00
▪ Total........................................ R$ 79.950,00

Pede-se:

▪Considerando que o MEI Márcio Pereira auferiu R$ 79.950,00 de Receitas Brutas e


R$ 29,950,00 de Custos e Despesas no ano-calendário 2021, determine o valor máximo que ele
pode declarar sem ter que pagar Imposto de Renda nem INSS.

138 Prof. Loberto Sasaki


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EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO Nº 4


(Simples Nacional)

A Beto Turismo Ltda – EPP está inscrita no Simples Nacional, possui dois sócios, quais
sejam: Gilberto Neris que entrou com R$ 80.000,00 e Júlio César, com R$ 20.000,00. A empresa
presta serviços de viagens e turismo e teve os seguintes dados em 2021.

Receita Bruta IRPJ


▪ Janeiro...................................... R$ 40.000,00................ R$ 400,00
▪ Fevereiro.................................. R$ 45.000,00................ R$ 450,00
▪ Março....................................... R$ 60.000,00................ R$ 600,00
▪ Abril......................................... R$ 65.000,00................ R$ 650,00
▪ Maio......................................... R$ 48.000,00................ R$ 480,00
▪ Junho........................................ R$ 45.000,00................ R$ 450,00
▪ Julho......................................... R$ 42.000,00................ R$ 420,00
▪ Agosto...................................... R$ 49.000,00................ R$ 490,00
▪ Setembro.................................. R$ 60.000,00................ R$ 600,00
▪ Outubro.................................... R$ 63.000,00................ R$ 630,00
▪ Novembro................................ R$ 61.000,00................ R$ 610,00
▪ Dezembro................................ R$ 67.000,00................. R$ 670,00
▪ Total........................................ R$ 645.000,00................. R$ 6.450,00

Pede-se:

▪Considerando que a empresa manteve uma escrituração contábil regular e auferiu


Lucro Líquido de R$ 220.000,00 em 2021, determine:

1) Lucro Presumido Líquido distribuível de forma isenta aos sócios;

2) Limite de distribuição de lucro isento ao sócio Gilberto Neris; e

3) Limite de distribuição de lucro isento sócio Júlio César.

139 Prof. Loberto Sasaki


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EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO Nº 5


(Lucro Presumido)

A Jonas & Jorge Ltda, possui dois sócios, sendo: Jonas Neri que entrou com R$
200.000 e Jorge Neris, R$ 100.000.
A empresa é tributada pelo regime do Lucro Presumido e teve os seguintes dados no
ano de 2021, exercendo atividades de posto de combustíveis, quais sejam:
▪ Revendas de combustíveis...................................... R$ 40.000.000,00
▪ Vendas de outros produtos..................................... R$ 10.000.000,00
▪ Prestação de serviços.............................................. R$ 10.000.000,00
▪ Aluguéis de imóveis............................................... R$ 500.000,00
▪ Receitas de aplicações financeiras......................... R$ 300.000,00
▪ IRRF sobre aplicações financeiras......................... R$ 60.000,00
▪ Ganho de capital.................................................... R$ 100.000,00
▪ Lucro Líquido Contábil......................................... R$ 1.500.000,00

Pede-se:

Observe o Inciso I, do § 2º, do artigo 238, da IN 1.700/2017 e determine:

1) O Lucro Presumido;
2) O IRPJ;
3) A CSLL;
4) O PIS;
5) A COFINS;
6) O Lucro Presumido líquido máximo distribuível isento;
7) O lucro distribuível isento máximo para o sócio Jonas Neri; e
8) O Lucro distribuível isento máximo para o sócio Jorge Neris.

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EXERCÍCIO PARA FIXAÇÃO Nº 6


(Lucro Real)

A M & JR Musical Ltda tem dois sócios, sendo: o Milionário com participação no
capital de 40% e, José Rico, com 60%.
A empresa explora a atividade de prestação de serviços musicais, é tributada pelo
Regime de Lucro Real e teve os seguintes dados em 2021:
a) Lucro Líquido do Exercício..................................... R$ 70.000.000,00
b) Reservas de Lucros de Exercícios anteriores.......... R$ 20.000.000,00
c) Lucros Acumulados de Exercícios anteriores......... R$ 10.000.000,00
d) Distribuiu Lucro ao Sócio Milionário,
em 2021, no valor de ................................................R$ 50.000,000,00
e) Distribuiu Lucro ao José Rico,
em 2021, no valor de ................................................R$ 80.000,000,00
f) Retirada Pró-Labore de cada sócio foi de valor
correspondente ao teto da tabela de desconto INSS, mensalmente.

Pede-se:

1- Discrimine os rendimentos a declarar pelo sócio Milionário; e

2- Discrimine os rendimentos a declarar pelo sócio José Rico

Fundamento Legal a considerar:

IN RFB 1.700/2017, art. 238, caput, §3º, §4º e §5º.

141 Prof. Loberto Sasaki


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DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA


FÍSICA 2019 - NOVIDADES
A Declaração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física 2019 apresenta algumas novidades,
dentre as quais destacam-se:

Dependentes: Obrigatoriedade de informar o CPF de dependentes e alimentandos de qualquer


idade;

Doações Diretamente na Declaração - ECA: Alteração do local da funcionalidade de doação


ao ECA diretamente na Declaração. Até o exercício 2018, a ficha de "Doações Diretamente na
Declaração - ECA" encontrava-se no Resumo da Declaração. Agora, está num local em
evidência e integra o bloco de "Fichas da Declaração" facilitando a visualização pelo
contribuinte;

Ficha de "Rendimentos Recebidos de Pessoa Física: e do Exterior pelo Titular": O título da


coluna "Outros" foi alterado para "Pensão Alimentícia e Outros", assim como o título da coluna
"Dependentes" foi alterado para "Quantidade de Dependentes"

Aprimoramentos recentes:

Impressão da DIRPF e do Recibo: Diversas melhorias na impressão da DIRPF, como a


organização da ordem de impressão dos rendimentos, pagamentos, bens e direitos;

Atualização automática: Com a funcionalidade de atualização automática do PGD IRPF, é


possível atualizar a versão do aplicativo sem a necessidade de realizar o download no sítio da
Receita Federal do Brasil na internet. A atualização poderá ser feita, automaticamente, ao se
abrir o PGD IRPF, ou pelo próprio declarante, por meio do menu Ferramentas - Verificar
Atualizações;

Entrega sem necessidade de instalação do Receitanet: O programa Receitanet foi incorporado


ao PGD IRPF 2019, não sendo mais necessária a sua instalação em separado;

Impressão do Darf: A impressão do Darf de todas as quotas do imposto, calculando os valores


de juros Selic para o respectivo vencimento. Além disso, os Darf emitidos após o prazo, também
serão calculados os devidos acréscimos legais;

Alíquota Efetiva: Exibição da relação percentual entre o imposto devido e o total de


rendimentos tributáveis;

Recuperação de nomes: Ao digitar ou importar um nome para um CPF/CNPJ, o sistema


armazenará o nome para facilitar o preenchimento futuro. Os nomes armazenados são nomes
informados pelo declarante, manualmente ou por meio das funcionalidades de importação, não
são fornecidos pelas bases da Receita Federal do Brasil. Após armazenados, os campos
referentes aos nomes serão preenchidos automaticamente conforme CPF/CNPJ digitados. A
funcionalidade poderá ser desativada no Menu - Ferramentas - Recuperação de Nomes.

Fonte: Receita Federal do Brasil


Por: Loberto Sasaki

NOTA:
Está página será atualizada assim que a RFB publicar a IN da Declaração do Exercício
Financeiro 2021. A estimativa é entre 15 a 25 de fevereiro de 2021.
142 Prof. Loberto Sasaki

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