UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
LUANA GODINHO LADEIRA DE SANTANA
PLANEJAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÃO
RESIDENCIAL EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Niterói
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
LUANA GODINHO LADEIRA DE SANTANA
PLANEJAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÃO
RESIDENCIAL EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Projeto Final apresentado ao curso de Graduação
de Engenharia Civil da Universidade Federal
Fluminense, como requisito parcial para obtenção
do Grau de Engenheiro Civil.
Orientador: Profª Izabella Pessoa de Castro, D.Sc.
Niterói
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
LUANA GODINHO LADEIRA DE SANTANA
PLANEJAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÃO
RESIDENCIAL EM ALVENARIA ESTRUTURAL
Projeto Final apresentado ao curso de Graduação de Engenharia Civil da
Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau
de Engenheiro Civil.
Orientador: Profª Izabella Pessoa de Castro, D.Sc.
Aprovada em 28 de julho de 2017 pela seguinte Banca Examinadora:
_______________________________________________________________
Profª Izabella Pessoa de Castro - D.Sc. - UFF - Presidente
_______________________________________________________________
Profª Camila Aparecida Abelha Rocha - D.Sc. - UFF
_______________________________________________________________
Profº Cristiano Saad Travassos do Carmo - M.Sc. - UFF
Niterói
2017
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me possibilitar estudar o curso que tanto
sonhei, me guiando nos momentos de indecisão e me dando força para superar os
momentos mais difíceis ao longo da graduação e da vida.
Em segundo aos meus pais, Aparecida Godinho e Gervásio Santana, que são
os grandes responsáveis por esta conquista. Aqueles que me formaram como
indivíduo pacientemente ao longo da vida, me incentivando, apoiando e educando
para que eu pudesse encarar os obstáculos com maior coragem e determinação.
São eles os maiores causadores de qualquer conquista que eu possa alcançar.
Á minha família pelo incentivo, pela paciência com as faltas nos momentos
festivos, pelo apoio, palavras de sabedoria e carinho os quais foram fundamentais
para a minha trajetória.
Agradeço especialmente ao meu namorado, Marcos Alexandre Spirito, por todo
amor e carinho que tem me dado e pelo seu apoio, paciência e consolo durante os
momentos mais difíceis da graduação.
Gostaria de agradecer aos meus amigos que tanto me ajudaram ao longo da
vida, deste projeto e durante a graduação, com apoio e palavras de consolo,
transformando momentos difíceis em risadas e tornando viável a realização desta
conquista.
Á minha professora e orientadora Izabella Castro que além de ser um grande
exemplo como profissional e pessoa contribuindo imensamente com ensinamentos
ao longo do curso de graduação, foi de extrema importância para a conclusão deste
projeto, sendo incansável ao oferecer dicas preciosas para a elaboração do
trabalho.
Á Universidade Federal Fluminense e a todos os meus professores que
contribuíram de forma direta com ensinamentos durante o curso de graduação e
durante toda a minha trajetória escolar. Por fim á todos os meus conhecidos que
através de simples gestos contribuíram direta ou indiretamente para tornar possível
a finalização da minha graduação.
RESUMO
O planejamento de uma obra é uma das etapas fundamentais para o
sucesso de qualquer empreendimento, garantindo maior qualidade e produtividade
na construção. Neste estudo de caso foi desenvolvido o planejamento completo
para a construção de uma unidade residencial de baixo padrão utilizando
ferramentas computacionais (VOLARE módulos planejamento e orçamento e
EXCEL) e foi realizado um estudo comparativo do custo unitário de construção por
metro quadrado com o Custo Unitário Básico de Construção (CUB) publicado pelo
Sindicato da Industria da Construção Civil do Rio de Janeiro (SINDUSCON-RJ).
Foi gerada toda a documentação necessária para o planejamento da
edificação com sucesso, utilizando a ferramenta computacional VOLARE. O custo
total foi em R$ 412.984,82, gerando um custo unitário por metro quadrado de R$
3.508,79.
Palavras-chave: Planejamento e custo unitário.
ABSTRACT
The construction’s planning is a fundamental stage for the success of any
enterprise, guarantees higher quality and productivity in construction. In this study
was developed the complete planning for a low-standard residential building using
the computational tools (VOLARE planning and budget modules and EXCEL) and
compared the unit cost of construction per square meter with the Basic Unit Cost
(CUB) Published by the Civil Construction Industry Union of Rio de Janeiro
(SINDUSCON-RJ).
All the necessary documentation for building planning has been generated
successfully, use a VOLARE computational tool. The total cost was R $ 412,984.82,
generating a unit cost per square meter of R $ 3,508.79
Keywords: Planning and unit cost.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Escantilhão ........................................................................................... 22
Figura 2 - Vergas e contravergas armadas e grauteadas em blocos canaleta tipo U
...................................................................................................................... 23
Figura 3 - Bloco vazado de concreto simples ....................................................... 24
Figura 4 - Blocos tipo canaleta ............................................................................. 25
Figura 5 - Bloco compensador.............................................................................. 25
Figura 6 - Empreendimento Downtown, da construtora Cisplan........................... 28
Figura 7 - Blocos cerâmicos ................................................................................. 29
Figura 8 - Os blocos e suas funções .................................................................... 29
Figura 9 – Blocos modulares sílico–calcário de 12,5 cm ...................................... 30
Figura 10 - Blocos modulares sílico–calcário de 20 cm ........................................ 31
Figura 11 - Linha DIN-106 de blocos sílico-calcário da empresa Prensil ............. 34
Figura 12 - Linha SC de blocos sílico-calcário da empresa Prensil ...................... 35
Figura 13 - Tipologia dos blocos de CCA ............................................................. 36
Figura 14 - Construção em alvenaria estrutural com bloco de CCA ..................... 37
Figura 15 - Obra em alvenaria estrutural utilizando blocos de CCA ..................... 37
Figura 16 - Barras de aço CA -25 e CA -50 e fios de aço CA-60 ......................... 41
Figura 17 – Exemplos de famílias de blocos modulares ...................................... 44
Figura 18 - Malha reticulada ................................................................................. 45
Figura 19 – Família de blocos 39 ......................................................................... 45
Figura 20 – Família de blocos 29 ......................................................................... 46
Figura 21 – Projeto de modulação ........................................................................ 47
Figura 22 - Projeto de modulação - 1º fiada ......................................................... 47
Figura 23 – Exemplo de amarração direta............................................................ 48
Figura 24 – Ligação entre paredes estruturais e não estruturais.......................... 49
Figura 25 - Amarração com grampos da parede de vedação............................... 49
Figura 26 – Conjunto habitacional construído com recursos do programa MCMV51
Figura 27 – Condomínio “The Gift” ....................................................................... 52
Figura 28 – Edifício residencial Chácara Primavera construído em Jundiaí, SP .. 53
Figura 29 - Edifício Carolina Pellicciari, Jundiaí, SP. ............................................ 53
Figura 30 – Casas construídas em regime de mutirão ......................................... 54
Figura 31 – Edifício Residencial Torres da Ponte, Jundiaí, SP. ........................... 54
Figura 32 – Construção Residencial em Mauá, SP. ............................................. 55
Figura 33 – Hotel Cassino Excalibur, Las Vegas, EUA ........................................ 56
Figura 34 - Gráfico da curva ABC......................................................................... 74
Figura 35 - Ciclo PDCA ........................................................................................ 78
Figura 36 – Diagrama de rede lógica usando o método das flechas. ................... 79
Figura 37 - Diagrama de rede lógica usando o método dos blocos...................... 80
Figura 38 - Cronograma físico de obra ................................................................. 81
Figura 39 - Gráfico de Gantt ................................................................................. 82
Figura 40 - Cronograma Físico – Financeiro para construção de um edifício escolar
em MG........................................................................................................... 83
Figura 41 - Comparação entre as curvas S do projeto e padrão .......................... 84
Figura 42 - Exemplo de um Histograma ............................................................... 85
Figura 43 - Histograma do Cronograma Físico Financeiro ................................. 186
Figura 44 – Histograma do Dimensionamento de Equipe em Mapa .................. 216
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensões nominais de blocos de concreto 26
Tabela 2 - Resistência à compressão - Classes de blocos sílico-calcários 32
Tabela 3 - EAP de projeto 61
Tabela 4 - Características básicas de orçamentos. 62
Tabela 5 - Orçamento Sintético 64
Tabela 6 - Curva ABC parcial de serviços 74
Tabela 7 - Dimensionamento da área de construção equivalente. 137
Tabela 8 – Duração de cada atividade 185
LISTA DE SÍMBOLOS
Fbk - Resistência característica do bloco
Fa - Resistência da argamassa
Fgk - Resistência característica do graute
R$ - Reais
US$ - United States dólar
LISTA DE UNIDADES
Cm - Centímetro
ºC - Graus Celsius
Mpa - Mega pascal
M - Metro
m² - Metro quadrado
m³ - Metro cúbico
mm - Milímetro
min - Minuto
pç/m² - Peças por metro quadrado
% - Porcentagem
Kg - Quilograma
Kgf - Quilograma força
kgf/m² - Quilograma força por metro quadrado
KN/m² - Quilo Newton por metro quadrado
Tf - Tonelada força
tf/m² - Tonelada força por metro quadrado
kV - Quilovolt
V - Volt
A - Ampere
kA - Quilo Ampére
" - Polegadas
m³/h - Metro cubico por hora
L - Litros
Hp - Horse-Power
kW - Quilowatts
t - Tonelada
CV - Cavalo Vapor
LISTA DE SIGLAS
ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ASTM - American Society for Testing and Materials
BDI - Bonificação e Despesas Indiretas
BNH - Banco Nacional da Habitação
CA - Concreto armado
CBIC - Câmara do Comércio e Indústria da Construção
CBIC - Câmara Brasileira da Industria da Construção
CCA - Concreto Celular Autoclavado
CEHOP - Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas do Sergipe
CEI - Cadastro Específico do INSS
CO2 - Gás Carbônico
COHAB - Companhia de Habitação Popular
CONFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CPM - Critical Path Method
CSLL - Contribuição sobre o Lucro Líquido
CUB - Custo Unitário Básico
DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
EAP - Estrutura Analítica de Projetos
EMOP - Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro
EPP - Empresa de Pequeno Porte
ET - Especificação Técnica
EUA - Estados Unidos da América
EVTE - Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica
FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
INSS - Instituto Nacional da Seguridade Social
IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ISO - International Organization for Standardization
ISS - Imposto Sobre Serviço de qualquer natureza
LV’s - Listas de Verificação
MCMV - Minha Casa Minha Vida
NBR - Norma Brasileira
PCAE - Processo Construtivo em Alvenaria Estrutural
PCC - Projeto de Conclusão de Curso
PDCA - Plan, do, check, act
PERT - Program Evaluation and Review Technique
PIS - Programa de Integração Social
PR - Paraná
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SESC - Serviço Social do Comércio
SESI - Serviço Social da Indústria
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 17
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 17
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ........................................................................ 17
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................................. 18
1.3.1 Objetivos geral ......................................................................................................................... 18
1.3.2 Objetivos específicos ................................................................................................................ 18
2 REVISÃO DA LITERATURA............................................................................................................ 19
2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL................................................................................................... 19
2.1.1 Conceito ................................................................................................................................... 19
2.1.2 Classificação dos processos construtivos ................................................................................ 19
2.1.2.1 Alvenaria estrutural não armada ou autoportante – “Structural Masonry” ......................................... 19
2.1.2.2 Alvenaria estrutural parcialmente armada .......................................................................................... 20
2.1.2.3 Alvenaria estrutura armada - “Reinforced Masonry”.......................................................................... 20
2.1.2.4 Alvenaria estrutural protendida........................................................................................................... 21
2.1.3 Método construtivo................................................................................................................... 21
2.1.4 Componentes ............................................................................................................................ 23
2.1.4.1.1 Blocos de concreto ................................................................................................................... 24
2.1.4.1.2 Blocos cerâmicos ..................................................................................................................... 27
2.1.4.1.3 Bloco sílico-calcário................................................................................................................. 30
2.1.4.1.4 Blocos de concreto celular autoclavado ................................................................................... 36
2.1.4.2 Argamassa .......................................................................................................................................... 38
2.1.4.3 Graute ................................................................................................................................................. 39
2.1.4.4 Armadura ............................................................................................................................................ 40
2.1.5 Controle tecnológico ................................................................................................................ 42
2.1.6 Características do projeto ........................................................................................................ 43
2.1.6.1 Modularização .................................................................................................................................... 43
2.1.7 O estado da arte ....................................................................................................................... 49
2.1.7.1 Alvenaria estrutural no Brasil ............................................................................................................. 50
2.1.7.2 Alvenaria estrutural no mundo ........................................................................................................... 56
2.1.8 Vantagens e desvantagens ........................................................................................................ 57
2.1.8.1 Vantagens ........................................................................................................................................... 57
2.1.8.2 Desvantagens ...................................................................................................................................... 58
2.2 ORÇAMENTO ........................................................................................................................ 59
2.2.1 Conceitos Básicos .................................................................................................................... 59
2.2.1.1 Estrutura Analítica do Projeto............................................................................................................. 61
2.2.2 Tipos de orçamento .................................................................................................................. 62
2.2.2.1 Orçamento Tabelado ........................................................................................................................... 62
2.2.2.2 Orçamento Sintético ........................................................................................................................... 62
2.2.2.3 Orçamento Analítico ........................................................................................................................... 65
2.2.3 Memória de cálculo.................................................................................................................. 65
2.2.4 Bonificação e Despesas Indiretas ............................................................................................ 66
2.2.4.1 Administração central ......................................................................................................................... 68
2.2.4.2 Riscos e imprevistos ........................................................................................................................... 69
2.2.4.3 Despesas financeiras ........................................................................................................................... 69
2.2.4.4 Lucro .................................................................................................................................................. 70
2.2.4.5 Tributos incidentes sobre o preço da venda ........................................................................................ 71
2.2.4.5.1 PIS............................................................................................................................................ 71
2.2.4.5.2 CONFINS ................................................................................................................................ 72
2.2.4.5.3 ISS............................................................................................................................................ 72
2.2.4.5.4 CPRB ....................................................................................................................................... 72
2.2.5 Curva ABC ............................................................................................................................... 73
2.2.6 Especificação Técnica .............................................................................................................. 75
2.2.7 Memorial Descritivo ................................................................................................................ 76
2.3 PLANEJAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................................ 76
2.3.1 Ciclo PDCA .............................................................................................................................. 77
2.3.2 Diagrama de rede .................................................................................................................... 78
2.3.3 Cronograma Físico da obra ..................................................................................................... 80
2.3.4 Gráfico de Gantt ou gráfico de Barras .................................................................................... 81
2.3.5 Cronograma físico-financeiro .................................................................................................. 82
2.3.6 Curva S e histograma ............................................................................................................... 83
3 METODOLGIA DA PESQUISA ........................................................................................................ 86
3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS ....................................................................................... 86
3.2 QUANTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS ...................................................................................... 86
3.3 FORMAÇÃO DO BDI .............................................................................................................. 87
3.4 ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO ........................................................................................ 87
3.5 ANÁLISE DAS CURVAS ABC ................................................................................................ 87
3.6 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO ....................................................................... 88
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................................. 89
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS ....................................................................................... 89
4.2 QUANTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS .................................................................................... 100
4.3 ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA ................................................................................................ 121
4.4 FORMAÇÃO DO BDI ............................................................................................................ 135
4.5 DESENVOLVIMENTO DO ORÇAMENTO ........................................................................... 137
4.6 ANÁLISE DAS CURVAS ABC .............................................................................................. 171
4.7 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO ..................................................................... 184
4.7.1 Cronograma físico-financeiro em mapa ................................................................................ 186
4.7.2 Cronograma financeiro em mapa estruturado ....................................................................... 192
4.7.3 Cronograma financeiro por período ...................................................................................... 194
4.7.4 Relatório de quantidades planejadas ..................................................................................... 202
4.7.5 Relatório de quantidade analítica realizada por período ...................................................... 208
4.7.6 Relatório de dimensionamento de equipes em mapa .............................................................. 216
4.7.7 Dimensionamento de equipes por frente de trabalho ............................................................. 217
4.7.8 Relatório de previsão de despesas de materiais gerados pelo módulo de planejamento. ...... 228
4.7.9 Gráfico de Gannt de serviços ................................................................................................. 235
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................ 242
5.1 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 242
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................... 243
6 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 244
8 ANEXO................................................................................................................................................ 250
9 APÊNDICE ......................................................................................................................................... 252
17
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O planejamento para a construção se constitui num dos principais fatores para o
sucesso de um empreendimento, pois é nele que se definem as atividades, materiais
e os subsídios necessários para realizar o projeto.
A alvenaria estrutural foi escolhida como sistema construtivo por permitir aliar
racionalização, planejamento e redução de custo. Trata-se de um sistema
industrializado de construção baseado em coordenação modular que permite a
otimização das etapas construtivas e das instalações dos subsistemas.
É um sistema de construção rápida que possibilita implantar linhas de montagem
para construção de unidades habitacionais em série. Desta maneira, o Processo
Construtivo em Alvenaria Estrutural (PCAE) impõem ao construtor a necessidade de
planejar cada etapa do empreendimento visando a obtenção de uma obra sem
interferências de subsistemas, colaborando para a redução de desperdícios e de
custo.
Para se definir a viabilidade econômica do empreendimento é realizado o
orçamento inicial da obra, onde são identificados e quantificados os serviços,
compatibilizados com os projetos, definido o custo de cada serviço e assim definido o
custo da obra.
A partir do orçamento são elaboradas as técnicas de controle e de comparação
do planejado com o executado que visam garantir o alcance das metas traçadas
incialmente para a construção do empreendimento.
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
Já que a alvenaria estrutural é um sistema produtivo cada vez mais visado pelo
mercado construtor, fornecer informações que possibilitem o adequado planejamento
físico-financeiro dos serviços necessários à construção de uma unidade residencial
18
unifamiliar de baixo padrão utilizando o PCAE, é importante para contribuir junto ao
sistema acadêmico e ao mercado construtor a melhorar o entendimento deste
processo otimizado de construção.
1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA
1.3.1 Objetivos geral
O objetivo geral deste estudo foi o desenvolvimento do planejamento para a
construção de uma edificação residencial unifamiliar, de baixo padrão, em alvenaria
estrutural, utilizando os projetos e dimensionamentos elaborados, pela aluna, em seu
PCC I.
1.3.2 Objetivos específicos
Os objetivos específicos consistiram no desenvolvimento da estimativa de custo
para a construção da obra, na elaboração das ferramentas de controle para o
gerenciamento utilizando a ferramenta computacional VOLARE na versão estudantil
e na comparação do custo estimado da edificação com o CUB por metro quadrado.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL
2.1.1 Conceito
A alvenaria estrutural é um processo construtivo que consiste em utilizar como
estrutura de suporte paredes de alvenaria e lajes enrijecedoras, sem a necessidade
do uso de pilares e vigas. Neste processo as paredes possuem a função estrutural de
suportar as cargas e sobrecargas atuantes na estrutura e assim distribuí-las
uniformemente até as fundações, por este motivo são chamadas de paredes
“portantes”.
Segundo Tauil e Nesse (2010), a alvenaria estrutural é o conjunto de peças
justapostas coladas em sua interface, por uma argamassa apropriada, formando um
elemento vertical coeso, podendo esta ser não armada, armada ou protendida.
É importante salientar que existe a alvenaria estrutural e a alvenaria de vedação
e que estas possuem funções distintas. A alvenaria de vedação é composta por
painéis de alvenaria executados entre estruturas com a função somente de fechar a
edificação, já a alvenaria estrutural além da função de vedar também oferece o suporte
à edificação.
Deve ser compreendida como um processo construtivo racionalizado, projetado,
calculado e construído em conformidade com as normas pertinentes, visando
funcionalidade com segurança e economia.
2.1.2 Classificação dos processos construtivos
2.1.2.1 Alvenaria estrutural não armada ou autoportante – “Structural Masonry”
A alvenaria estrutural não armada é o processo construtivo que emprega como
estrutura suporte paredes de alvenaria sem armação. Estas paredes recebem
somente reforços de aço para finalidades construtivas ou de amarração, como em
20
cintas, vergas, contravergas, amarração entre paredes e nas juntas horizontais com a
finalidade de evitar fissuras localizadas.
É tradicionalmente utilizado em edificações de pequeno porte, como
residências e prédios de até 8 pavimentos (KALIL, 2016) , onde os esforços do vento
não são muito significativos. A análise estrutural deste tipo de sistema não deve
acusar esforços de tração, já que a resistência a tração dos blocos é muito pequena,
sendo considerado no dimensionamento somente os esforços de compressão
considerando que todo o elemento está comprimido.
2.1.2.2 Alvenaria estrutural parcialmente armada
A alvenaria estrutural parcialmente armada é o processo construtivo onde parte
da estrutura possui paredes com armadura para resistir aos esforços calculados além
de armaduras com finalidade construtiva e de amarração. Sendo as paredes restantes
consideradas não armadas.
A armadura utilizada com a finalidade de amarração não é considerada no
dimensionamento e visa evitar fissuras por movimentações internas e ruptura frágil.
2.1.2.3 Alvenaria estrutura armada - “Reinforced Masonry”
A alvenaria estrutural armada é o processo construtivo que emprega como
estrutura suporte paredes de alvenaria reforçadas por armadura passiva de fios,
barras ou telas de aço, dimensionadas racionalmente para resistir aos esforços
atuantes. O aço é colocado dentro dos espaços vazios dos blocos, os quais são
preenchidos com graute para a consolidação da armadura à alvenaria.
Teoricamente, não existe limitação para o número de
pavimentos com este tipo de sistema. Com o bloco de 14 cm de largura,
consegue-se obter resistências a compressão de até 22 MPa, possibilitando
a construção de edificações com até 22 pavimentos, dependendo da
arquitetura. (WENDLER FILHO, 2014)
21
2.1.2.4 Alvenaria estrutural protendida
A alvenaria estrutural protendida é o processo construtivo que utiliza paredes de
alvenaria reforçadas por armadura ativa, pós-tensionada que submete a alvenaria a
tensões de compressão.
Este tipo de processo não é muito utilizado pois os materiais, equipamentos e a
mão de obra empregados na protensão apresentam custos elevados em desacordo
com os principais propósitos de utilização da alvenaria estrutural que são as
construções de baixo custo.
2.1.3 Método construtivo
O processo construtivo em alvenaria estrutural emprega basicamente blocos,
argamassa, graute e, dependendo do caso, armação. Os blocos são utilizados de
acordo com o projeto de modulação, não havendo a necessidade de corta-los durante
a obra, apenas em casos de pequenas adequações para as instalações. No projeto
são especificados os integrantes da família de blocos que deve ser utilizada, suas
respectivas posições e a indicação de quais serão grauteados.
A família de blocos é o conjunto de componentes de alvenaria que interagem
modularmente entre si e com outros elementos construtivos. Os blocos que compõem
a família, segundo suas dimensões, são designados como bloco inteiro (bloco
predominante), meio bloco, blocos de amarração L e T (blocos para encontros de
paredes), blocos compensadores (componentes de alvenaria destinados para ajuste
de modulação) e blocos tipo canaleta (blocos criados para racionalizar a execução de
vergas, contravergas e cintas).
De acordo com a ABNT NBR 6136 (2014) também são produzidos
componentes de alvenaria em concreto com submodulação de 2/3 e 1/3 do bloco.
Para a execução das alvenarias, depois de concluída a fundação, são inicialmente
feitas as marcações de eixos com a linha traçante e analisado os locais das aberturas
para a instalação dos gabaritos das portas com os vãos já conhecidos. Colocam-se
os blocos nas marcações considerando 1 cm de junta entre eles e para o seu correto
alinhamento são utilizados fios de “nylon” para marcar as fiadas puxados dos
escantilhões.
22
O escantilhão é uma ferramenta, fundamental para a execução da alvenaria
estrutural, constitui-se de um tripé o qual é utilizado como guia, juntamente com os
fios de nylon, para o alinhamento das fiadas dos blocos, conforme pode ser observado
na Figura 1. Esta ferramenta possui a altura aproximada do pé direito e deve ser
instalada, devidamente aprumada, nos cantos da alvenaria. Além de alinhados, os
blocos devem ser nivelados e aprumados com o nível e a régua técnica de prumo,
respectivamente.
Figura 1 - Escantilhão
Fonte: (CASTRO, 2016)
Os blocos são assentados com a argamassa obedecendo ao projeto de
paginação, utilizando aço, tela de aço ou ganchos nos locais previstos. De acordo com
a ABNT NBR 15961-2, 2011, depois de assentados os blocos não podem ser
movidos para não perder a aderência com a argamassa. É utilizado o graute nos
blocos que serão armados para solidarizar a armadura à alvenaria, preenchendo as
cavidades onde elas se encontram, aumentando assim a capacidade de resistência à
compressão da parede. É necessária a limpeza das rebarbas da argamassa dos furos
dos blocos antes do grauteamento e para garantir que este graute irá até o fundo do
furo devem ser criadas janelas de visita na base das paredes, nos pontos a serem
grauteados, para proceder-se a inspeção da operação de grauteamento. Estas
aberturas também são utilizadas para a limpeza (remoção da argamassa caída) que
antecede ao grauteamento.
As contravergas em vãos de janela podem ser executadas com canaletas
preenchidas com graute e armadura (Figura 2), peças moldadas no local ou peças
pré-fabricadas, conforme especificado no projeto. Também devem ser previstas em
projeto vigas armadas sobre os vãos de portas e janelas com apoio lateral mínimo de
23
20 cm em cada lado ou conforme especificado no projeto. Na finalização das paredes
de cada pavimento, deve ser executada uma cinta de respaldo contínua, solidarizando
todas as paredes executada com blocos especiais, tipo canaleta “J” ou com fôrmas
para concreto. Esta cinta deve preceder a montagem das formas de laje, ou do
posicionamento das peças pré-fabricadas quando a laje incorporar componentes pré-
fabricados. (ABNT NBR15812, 2010)
Figura 2 - Vergas e contravergas armadas e grauteadas em blocos canaleta tipo U
Fonte: (CASTRO, 2016)
Em períodos de chuva as paredes recém-assentadas devem ser cobertas, pois a
argamassa perde consistência e resistência quando em contato com a água. Dessa
forma, períodos longos de chuvas geram atrasos no cronograma da obra.
2.1.4 Componentes
O bloco estrutural é o componente básico da alvenaria, de fabricação industrial
com dimensões que superam as do tijolo, devendo ser homogêneo, compacto e
apresentar arestas vivas.
Os blocos estruturais que compõem a alvenaria podem ser constituídos de
diferentes materiais, sendo os mais utilizados os cerâmicos e os de concreto.
Qualquer que seja o material utilizado as propriedades desejáveis são:
Resistência à compressão adequada;
Capacidade de adesão à argamassa tornando homogênea a parede;
24
Durabilidade frente aos agentes agressivos (umidade, variação de
temperatura e ataque por agentes químicos);
Dimensões uniformes;
Resistência ao fogo.
2.1.4.1.1 Blocos de concreto
De acordo com a NBR 6136 (2014), os blocos de concreto são definidos como
blocos vazados de concreto simples para execução de alvenaria estrutural, com ou
sem função estrutural, vazados nas faces superior ou inferior, cuja área líquida é igual
ou superior a 75% da área bruta.
Os blocos de concreto são produzidos com agregados inertes e cimento Portland,
sendo permitido o uso de aditivos, adições ou pigmentos, desde que o produto final
atenda aos requisitos físico-mecânicos prescritos na NBR 6136 (2014).
Escória de alto forno, cinza volante, argila expandida ou outros agregados, leves
ou não, também podem ser usados como matéria prima, sendo que a dimensão
máxima característica do agregado deve ser inferior à metade da menor espessura
da parede do bloco.
São fabricados três tipos de blocos de concreto, que são: os vazados, as
canaletas e os compensadores. O bloco vazado de concreto simples é o componente
para execução de alvenaria, com ou sem função estrutural, vazado nas faces superior
e inferior, cuja área líquida é igual ou inferior a 75 % da área bruta, conforme pode ser
observado, a seguir, na Figura 3.
Figura 3 - Bloco vazado de concreto simples
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2014)
25
Os blocos tipo canaleta são componentes de alvenaria, vazados ou não, com
conformação geométrica, conforme pode ser observado na Figura 4, criados para
racionalizar a execução de vergas, contravergas e cintas.
Figura 4 - Blocos tipo canaleta
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2014)
O bloco compensador é o componente da alvenaria destinado para ajuste de
modulação. Possui comprimento reduzido para ser utilizado como incremento a fim
de completar dimensões de paredes pré-estabelecidas no projeto de alvenaria. Na
Figura 5 podem ser observados modelos de bloco compensador.
Figura 5 - Bloco compensador
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2014)
Largamente empregado no Brasil esse tipo de bloco estrutural tem a seu favor o
fato de possuir vários fornecedores e ter sido o primeiro bloco a possuir uma norma
brasileira para cálculo de alvenaria estrutural. No Brasil, um dos mais altos prédios
construídos em alvenaria estrutural com bloco de concreto foi de 19 pavimentos, em
Londrina, PR.
De acordo com a NBR 6136 (2014) a resistência característica à compressão axial
mínima para blocos de concreto com função estrutural é de 4,0 de MPa.
26
A Tabela 1 contempla as famílias existentes dos blocos de concreto com as suas
respectivas dimensões modulares e submodulares de acordo com a NBR 6136
(2014). Ou seja, exclusivamente estas dimensões são fabricadas e podem ser
utilizadas para o projeto de modulação.
Tabela 1 - Dimensões nominais de blocos de concreto
Fonte: (ABNT NBR 6136, 2014)
De acordo com a NBR 6136 (2014), os blocos devem atender as seguintes
condições:
Devem ter arestas vivas e não devem apresentar trincas;
O lote deve ser devidamente identificado pelo fabricante segundo a sua
procedência;
Os lotes devem ser transportados devidamente cubados;
Os blocos devem ser armazenados, de preferência na ordem em que chegam
à obra e devem ficar isolado do solo para não receber a umidade;
Os blocos devem ser coletados aleatoriamente para os seguintes ensaios:
resistência a compressão, análise dimensional, absorção, área líquida e
retração linear por secagem. Sendo este último facultativo, podendo o
27
fornecedor comprovar o atendimento as normas por meio de laudo de ensaio
executado.
A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) inspeciona a fabricação de
blocos de concreto para alvenaria e pavimentação, garantindo que eles atendam as
normas técnicas da ABNT e a certificação modelo 5 do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) a qual se baseia em requisitos da
ISO 9001, faz ensaios dos produtos e avalia e aprova o sistema de qualidade do
fabricante, fornecendo o seu selo de qualidade.
2.1.4.1.2 Blocos cerâmicos
Os blocos cerâmicos são blocos vazados, moldados com arestas vivas retilíneas,
sendo os furos cilíndricos ou prismáticos. São produzidos a partir da queima em alta
temperatura (acima de 800ºC) de argilas. A sua conformação é obtida por meio da
extrusão. Durante este processo toda a umidade é expulsa e a matéria orgânica é
queimada, ocorrendo a sinterização.
O coeficiente de condutividade térmica do bloco cerâmico é três vezes
menor que o do bloco de concreto, proporcionando maior conforto térmico.
Pesa aproximadamente a metade dos equivalentes em concreto, o que
facilita o transporte. Além disso, absorve menos água e propicia maior
produtividade. Analisando o ciclo de vida, é mais sustentável principalmente
quanto as emissões de CO2. (LUIS LIMA, 2011)
Os blocos cerâmicos possuem menor resistência mecânica que os blocos de
concreto e o processo de vitrificação nas faces dos blocos conferem a eles menor
aderência à argamassa, exigindo mais revestimento.
A alvenaria de blocos cerâmicos ganha força com o aparecimento de
fornecedores confiáveis para resistências superiores a 10 MPa. Apesar de,
no momento, ser mais utilizada em edificações de poucos pavimentos, pode-
se considerar que dentro de algum tempo os blocos cerâmicos passarão a
disputar com os blocos de concreto a utilização em edifícios de até 10
pavimentos. (RAMALHO & CORRÊA, 2003)
No Rio Grande do Sul é possível encontrar blocos cerâmicos estruturais de 18
MPa e construções com até 16 pavimentos, a exemplo do empreendimento Downtown
28
(Figura 6), da construtora Cisplan, que possui 11 pavimentos em alvenaria estrutural
nos quais foram utilizados blocos cerâmicos de 18, 15,10 e 7 MPa.
A alta aceitação do mercado cerâmico no estado acontece primeiramente pela
redução de custos com energia, já que é uma região de grande oscilação térmica e
os blocos cerâmicos proporcionam maior conforto térmico a edificação, além do fato
dos blocos serem leves, pois são feitos com argila, facilitando o manuseio e também
diminuindo as cargas na fundação. Por ultimo, pela redução do custo final da obra
devido à logística com o transporte.
Figura 6 - Empreendimento Downtown, da construtora Cisplan.
Fonte: (NETO, 2017)
A diversidade da família de blocos cerâmicos estruturais torna possível a
adequação de diversos encaixes para execução de paredes. Na Figura 7 pode ser
observada a diversificada tipologia dos blocos cerâmicos e na Figura 8 a indicação do
posicionamento adequado para cada tipo de bloco possibilitando o desempenho
satisfatório de funções.
29
Figura 7 - Blocos cerâmicos
Fonte: (COSTA, 2011)
Figura 8 - Os blocos e suas funções
Fonte: (COSTA, 2011)
Para os blocos cerâmicos são fabricados blocos especiais. São eles os blocos de
elétrica que são fabricados especialmente para a passagem de eletrodutos, os blocos
30
hidráulicos concebidos para a passagem de tubulações de água e esgoto, e os blocos
de 45º para cantos e amarrações, os quais facilitam tanto para a execução de projetos
como para o construtor.
2.1.4.1.3 Bloco sílico-calcário
Os blocos sílico-calcários para alvenaria são prismáticos, fabricados
com cal e agregados finos, de natureza predominantemente quartzo, que
depois da mistura íntima são moldados em peças, por pressão e
compactação, sofrendo posteriormente endurecimento sob ação de calor e
pressão de vapor. (ABNT NBR 14974-1, 2003)
Os blocos possuem formas e dimensões padronizadas. De acordo com a NBR
14974-1 (2003) existem dois tipos de blocos modulares os de 12,5 cm e os de 20 cm
de largura. Na Figura 9 podem ser observadas as dimensões em milímetros dos
blocos modulares, maciços e vazados, de 12,5 cm de largura. Já na Figura 10 são
apresentadas as dimensões dos blocos modulares de 20 cm de largura, existindo
somente o tipo vazado.
Figura 9 – Blocos modulares sílico–calcário de 12,5 cm
Fonte: (ABNT NBR 14974-1, 2003)
31
Figura 10 - Blocos modulares sílico–calcário de 20 cm
Fonte: (ABNT NBR 14974-1, 2003)
Os blocos sílico-calcários perfurados não utilizam armadura e graute podendo ser
utilizado apenas em alvenaria estrutural não armada, já os blocos vazados podem ser
utilizados tanto para alvenaria estrutural não armada como armada. Entretanto os
blocos conseguem atingir resistências à compressão muito altas. A NBR 14974-1
divide os blocos em classes de resistência a compressão variando de 4,5 MPa até 35
MPa, de acordo com a Tabela 2 adiante.
32
Tabela 2 - Resistência à compressão - Classes de blocos sílico-calcários
CLASSE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
Classe A 4,5 MPa
Classe B 6,0 MPa
Classe C 7,5 MPa
Classe D 8,0 MPa
Classe E 10,0 MPa
Classe F 12,0 MPa
Classe G 15,0 MPa
Classe H 20,0 MPa
Classe I 25,0 MPa
Classe J 35,0 MPa
Fonte: (ABNT NBR 14974-1, 2003)
Em 1957, no Brasil já se construía edificações empregando blocos estruturais
sílico-calcários, a exemplo do edifício Jardim de Prudência de nove pavimentos em
São Paulo. O empreendimento adotou alvenaria não armada com paredes de bloco
sílico-calcário, de 24 cm de largura.
Os blocos sílico-calcários possuem elevada densidade, bom isolamento acústico
e resistência ao fogo. Em relação ao mercado brasileiro os blocos de resistência à
compressão de 6 a 10 MPa supre a grande maioria das necessidades de mercado,
no entanto também são fabricados sob encomenda os blocos de 15, 20, 25, 30 ou 35
MPa. (ANTUNES, 2009)
A construção com blocos de sílico-calcário não é normatizada no Brasil, sendo
utilizada a norma alemã como parâmetro de requisitos estruturais. O uso dos blocos
silico-calcários é restringido pela altura do edifício (de até 15 pavimentos) e pela altura
do pé-direito do pavimento (ANTUNES, 2009).
Segundo Antunes (2009), a desvantagem do uso dos blocos silico-calcários
consiste no fato de existir somente um fabricante em todo o país, dificultando a difusão
do uso do produto e tornando o preço menos competitivo.
Os blocos sílico-calcários são produzidos em quase toda a Europa, na Rússia,
nos EUA, no México, no Canadá e em outros países. Na Alemanha, cerca de 70%
dos blocos comercializados são sílico-calcários. (SAYEGH, 2002)
No Brasil, o bloco sílico-calcário é produzido desde 1976 pela empresa Prensil e
destinados à execução de alvenarias autoportante. Em 1980 esta empresa iniciou a
fabricação de blocos da Linha SC, padrão norma americana ASTM, destinados a
obras industriais e comerciais, com formatos de blocos de concreto convencional
33
(modulação 20 x 40 cm), ingressando no mercado de blocos vazados, tanto para
alvenaria estrutural como para alvenaria de vedação. A Prensil fabrica blocos
vazados, perfurados e maciços, divididos em linhas que seguem modulações de 12,5
cm e 20 cm com faixas de resistências à compressão que variam entre 4,5 e 15 MPa.
Na Figura 11 a seguir são apresentados os dados técnicos dos blocos sílico-
calcário da Linha DN-160 fabricados pela empresa Prensil baseada na norma alemã
DN 160 e destinados à execução de alvenaria estrutural não armada (autoportante).
34
Figura 11 - Linha DIN-106 de blocos sílico-calcário da empresa Prensil
Fonte: (PRENSIL, 2016)
Na Figura 12 pode ser observada a linha SC, de blocos vazados, de fabricação
da empresa Prensil, destinados a execução de alvenaria estrutural armada.
35
Figura 12 - Linha SC de blocos sílico-calcário da empresa Prensil
Fonte: (PRENSIL, 2016)
36
2.1.4.1.4 Blocos de concreto celular autoclavado
O bloco de Concreto Celular Autoclavado (CCA) é constituído de materiais
calcários (cimento, cal ou ambos) e materiais ricos em sílica, granulados finamente.
Esta mistura é expandida por meio da utilização de produtos formadores de gases,
água e aditivos se forem o caso, sendo submetidos à pressão e temperatura através
de vapor saturado.
Os blocos de CCA se destacam por serem mais leves que o tijolo sendo utilizados
tanto para alvenaria interna como externa, de divisão, de vedação ou estrutural. Em
obras de alvenaria estrutural os blocos de CCA podem ser usados com ou sem
armação. Na Figura 13 a seguir pode ser observada a tipologia dos blocos de CCA
comercializados atualmente no Brasil.
Figura 13 - Tipologia dos blocos de CCA
Fonte: (IPORÃ BLOCOS, 2016)
Dentre os tipos de blocos estruturais disponíveis no Brasil, o bloco de CCA é o
menos empregado. Como para os outros blocos a ABNT publicou um conjunto de
normas que estabelecem as características e especificações mínimas para os blocos
de CCA sem função estrutural, sendo que ainda não existem normas brasileiras para o
bloco CCA com função estrutural, em função deste fato ainda são utilizadas as normas
estrangeiras.
Os blocos de CCA possuem baixa densidade, são leves, oferece bom isolamento
térmico, acústico e resistência ao fogo além de boa impermeabilidade ao vapor por
possuir estrutura celular fechada. São blocos maciços, com resistência à compressão
de até 6 MPa, competitivos para obras com até quatro pavimentos.
37
Na Figura 14 a seguir pode ser observada imagem de construção em alvenaria
estrutural com bloco de CCA.
Figura 14 - Construção em alvenaria estrutural com bloco de CCA
Fonte: (UFRGS, Blocos celulares autoclavados, 2016)
O concreto celular consome relativamente poucas matérias primas em relação a
outros materiais de construção. Para 1m2 de alvenaria, o concreto celular utiliza 1/2 a
1/3 do material que seria necessário com os produtos tradicionais, entretanto há um
elevado gasto energético na produção.
Na Figura 15 pode ser observada obra em alvenaria estrutural utilizando blocos
de CCA.
Figura 15 - Obra em alvenaria estrutural utilizando blocos de CCA
Fonte: (IPORÃ BLOCOS, 2016)
38
2.1.4.2 Argamassa
De acordo com a NBR 13281 (2005) argamassa é a mistura homogênea de
agregado (s) miúdo (s), aglomerante (s) inorgânico (s) e água, contendo ou não
aditivos, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em
obra ou em instalação própria (argamassa industrializada). Ainda segundo esta
norma, a argamassa para assentamento em alvenaria estrutural é a argamassa
indicada para ligação de componentes de vedação (como blocos e tijolos) no
assentamento em alvenaria, com função estrutural.
Com relação à resistência à compressão das argamassas destinadas ao
assentamento em alvenaria estrutural, deve ser atendido o valor máximo limitado a
0,7 da resistência característica especificada para bloco, referida à área líquida.
(ABNT NBR 15961-1, 2011)
Para a definição da argamassa de assentamento a ser utilizada devem ser
realizados ensaios com antecedência adequada com os materiais dos mesmos
fornecedores selecionados para a obra, comprovando o atendimento dos requisitos
estabelecidos no projeto estrutural por meio dos ensaios indicados na NBR 15961-2,
2011, no caso de controle na obra, ou conforme a ABNT NBR 13279, 2005, e demais
normas pertinentes. Esses procedimentos devem ser atendidos tanto pelas
argamassas preparadas em obra quanto pelas industrializadas.
A produção da argamassa de assentamento deve garantir coeficiente de
variação inferior a 20% nos ensaios de controle de obra. A trabalhabilidade deve ser
compatível com as características dos materiais constituintes da alvenaria e com os
equipamentos a serem empregados na mistura, transporte e aplicação. A argamassa
deve ser acondicionada em uma argamasseira metálica ou plástica que garanta a
estanqueidade, devendo o volume desta deve ser tal que toda a argamassa seja
consumida no prazo máximo de 2h30 min.
Durante o período de uso, a argamassa pode ter a consistência ajustada
mediante a adição de água em no máximo duas vezes. Em climas quentes ou com
ventos acentuados, é recomendável que a perda de água seja amenizada cobrindo-
se o recipiente da argamassa (ABNT NBR 15961-2, 2011). Os aditivos devem
obedecer às Normas Brasileiras ou, na falta destas, suas propriedades devem ser
verificadas experimentalmente. São permitidos óxidos puros de origem mineral
utilizados como pigmentos.
39
Na dosagem da argamassa todos os materiais podem ser medidos em massa,
sendo que os agregados miúdos, a água e o aditivo líquido podem também ser
medidos em volume. Na dosagem também devem ser considerados o teor de umidade
e o inchamento dos agregados.
2.1.4.3 Graute
De acordo com a NBR 15961-1 (2011) graute é o componente utilizado para
preenchimento de espaços vazios de blocos, com a finalidade de solidarizar
armaduras à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente.
O graute deve ter características no estado fresco que garantam o completo
preenchimento dos furos e não pode apresentar retração que provoque o
descolamento do graute das paredes dos blocos. (ABNT NBR 15961-2, 2011)
O graute é composto de cimento, agregado miúdo, agregado graúdo, água, e
cal, além de aditivos líquidos ou em pó destinados a conferir trabalhabilidade à
mistura. É permitido o uso de aditivos no graute se atenderem as normas brasileiras
ou, na falta destas, apenas se suas propriedades tiverem sido verificadas
experimentalmente.
O graute pode ser industrializado ou produzido em obra. Antes da utilização do
graute industrializado é necessário verificar se embalagem encontra-se íntegra e se o
produto está dentro do prazo de validade. Quando o graute for produzido em obra
devem ser realizados ensaios com antecedência adequada para comprovação ao
atendimento das características definidas por norma. Na dosagem deve ser levada
em consideração a redução da quantidade de água da mistura devido a absorção dos
blocos e das juntas de argamassa, além da consistência que deve ser adequada para
que não haja segregação.
A cal é um aglomerante aéreo que tem o objetivo de conferir trabalhabilidade
ao graute além de apresentar à capacidade de retenção da água necessária a
hidratação do cimento e de redução da retração na secagem. Nos casos em que a cal
for utilizada na dosagem do graute, seu teor não pode ser superior a 10 % em volume
em relação ao cimento. Por ser um material fino, a cal aumenta a viscosidade do
graute, reduzindo a segregação. Como a cal possui área superficial elevada, adições
superiores a 10% deste material aumentaria o consumo de água para a manutenção
da trabalhabilidade do graute reduzindo sua resistência.
40
A dimensão máxima do agregado no graute deve ser de 10 mm ou 20 mm,
conforme o cobrimento da armadura se for 15 mm (cobrimento mínimo) ou 25 mm,
respectivamente. Os agregados devem ter dimensão inferior a 1/3 da menor dimensão
dos vazados a serem preenchidos. (ABNT NBR 15961-2, 2011)
O graute deve ser deve produzido, obrigatoriamente, com misturador mecânico,
devendo ser utilizado dentro de 2h30min, contadas a partir da adição de água. Em
hipótese alguma, é permitido utilizar um produto com prazo de uso vencido (ou seja,
depois de 2h30min da adição da água), a não ser que seja utilizado aditivo retardador
de pega. Neste caso, devem ser seguidas as instruções do fabricante do aditivo
(ABNT NBR 15961-2, 2011).
O graute deve ser transportado sem que haja segregação e perda de
componentes, sendo desaconselhável o uso de depósitos intermediários.
De acordo com a NBR 15961-2 (2011), na operação de grauteamento a altura
máxima de lançamento do graute deve ser de 1,6 m, exceto se o graute for
devidamente aditivado, garantida a coesão sem segregação, situação em que a altura
de lançamento máximo permitido é de 2,8 m com o uso de adensamento manual
empregando haste entre 10 mm e 15 mm de diâmetro, devendo a haste ter
comprimento suficiente para atingir toda a extensão do vazado, não sendo permitido
utilizar a própria armadura da parede para esse adensamento.
2.1.4.4 Armadura
De acordo com a NBR 7480 (2007), são classificados como barras os produtos
de diâmetro nominal de 6,3 mm ou superior, obtidos exclusivamente por laminação a
quente sem processo posterior de deformação mecânica. Classificam-se como fios
aqueles de diâmetro nominal de 10 mm ou inferior, obtidos a partir de fio-máquina por
trefilação ou laminação a frio. A respeito do valor característico da resistência de
escoamento, as barras de aço são classificadas nas categorias CA-25 e CA-50, e os
fios de aço na categoria CA-60, os quais possuem, respectivamente, as resistências
características de escoamento de 250 MPa,500 MPa e 600 MPa.
Na Figura 16 podem ser observadas imagens de barras e os fios de aço. A
diferença entre estes materiais, além da resistência de escoamento, está na
conformação superficial. As barras de aço CA-25 devem ser obrigatoriamente lisas,
sem qualquer tipo de nervuras, com coeficiente de conformação superficial igual a 1
41
e as barras de aço CA-50 devem ter obrigatoriamente nervuras transversais oblíquas,
com coeficiente superficial encontrados por meio de ensaios em laboratórios. Já os
fios CA-60 podem ser lisos ou nervurados, somente o fio de diâmetro nominal de 10
mm deve ser obrigatoriamente nervurado.
Figura 16 - Barras de aço CA -25 e CA -50 e fios de aço CA-60
Fonte: (AÇOS CORTEZ, 2016), (ARCELOR MITTAL, 2016)
Os fios, as barras e as telas de reforço imerso em juntas de argamassa devem
ser de aço galvanizado ou metal resistente à corrosão não sendo permitido o contato
de metais de naturezas diferentes.
As armaduras são utilizadas verticalmente nas regiões estabelecidas e
horizontalmente nas canaletas, vergas e contravergas. Devem ser colocadas de tal
forma que se mantenham na posição especificada durante o grauteamento e, para
isso, devem ser utilizados espaçadores adequados para garantir o cobrimento
especificado em projeto.
De acordo com a NBR 15961-2, 2011, é admitido erro máximo no
posicionamento das armaduras igual a 1 cm para seções fletidas com dimensão
inferior a 20 cm, no plano de flexão e erro máximo de 2 cm para seções comprimidas
ou de dimensão superior a 20 cm. Para ocorrência de erros maiores o projetista da
estrutura deve fazer revisão dos cálculos.
As armaduras e outras peças metálicas devem ser armazenadas sobre
suportes que impeçam o contato com o solo de modo a evitar a sua oxidação e
deposição de sujeira que prejudique a aderência com o graute. Estes materiais devem
ser colocados em locais que impeçam deformações ou danos na armadura evitando
prejudicar sua função estrutural.
De acordo com a NBR 15961-1 (2011), para blocos de concreto, tanto as barras
de armadura horizontal nas juntas de assentamento envolvidas pela argamassa
quanto nas barras envolvidas por graute, o cobrimento mínimo é de 15 mm na
42
horizontal. Para blocos de cerâmica o cobrimento da armadura mínimo é 15 mm para
dimensão máxima dos agregados 10 mm, para dimensão máxima dos agregados de
20 mm o cobrimento mínimo é de 25 mm.
2.1.5 Controle tecnológico
A norma mais completa relativa à execução de alvenaria estrutural é a NBR
15961-2: Alvenaria estrutural – Blocos de concreto. Parte 2: Execução e controle de
obras. Esta norma aborda questões sobre recebimento dos materiais (tanto dos
blocos como da argamassa, do graute e das armaduras) ou a produção de argamassa
e do graute, quando realizada no canteiro. Além disso, esta norma orienta sobre a
produção da alvenaria (locação e elevação das paredes), detalhando espessuras de
juntas horizontais e verticais. Por fim, trata da questão da aceitação da alvenaria,
separando critérios de acordo com a exigência estrutural da obra.
A NBR 6136 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – Requisitos foi
criada em 1994 e revisada em 2014. Esta norma estabelece os requisitos para
produção e aceitação de blocos com ou sem função estrutural, além de classificar os
materiais e de fornecer orientações quando aos procedimentos de inspeção dos lotes
de blocos, amostragem e ensaios.
Segundo a NBR 6136 (2014), o ensaio de resistência à compressão deve ser
realizado de acordo com a NBR 12118: Blocos vazados de concreto simples para
alvenaria estrutural – Métodos de ensaio (revisada em maio de 2014).
É utilizado o ensaio de prisma para o controle tecnológico da alvenaria estrutural
o qual se testa o bloco, o graute e a argamassa presente no conjunto. Este teste se
baseia no ensaio de compressão de um corpo de prova constituído de blocos de
alvenaria estrutural, argamassa e graute para determinar a resistência de compressão
da estrutura e verificar se a resistência encontrada está de acordo com a resistência
de projeto. O ensaio deve ser feito separado para paredes com e sem graute e a cada
pavimento são coletados corpos de prova para o controle – padrão.
De acordo com a NBR 15961 (2011) no controle-padrão, cada pavimento de cada
edificação constitui um lote para coleta de amostras. O número de amostras de cada
lote é sempre constituído de no mínimo 12 prismas, sendo seis para ensaio e seis
para eventual contraprova.
43
2.1.6 Características do projeto
No processo criativo de edificações em alvenaria estrutural é fundamental a
perfeita integração entre o arquiteto e engenheiro calculista, objetivando a obtenção
de estruturas economicamente competentes para suportar todos os esforços previstos
sem prejuízo das demais funções: compartimentação, vedação, isolamento termo
acústico, instalações hidráulicas, elétricas, telefônicas e ter função estética. (KALIL,
2016)
Segundo Kalil (2016) a concepção estrutural pode ser facilitada se alguns
aspectos forem observados, tais como a forma da edificação e a distribuição das
paredes resistentes, além do fato de que os projetos em alvenaria estrutural são mais
fáceis de detalhar.
Um projeto arquitetônico em alvenaria estrutural será mais econômico na medida
em que for mais repetitivo e tiver paredes coincidentes nos diversos pavimentos,
dispensando elementos auxiliares ou estrutura de transição. (KALIL, 2016)
O projeto tem seu começo com o estudo da região, características particulares do
terreno, estudo de campo e estudo das preferências do cliente, depois de definidas as
dimensões e as áreas necessárias do empreendimento é dado início a adequação ao
projeto para o sistema de alvenaria estrutural por meio da modularização. Antes da
concepção do anteprojeto todas as interferências relacionadas as instalações devem
ser resolvidas, visto que é necessário o embutimento destas nas alvenarias ou
fazendo uso de “shafts”.
2.1.6.1 Modularização
A modularização é uma técnica utilizada para a realização de projetos de
construção de edificações de todos os tipos, ela se baseia na coordenação modular
onde todas as peças são organizadas de forma a atenderem uma medida de base
padronizada. É indicada para alvenaria estrutural por utilizar blocos de dimensões
adequadas e que seguem critérios rigorosos de fabricação admitindo pequenas
tolerâncias.
Modular um arranjo arquitetônico significa acertar suas dimensões em planta e
também o pé-direito da edificação, por meio das dimensões das unidades, com o
44
objetivo de reduzir ao máximo os cortes e ajustes na execução das paredes. Há dois
tipos de modulação: a horizontal e a vertical. (KALIL, 2016)
Segundo Kalil, 2016, na modulação horizontal são utilizados os comprimentos e
as larguras dos blocos para o projeto da planta baixa e na modulação vertical é
utilizada a altura dos blocos, adequando a distância do piso ao teto para que seja
múltiplo da unidade modular.
Os blocos modulares são aqueles que são capazes de encaixar nas junções das
paredes sem que seja necessário o corte. Eles têm o comprimento igual a duas vezes
a largura mais a espessura da junta, podendo utilizar uma malha reticulada com
dimensão modular conferindo em uma maior racionalização ao projeto.
Na Figura 17 podem ser observados exemplos de famílias de blocos modulares.
Os blocos da família 39, por exemplo, com dimensões de 19x19x39 cm possui o
comprimento 39 cm, correspondendo a duas vezes o comprimento do meio bloco que
é de 19 cm, adicionado de 1 cm de junta para cada lado.
Figura 17 – Exemplos de famílias de blocos modulares
Fonte (CLUBE DO CONCRETO, 2016)
A Figura 18 a seguir é apresentado um exemplo de malha reticulada utilizando
submódulos quadrados que será a base para o desenvolvimento do projeto.
45
Figura 18 - Malha reticulada
Fonte: (KALIL, 2016)
É citado na NBR 6136 (2014), que os blocos que não são múltiplos de 10 cm são
desfavoráveis para a modulação, sendo complicado o uso de peças compensatórias
para modulação com estes blocos. Esta norma também recomenda que no
desenvolvimento do projeto de modulação sejam utilizados os blocos das famílias de
20 x 40 cm, 15 x 40 cm, 15 x 30 cm e de 10 x40 cm.
Inicialmente é realizada a modulação para as regiões mais conflituosas na parede
estrutural, como “shafts” e aberturas verticais para portas, com a orientação do
projetista são definidas quais as paredes serão grauteadas e quais os locais onde
serão necessários incrementos submodulares. Então o primeiro passo é analisar se a
modulação será de peças de 30 ou 40 cm de comprimento.
Na Figura 19 a seguir podem ser observados os blocos integrantes da família 39,
que são usados na modulação de peças de 40 cm e a na Figura 20 os blocos
integrantes da família 29, usados na modulação de peças de 30 cm.
Figura 19 – Família de blocos 39
Fonte: (UFRGS, 2016)
46
Figura 20 – Família de blocos 29
Fonte: (UFRGS, 2016)
A família de blocos de 20 x 40 cm, por exemplo, utiliza blocos com comprimento
39 cm + 1 cm, este acréscimo de 1 cm refere-se aos ajustes de coordenação, o qual
se refere as juntas da argamassa da alvenaria e também é necessário para que
medidas internas do ambiente sejam respeitadas. Assim, o ajuste de coordenação é
utilizado para todos os blocos, respeitando assim a modulação múltipla de 10 cm.
Depois da escolha da família de blocos a ser utilizada são verificadas quais as
paredes que são portantes e inicia-se o processo de modulação dos pavimentos,
definindo todas as interferências como caixa d’água, barrilete, “shafts” e executando
as vistas de todas as paredes modulares com todos os detalhes contidos no projeto,
como pontos a serem grauteados, indicação de conduítes, detalhes de amarração,
cotas entre os eixos do projeto, entre outros.
Exemplo de projeto de modulação da primeira e segunda fiadas pode ser
observado a seguir na Figura 21.
47
Figura 21 – Projeto de modulação
Fonte: (ALTOQI, 2016)
A Figura 22 apresenta outro exemplo de projeto de modulação com a utilização
de blocos da família 39 e 29, com dimensões 14 x 19 x 39 cm, 14 x 19 x 34 cm, 14 x
19 x 44 cm e o bloco compensador 14 x 19 x 04 cm.
Figura 22 - Projeto de modulação - 1º fiada
Fonte: (SELECTA BLOCOS, 2016)
48
Para os desenhos de elevação é realizada a amarração direta no plano das
paredes onde as juntas verticais se defasam em no mínimo 1/3 do comprimento dos
blocos provocando o intertravamento destes com fiadas alternadas. A NBR 15961-1
(2011), determina que paredes estruturais não devem ter amarrações diretas com
paredes não estruturais e somente pode realizar paredes estruturais com amarrações
diretas.
A Figura 23 ilustra exemplo de amarração direta de paredes estruturais.
Figura 23 – Exemplo de amarração direta
Fonte: (QIBUILDER, 2016)
De acordo com a NBR 15961-1 (2011), para a união de paredes não estruturais
com paredes estruturais é utilizada a amarração indireta com junta vertical a prumo,
onde a parede é conectada por meio de grampos metálicos devidamente ancorados
em furos verticais adjacentes grauteados ou telas metálicas ancoradas em juntas de
assentamento.
Na Figura 24 é possível observar a interação dos blocos na ligação entre paredes
estruturais com paredes de vedação.
49
Figura 24 – Ligação entre paredes estruturais e não estruturais
Fonte: (QIBUILDER, 2016)
Na Figura 25 é possível observar os detalhes a amarração indireta da parede de
vedação.
Figura 25 - Amarração com grampos da parede de vedação
Fonte: (CEHOP, 2016)
2.1.7 O estado da arte
A alvenaria estrutural é um sistema antigo de construção com origens na pré-
história. Suas primeiras construções foi com o uso de pedras e tijolos cerâmicos de
grande espessura. Neste tópico será discutido sobre o desenvolvimento da alvenaria
estrutural no Brasil e no mundo contemporâneo.
50
2.1.7.1 Alvenaria estrutural no Brasil
Devido aos avanços tecnológicos e a criação de normas brasileiras relativas à
alvenaria estrutural este método de construção tem experimentando grande impulso.
A preocupação crescente com o custo fez com que a alvenaria estrutural voltasse a
se tornar uma opção entre os empreendedores.
Historicamente, a alvenaria estrutural surgiu para atender às obras do
Banco Nacional da Habitação (BNH) em São Paulo e acabou ficando
estigmatizada por causa dessa origem. Mas, pelo custo, era o único sistema
que viabilizava essas construções - e, ainda hoje, é imbatível nesse quesito.
(TAUIL C. , 2014)
Criado em 1964, o Banco Nacional de Habitação (BNH) tinha como objetivo ser
gestor e financiador para a aquisição da casa própria atendendo a população de baixa
renda, por meio de construções em alvenaria estrutural com blocos de concreto. Foi
extinto em 1986 agregando um tímido impulso no setor.
Na década de 60, a alvenaria estrutural não armada foi desenvolvida em larga
escala utilizando blocos de concreto, blocos de cerâmica e sílico-calcário, baseados
em normas da Inglaterra e da Alemanha. Até hoje, a alvenaria não armada é muito
bem vista pela sua facilidade de execução e baixo custo. A utilização com blocos de
concreto é maior pelo maior número de fornecedores.
Dentro do sistema Alvenaria Estrutural, a alvenaria não armada de
blocos vazados de concreto parece ser um dos mais promissores, tanto pela
economia proporcionada como pelo número de fornecedores já existentes.
Sua utilização é mais indicada em edificações residenciais de padrão baixo
ou médio com até 12 pavimentos. Nesses casos utilizam-se paredes com
espessura de 14 cm e a resistência de bloco normalmente necessária é de 1
MPa vezes o número de pavimentos acima do nível considerado. (RAMALHO
& CORRÊA, 2003)
Na década de 70, começaram a surgir muitas patologias na alvenaria estrutural
por descuidos técnicos na fabricação dos blocos e desconhecimento do sistema. O
sistema passou a ser visto como de má qualidade. Porém no final da década de 70
iniciaram-se muitos trabalhos e estudos a cerca do sistema construtivo.
51
Em 2009, a criação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) representou
um avanço no crescimento de construções em alvenaria estrutural tanto pela
visibilidade do sistema construtivo quanto pela evolução nos quesitos técnicos. Até
2015, já havia atingido 3857 milhões de moradias, de acordo com o portal Brasil e
Ministério do Planejamento.
Todos os segmentos utilizam o sistema, mas aquele que o emprega
em maior escala, sem dúvida, é o segmento de baixa renda. O programa
MCMV foi responsável por impulsionar também o setor de alvenaria estrutural
nos últimos anos. Mas há mais de 10 anos temos visto o uso do sistema em
obras mais incrementadas. A alvenaria estrutural, quando bem projetada,
pode conferir flexibilidade ao empreendimento, sobretudo pela possibilidade
de usar paredes leves, como o “drywall”, em cima da laje, nas paredes de
vedação. (TAUIL C. , 2014)
Na Figura 26 pode ser observada a foto aérea de um conjunto habitacional
construído com recursos do programa MCMV.
Figura 26 – Conjunto habitacional construído com recursos do programa MCMV
Fonte: (FEIRÃO DA CAIXA, 2016)
De acordo com pesquisas, quando bem projetada à alvenaria estrutural pode
apresentar custo de 10% a 30% menor do que em estruturas convencionais de
concreto armado.
A mais recente revisão da ABNT NBR 15961, em 2011, coincidiu com
o auge da alvenaria estrutural no Brasil. O sistema tornou-se o preferido das
construtoras que aderiram ao programa MCMV. Predominou principalmente
52
em conjuntos com mais de 100 unidades, e com até 10 pavimentos. Erros
construtivos, porém, acabaram minando a credibilidade da alvenaria
estrutural, que acabou ganhando um concorrente forte: o sistema de paredes
de concreto. (PARSEKIAN, 2016)
A etapa de projeto já esta completamente desenvolvida no país onde se pode
avançar é nos canteiros, pois a evolução está em executar as obras com planejamento
e logística adequados.
Nos últimos anos, a construção de edifícios para a população de alta renda
também tem sido em alvenaria estrutural. Um exemplo é o conjunto de edifícios que
compõem o condomínio “The Gift”, bem resolvido arquitetonicamente pelo escritório
Aflalo e Gasperini, com cinco torres de 20 pavimentos, na Granja Julieta, bairro da
zona Sul de São Paulo. (TAUIL C. , Construção fácil, 2010)
Na Figura 27 a seguir pode ser observada uma foto aérea dos edifícios que
compõem o condomínio “The Gift” mencionado por Tauil (2010). Os edifícios são
compostos de apartamentos de 200 m² de área construída, com quatro suítes e com
a opção de eliminar um dos quartos para a ampliação da sala com o objetivo de tornar
o apartamento mais flexível.
Figura 27 – Condomínio “The Gift”
Fonte: (CONSTRUTORA KA EMPREENDIMENTOS, 2016)
Entre 2006 e 2008 foram executados muitos empreendimentos de médio e alto
padrão com esse sistema. A concepção e a construção em si não constituem
problemas. O grande gargalo são as intervenções ocorridas no pós-obra. O sistema
53
permite flexibilização, mas, obviamente, não em uma escala tão grande como a
proporcionada pelo concreto armado. (PUGA, 2014)
A Figura 28 mostra o condomínio de edifícios Chácara Primavera, construído com
alvenaria estrutural em Jundiaí, SP pela construtora F.A. Oliva e Urbitec em 2000,
com 12 pavimentos e 16 torres.
Figura 28 – Edifício residencial Chácara Primavera construído em Jundiaí, SP
Fonte: (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2016)
A Figura 29 mostra o edifício residencial Carolina Pellicciari, com 17 pavimentos
e 2 subsolos construído com alvenaria estrutural pela Construtora SCO-Tebas em
2000 na cidade de Jundiaí, SP.
Figura 29 - Edifício Carolina Pellicciari, Jundiaí, SP.
Fonte: (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2016)
54
Na Figura 30 pode ser observado um conjunto de casas construídas em 2007, em
regime de mutirão, utilizando alvenaria estrutural. Foram construídas 1098 edificações
de pavimento único em Palmas, TO. O Projeto premiado pela Associação Brasileira
de COHABs foi reconhecido pela mídia por sua relevante contribuição social.
Figura 30 – Casas construídas em regime de mutirão
Fonte: (COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO, 2016)
A Figura 31 mostra o edifício residencial Torres da Ponte de 12 pavimentos
construído com alvenaria estrutural, entregue em 2008, Jundiaí, São Paulo.
Figura 31 – Edifício Residencial Torres da Ponte, Jundiaí, SP.
Fonte: (FA OLIVA, 2016)
Na Figura 32 pode ser observada a imagem da fachada do empreendimento
residencial de 21 andares, com 16 apartamentos por andar, construído em alvenaria
estrutural pela MZM Incorporadora e Construtora, em Mauá, SP.
55
Figura 32 – Construção Residencial em Mauá, SP.
Fonte: (FERREIRA, 2013)
O interesse em construções em alvenaria estrutural e a vontade de construtores
de quebrar tabus em relação ao sistema produtivo alavancaram o estudo técnico. Hoje
são fabricados blocos de maiores resistências tornando possível a construção de
prédios mais altos. Apesar disso, está prevista a revisão da ABNT NBR 15961- partes
1 e 2 com o objetivo de criar parâmetros para a altura de prédios, pois até o momento
ainda não existem limites definidos.
De acordo com Parsekian (2016), é importante definir limites de pavimentos na
revisão da norma. “Não existe nada sobre estabilidade global de edifícios altos em
alvenaria estrutural. A revisão da norma trará isso”. Esse parâmetro influencia também
no custo da obra. É sabido que em edifícios de até cinco pavimentos o sistema gera
economia de 30% em relação à alvenaria convencional. Já em edificações com mais
de dez andares, a economia chega, no máximo, a 10%.
Houve, além disso, aperfeiçoamento na própria composição do traço do concreto.
Por solicitação dos calculistas e pela necessidade das construtoras, começou-se a
viabilizar a alvenaria estrutural para a execução de prédios de 20 andares. Há,
inclusive, casos de edifícios de 24 andares executados com o sistema. Recentemente,
a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveu blocos com resistência
altíssima, de 36 MPa, que apresentaram desvios ínfimos. (GUIMARÃES, 2014)
Atualmente, a produção anual do Brasil é de um bilhão de blocos de concreto,
enquanto os EUA produziam cinco bilhões de blocos há oito anos. A questão do
desenvolvimento do produto passa pela evolução de outras pontas da cadeia, como
56
por exemplo, a de blocos coloridos arquitetônicos, muito usados no exterior. Mas o
desenvolvimento da alvenaria estrutural esbarra na questão do custo. É necessário
sofisticar o mercado para ampliá-lo. Hoje, a mesma máquina que produz pisos
intertravados também fabrica blocos. (TAUIL C. , 2014)
2.1.7.2 Alvenaria estrutural no mundo
Se tratando de um sistema construtivo muito tradicional utilizado desde o inicio
das atividades humanas de executar estruturas. A alvenaria estrutural nos países
como os EUA, a Inglaterra, o Canada, a Alemanha e muitos outros já se encontra
bastante desenvolvida. É um sistema econômico e competitivo de fácil
industrialização, é versátil e emprega um sistema racionalizado com bloco modular
básico reduzido em comparação com os blocos apresentados no Brasil.
Com 28 pavimentos, o Excalibur Hotel & Casino, em Las Vegas, Estados Unidos,
é considerado o edifício de alvenaria estrutural mais alto dos EUA. Inaugurado em
1990, após 20 meses de obras e investimentos da ordem de US$ 290 milhões, a
construção ocupa área de terreno de 473 mil m² e conta com 4.008 quartos divididos
em quatro torres. (NAKAMURA, 2003)
Na Figura 33 pode ser observada uma foto aérea do Hotel Cassino Excalibur
localizado em Las Vegas, EUA.
Figura 33 – Hotel Cassino Excalibur, Las Vegas, EUA
Fonte: (DICAS DE LAS VEGAS, 2016)
57
2.1.8 Vantagens e desvantagens
Os princípios de racionalização, qualidade e economia típicos do sistema
construtivo em alvenaria estrutural têm mostrado que esta tecnologia permite
significativa redução de custos propiciando obras limpas, rápidas e extremamente
seguras. Como em qualquer outro sistema construtivo, a alvenaria estrutural também
apresenta desvantagens, sendo as limitações de projeto indicada como a principal
delas.
A seguir encontram-se relacionadas as vantagens e desvantagens inerentes
deste processo construtivo.
2.1.8.1 Vantagens
A alvenaria estrutural se apresenta como uma tecnologia racionalizada, que
proporciona dentre outras vantagens, a redução de custos e de prazos de execução.
(NASCIMENTO, 2007)
Segundo Wendler (2001), a economia de uma obra em alvenaria estrutural pode
variar entre 15 e 20% do custo total da obra.
Uma das vantagens associadas à alvenaria estrutural é a melhoria da
produtividade. Dados de algumas pesquisas mostram que o prazo para execução da
obra em alvenaria estrutural pode ser de até duas vezes menor que o prazo da obra
em concreto armado. (HOFFMANN et al, 2012)
Outras vantagens relacionadas à alvenaria estrutural encontram-se listadas a
seguir:
Técnica executiva simplificada;
Facilidade no treinamento de mão de obra;
Menor diversidade de materiais e mão de obra;
Facilidade no controle de aceitação e produção;
Facilidade de integração com outros subsistemas;
Flexibilidade e versatilidade;
Facilidade de organização do processo de produção;
Eliminação de interferências;
Isolamento térmico/acústico;
Menor produção de resíduos;
58
Facilidade de supervisão;
Exige pouca manutenção;
Menor gasto com revestimentos.
2.1.8.2 Desvantagens
A principal desvantagem da alvenaria estrutural está relacionada a concepção
estrutural que condiciona a arquitetura, inibindo a destinação das edificações e
restringindo a possibilidade de mudanças.
Existem prédios de alvenaria estrutural com 20 pavimentos,
apartamentos de 300 m², dúplex etc. O que interfere um pouco é que
normalmente o cliente que compra um imóvel desses quer um pouco de
liberdade para modificar. E com a alvenaria estrutural e paredes de concreto,
essa liberdade precisa ser planejada antes. Por exemplo, se me pedirem para
fazer um dormitório que pode ser incorporado à sala, já sei que não poderei
usar aquela parede como estrutural. (WENDLER FILHO, 2014)
Outra desvantagem é a impossibilidade de mudanças no momento da execução.
Este tipo de sistema construtivo não admite improvisações requerendo planejamento
prévio rigoroso.
Segundo Hoffmann et al (2012) a carência de fornecedores (fabricantes) de blocos
com resistência elevadas, implica, muitas vezes, na desistência de utilização do
sistema. Da mesma forma, a pequena oferta do produto pode ocasionar atrasos no
cronograma, paralização de equipes e a elevação do preço do produto, refletindo
diretamente no custo do investimento, podendo levar a inviabilidade da construção.
59
2.2 ORÇAMENTO
2.2.1 Conceitos Básicos
Segundo Mattos, 2012, a engenharia de custos pode ser definida como uma
ciência voltada para resolução de problemas de estimativa de custos, orçamentação,
avaliação econômica, planejamento, gerenciamento e controle de empreendimentos.
Esta ciência não se limita na previsão de custos sendo sustentada por critérios,
normas e experiências de profissionais do ramo. A engenharia de custos trabalha
também na montagem de bancos de dados para futuras obras, controle e
monitoramento de custos de manutenção e de operação, acompanhamento de custos,
dentre outras atividades.
O orçamento, na engenharia de custo, é definido como a discriminação completa
dos custos para a realização de um projeto de acordo com um plano de ação
previamente estabelecido, sendo o veículo de comunicação entre a contratante e a
contratada, por meio da qual são elaboradas as medições e as faturas que constituem
o elemento oficial de cobrança das etapas de serviço realizadas.
Pode-se conceituar o orçamento como a descrição, quantificação,
análise e valoração dos custos diretos e indiretos para a execução dos
serviços previstos na obra, os quais, acrescidos da margem de lucro do
construtor, resultam na adequada previsão do preço final do
empreendimento. (BAETA, 2012)
Segundo Baeta (2012), o custo é a representação dos valores dos insumos
necessários a realização dos serviços e o preço do orçamento é o custo somado com
o lucro e as despesas indiretas, representando o custo total da obra. Logo, o
orçamento é composto de custos e o seu preço final que é o seu preço de venda.
A Equação 1, a seguir, é a expressão que ilustra o método adotado para o cálculo
do preço de venda de uma obra de acordo com o Acórdão 2.622-37/2013 do TCU.
𝐏𝐕 = 𝐂𝐃 × ( 𝟏 + %𝐁𝐃𝐈) (1)
Onde:
PV = Preço de Venda;
60
CD = Custos Unitários Diretos;
BDI = Bonificação e Despesas Indiretas.
Para uma mesma obra o orçamento de uma empresa nunca é exatamente igual
ao de outra. Os condicionantes que influenciam na modificação de preço de um
orçamento, são:
a) Especificações: Como o tipo de obra, o local, o método construtivo escolhido,
entre outras.
b) Temporalidade: Os custos se modificam a todo o momento, assim, o orçamento
de hoje não terá o mesmo preço amanhã.
c) Aproximações: Consideradas em cada orçamento como estimativas de
produtividade de mão de obra e de equipamentos, estimativas de encargos
sociais e trabalhistas utilizando premissas para a quantidade de acidentes na
obra e também rotatividade de mão de obra, estimativas sobre perdas ou
rendimentos de produtos, entre outros tipos de aproximações consideradas
para a formulação do preço final da obra.
Todo e qualquer orçamento, embute certo grau de imprecisão em
função dos preços variáveis do mercado, dos erros de avaliação dos
coeficientes utilizados na composição de preços e de determinados critérios
utilizados para chegar aos custos diretos. Entretanto, na média, os custos
diretos de uma determinada obra, observada nas mesmas condições de
trabalho e dificuldade, não podem ter grandes oscilações de valores entre
uma empresa a outra ou de um órgão a outro. (TISAKA, 2011)
Para a execução do orçamento é necessário analisar antecipadamente todos os
dados disponíveis do projeto e especificações além de promover visita técnica ao local
dos serviços. O orçamentista deve conhecer as caraterísticas a respeito da obra para
a realização do seu trabalho, dentre elas estão:
As dificuldades executivas da obra;
As condições de acesso aos locais de serviço para a realização da obra;
O preço e a disponibilidade dos principais materiais em regiões próximas;
A existência de jazidas, suas localizações, volumes e condições de utilização.
A possibilidade de contratar mão de obra especializada próximo ao local e
identificar cidades de apoio
61
Fornecimento de energia elétrica e disponibilidade de água e esgoto para a
elaboração do canteiro.
Para o auxílio da visita técnica é importante o preenchimento de Listas de
Verificação (LV’s) visando sinalar todas estas características relevantes e necessárias
para a elaboração do orçamento e garantir a consolidação das informações.
A aferição de quantidades e serviços deve ser feita mediante ao completo domínio
tanto dos projetos quanto do memorial descritivo e da especificação técnica.
2.2.1.1 Estrutura Analítica do Projeto
A estruturação do orçamento é realizada por meio da Estrutura Analítica do
Projeto (EAP), onde se subdividem em níveis hierárquicos os serviços do projeto em
componentes menores e mais gerenciáveis. A EAP é utilizada para a organização e a
descrição de atividades, seus níveis hierárquicos são essenciais para o levantamento
dos serviços necessários, estabelecendo uma organização para a análise dos
serviços e constituindo-se uma base para a elaboração de orçamentos.
Segundo Cardoso (2009), as atividades devem ser discriminadas e listadas numa
sequência tal como ocorrerão na obra. Funcionam como se fossem gavetas ou pastas
de arquivo de um disco rígido. Essas gavetas, ou pastas de arquivos, iremos
preencher com documentos, que são os subitens ou itens de serviço relacionados.
A Tabela 3 a seguir mostra um exemplo parcial de EAP para orçamento de obras.
Tabela 3 - EAP de projeto
Fonte: Desenvolvida pelo Autor
62
2.2.2 Tipos de orçamento
Existem vários tipos de orçamento e o padrão escolhido depende da finalidade da
estimativa e da disponibilidade de dados. De acordo com Mattos (2014) as
características básicas de cada tipo de orçamento encontram-se resumidas na Tabela
4 a seguir:
Tabela 4 - Características básicas de orçamentos.
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
TIPOS
Informações Metodologia Finalidade
Tabelado Área Construída (m²) CUB Ordem de Grandeza
Sintético Projeto Básico Índices de construção Estimativa
Analítico Projetos Executivos Apuração completa Preço Real
Fonte: (MATTOS, 2014).
2.2.2.1 Orçamento Tabelado
O orçamento tabelado é usado para fazer estimativas de custos para as etapas
iniciais dos estudos de viabilidade econômica, quando as informações não são
completas para o orçamento detalhado. Na verdade, o orçamento tabelado define a
ordem de grandeza do custo da obra baseada no indicador de Custo Unitário Básico
da Construção Civil (CUB) por m² . Esta técnica tem aparato legal da Lei 4.591/64 e
2
técnico da ABNT NBR 12.721:2006, a qual estabelece toda a metodologia de cálculo.
Tendo em vista a atualização dos preços, o Sindicato da Indústria da Construção Civil
(SINDUSCON) divulga o CUB/m2 para cada mês.
Contudo, é importante salientar que contratações oriundas de licitações, somente
poderão ser promovidas com orçamentos criteriosos.
2.2.2.2 Orçamento Sintético
É o orçamento desenvolvido com base no projeto básico, diferentemente do
orçamento tabelado, este apura os principais serviços e insumos utilizados no projeto.
Trata-se de um orçamento desenvolvido após análise minuciosa do projeto onde é
63
feito o planilhamento dos serviços com suas respectivas unidades e quantidades,
porém sujeito a alterações.
O orçamento sintético ou planilha orçamentária é a relação de todos os
serviços com as respectivas unidades de medida, quantidades e preços
unitários, calculados a partir dos projetos e demais especificações técnicas.
No caso em que a planilha orçamentária inclui diretamente o percentual do
Benefício e Despesas Indiretas (BDI) nos preços dos serviços são
apresentados apenas os preços unitários e o preço total no orçamento
sintético. (BAETA, 2012).
Neste mesmo contexto, Baeta (2012) explica que é muito utilizado no orçamento
sintético os custos unitários e o custo total orçado representado pela soma dos custos
parciais de cada serviço e o BDI encontra-se descriminado no final da planilha, onde
é somado o custo total orçado com o montante financeiro do BDI para formar o preço
total da obra.
Na Tabela 5 a seguir pode ser observado exemplo de orçamento sintético para
construção de edificação residencial unifamiliar.
64
Tabela 5 - Orçamento Sintético
Fonte: Desenvolvida pelo Autor
65
2.2.2.3 Orçamento Analítico
O orçamento analítico é o orçamento baseado no projeto executivo estabelecendo
a apuração completa de todos os itens de insumos e serviços, ou seja, trata-se do
orçamento com o preço final. Nele para cada item de serviço é desenvolvida a
composição de custo unitário.
O orçamento analítico vale-se de uma composição de custo unitário
para cada serviço da obra, levando em consideração quanto de mão de obra,
material, e equipamento é gasto em sua execução. Além do custo dos
serviços (custo direto), são computados também os custos de manutenção
do canteiro de obras, equipes técnicas, administrativa e de suporte da obra,
taxas de emolumentos (custo indireto), chegando a um valor orçado preciso
e coerente. (MATTOS, 2014)
2.2.3 Memória de cálculo
A memória de cálculo é a justificativa matemática das soluções adotadas em
projeto, isto é, trata-se do levantamento dos quantitativos dos serviços de acordo com
a análise do projeto e das especificações técnicas.
Em regra geral, o levantamento de quantitativos se dá a partir da leitura
e análise de projetos, fazendo-se o cálculo das quantidades dos diversos
tipos de serviços na forma estabelecida no caderno de encargos ou nos
critérios de medições e pagamentos previstos para a execução dos serviços.
(BAETA, 2012)
O caderno de encargos é o conjunto de informações elaboradas por uma empresa
contratante estabelecendo as condições indispensáveis para o processo construtivo
especialmente quanto à qualidade dos materiais e à tecnologia construtiva
empregada, servindo de complemento para os projetos, as especificações técnicas e
os memoriais descritivos.
A memória de cálculo é importante para a sintetização de toda a metodologia
utilizada para o levantamento das quantidades, contribuindo para verificações e
análises durante a execução.
66
Salienta-se que cada serviço quantificado tem o seu custo atrelado a sua unidade
de medição, sendo esta unidade de medição importante na determinação das
quantidades dos serviços. Desta forma, é fundamental o conhecimento prévio do
critério de medição adotado para cada serviço para determinar o seu quantitativo.
2.2.4 Bonificação e Despesas Indiretas
BDI do termo em inglês “Budget Difference Income” é a margem que se adiciona
ao custo direto, de uma obra para a determinação do valor final do orçamento, o qual
já incluído no preço de venda, ou seja, são todas as despesas que não fazem parte
dos insumos da obra e sua infraestrutura no local de execução acrescentando
benefícios, mas que são necessários para sua execução.
Bonificação e Despesas Indiretas (BDI) é a parcela do custo de serviço
independente, do que se denomina custo direto, ou seja, o que efetivamente
fica incorporado ao produto. Desta maneira o BDI é afetado entre outros, pela
localização, pelo tipo de administração local exigido, pelos impostos gerais
sobre o faturamento, exceto leis sociais sobre a mão-de-obra aplicada no
custo direto, e ainda deve constar desta parcela o resultado ou lucro esperado
pelo construtor. (DIAS, 2011)
O custo direto é dividido em custo unitário direto, relacionado aos gastos com o
produto final da obra e custo indireto composto pelos serviços de apoio a obra (2).
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 = 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜 (2)
O orçamento é a soma do custo unitário direto, custo indireto e o lucro previsto.
Depois de analisado os custos diretos é aplicado sobre estes o BDI, nele estão
inclusos a soma do custo indireto com o lucro previsto dividido pelo custo direto da
( Custo Indireto Total+Lucro previsto)
obra, a equação %BDI= (3 a seguir mostra a expressão
Custo Direto
citada.
( Custo Indireto Total+Lucro previsto)
%BDI= (3)
Custo Direto
67
O custo direto e o custo indireto são calculados por orçamento ou projeto e o lucro
previsto é estimado. O custo direto são aqueles em que é fácil definir o serviço e a
quantidade, já o custo indireto é a administração central, e também impostos como
Imposto Sobre Serviços (ISS), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(CONFINS), e o Programa de Integração Social (PIS) ou juros sobre o capital
investido. O custo direto total da obra corresponde à soma do custo direto de todos os
serviços multiplicada por sua quantidade e o preço da venda de cada serviço é o custo
direto do serviço multiplicada pelo BDI.
Na literatura encontram-se divulgadas diversas equações para o cálculo do BDI.
Contudo, é apresentada na Equação 4 a seguir a fórmula final que a jurisprudência do
Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou no Acórdão n°2.369/2011, nesta, o
TCU entende como aquela que melhor traduz todos os apontamentos do BDI no
processo de formação do preço de venda da obra.
(1+(𝐴𝐶+𝑆+𝑅+𝐺))(1+𝐷𝐹)(1+𝐿)
𝐵𝐷𝐼 = [ (1−𝐼)
− 1] × 100 (4)
Sendo:
AC = taxa de rateio de administração central
S = taxa representativa de seguros
R = riscos e imprevistos
G = taxa que representa o ônus das garantias
DF = taxa representativa das despesas financeiras
L = corresponde a remuneração bruta do construtor
I = taxa dos tributos incidentes sobre o preço de venda (PIS, CONFINS e ISS).
De acordo com o Acórdão 2.622-37/2013, do TCU, esta equação foi utilizada para
definir faixas aceitáveis para valores de taxas de BDI específicas para cada tipo de
obra pública.
De acordo com o Decreto 7.983/2013, Art. 9º, o preço global de referência será
o resultante do custo global de referência acrescido do valor correspondente ao BDI,
que deverá evidenciar em sua composição os componentes mínimos. São eles a taxa
da administração central, os percentuais de tributos incidentes sobre o preço do
68
serviço, excluídos aqueles de natureza direta e personalística que oneram o
contratado, a taxa de risco, o seguro e garantia do empreendimento e a taxa de lucro.
2.2.4.1 Administração central
Os gastos com a administração central estão inclusos nas despesas indiretas.
Estes se baseiam nos gastos de pró-labore dos diretores, salário dos responsáveis
pelas áreas administrativas, financeiras, contábil, técnica e todos os profissionais que
trabalham para a obra da área da administração central assim como despesas geral
administrativa ligada a estes trabalhadores como contas de água, luz, material de
escritório, limpeza, alimentação do pessoal do escritório entre outras despesas
geradas.
Os custos da administração central são rateados entre as várias obras
da empresa proporcionalmente ao porte de cada uma. Os valores mais
comuns ficam entre 4% a 8% do custo da obra. Sendo fixado um percentual,
cada obra participa do rateio de forma proporcional ao contrato. (MATTOS,
2014)
Segundo Mattos (2014), para estimar a porcentagem da administração central o
orçamentista deve elaborar um orçamento anual da administração central e estimar
percentualmente a representação desse custo em relação ao custo total das obras
durante o ano. Geralmente o valor fica entre 4 a 5% do custo, mas se o valor precisar
ser maior é sinal que o escritório está “inchado” e menos competitiva será a empresa,
pois terá que considerar um percentual alto para a administração central no seu BDI.
Segundo Tisaka (2011), a taxa de despesas da administração central é a soma
da taxa de rateio da administração central, que é a porcentagem do gasto da
administração central para cada obra, somada com a taxa de despesas específicas
da administração central. Esta ultima são despesas que não atendem somente a uma
única obra, mas sim a várias obras específicas não entrando no rateio. Ela conta com
despesas com gerente e administrador de contrato, consultores ou técnicos
especializados para resolver problemas de obras específicas, laudos técnicos de
auditoria especial, despesas de viagem, estadia e etc.
69
2.2.4.2 Riscos e imprevistos
O risco é uma taxa determinada por um percentual sobre o custo direto da obra e
depende da análise global do empreendimento em termos orçamentários.
Normalmente é utilizada quando: os projetos apresentam-se incompletos ou mal
definidos, as especificações são obscuras, as planilhas encontram-se incompletas,
dentre outros problemas que irão dificultar o orçamento.
É a taxa que se aplica para cobrir riscos de eventuais incertezas
decorrentes da omissão de serviços, quantitativos irrealistas ou insuficientes,
projetos malfeitos ou indefinidos, especificações deficientes, inexistência de
sondagem do terreno, contingencias, etc. (TISAKA, 2011)
Como a empresa contratada tem a responsabilidade por todos os eventuais erros,
riscos e imprevistos das obras este valor tem que ser analisado e colocado nas
despesas indiretas.
De acordo com Mattos (2014), em obras por preço global, há uma concentração
de risco na figura do construtor então a taxa deve ser mais elevada do que em obras
por preço unitário. Se a empresa utilizar seguro de obra o patamar de imprevisto é
menor contribuindo para uma menor taxa. Normalmente, o percentual a ser incluído
no orçamento fica na faixa de 1 a 3% podendo ir até 5% para obras complexas e
construtoras inexperientes.
2.2.4.3 Despesas financeiras
As despesas financeiras são gastos relacionados ao custo do capital
decorrente da necessidade de financiamento exigida pelo fluxo de caixa da
obra e ocorrem sempre que os desembolsos acumulados forem superiores
às receitas acumuladas. Nas obras públicas, as empresas construtoras
normalmente necessitam investir capital, pois, salvo algumas exceções, as
entidades contratantes só podem legalmente pagar pelos serviços
efetivamente realizados (Lei n.º 4.320/1964, artigos 62 e 63) e dispõem de 30
(trinta) dias para realizar o pagamento. No entanto, a empresa pode equilibrar
seu fluxo de caixa com os prazos obtidos junto aos seus fornecedores.
(BAETA, 2012)
70
Desta maneira, como acontece em muitos casos, a empresa tem que arcar,
inicialmente, com toda a despesa financeira sozinha. Este valor deve ser considerado
no custo indireto, visto que se trata de um investimento deve ser pago à contratada
com correções monetárias para não caracterizar prejuízo da mesma.
2.2.4.4 Lucro
O lucro ou benefício é a parcela destinada a remunerar o custo de oportunidade
do capital aplicado e é expresso por um percentual sobre o valor total do orçamento,
sendo determinante para a formação do preço final da obra.
Toda empresa para realizar uma tarefa espera obter retorno, lucro ou benefício, a
partir do trabalho executado e este lucro está contido em porcentagem no BDI.
Contudo, para obras licitadas estimar o lucro se torna uma questão complexa
considerando que se for estimado um lucro muito alto a empresa se torna pouco
competitiva.
A versão do Sistema de Custos Referenciais de Obras – SICRO-3 que
foi disponibilizada para consulta pública propôs um fator de escala a ser
aplicado à rubrica “lucro” do BDI. A justificativa deste modelo foi baseada no
fato de que determinado percentual previsto para o lucro pode ser significativo
para obras de grande porte e insuficiente para obras menores. Assim, haveria
necessidade de ajustar o percentual previsto para o lucro com a consideração
de um fator de escala. (BAETA, 2012)
A Equação 4 a seguir determina o fator de escala a ser calculado conforme
explicado por Baeta (2012), que representa um novo sistema de custo do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT.
F escala = k × ( 1 − Vobra⁄Vlim) (5)
Onde:
K = percentual estimado em 5%
Vobra = Valor da Obra
Vlim = 5 x Vref
Vref = Valor considerado para as licitações na modalidade de concorrência
71
Dessa maneira, de acordo com Baeta (2012) a equação ainda não foi aplicada em
licitações conduzidas pelo DNIT, porém ela adota um lucro variando entre 5% a 10%,
conforme o porte da obra.
A legislação tributária criou duas formas de lucros que influenciam no BDI e são
explicadas por Tisaka (2011). O lucro presumido o qual considera alíquotas do IRPJ
(Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e o CSLL (Contribuição sobre o Lucro Líquido)
sob determinada base de cálculo e o lucro real o qual considera o lucro estimado sobre
a obra ajustado pelas adições e exclusões prescritas pelo Decreto n.3.000/99 – Art.
247.
Contudo, há literaturas que explicam outras formas de estimar o lucro previsto no
BDI, mas o valor estimado para o percentual do lucro depende da empresa contratada.
No caso de obras licitadas devem ser respeitados os limites predefinidos em editais.
2.2.4.5 Tributos incidentes sobre o preço da venda
De acordo com Mattos (2014), só entra no BDI os tributos que incidem sobre a
fatura ou o preço de venda como o PIS, CONFINS, ISS e no caso de regime de
tributação por lucro presumido, o IRPJ e CSLL. Os outros impostos como IPI, ICMS,
FGTS e INSS são computados diretamente no custo do material ou considerados
junto com os encargos sociais e trabalhistas.
De acordo com a Súmula do TCU nº 254/2010, “O IRPJ e a CSLL não se
constituem em despesa indireta passível de inclusão na taxa de Bonificações e
Despesas Indiretas – BDI do orçamento da licitação, haja vista a natureza direta e
personalística desses tributos, que oneram pessoalmente o contratado”.
2.2.4.5.1 PIS
O Programa de Integração Social foi constituído com o objetivo de financiar o
pagamento do seguro desemprego e do abono para os trabalhadores que ganham até
dois salários mínimos. Outra parte dos valores arrecadados é utilizada pelo Governo
Federal para financiar programas de desenvolvimento econômico.
O PIS é um tributo federal o qual as alíquotas incidem sobre o valor do faturamento
da obra, ou seja, pela nota fiscal.
72
Existem duas modalidades para pagamento e recolhimento do PIS: Cumulativo,
para empresas enquadradas na condição de Empresa de Pequeno Porte (EPP), com
alíquota de 0,65%; e Não-Cumulativo para empresas tributadas pelo Imposto de
Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), com base no lucro real, com alíquota de 1,65%.
“Para o caso do lucro presumido este percentual é fixo em todo o território nacional
e igual nesta data a alíquota de 0,65% sobre o valor da emissão da nota fiscal de
serviços”. (DIAS, 2012)
2.2.4.5.2 CONFINS
A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social se destina a financiar a
seguridade social, atividade implementada pelo sistema 5S (SESC, SESI, SENAI,
SENAC, SENAR e SEBRAE). É o segundo maior tributo do Brasil em termos de
arrecadação, atrás somente do imposto de renda. Também é aplicado em duas
modalidades: Não-Cumulativo, com alíquota de 7,6% e cumulativo com alíquota de
3,0%.
O CONFINS se trata de um tributo federal o qual as alíquotas incidem sobre o
valor do faturamento da obra.
“Para o caso do lucro presumido este percentual é fixo em todo o território nacional
e igual nesta data a alíquota de 3% sobre o valor da emissão da nota fiscal de
serviços”. (DIAS, 2012)
2.2.4.5.3 ISS
O Imposto Sobre Serviços é um tributo de competência dos municípios e do
Distrito Federal e incide sobre a prestação de serviços. Ele é pago pelas empresas
prestadoras de serviço e profissionais autônomos. De acordo com a Lei
Complementar 116/2003 o local de recolhimento do ISS é onde são prestados os
serviços.
“O ISS é um imposto municipal cobrado sobre os serviços realizados no local de
execução e varia de 2% a 5% do faturamento, dependendo do município. No caso de
serviços que têm apenas fornecimento de mão de obra, o imposto incide sobre o total
da fatura”. (TISAKA, 2011)
2.2.4.5.4 CPRB
73
De acordo com o acórdão 2622/13, do TCU, a Contribuição Previdenciária sobre
a Receita Bruta (CPRB) refere-se à nova sistemática de recolhimento da contribuição
previdência criada pela União para desonerar a folha de salários de diversas
atividades econômicas em substituição à atual contribuição previdenciária sobre a
folha de pagamentos, com vistas a fomentar investimentos produtivos e dinamizar o
nível de atividade em setores relevantes da economia nacional.
Este imposto foi criado como medida provisória para substituir a contribuição
previdencial patronal de 20% sobre a folha de pagamento. Assim, o que era de 20%
sobre a folha de pagamento passou a ser substituído por 2% sobre o valor da receita
bruta. Esta sistemática só é aplicada a obras com matricula CEI (Cadastro Específico
do INSS) abertas a partir de 1º de abril de 2013 até dezembro de 2014 (MP 601/2012
e MP 612/2013). De acordo com o acórdão 2622/13, é importante frisar que a
desoneração na folha de pagamento nos orçamentos de obras públicas depende dos
seguintes aspectos:
I. Enquadramento do tipo de obra nas atividades econômicas previstas nas
referidas medidas provisórias;
II. Data de inscrição da obra no CEI;
III. Enquadramento das atividades preponderantes das empresas contratadas,
ou seja, daquelas que representam parcela significativa das receitas brutas
auferidas ou esperadas para todo o ano-calendário.
2.2.5 Curva ABC
A curva ABC baseia-se no princípio de Pareto, também conhecido como regra 80-
20, o qual diz que 80% das consequências estão ligadas a 20% das causas, ou seja,
para orçamento este princípio explica que geralmente 80% do custo de uma obra
estão atrelados a aproximadamente 20% dos itens de serviços. Dessa maneira, estes
itens mais caros são analisados para verificar quais são os recursos de maior custo
para o empreendimento, aqueles em que é importante uma verificação mais criteriosa
dos preços, dos rendimentos e dos índices de produtividade.
A curva ABC coloca os serviços em ordem decrescente de custo e verifica a
porcentagem acumulada de cada item em relação ao custo total da obra. Pode ser
analisada a curva ABC de insumos e/ou de serviços.
74
De acordo com Mattos (2014), para a curva ABC é considerada a faixa A aquela
em que estão os serviços ou insumos que condiz com 50% do custo total da obra, a
faixa B refere-se aos serviços e insumos que englobam entre os percentuais
acumulados de 50% e 80% do custo total e a faixa C os serviços restantes.
Na Figura 34 a seguir pode ser observado exemplo da curva ABC de serviços
apresentada na forma de gráfico e na Tabela 6 exemplo parcial de curva ABC de
serviços apresentada na forma tabular.
Figura 34 - Gráfico da curva ABC
Fonte: Desenvolvida pelo Autor
Tabela 6 - Curva ABC parcial de serviços
Fonte: Desenvolvida pelo Autor
75
2.2.6 Especificação Técnica
A Especificação Técnica (ET) é um dos documentos utilizados para a elaboração
do orçamento de uma obra, pois nela se fixam todas as condições e regras a serem
seguidas na execução dos serviços, caracterizando individualmente os equipamentos,
materiais, elementos componentes, sistemas construtivos e o modo como serão
executados cada um dos serviços; além de indicar os critérios para sua medição,
quando necessários.
A ET contém em sua maioria informações de natureza qualitativa e de como será
realizado cada serviço. Juntamente com os projetos ela deve conter todos os detalhes
e as indicações para a execução integral da obra.
Este documento deve contemplar as informações a seguir listadas dentre outras:
Padrões de acabamento;
Critério de aceitação de materiais;
Descrição qualitativa dos materiais a serem usados
Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais e tubulações;
Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados;
Resistência do concreto;
Grau de compactação exigido para o aterro;
Granulometria dos agregados;
Interferência com tubulações enterradas.
Tisaka (2011) define a Especificação Técnica (ET) como o texto no qual se fixam
todas as regras e condições que se devem seguir para a execução da obra ou serviço
de engenharia, caracterizando individualmente os materiais, equipamentos,
elementos componentes, sistemas construtivos a serem aplicados e o modo como
serão executados cada um dos serviços, apontando também os critérios para a sua
medição, quando pertinentes.
76
2.2.7 Memorial Descritivo
O memorial descritivo tem como objetivo principal esclarecer ou confirmar a
descrição dos elementos do projeto. Seu carácter principal é de descrever serviços e
elementos presentes no projeto.
Tisaka (2011) define o memorial descritivo da seguinte maneira: “Descrição
detalhada do objeto projetado, na forma de texto, onde são apresentadas as soluções
técnicas adotadas, bem como justificativas, necessárias ao pleno conhecimento do
projeto, complementando as informações contidas nos desenhos”.
2.3 PLANEJAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O planejamento está presente em todas as fases de uma obra, ele é responsável
pelo Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) do empreendimento, à médio
e curto prazo, orçamento da obra, metas de equipes e programações diárias, controle
de todas as atividades elaboradas e análise de resultados.
O planejamento se constitui hoje em um dos principais fatores para o
sucesso de qualquer empreendimento. No tocante à construção predial, faz-
se necessário um sistema que possa canalizar informações e conhecimentos
dos mais diversos setores e, posteriormente, direciona-los de tal forma que
todas essas informações e conhecimentos sejam utilizados para a
construção. (GOLDMAN, 1997)
O planejamento de uma obra em tempos em que há grande competitividade e
prazos apertados se torna cada vez mais fundamental. Dentre as aplicações práticas
do planejamento na construção civil podem ser citadas:
As análises críticas do avanço físico da obra;
A análise das programações semanais;
As aprovações de pagamentos e controle de mudanças;
O acompanhamento e identificação dos riscos.
Mattos em 2008, explica a importância de começar a etapa do planejamento com
um escopo, trabalhando com uma Estrutura Analítica do Projeto (EAP), como é usado
na concepção do orçamento, com o objetivo de definir o que realmente integra a obra
77
e não se esquecer de nenhuma etapa, assim é possível chegar a todas as atividades
simples e facilitar sua aferição.
Por meio de gráficos, estudos, análises e metas durante todo o processo de
construção, o planejamento trabalha com quase todos os setores de uma empresa
sendo fundamental para a organização das atividades, redução de desperdícios,
soluções e controle.
2.3.1 Ciclo PDCA
O princípio que norteia as técnicas de planejamento e de controle é o ciclo da
melhoria contínua, ou ciclo PDCA (significa planejar, executar, checar e agir). Este
conceito foi desenvolvido por Walter Shewart em 1920, o qual recebe notabilidade
quando o assunto é gestão de qualidade. O ciclo PDCA, de acordo com Figura 35, é
uma metodologia a qual determina que o trabalho do planejamento e controle deve
ser um ciclo constante para alcançar maior qualidade, reduzindo erros e garantindo
melhor desempenho, significa passar pelas seguintes etapas:
Planejar: Desenvolver projetos detalhados, identificar e avaliar interferências,
estabelecer metas e objetivos;
Executar: Treinar funcionários, iniciar a obra e colher dados para análises;
Checar: Realizado paralelamente a construção para verificar se os objetivos
estão sendo cumpridos e se existem questões a melhorar por meio de uma
análise que permita os ajustes necessários;
Ação: São aplicadas as ações corretivas e iniciado o ciclo novamente.
78
Figura 35 - Ciclo PDCA
Fonte: (PERIARD, 2017)
De acordo Mattos, em 2010, o mérito do ciclo é deixar claro que não é suficiente
detalhar previamente a metodologia, os prazos e os recursos requeridos, sem que
haja o monitoramento de atividades e a comparação dos resultados reais com aqueles
desejados. Ainda segundo Mattos, este processo se encaixa perfeitamente na
construção civil, pois nela há grandes variáveis como a mão-de-obra, intempéries,
retrabalho e perdas, e a metodologia da melhoria contínua estimula o aperfeiçoamento
por meio da aplicação de ações preventivas e corretivas.
2.3.2 Diagrama de rede
O diagrama de rede é uma representação gráfica com o objetivo de apresentar a
ordem das atividades mediantes as suas dependências. Com ele é possível analisar
o caminho crítico do projeto, ou seja, quais atividades que se atrasarem irão interferir
na data de entrega final da obra. As atividades que se encontram no caminho crítico
devem ser controladas e executadas dentro dos prazos planejados para não
prejudicarem a data final de entrega da obra.
As técnicas Program Evaluation and Review Technique (PERT) e Critical Path
Method (CPM) permitem a utilização de relações lógicas para as dependências das
atividades na execução do diagrama de rede, com o objetivo de tornar a solução de
diagramas mais eficientes utilizando cálculos matemáticos. Estas técnicas foram
independentemente desenvolvidas para gestão e controle de projetos em torno de
79
1950, porém a grande semelhança entre estas fez com que o termo PERT/CPM fosse
utilizado corriqueiramente como apenas uma técnica.
De acordo com Cardoso em 2009, esta técnica PERT/CPM é a que melhor se
adequa à construção civil, facilitando simulações e permitindo rápida visão da
evolução da obra a partir de medições dos serviços realizados, representada
graficamente com base na teoria dos grafos (diagrama de rede) ou sob a forma de
cronograma de barras (cronograma de Gantt).
O diagrama de rede pode ser representado por dois métodos: O método das
flechas, em que cada atividade é representada por flechas as quais partem de um
evento até outro, conforme a Figura 36, e o método dos blocos, em que as atividades
são representadas por blocos unidos por setas que têm a função de unir uma atividade
a outra, conforme a Figura 37. A diferença entre os dois métodos está exclusivamente
na sua forma de apresentação.
Figura 36 – Diagrama de rede lógica usando o método das flechas.
Fonte: (WILLIAM & PMBOK 2014)
80
Figura 37 - Diagrama de rede lógica usando o método dos blocos.
Fonte: (PMBOK, 2013)
2.3.3 Cronograma Físico da obra
O cronograma da obra é realizado definindo-se a sequência de atividades da obra
e verificando suas interdependências para determinar a ordem de execução. É
necessário determinar o tempo de duração de cada etapa por meio de estudos de
produtividade da mão de obra. Estes tempos são utilizados também na composição
de custo de cada serviço, formando o índice utilizado para cada mão de obra, pois os
índices podem ser vistos como o inverso da produtividade.
Os setores de orçamento das construtoras costumam trabalhar com
uma produtividade predeterminada para cada serviço. São parâmetros
históricos, quer gerados por observações de campo da própria empresa, quer
retirados de livros ou recomendações de fabricantes. (MATTOS, 2014)
A Figura 38 apresenta um exemplo de cronograma físico no qual é possível
observar o andamento da obra, quais atividades já foram executadas e quais ainda
não foram. Este cronograma é importante para as análises na fase de controle da
obra.
81
Figura 38 - Cronograma físico de obra
Fonte: (Premonta, 2017)
2.3.4 Gráfico de Gantt ou gráfico de Barras
De acordo com Cardoso, em 2009, o gráfico de Gannt é, provavelmente, o gráfico
preferido e mais usado pelos engenheiros civis. Desenvolvido em 1918, pelo
engenheiro industrial francês Henry Gantt, é apresentado por barras horizontais que
representam as atividades marcadas em uma escala de tempo.
O gráfico de Gantt é uma ferramenta utilizada para visualizar a rede de atividades
amarradas entres si, sendo construído por meio das informações determinadas no
cronograma físico da obra, ou seja, é representado o tempo de duração de cada
atividade e a data de início e fim da obra. É importante para facilitar a leitura do fluxo
de atividades a serem desenvolvidas. Na Figura 39 pode ser observado um exemplo
de gráfico de Gantt.
82
Figura 39 - Gráfico de Gantt
Fonte: (Clisa: Engenharia Civil, s.d.)
2.3.5 Cronograma físico-financeiro
O cronograma físico financeiro alia o cronograma físico com os gastos
necessários para a realização das tarefas. O objetivo é entender o quanto será
necessário gastar com a evolução da obra, para que as compras de materiais sejam
realizadas no prazo certo evitando desperdícios e a perda de materiais no estoque.
É o item de que em geral as empresas mais necessitam quando da
previsão do seu fluxo de desembolso para o período de execução do
empreendimento. O cronograma financeiro da obra é elaborado com base no
cronograma físico, levando-se em conta as características técnicas de
execução, assim como a política da empresa no tocante à compra de
materiais, fechamento de grandes contratos, condições de pagamentos e
reajustes (GOLDMAN, 1997)
De acordo Faria em 2011, o cronograma físico - financeiro permite o detalhamento
de despesas a fim de evitar despesas e empréstimos imprevistos, podendo ainda
planejar o que não foi gasto, com o objetivo de render juros e reduzir as despesas do
construtor.
Na Figura 40 é apresentado exemplo de cronograma físico-financeiro para
construção de um edifício escolar em Minas Gerais.
83
Figura 40 - Cronograma Físico – Financeiro para construção de um edifício escolar em MG.
Fonte: (FARIA, 2011)
2.3.6 Curva S e histograma
Gráficos utilizados para o planejamento e controle da construção de um
empreendimento importante para equilibrar o fluxo de caixa de uma obra.
A curva S é o gráfico representado pelo montante acumulado de custos com o
passar do tempo de desenvolvimento da obra, ou seja, a curva é sempre crescente.
84
Pela curva S é possível verificar se os gastos previstos estão de acordo com os
efetuados.
Segundo Mattos, 2010, a curva S é usada para simular um comportamento ideal
na falta de um comportamento real e afirma que do ponto de vista do controle,
trabalhar com ela é uma pratica que traz benefícios para o gerente de projeto, são
eles:
Por ser uma curva única mostra o desenvolvimento do projeto do começo ao
fim;
Pode ser aplicada de projetos simples e pequenos a empreendimentos
complexos e extensos;
Permite visualizar o parâmetro acumulado (trabalho ou custo) em qualquer
época do projeto;
Aplica-se ao detalhamento de engenharia por homem-hora, quantidade de
serviço executado, uso de recursos ou valores monetários;
Possibilita o controle previsto x realizado;
Gera rapidamente a representação da evolução do projeto;
Auxilia nas decisões gerenciais sobre desembolsos e fluxo de caixa;
Permite constatar de acordo com o formato da curva se há grande (ou pequena)
concentração de atividades no começo (ou fim) da obra.
Figura 41 - Comparação entre as curvas S do projeto e padrão
Fonte: (MATTOS, 2010)
Já o histograma é o gráfico tipo barras verticais o qual representa o emprego de
recursos durante a execução da obra, apresentado em períodos iguais. Sua forma
ideal é quando se aproxima da curva de Gauss onde a atividade aumenta
85
progressivamente até atingir um valor máximo e a partir daí começa a decrescer,
quando o histograma se aproxima da curva de Gauss o valor acumulado por período
de tempo tem a forma de uma curva S e a partir desta observação surgiu a
nomenclatura da curva S. A Figura 42 mostra um exemplo de um histograma com a
curva de Gauss a qual seria sua forma ideal.
Figura 42 - Exemplo de um Histograma
Fonte: (Usuários do Excel, 2017)
86
3 METODOLGIA DA PESQUISA
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do planejamento para a
construção da obra contemplou as etapas a seguir listadas:
Identificação dos serviços necessários para a construção da edificação
baseada nos projetos de arquitetura e de estrutura elaborados pela aluna no
Projeto de Conclusão de Curso I;
Quantificação dos serviços identificados;
Formação do BDI;
Elaboração do orçamento;
Análise das Curvas ABC;
Desenvolvimento do planejamento.
3.1 IDENTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
Para a identificação dos serviços necessários para a construção da edificação a
metodologia adotada foi a análise dos projetos de arquitetura e de dimensionamento
das paredes portantes da edificação em alvenaria estrutural. Estes projetos
encontram-se disponíveis para observação nos APÊNDICES I e II, respectivamente.
3.2 QUANTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
Para a quantificação dos serviços identificados no projeto a metodologia adotada
foi a elaboração de planilhas eletrônicas na ferramenta computacional Excel, para o
registro da memória de cálculo e das premissas de cálculo adotadas galgadas em
conceitos e critérios de orçamento consagrados na literatura.
87
3.3 FORMAÇÃO DO BDI
A metodologia aplicada para a formação do BDI foi a elaboração de uma planilha
eletrônica, onde foram inseridas as informações relativas as taxas de administração
central, Riscos e Imprevistos, despesas financeiras, lucro e tributos sobre o preço de
venda. Sendo utilizada para o cálculo da taxa de BDI a fórmula apresentada pelo TCU
no acórdão n°2.369/2011.
3.4 ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO
A metodologia aplicada na elaboração do orçamento foi a inserção das
informações relativas aos serviços identificados e quantificados no módulo orçamento
da ferramenta computacional VOLARE 18, da PINI, na versão demo estudantil,
juntamente com os encargos sociais sobre a mão de obra e a taxa de BDI calculada.
A Tabela de Composições de Preços para Orçamentos (TCPO) da PINI e as
bases de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (SINAPI) e da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de
Janeiro (EMOP) foram utilizadas para alimentar a base de dados do orçamento e os
serviços não contemplados nestas bases tiveram suas respectivas composições de
preço unitário desenvolvidas em planilhas eletrônicas utilizando a ferramenta
computacional Excel para posterior inserção na base de dados do orçamento.
3.5 ANÁLISE DAS CURVAS ABC
Para analisar a coerência dos serviços e insumos que apresentam maior impacto
no custo da obra a metodologia aplicada foi a análise dos itens que correspondem a
80% do custo acumulado nas Curvas ABC de serviços, e de insumos geradas a partir
do módulo orçamento da ferramenta computacional VOLARE.
88
3.6 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO
A metodologia aplicada para o planejamento para a construção da obra consistiu
no desenvolvimento das ferramentas para gerenciamento e controle utilizando o
módulo planejamento da ferramenta computacional VOLARE. A seguir encontram-se
relacionadas as ferramentas produzidas:
- Cronograma físico-financeiro apresentando a sequência executiva, os
prazos e os custos das atividades a serem realizadas dentro do prazo
estimado.
- Relatório financeiro em mapa estruturado em forma de tabela apresentando
a distribuição do custo total de cada serviço ao longo do período de
execução estimado.
- Cronograma financeiro por período relacionando mensalmente o custo
individual dos serviços a serem executados.
- Relatório de quantidades planejadas apresentando o período em que os
serviços serão realizados.
- Relatório de quantidade analítica realizada por período onde a cada mês
são apresentados os serviços que serão realizados seus respectivos
quantitativos.
- Relatório do dimensionamento de equipes por frente de trabalho
apresentando a carga horária de mão de obra necessária para realizar cada
serviço distribuída nos meses de execução da obra de acordo com o
planejado, registrando também as datas de início e termino de cada serviço
e a respectiva duração.
- Relatório de previsão de despesas de materiais onde são listados os
materiais que serão usados na obra, suas unidades e seus respectivos
custos além da alocação destes custos ao longo dos meses em que serão
utilizados.
89
4 ESTUDO DE CASO
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
Os serviços identificados nos projetos encontram-se relacionados na planilha a
seguir, separados dentro de uma estrutura hierárquica de 3 níveis e separados por
etapas de obra.
CÓDIGO DESCRIÇÃO
1 SEVIÇOS INICIAIS
01.01 SONDAGEM
Sondagem de reconhecimento do subsolo com tubo de
02.006.000002.SER
revestimento Ø 2 1/2"
01.02 PROJETOS
SER00001P PROJETO ESTRUTURAL
2 INSTALAÇÃO DO CANTEIRO
02.01 LIMPEZA DO TERRENO
DESTOCAMENTO MECANICO DE TOCOS DE ATE
01.006.0001-A
0,30M DE DIAMETRO
Desmatamento e limpeza mecanizada de terreno com
02.003.000002.SER
árvores Ø até 15 cm utilizando trator sobre esteiras
02.005.000004.SER Carga mecanizada de terra em caminhão basculante
TRANSPORTE DE CARGA DE QUALQUER
NATUREZA,EXCLUSIVE AS DESPESAS DE CARGA E
DESCARGA,TANTO DE ESPERA DO CAMINHAO
04.005.0140-0 COMO DO SERVENTE OU EQUIPAMENTO
AUXILIAR,A VELOCIDADE MEDIA DE 50KM/H,EM
CAMINHAO BASCULANTE A OLEO DIESEL,COM
CAPACIDADE UTIL DE 12T
02.02 LIGAÇÕES PROVISÓRIAS
Ligação provisória de água para obra e instalação
02.001.000009.SER
sanitária provisória, pequenas obras - instalação mínima
Ligação provisória de luz e força para obra - instalação
02.001.000010.SER
mínima
02.03 TAPUMES E BARRACÕES
90
Portão de madeira em chapa compensada para tapume,
02.001.000011.SER
largura 3 m e altura 2 m
Tapume de chapa de madeira compensada, inclusive
02.001.000012.SER
montagem - madeira compensada resinada e=6 mm
ALUGUEL CONTAINER PARA ESCRITORIO
C/WC,MEDINDO 2,20M LARGURA,6,20M
COMPRIMENTO E 2,50M ALTURA,CHAPAS ACO
C/NERVURAS TRAPEZOIDAIS,ISOLAMENTO
TERMO-ACUSTICO FORRO,CHASSIS REFORCADO
02.006.0015-0
E PISO COMPENSADO NAVAL,INCL.INST.ELETRICA
E HIDRO-SANITARIAS,ACESSORIOS,1 VASO
SANITARIO E 1 LAVATORIO,EXCL.TRANSP.(VIDE
ITEM 04.005.0300),CARGA E DESCARGA(VIDE ITEM
04.013.0015)
ALUGUEL CONTAINER PARA SANITARIO-
VESTIARIO,MEDINDO 2,20M LARGURA,6,20M
COMPRIMENTO E 2,50M ALTURA,CHAPAS ACO
C/NERVURASTRAPEZOIDAIS,ISOLAMENTO TERMO-
02.006.0020-0 ACUSTICO FORRO,CHASSIS REFORCADO E PISO
COMPENSADO NAVAL,INCL.INST.ELETRICAS E
HIDRO-SANITARIAS,ACESSORIOS,2 VASOS
SANITARIOS,1 LAVATORIO,1 MICTORIO E 4
CHUVEIROS,EXCL.TRANSP.CARGA E DESCARGA
TRANSPORTE DE CONTAINER,SEGUNDO
04.005.0300-0 DESCRICAO DA FAMILIA 02.006,EXCLUSIVE CARGA
E DESCARGA(VIDE ITEM 04.013.0015)
CARGA E DESCARGA DE CONTAINER,SEGUNDO
04.013.0015-0
DESCRICAO DA FAMILIA 02.006
02.04 LOCAÇÃO DA OBRA
02.004.000001.SER Locação da obra, execução de gabarito
PLACA DE IDENTIFICACAO DE OBRA
02.020.0001-0 PUBLICA,INCLUSIVE PINTURA E SUPORTES DE
MADEIRA.FORNECIMENTO E COLOCACAO
02.05 ÁGUA E ENERGIA ELÉTRICA
TARIFA DE FORNECIMENTO DE AGUA DA CEDAE,
00634-E
AREA "A", INDUSTRIAL, ENTRE 0 E 20,00M3
00724-E TARIFA DE ENERGIA ELETRICA, TIPO COMERCIAL
3 MOVIMENTO DE TERRA
03.01 ESCAVAÇÃO E REATERRO
02.005.000005.SER Compactação de aterro
Reaterro e compactação manual de vala por
02.005.000007.SER
apiloamento com soquete
Escavação manual de vala em solo de 1ª categoria
02.005.000049.SER
profundidade até 2 m
91
03.02 CARGA E TRANSPORTE
02.005.000004.SER Carga mecanizada de terra em caminhão basculante
Transporte de terra em caminhão basculante, cap. carga
31.001.000003.SER
12 t, potência 228 HP, velocidade média de 40 km/h
4 SERVIÇOS GERAIS
04.01 CARGA E TRANSPORTE MANUAL
TRANSPORTE DE CARGA DE QUALQUER
NATUREZA,EXCLUSIVE AS DESPESAS DE CARGA E
DESCARGA,TANTO DE ESPERA DO CAMINHAO
04.005.0140-0 COMO DO SERVENTE OU EQUIPAMENTO
AUXILIAR,A VELOCIDADE MEDIA DE 50KM/H,EM
CAMINHAO BASCULANTE A OLEO DIESEL,COM
CAPACIDADE UTIL DE 12T
LOCACAO DE CACAMBA DE ACO TIPO CONTAINER
COM 5M3 DE CAPACIDADE,PARA RETIRADA DE
ENTULHO DE OBRA,INCLUSIVE
04.014.0095-0 CARREGAMENTO,TRANSPORTE E
DESCARREGAMENTO,EXCLUSIVE TAXA PARA
DESCARGA EMLOCAIS AUTORIZADOS E/OU
LICENCIADOS (VIDE ITEM 04.014.0110)
32.003.000001.SER Carga manual de entulho em caminhão basculante
04.02 INSTALAÇÃO DE PROTEÇÕES
TELA SOLTA DE POLIPROPILENO PARA PROTECAO
05.005.0046-0 DE FACHADAS AMARRADA SOMENTE NOS
EXTREMOS.FORNECIMENTO E COLOCACAO
04.03 ANDAIMES
TRANSPORTE DE ANDAIME
TUBULAR,CONSIDERANDO-SE A AREA DE
04.020.0122-0 PROJECAO VERTICAL DO ANDAIME,EXCLUSIVE
CARGA,DESCARGA E TEMPO DE ESPERA DO
CAMINHAO(VIDE ITEM 04.021.0010)
CARGA E DESCARGA MANUAL DE ANDAIME
TUBULAR,INCLUSIVE TEMPO DE ESPERA DO
04.021.0010-0
CAMINHAO,CONSIDERANDO-SE A AREA DE
PROJECAO VERTICAL
05.005.0012-1 PLATAFORMA/PASSAR. PINHO 1ª
05.006.0001-1 ALUGUEL DE ANDAIME TUBULAR S/ SAPATAS
MONTAGEM E DESMONTAGEM DE ANDAIME COM
05.008.0001-0 ELEMENTOS TUBULARES,CONSIDERANDO-SE A
AREA VERTICAL RECOBERTA
5 INFRAESTRUTURA
05.01 SERVIÇOS GERAIS DE FUNDAÇÃO
92
LONA DE POLIETILENO(LONA TERREIRO)COM
ESPESSURA DE 0,20MM PARA
05.058.0020-A IMPERMEABILIZACAO DE SOLO,MEDIDA PELA
AREA COBERTA,INCLUSIVE PERDAS E
TRANSPASSE
LASTRO COM PREPARO DE FUNDO, LARGURA
MAIOR OU IGUAL A 1,5 M, COM CAMADA DE BRITA,
94107U
LANÇAMENTO MANUAL, EM LOCAL COM NÍVEL
BAIXO DE INTERFERÊNCIA. AF_06/2016
05.02 INFRAESTRUTURA - FORMAS
Forma de madeira para fundação, com tábuas e
04.007.000013.SER
sarrafos, 5 aproveitamentos
05.03 INFRAESTRUTURA - ARMADURA
Armadura de aço CA-50 para estruturas de concreto
04.001.000003.SER
armado, Ø até 12,5 mm, corte, dobra e montagem
05.04 INFRAESTRUTURA - CONCRETO
Concreto estrutural dosado em central, auto-adensável,
04.002.000007.SER
fck 25 MPa
04.012.000006.SER Lastro de concreto, incluindo preparo e lançamento
LANCAMENTO DE CONCRETO EM PECAS
ARMADAS,INCLUSIVE O TRANSPORTE
HORIZONTAL ATE 20,00M EM
11.002.0042-0
CARRINHOS,COLOCACAO,ADENSAMENTOE
ACABAMENTO,CONSIDERANDO UMA PRODUCAO
APROXIMADA DE 3,50M3/H
6 SUPERESTRUTURA
06.01 SUPERESTRUTURA - LAJE
Armadura de aço CA-50 para estruturas de concreto
04.001.000003.SER
armado, Ø até 12,5 mm, corte, dobra e montagem
Escoramento metálico material locado para lajes de
05.003.000016.SER
edificação com altura entre 2 e 3,2 m
Forma para estruturas de concreto com chapa
05.006.000015.SER
compensada resinada e=12mm
CONCRETO
BOMBEADO,FCK=25MPA,COMPREENDENDO O
FORNECIMENTO DECONCRETO IMPORTADO DE
11.025.0009-0
USINA,COLOCACAO NAS
FORMAS,ESPALHAMENTO,ADENSAMENTO
MECANICO E ACABAMENTO
06.02 SUPERESTUTURA - ALVENARIA ESTRUTURAL
ALVENARIA DE BLOCOS DE CONCRETO
ESTRUTURAL 14X19X39 CM, (ESPESSURA 14 CM),
89453U FBK = 4,5 MPA, PARA PAREDES COM ÁREA LÍQUIDA
MENOR QUE 6M², SEM VÃOS, UTILIZANDO
PALHETA. AF_12/2014
GRAUTEAMENTO VERTICAL EM ALVENARIA
89993U
ESTRUTURAL. AF_01/2015
93
GRAUTEAMENTO DE CINTA INTERMEDIÁRIA OU DE
89994U CONTRAVERGA EM ALVENARIA ESTRUTURAL.
AF_01/2015
GRAUTEAMENTO DE CINTA SUPERIOR OU DE
89995U
VERGA EM ALVENARIA ESTRUTURAL. AF_01/2015
7 ESQUADRIAS DE ALUMINIO
07.01 JANELAS
Janela de alumínio sob encomenda, colocação e
12.003.000015.SER
acabamento, basculante, com contramarcos
Janela de alumínio sob encomenda, colocação e
12.003.000016.SER
acabamento, de correr, com contramarcos
Peitoril de granito natural, assentado com argamassa
22.012.000008.SER mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar
traço 1:1:4 (largura: 15 cm)
07.02 VIDRO
27.003.000001.SER Vidro fantasia 4 mm colocado em caixilho com massa
Vidro cristal laminado 6 mm colocado em caixilho com
27.004.000001.SER
gaxeta de neoprene
8 ESQUADRIAS DE FERRO
08.01 PORTAS
PORTA DE FERRO DE TAMANHO NORMAL, ATE
1,00M DE LARGURA, CONTORNO EM BARRAS DE
1.1/4"X5/16", GUARNICAO EM CANTONEIRA
DE1.1/2"X1/8",INFERIORMENTE,ALMOFADA DE
CHAPA Nº16,NOS DOIS LADOS COM 60CM DE
14.002.0010-0
ALTURA,NA PARTE SUPERIOR,POSTIGO MOVEL
PARAVIDRO,GRADE DE BARRAS DE
5/8",UTILIZANDO DOBRADICAS TIPO
GONZO,EXCLUSIVE FECHADURA.FORNECIMENTO
E COLOCACAO
PORTAO DE FERRO DE UMA OU DUAS FOLHAS,EM
BARRAS VERTICAIS DE 2"X3/8",ESPACADAS DE
10CM E HORIZONTAIS SUPERIOR E INFERIOR DO
14.002.0076-0 MESMO TIPO,CORRENDO AO CENTRO UMA FAIXA
DE CHAPA DE FERRO GALVANIZADO Nº16,DUPLA,
CONFORME PROJETO Nº6002/EMOP,EXCLUSIVE
FECHADURA.FORNECIMENTO E COLOCACAO
9 ESQUADRIAS DE MADEIRA
09.01 PORTAS
12.001.000003.SER Ferragens para porta interna simples
12.001.000005.SER Ferragens para porta externa simples
94
C1994 Porta de madeira tipo Paraná (s/ acessórios)
10 PISOS E TETOS INTERNOS
10.01 REGULARIZAÇÃO DE BASE
Regularização desempenada de base para revestimento
22.014.000013.SER de piso com argamassa de cimento e areia sem
peneirar espessura: 3 cm / traço: 1:3
10.02 ACABAMENTO DE PISOS
PISO VINILICO EM LADRILHOS DE RESINA DE PVC
PLASTIFICANTE,COM MEDIDAS EM TORNO DE
30X30CM,HOMOGENEO,COM FLASH,COM 2MM DE
ESPESSURA,ASSENTES SOBRE BASE
13.390.0020-0 EXISTENTE,DEVENDO ATENDER A ABNT,NO QUE
CONCERNE A RESISTENCIA,AO
IMPACTO,SOLIDEZ,DUREZAE ACAO DE AGENTES
QUIMICOS,INCLUSIVE ADESIVO.FORNECIMENTO
ECOLOCACAO
Piso cerâmico esmaltado assentado com argamassa
22.003.000003.SER
pré-fabricada de cimento colante dimensão: 30 x 30 cm
10.03 ACABAMENTO DE TETO
Chapisco em teto de concreto com argamassa pré-
20.001.000011.SER
fabricada adesiva de cimento colante
Emboço em teto com argamassa mista de cimento,
20.002.000032.SER
arenoso e areia sem peneirar traço 1:7:3, e=20 mm
10.04 SOLEIRAS
Soleira de granito natural de 20 cm de largura,
SER00004P assentado com argamassa mista de cimento, cal
hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
11 ACABAMENTO DE PAREDES INTERNAS
11.01 CHAPISCO
Chapisco para parede interna ou externa com
20.001.000002.SER argamassa de cimento e areia sem peneirar traço 1:3,
e=5 mm
11.02 EMBOÇO E REBOCO
REVESTIMENTO INTERNO,DE UMA VEZ,MASSA
UNICA OU EMBOCO PAULISTA COM ARGAMASSA
DE CIMENTO,CAL,SAIBRO MACIO E AREIA
13.003.0001-0
FINA,NOTRACO 1:4:4:4, ESPESSURA DE 2CM
ACABAMENTO CAMURCADO, APLICADO SOBRE
SUPERFICIE CHAPISCADA, EXCLUSIVE CHAPISCO
Emboço para parede interna com argamassa de
20.002.000009.SER
cimento e areia sem peneirar traço 1:3, e=30 mm
20.004.000005.SER
95
Reboco para parede interna ou externa, com argamassa
de cal hidratada e areia peneirada traço 1:4,5, com
betoneira, e=5 mm
11.03 RODAPÉ
Rodapé cerâmico assentado com argamassa pré-
22.003.000009.SER
fabricada de cimento colante (altura: 8 cm)
Rodapé vinílico com 5 cm de altura, fixado com cola à
22.016.000004.SER
base de neoprene
11.04 ACABAMENTO
Rejuntamento de azulejo 15 x 15 cm, com cimento
23.001.000017.SER
branco, para juntas até 3 mm
12 ACABAMENTO DE PAREDES EXTERNAS
12.01 ACABAMENTO EXTERNO DAS FACHADAS
Chapisco para parede interna ou externa com
20.001.000002.SER argamassa de cimento e areia sem peneirar traço 1:3,
e=5 mm
Emboço para parede externa com argamassa mista de
20.002.000028.SER cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:2:6,
e=30 mm
Reboco para parede interna ou externa, com argamassa
20.004.000007.SER
pré-fabricada, e=5 mm
13 COBERTURA E ISOLAMENTO TÉRMICO
13.01 COBERTURAS
Calha de chapa galvanizada nº 26 desenvolvimento 25
09.001.000017.SER
cm
Estrutura de madeira para telha estrutural de
09.003.000029.SER
fibrocimento, ancorada em laje ou parede
Cumeeira articulada de fibrocimento para telha perfil
09.005.000017.SER
ondulado e=6 ou 8 mm
Cobertura com telha de fibrocimento uma água, perfil
09.005.000029.SER ondulado, e = 6 mm, altura 125 mm, largura útil 1.020
mm e largura nominal 1.064 mm, inclinação 27%
10.005.000021.SER Aplicação de imunizante incolor para madeira
13.02 ISOLAMENTO TÉRMICO
ISOLAMENTO TERMICO COM MANTA DE LA DE
73833/1U
VIDRO, ESPESSURA 2,5CM
14 IMPERMEABILIZAÇÃO
14.01 IMPERMEABILIZAÇÃO FLEXÍVEL
Impermeabilização de piso com três demãos de
10.009.000023.SER
emulsão asfáltica
Regularização de superfície para impermeabilização,
10.012.000025.SER
com arg. de cimento e areia traço 1:3, e= 2 cm
96
15 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS
15.01 INSTALAÇÃO DE ESGOTO
13.008.000093.SER Tubo de PVC soldável, com conexões Ø 40 mm
13.008.000094.SER Tubo de PVC soldável, com conexões Ø 50 mm
13.008.000096.SER Tubo de PVC soldável, com conexões Ø 75 mm
Caixa sifonada de PVC com grelha de alumínio, 150 x
14.001.000015.SER
150 x 50 mm
14.004.000012.SER Tubo de PVC reforçado PBV Ø 75 mm
TUBO DE PVC RIGIDO DE
100MM,SOLDAVEL,INCLUSIVE CONEXOES E
15.036.0052-0
EMENDAS,EXCLUSIVE ABERTURA E FECHAMENTO
DE RASGO.FORNECIMENTOE ASSENTAMENTO
SIFAO 1680,DE 1.1/4"X1.1/2",EM METAL
18.013.0118-0
CROMADO.FORNECIMENTO
SIFAO 1680,DE 1"X1.1/4",EM METAL
18.013.0121-0
CROMADO.FORNECIMENTO
Caixa de inspeção em alvenaria - 1/2 tijolo comum
maciço revestido internamente com argamassa de
30.002.000020.SER cimento e areia sem peneirar, traço 1:3, lastro de
concreto e = 10 cm, tampa e = 5 cm, dimensões 60 x 60
x 60 cm
Envelope de concreto para proteção de tubos
30.008.000001.SER enterrados com escavação, acerto de vala e lançamento
de concreto
Filtro anaeróbico de concreto Ø 1,2 m, altura 2 m para
32.001.000001.SER
10 contribuintes
CAIXA DE AREIA 60X60X60CM EM ALVENARIA -
72286U
EXECUÇÃO
C0601 CAIXA DE GORDURA/SABÃO EM ALVENARIA
C2832 FOSSA SÉPTICA E SUMIDOURO EM ALVENARIA
15.02 INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
Adaptador soldável de PVC, curto para registro Ø 25
13.002.000564.SER
mm x 3/4"
13.002.000785.SER Plug de PVC roscável Ø 1/2"
13.004.000015.SER Registro de gaveta com canopla Ø 20 mm - 3/4"
13.004.000016.SER Registro de gaveta com canopla Ø 25 mm - 1"
13.004.000032.SER Registro de pressão com canopla Ø 20 mm - 3/4"
13.008.000091.SER Tubo de PVC soldável, com conexões Ø 25 mm
13.008.000092.SER Tubo de PVC soldável, com conexões Ø 32 mm
97
HIDROMETRO COM DIAMETRO DE
15.001.0077-0
1/2".FORNECIMENTO
TORNEIRA DE BOIA EM PLASTICO,PARA CAIXA
18.011.0005-0
DAGUA,DE 3/4".FORNECIMENTO E COLOCACAO
Envelope de concreto para proteção de tubos
30.008.000001.SER enterrados com escavação, acerto de vala e lançamento
de concreto
CAIXA D´ÁGUA EM POLIETILENO, 1000 LITROS,
88503U
COM ACESSÓRIOS
15.03 LOUÇAS E METAIS
13.001.000016.SER Chuveiro elétrico automático, 220 V- 5400 W
Bacia sanitária de louça com caixa acoplada, com
26.001.000003.SER
tampa e acessórios
Lavatório de louça, sem coluna, com torneira de pressão
26.010.000017.SER
e acessórios
Cuba de aço inoxidável retangular dupla, dimensões
26.010.000021.SER
730x400x125 mm
26.019.000004.SER Tanque de louça com coluna
26.020.000019.SER Torneira de pressão metálica para pia
15.04 BANCAS E PIAS
FRONTISPICIO DE GRANITO CINZA
18.082.0105-0 ANDORINHA,COM SECAO DE 10X2CM,INCLUSIVE
REJUNTAMENTO.FORNECIMENTO E COLOCACAO
26.002.000007.SER Tampo de granito para pia, e=30 mm, largura 0,60 m
16 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
16.01 INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Enchimento de rasgo em alvenaria com argamassa
mista de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4
06.003.000094.SER
com adição de 150 kg de cimento, para tubulação Ø 32
mm (1 1/4") a 50 mm (2")
TOMADA ELETRICA 2P+T,10A/250V,PADRAO
15.019.0050-0 BRASILEIRO,DE EMBUTIR,COM PLACA
4"X2".FORNECIMENTO E COLOCACAO.
Disjuntor monopolar termomagnético de 10 A em quadro
16.002.000044.SER
de distribuição
Disjuntor monopolar termomagnético de 16 A em quadro
16.002.000045.SER
de distribuição
Disjuntor monopolar termomagnético de 32 A em quadro
16.002.000048.SER
de distribuição
Caixa de ligação de PVC rígido para eletroduto roscável,
16.003.000067.SER
retangular, dimensões 4 x 2"
98
Cabo isolado em PVC seção 2,5 mm² - 0,6/1KV - 70°C -
16.006.000017.SER
flexível
Cabo isolado em PVC seção 6 mm² - 0,6/1KV - 70°C -
16.006.000019.SER
flexível
16.007.000007.SER Interruptor, três teclas simples 10 A - 250 V
Interruptor pulsador de campainha ou minuteria 2 A -
16.007.000017.SER
250 V
Quadro de distribuição de luz em PVC de embutir, até
16.009.000008.SER 16 divisões modulares, dimensões externas 260 x 310 x
85 mm
Eletroduto de PVC rígido roscável,inclusive conexões Ø
16.012.000049.SER
25 mm 3/4"
Eletroduto de PVC rígido roscável,inclusive conexões Ø
16.012.000050.SER
32 mm 1"
CAIXA OCTOGONAL 4" X 4", PVC, INSTALADA EM
91936U
LAJE - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO. AF_12/2015
C1668 LUMINÁRIA P/MUROS FECHADA C/ LÂMPADA
LUMINÁRIA PAREDE,TIPO ARANDELA C/ LÂMPADA
C1669
INCANDESCENTE
LUMINÁRIA DE EMBUTIR EM TETO, CIRCULAR,
C4433 CORPO EM ALUMÍNIO ANODIZADO COM LÂMPADA
HQI DE 70 W
C4530 DISJUNTOR DIFERENCIAL DR-16A-40A, 30 mA
ATERRAMENTO COMPLETO C/ HASTE
C4765
COPPERWELD 5/8"X 2.40M
DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS -
I8442
DPS's - 40KA/440v - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO
17 PINTURA
17.01 PINTURA DE PAREDES INTERNAS
Emassamento de parede interna com massa corrida à
24.003.000007.SER
base de PVA com duas demãos, para pintura látex
Pintura com tinta látex PVA em parede interna, com
24.003.000019.SER
duas demãos, sem massa corrida
17.02 PINTURA DE PAREDES EXTERNAS
Pintura com tinta látex acrílica em parede externa, com
24.003.000001.SER
duas demãos, sem massa corrida
Emassamento de parede externa com massa acrílica
24.003.000011.SER
com duas demãos, para pintura látex
17.03 PINTURA DE MURO
Pintura com tinta látex acrílica em parede externa, com
24.003.000001.SER
duas demãos, sem massa corrida
17.04 PINTURA DE FORROS
SER00002P
99
Pintura com tinta látex PVA em TETO, com duas
demãos, sem massa corrida
17.05 PINTURA DE ESQUADRIAS METÁLICAS
Pintura com tinta óleo em esquadria de ferro com duas
24.002.000003.SER
demãos
17.06 PINTURA DE ESQUADRIAS DE MADEIRA
10.005.000021.SER Aplicação de imunizante incolor para madeira
Emassamento de esquadria de madeira com massa
24.001.000002.SER corrida com duas demãos, para pintura a óleo ou
esmalte
Pintura com tinta óleo em esquadria de madeira, com
24.001.000004.SER
duas demãos, sem massa corrida
18 SERVIÇOS COMPLEMENTARES
18.01 PAVIMENTAÇÃO
04.012.000006.SER Lastro de concreto, incluindo preparo e lançamento
Piso rústico em concreto, fck = 13,5 MPa, controle tipo
22.005.000013.SER "C", formando quadrados ripados de 1,50 x 1,50 m, e =
7 cm
18.02 PAISAGISMO
PLANTIO DE ARVORE ISOLADA ATE 2,00M DE
ALTURA,DE QUALQUER ESPECIE,EM
LOGRADOURO PUBLICO,INCLUSIVE
09.002.0001-0
TRANSPORTE,TERRA PRETA SIMPLES E ESTACA
DE MADEIRA(TUTOR),EXCLUSIVE O
FORNECIMENTO DA ARVORE
30.004.000006.SER Grama Batatais em placas de 40 x 40 cm
Arbusto bela emília com altura 0,5 a 0,7 m; em cava de
30.004.000011.SER
60 x 60 x 60 cm
18.03 MUROS E FECHAMENTOS
Muro divisório com bloco de concreto 14x19x39 cm,
30.003.000008.SER
e=14 cm, altura 1,80 m, sobre sapata corrida
18.04 LIMPEZA DA OBRA
32.003.000003.SER Limpeza geral da edificação
19 ADM LOCAL E EXIGÊNCIAS DE SMS
19.01 ADMINISTRAÇÃO LOCAL
SER0005P Administração local
19.02 EXIGÊNCIAS DE SMS
00796-E AGUA MINERAL 20L EXCLUSIVE GARRAFAO
100
4.2 QUANTIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
Os serviços identificados foram quantificados em planilhas eletrônicas, mas
estas planilhas foram consolidadas juntamente com as premissas adotadas na
memória de cálculo apresentada a seguir.
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
4.3 ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA
Para o maior entendimento dos serviços a serem executados foi elaborada a
especificação técnica a seguir, a qual fixa condições e regras a serem respeitadas
para a execução dos serviços.
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
4.4 FORMAÇÃO DO BDI
O demonstrativo da formação do BDI foi desenvolvido em planilha eletrônica e a
fórmula adotada para o cálculo da taxa foi a publicada no Acórdão n°2.369/2011 do
TCU conforme pode ser observado a seguir:
136
137
4.5 DESENVOLVIMENTO DO ORÇAMENTO
O orçamento foi elaborado com o auxílio do módulo orçamento da ferramenta
computacional VOLARE comercializada pela empresa PINI Sistemas na versão VOL
18.
Os critérios adotados para o cadastramento das composições de preço unitário
dos serviços e dos insumos que compuseram o orçamento foram:
Priorização na utilização das composições de serviço constantes do TCPO 14
- Base de dados de composições de preços para orçamentos da PINI;
No caso da inexistência das composições dos serviços necessários no
TCPO14, foram adotados os serviços constantes das tabelas do Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) e da
tabela divulgada pela Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro
(EMOP)
Na indisponibilidade dos insumos necessários nas tabelas de referência, foram
realizadas cotações de preço no mercado.
A obra foi orçada com taxas em R$ 412.984,82 (Quatrocentos e doze mil,
novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e dois centavos), sendo a área de
construção equivalente determinada em 117,7 m² de acordo com os coeficientes
utilizados na Tabela 7 a seguir, baseados pela norma NBR 12721.
Tabela 7 - Dimensionamento da área de construção equivalente.
ÁREA DE CONSTRUÇÃO EQUIVALENTE
Área fechada 55,1 1,00 55,1
Área de serviço – residencial unifamiliar padrão baixo 2,66 0,50 1,3
Quintal/Varanda 80,7 0,75 60,5
Estacionamento sobre terreno 10,54 0,075 0,8
TOTAL: 117,7
O custo por m2 de área equivalente construída foi estimado em R$ 3.508,79 (Três
mil, quinhentos e oito reais e setenta e nove centavos).
De modo a possibilitar o desenvolvimento da análise comparativa do custo unitário
de construção por m2 com o Custo Unitário Básico (CUB) por m2 divulgado pela
Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC) para o Estado do Rio de Janeiro
para edificações residenciais de baixo padrão, foi necessário gerar um novo
orçamento desconsiderando os serviços não contemplados no CUB, tais como:
138
fundações, projetos, paisagismo, fechamentos externos, administração local, BDI e
outros.
O orçamento sintético da obra simplificada encontra-se apresentado a seguir.
139
140
141
142
143
144
145
O custo da edificação foi estimado em R$ 109.571,19 (Cento e nove mil,
quinhentos e setenta e um reais e dezenove centavos, sendo a área construída
equivalente de 55,1 m2 perfazendo o custo unitário por m2 de R$ 1.988,59 (Mil,
novecentos e oitenta e oito reais e cinquenta e nove centavos). Este custo por m2
apresentou-se 48% acima do CUB para edificações residenciais unifamiliar padrão
baixo R1-B que é de R$ 1.339,14 (conforme anexo I) para o mesmo mês de referência
(fevereiro/2017). O custo estimado acima da referência do CUB é devido a espessura
adotada para os blocos estruturais que de acordo com a NBR 6136 encontra-se
superdimensionada para este tipo de edificação. Sendo detectada como uma das
limitações da versão demo estudantil do software TQS-CAD/Alvest a disponibilização
de apenas famílias de bloco com espessuras de 14 e 19 cm.
O orçamento completo pode ser observado a seguir nas formas sintética e
analítica, respectivamente.
146
147
148
149
150
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164
165
166
167
168
169
170
171
4.6 ANÁLISE DAS CURVAS ABC
As curvas ABC de recursos e de serviços relativas ao orçamento foram obtidas
por meio da utilização do módulo orçamento da ferramenta computacional VOLARE.
Foi verificado por meio da análise da Curva ABC que dentre os principais recursos
do orçamento os insumos referentes a mão de obra indireta (engenheiro civil e o
mestre de obras) correspondem a 21,4% do custo total, que é elevado mas justificado
pelo pequeno porte da obra. Dentre os materiais mais significativos foi verificado a
alimentação dos profissionais horistas, a tarifa de energia elétrica, o aço CA-50 e o
concreto estrutural dosado que juntos totalizam 26,7% do custo dos materiais. A
análise da Curva ABC de serviços apresentou os itens de serviço de administração
local, o muro divisório com blocos de concreto e a armadura de aço CA-50
correspondendo a aproximadamente 41,5% da participação acumulada do custo.
São apresentadas a seguir as curvas ABC de insumos e de serviços do
orçamento.
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
4.7 DESENVOLVIMENTO DO PLANEJAMENTO
Para o desenvolvimento do planejamento as informações relativas a custo foram
inseridas em moeda nacional (Reais) e o prazo adotado para a execução da obra foi
de 91 dias, sendo o período correspondente de 1 de março a 30 de maio.
Para o desenvolvimento dos cronogramas foi necessária a entrada de dados de
início e fim de cada atividade de acordo com a duração prevista em porcentagem de
tempo em relação ao prazo total de obra, conforme pode ser observado na Tabela 8
a seguir.
185
Tabela 8 – Duração de cada atividade
186
A seguir serão apresentados alguns modelos de relatórios de planejamento
obtidos com o módulo de planejamento do VOLARE.
4.7.1 Cronograma físico-financeiro em mapa
Este modelo de cronograma possibilita observar de cada serviço: as unidades, o
período de início e termino, a quantidade unitária, o custo total a ser gasto, além da
programação temporal de execução, onde o serviço é distribuído pelos meses de
execução da obra.
Através da ferramenta computacional Excel foi realizado o histograma do
Cronograma Físico- Financeiro em mapa extraído do VOLARE, apresentado na Figura
43.
Figura 43 - Histograma do Cronograma Físico Financeiro
R$ 250.000,00
R$ 200.000,00
Total mensal
R$ 150.000,00
R$ 100.000,00
R$ 50.000,00
R$ -
Março Abril Maio
187
188
189
190
191
192
4.7.2 Cronograma financeiro em mapa estruturado
Este modelo de cronograma possibilita a análise financeira dos serviços,
distribuindo o custo total de cada serviço no seu período de execução estimado.
193
194
4.7.3 Cronograma financeiro por período
O cronograma financeiro por período é uma outra forma de apresentação do
cronograma financeiro. A seguir é possível a visualização deste cronograma onde são
apresentados em cada mês de obra os serviços a serem executados e seus
respectivos custos.
195
196
197
198
199
200
201
202
4.7.4 Relatório de quantidades planejadas
Este relatório apresenta as quantidades planejadas e o período em que os
serviços devem ser realizados.
203
204
205
206
207
208
4.7.5 Relatório de quantidade analítica realizada por período
Neste relatório a cada mês são apresentados os serviços que deverão ser
realizados e as suas respectivas quantidades, conforme pode ser observado a seguir.
209
210
211
212
213
214
215
216
4.7.6 Relatório de dimensionamento de equipes em mapa
Este relatório apresenta a quantidade de homens x hora por especialização
alocados mês a mês. Para melhor compreensão do dimensionamento de equipes em
mapa foi realizado um histograma utilizando a ferramenta computacional Excel com
os dados extraídos do Dimensionamento de Equipe em mapa disponibilizado pelo
VOLARE, de acordo com a Figura 44.
Figura 44 – Histograma do Dimensionamento de Equipe em Mapa
4000
3500
3000
2500
Hh
2000
1500
1000
500
0
março-2018 abril-2018 maio-2018
217
4.7.7 Dimensionamento de equipes por frente de trabalho
Neste relatório pode ser observada a carga horária de mão de obra necessária
para realizar cada serviço distribuída nos meses de execução da obra de acordo com
o planejado. Também é possível observar as datas de início e termino de cada serviço
e a respectiva duração.
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
4.7.8 Relatório de previsão de despesas de materiais gerados pelo módulo de
planejamento.
Neste relatório são listados os materiais que serão usados na obra, suas unidades
e seus respectivos custos, em seguida os custos são distribuídos ao longo dos meses
em que serão utilizados.
229
230
231
232
233
234
235
4.7.9 Gráfico de Gannt de serviços
Através do gráfico de Gannt é possível visualizar de forma simplificada o tempo
de execução de cada atividade e a disposição dos prazos planejados.
236
237
238
239
240
241
242
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
5.1 CONCLUSÕES
O trabalho foi finalizado de forma satisfatória com o custo total orçado, no módulo
orçamento da ferramenta computacional VOLARE, em R$ 412.984,82 (Quatrocentos
e doze mil, novecentos e oitenta e quatro reais e oitenta e dois centavos), tendo como
serviços mais significativos a administração local, o muro divisório com blocos de
concreto, a armadura de aço CA-50 correspondendo a aproximadamente 41,5% da
participação acumulada do custo. O serviço de muro divisório encontra-se dentro dos
principais serviços da obra devido ao fato do mesmo ter sido especificado, em projeto,
em alvenaria estrutural e este serviço comtempla além da execução do muro a
execução dos serviços acessórios de escavação, fundação e aterro. Outro fato
importante é que a área de muro é superior a área de estrutura edificada.
A área de construção equivalente foi determinada como sendo 117,7 m², gerando
um custo unitário de R$ 3.508,79/m².
Para efeitos de comparação foi gerado um orçamento simplificado retirando os
serviços não contemplados no CUB. O custo determinado por m² apresentou custo
48% superior ao custo de referência do CUB para edificação de padrão baixo R1-B
para o mesmo mês de referência (o valor CUB encontra-se no anexo I). Este fato se
deve a espessura adotada para os blocos estruturais que de acordo com a NBR 6136
encontra-se superdimensionada para este tipo de edificação. Sendo detectada como
uma das limitações da versão demo estudantil do software TQS-CAD/Alvest a
disponibilização de apenas famílias de bloco com espessuras de 14 e 19 cm.
Algumas dificuldades foram determinadas durante a utilização da ferramenta
VOLARE, dentre elas: o processo de informação da duração das atividades é em
percentual e não em dias, não gera a curva S e os histogramas em forma de gráfico,
o orçamento assimila uma quantidade de dias diferente do cronograma para o prazo
total da obra.
243
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Como sugestões para estudos futuros recomenda-se a elaboração do projeto
em alvenaria estrutural utilizando blocos de 9 cm de espessura de acordo com as
recomendações da NBR 6136, tornando a obra mais econômica e a realização de
estudo comparativo de custo desta edificação em alvenaria estrutural com a
construção em concreto armado.
244
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TAUIL, C. (REVISTA TÉCNHÉ de MAIO de 2010). Construção fácil. (L. TAMAKI,
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TAUIL, C. (Setembro de 2014). Alvenaria estrutural, Atenção no projeto e na execução
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Entrevistador)
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TISAKA, M. (2011). Orçamento na Construção Civil, consultoria, projeto e execução.
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249
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implementos agrícolas - Elaboração do plano de projeto de um protótipo para
a exportação. Trabalho de Conclusão de Curso - FGV. RS.
250
8 ANEXO
ANEXO I CUSTOS UNITÁRIOS BÁSICOS DE CONSTRUÇÃO
(FEVEREIRO/2017)
251
252
9 APÊNDICE
APÊNDICE I PROJETO DE ARQUITETURA
APÊNDICE II PLANTA DE SITUAÇÃO
APÊNDICE III PROJETO DE ESTRUTURA
253
APÊNDICE I
PROJETO DE ARQUITETURA
254
255
APÊNDICE II
PLANTA DE SITUAÇÃO
256
257
APÊNDICE III
PROJETO DE ESTRUTURA
258