JUIZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ALFA.
Luísa dos Santos Bastos, brasileira, menor impúrbere, nascida em 01/01/2010, neste ato
representado por sua genitora, Maria dos Santos, brasileira, auxiliar de serviços gerais,
divorciada, CPF inscrito sob o nº 123 333 650-40 RG nº777 59 3215, residente e
domiciliado na Rua dos Pinheiros, número 120, CEP 95630-000, bairro Mundo Novo,
Alfa- RS, endereço eletrônico [email protected], vem respeitosamente à
presença de vossa excelência, através de seu advogado infra-assinado, procuração em
anexo, com endereço eletrônico xxxx, endereço profissional na rua dos Milagres, número
397, bairro Alvorada, Gravataí-RS, onde receberá intimações de costume, com
fundamento na Lei 5.478, de 25 de julho de 1968, artigos 1,694 e 1,696 do Código Civil
( CC), bem como o artigo 229 da Constituição federal (CF), propor:
AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGOS C/C TUTELA DE URGÊNCIA
com pedido de tutela provisória de urgência antecipada incidental inaudita
altera pars em face de, Alice Bastos, brasileira, aposentada, viúva, CPF
inscrito sob o nº. 985 381 960-61, RG nº 3665 862 6335, residente e
domiciliado na Rua Afonso Pena, número 1185, CEP 95600-000, bairro
Esperança, Delta- RS, endereço eletrônico
[email protected] em razão
dos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Cumpre inicialmente destacar que a requerente não possui condições de arcar com os
custos do processo sem prejuízo da do seu sustento e de sua família, conforme declaração
de hipossuficiência, razão pela qual requer os benefícios da justiça gratuita, na forma do
art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil (CPC) e do inciso LXXIV do artigo 5º da
Constituição Federal (CF).
II - DOS FATOS
A senhora Maria dos Santos, representante do autor neste ato, manteve matrimonio com
o Sr. Paulo Bastos, relação que culminou no nascimento de Luísa dos Santos Bastos,
nascida em 01 de janeiro de 2010, mas no dia 04 de julho de 2015 vieram a se divorciar.
No momento do divórcio ficou acordado que o Sr. Paulo Bastos pagaria pensão
alimentícia à Luísa, fixadas no valor de R$ 2.000,00, (dois mil reais), o que fez até o dia
de sua morte, em 25/08/2018.
Ocorre que o pai da autora não era detentor de bens ao qual pudessem ser herdados por
sua família. Atualmente a criança vive exclusivamente com a mãe, que tem assumido
total e absoluta responsabilidade com o custeio e manutenção de sua filha. Encontra-se
sem condições de arcar sozinha com despesas de manutenção e educação da menor, já
que percebe pecúnia mínima salarial, valor insuficiente para arcar com todas as despesas
da autora.
A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável situação patrimonial, sendo a única avó
da menor ainda com vida, portanto a promovido é pessoa que goza de possibilidades
financeiras de auxiliar sua neta, sendo assim a autora da demanda pleiteia a concessão de
alimentos avoengos em face de sua avó paterna, diante da impossibilidade de oferecer o
que a menor necessita para viver com o mínimo de dignidade.
III - DO DIREITO
DA TUTELA DE URGÊNCIA
A requerente postula em juízo a concessão de tutela provisória de urgência incidental em
caráter liminar e inaudita altera pars para a fixação dos alimentos provisórios no
montante de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais), mediante depósito na conta
bancária da genitora da autora, todo dia 15 de cada mês, ou mediante desconto na folha
de pagamento da ré e consequente depósito na conta bancária da genitora em face da
responsabilidade avoenga.
DA RESPONSABILIDAADE AVOENGA
A obrigação dos avós em prestar alimentos encontra fundamento nos artigos 1.696 e
1.698 do Código Civil Brasileiro (CC).
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo
a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta
de outros.
Portanto havendo demonstração da incapacidade do genitor em adimplir com integral
sustento de sua filha, os ascendentes devem responder com os alimentos necessários a
criança, sendo assim uma modalidade de intervenção de terceiro já fixado entendimento
legal favorável, jurisprudencial e doutrinário.
DO BINOMIO NECESSIDADE – POSSIBILIDADE
Já é sábio que para a fixação de alimentos deve se levar em consideração os requisitos
necessidade versos possibilidade, onde é levado em consideração a real necessidade da
autora em relação aos alimentos e a possibilidade máxima do alimentante, como aduz o
art. 1.694, do Código Civil Brasileiro.
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos
outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a
situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.
DA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Pleiteia- se alimentos provisórios em caráter de urgência, durante a pendencia da lide,
pois a mesma não pode esperar até que haja uma sentença em definitivo, levando em
conta a morosidade em que o sistema judiciário brasileiro se encontra, tal dispositivo
possui previsão legal no art. 4º da Lei 5.478/68, lei esta que trata da ação de alimentos.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer de Vossa Excelência:
a) Concessão de alimentos provisórios no valor de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos
reais) a serem depositados na conta nº010198578, agência 1208, banco do Brasil;
b) O acolhimento da tutela de urgência suscitada;
c) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita por ser pobre na forma lei, não
podendo arcar com as despesas processuais sem privar-se do seu próprio sustento e de
sua família;
d) Que a demando seja declarada procedente em sua totalidade;
e) A fixação dos alimentos em caráter provisório;
f) Designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII,
do CPC;
g) A citação do requerido, para que compareça em audiência de auto composição a
ser designada por Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de fato,
podendo contestar dentro do prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia,
conforme artigo 344 do CPC.
h) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito, em
conformidade com o artigo 178, II do CPC;
V - DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova, em especial a testemunhal,
documental, bem como todas aquelas necessárias à obtenção da justiça.
Dá-se a causa o valor de R$18.000,00 (dezoito mil reais) para efeitos fiscais.
Nestes termos,
P. deferimento.
Gravataí 15 de agosto de 2020
ADVOGADO
OAB/RS XXXXXX