Bruna Buldrini Barbosa
Bruna Buldrini Barbosa
SUMÁRIO
FITA 01 – LADO A
• Nasceu em Belo Horizonte em 1938
• Teve sete filhos
• Mora no bairro Cidade Nova desde 1970
• Passou a infância no bairro Carlos Prates
• Casou-se em 1959
• Fala das diferenças da Cidade Nova em relação ao Carlos Prates
• Os filhos estudaram no colégio Madre Paulina e Santo Agostinho
• José Cândido da Silveira era dono dos loteamentos do bairro Cidade Nova
• Era proibido a construção de prédios na região
• A Cristiano Machado era uma rua comum
• Fala da melhoria do acesso ao Centro com a construção do túnel da Lagoinha
• O marido era presidente da Associação de pais e mestres
FITA 01 – LADO B
• Havia apenas um telefone no bairro na época
• Fala dos políticos do bairro
• Comenta sobre o crescimento do bairro e da construção do Minas Shopping
• Gostaria de mudar-se para um apartamento
• Faz compras na Cidade Nova mesmo
• Quase não vai à outras regiões da cidade
1A – BBB - 1
TP: Bom, então para começar nós queríamos, o que nós fizemos com a D. Inês, também, os seus dados
pessoais. Você pode nos dar para a gente deixar registrado, não é!? O seu nome completo nós já
sabemos: Bruna Buldrini Barbosa. É, data de nascimento?
BBB: 08/08/38. Inés Buldrini – Mãe da entrevistada: Alto lá. Não faz isso não. [Interrupção de fita.
Divergência entre o dia certo de nascimento e o dia do registro em cartório].
BBB: Sim.
BBB: Casada.
TP: Bom. Bruna, nós queríamos saber de você um pouco sobre a sua mudança para o bairro Cidade Nova,
não é!? Onde você mora desde... . Você podia repetir para a gente o ano?
BBB: 1970.
TP: 1970.
BBB: Certo.
TP: Ótimo. A gente sabe, não é!? Já que você foi criada, nascida e criada num bairro tradicional da cidade.
Um bairro dos mais antigos de Belo Horizonte que foi o Carlos Prates, não é!? E você morou no Carlos
Prates durante toda a sua infância e mesmo uma parte da vida adulta, não é!?
BBB: Certo.
TP: Quando você se casou, você ainda morou alguns anos lá.
TP: Hum... hum. E você podia dizer para nós como é que foi a mudança para cá. A decisão pela mudança
para cá. Como é que isso teve origem.
TP: Hum.
1A – BBB - 3
BBB: Que, o meu marido comentando a respeito que precisava construir um chalezinho e ele falou assim:
“Olha, lá na Cidade Nova onde eu comprei, tem uns, eles estão fazendo um loteamento muito bom lá.
Com ruas asfaltadas, com luz de mercúrio, muito organizado.” Então meu marido veio aqui ver. E ficou
sabendo sobre as condições de pagamento também, não é!? Porque nós já tínhamos 05 filhos menores,
pequenos. E compramos aqui por quatro, 4.700.
BBB: Hum...
BBB: Patrocínio.
TP: Patrocínio.
BBB: Certo.
BBB: É, é.
BBB: é.
BBB: E de lá ela falava: “Vocês não vão sair daqui enquanto não forem para a sua casa própria.”
TP: Hum... hum. E aí então vocês tiveram notícia desse loteamento por um amigo do seu marido.
BBB: Ajudou no princípio até, com a parte de financiamento... para poder construir. Paramos umas 3, 4
vezes. Vende carro, troca carro, aquela confusão toda, sabe!?
TP: Mas, um pouco antes disso, quando vocês tiveram notícia, seu marido veio ver e aí.
BBB: E gostou.
BBB: Gostou.
BBB: Que não era muito longe do centro. Já sabia até que ia haver o túnel, não é!?
TP: Sei.
TP: Hum... hum. E que, que. Qual foi sua impressão nesse momento?
BBB: Adorei!
TP: É!?
BBB: Nossa Mãe! Ele levou a planta. Foi levar engenheiro para ver a planta.
BBB: Vim logo conhecer. Quando começou a fazer a casa não, não vinha muito.
BBB: Porque eu vinha e mandava desmanchar, então ele não me trazia mais. [risos].
BBB: Apontava os defeitos, não é!? [risos]. “Então eu não te levo mais não.” E pronto... Mas eu adorei. Só
que eu tinha muito medo.
TP: Sei.
BBB: Eu sempre morei nos fundos, não é!? Quando eu mudei para aqui, não tinha ninguém praticamente. Só
1A – BBB - 5
BBB: E eu mudei em fevereiro de 1970. E um barzinho do lado de lá. Só. Tinha a construção dos prédios, não
é!? Aquele bloco ali, sabe!?
TP: Sei.
BBB: Então ficou eu e essa vizinha. Mas eu só cá para dentro, ocupada, batia a campainha eu morria de
medo, não é!?
BBB: Era mato mesmo. :á para baixo era morro mesmo. A fazendinha, não é!?
TP: Sei.
TP: Sei.
BBB: Agora mudou, não é!? Agora é Vilas Reunidas. Era Vilas Reunidas, agora que mudou para bairro
União.
TP: Hum... hum. Ô Bruna, e quando você disse que a construção da casa durou quanto tempo? Você se
lembra disso?
BBB: Eu sei que meus meninos estavam, saíram do grupo e começaram a estudar aqui no Madre Paulina.
Então meu marido vinha trazer de manhã, na hora do almoço buscava, ficava com eles aqui na
construção e depois levava. Era aquela confusão.
BBB: Os 3 menores.
TP: Hum... hum. Mas então você disse que vocês se mudaram para cá em 70. Quer dizer que ele comprou o
lote antes disso porque...
TP: Hum... hum. E você então desde o início ficou entusiasmada com a idéia de mudar para cá.
TP: Apesar do medo que você sentiu por ser meio solitário o lugar. Agora, e como é que eram as condições
do bairro mesmo? Você está dizendo que você tinha quase nenhuma vizinhança, que aqui era, nessa
época, uma região de sitiozinhos ainda, não é!?
BBB: É.
TP: Mas como é que eram as condições assim do dia a dia no bairro? Onde é que você fazia compras?
BBB: Ah! Isso foi toda vida o meu marido quem fez, não é!?
TP: Ah é?
BBB: Só saio mesmo para pão e leite, mas como não tinha nada ele trazia.
TP: Sei.
BBB: Do centro.
BBB: Do centro, é, é.
TP: Então você não achou, em princípio você não viu nenhuma dificuldade pelo bairro não ter esse tipo de
equipamento?
BBB: Vilas Reunidas. Passava aqui na minha porta. Em 72 foi inaugurado o Cidade Nova.
BBB: Inaugurou dia 07 e eu andei ainda, não é!? De ônibus e dia 08 eu ganhei a Daniele.
TP: É mesmo?
BBB: É, eu lembro direitinho. Dia 07. Eu levei os meninos todos para andar de ônibus. De graça, não é!?
[risos].
BBB: Era pura terra, não é!? Era uma rua comum.
TP: Hum... hum. Mas quando vocês compraram o terreno aqui vocês já sabiam a idéia da Prefeitura de abrir
ali uma avenida?
BBB: Já.
CA: E o caminho que vocês faziam normalmente do centro para cá, qual era?
BBB: Nós pegávamos Jacuí, pegava Ponte Nova, ainda passava o trem. Lembra quando passava o trem ali na
Ponte Nova?
TP: A gente sabe que a sua mãe continuou a morar lá no Carlos Prates.
BBB: É.
TP: Não é!? E pelo visto a sua sogra também, onde você morou um tempo.
BBB: É, certo.
TP: Você, logo que mudou para cá, você sentia muita falta do Carlos Prates? Você ia muito lá?
TP: Hum... hum. E com relação a... Você disse que já tinha cinco filhos quando você mudou para cá, não?
BBB: Certo.
TP: Mudou alguma coisa em relação à criação de seus filhos em termos do espaço novo que tinha aqui...
BBB: Demais.
BBB: Demais.
BBB: Até o meu menino que sofria de bronquite, acabou a bronquite dele. Tinha mais espaço para brincar.
Quintal, mais liberdade, ,não é!?
BBB: O ar puro daqui. Não tinha poluição não tinha nada. Não tinha movimento nenhum.
BBB: Porque lá eu vivia em barracão de 3 cômodos. Quarto, cozinha e banheiro, não é!?
BBB: E o quartinho deles não tinha ventilação, porque era divisa, sabe!?
TP: Sei.
BBB: Então dormia ele e minha menina. O quarto pequeníssimo, ,não é!? Depois nasceram os gêmeos. Eu
fiquei com 07 lá ainda, não é!?
BBB: Então ele teve que dormir na sala, com uma cama de abrir, com minha menina.
TP: Sei.
BBB: Sabe!?
1A – BBB - 9
BBB: E o médico já mandava ficar num quarto sozinho, arejado. Você já viu. Que condição que tinha?
Nenhuma, não é!?
BBB: Aí quando mudou para cá, o quarto maior, ficou 03 do mesmo jeito, não é!?
BBB: É.
BBB: Porque lá não tinha liberdade, não é!? Porque eu cortava muito mesmo a liberdade deles lá.
TP: Sei.
TP: Sei.
BBB: Tinha horário de dormir, não é!? Tarde. Depois assistia televisão.
BBB: Branca e Preta,. Não é!? Porque naquela época era branca e preta.
BBB: Mas aqui, nossa mãe!? Adoraram. Tinha um gramado enorme. Aqui tudo era gramado.
BBB: Jogavam bola. Vinham os primos para cá, para brincar. Eu mudei no sábado, no domingo tava cheio.
1A – BBB - 10
TP: Hum...
TP: Hum... hum. Então em relação ao espaço que vocês tinham lá vocês ganharam muito, não é!? E você
sentiu alguma perda, em relação a outro tipo de coisa, por exemplo convivência. Lá, no Carlos Prates, o
tempo todo que você morou lá você devia ter muitos amigos, não é!?
TP: Sei.
TP: E você via positivamente o fato de você ter mais espaço aqui.
TP: E você se lembra, porque eu não tenho conhecimento disso, e você se lembra qual foi o prefeito que abriu
esse bairro?
BBB: Era o José Cândido da Silveira. Tanto que todas as gerações, que ele cedeu até o terreno para o Colégio
Madre Paulina, hoje Santo Agostinho 3.
TP: Sei.
BBB: Então todos, de todas gerações, ninguém paga colégio. Porque ele cedeu o colégio. Cedeu o terreno.
BBB: É, foi contrato. Agora dizem que o Santo Agostinho comprou, das irmãs Madre Paulina. Não sei. Não
tenho certeza.
TP: Sei.
BBB: Porque eles falam Cidade Nova porque, não sei porque. Porque lá é Nova Floresta.
TP: Hum... hum. Mas era a alternativa que você tinha aqui na região.
BBB: É, único. Tinha um grupo lá para cima, no bairro coisa, que não ia colocar mesmo, não é!?
TP: Sei.
TP: Sei.
BBB: Porque aí não tinha masculino. Meu menino foi para o Central direto, fazer o ginásio lá. Minha menina,
as duas, tiraram o ginásio aqui, no Madre Paulina mesmo.
TP: Sei.
BBB: Quando foi na época dos gêmeos, já o Santo Agostinho já tinha comprado.
BBB: Deixa eu ver. A Mônica saiu com... 14, 17, 14 anos a Mônica tirou o ginásio... Os gêmeos, deixa eu
ver... A segunda não fez o ginásio todo aqui não. Ela quis fazer no Santo Agostinho, da 3a. série em
diante ela fez lá... 10 anos, tem 10 anos. Fez 10 anos. É isso mesmo, teve a festa.
BBB: Comprou.
TP: Hum... hum. Ô Bruna, o seu dia a dia é muito caseiro, assim...
TP: Você é uma pessoa muito caseira. Mas você acompanhou, nesse tempo todo que você mora aqui, você
acompanhou o crescimento do bairro.
TP: Porque você não sai muito de casa, mas você sai assim para, tem contato com a vizinhança.
BBB: É, visitávamos.
TP: Tinham esse hábito de a cada família que mudava aqui para perto.
TP: É!? E você sabe me dizer se tem, se o bairro da Cidade Nova tem alguma associação de bairro ou pessoal
que se liga a um trabalho paroquial. Você participa de algumas dessas coisas?
TP: Não.
BBB: Não tem, porque minha vizinha aqui faz parte da... como é que fala gente?
TP: Sei.
BBB: Não, não. Eu freqüento a Igreja, sabe!? Procissão e tudo. Eu freqüento. Vem a santa aqui para casa.
Toda vez que passa vem.
BBB: Fica aqui em casa, sabe!? Faço parte de tudo. Só não dediquei assim.
CA: Ô Bruna, essas visitas de boas vindas, elas eram feitas em conjunto com uma pessoa de cada casa ou
cada dia ia uma, era uma coisa combinada?
TP: E a vizinhança que você tem mais próxima, ela é a mesma que veio se mudando para cá?
BBB: Só aqui, que é até espanhol que mudou daí. Miguel. É da Federal também. Miguel Arroyo, um
espanhol. Conhece?
BBB: Nossa Senhora, adoro o Miguel. Eles mudaram para cá também, a casa deles no princípio, todos
perguntavam se era posto de gasolina, porque ela é toda torta, não é!? A casa dele era iluminação nos
quartos todos, direto.
TP: Sei.
BBB: Então eles batiam aqui para saber se era posto de gasolina, o quê que era, se era Igreja, que diabo que
era. Porque ele já foi padre, você sabe!?
BBB: Isso aqui você não vai mostrar para ele não, vai?
BBB: Pois é. Então ela vinha para cá quando começou a, ela veio para cá, ficou grávida, então ficou amiga.
Só tinha eu aqui e ela depois, não é!? E ele freqüentava muito aqui em casa. Ele começou a estudar
inglês, ela ficava aqui com a menininha dela até ele voltar, 11, 11 e meia da noite. Isso era toda noite,
ela ficava aqui em casa.
TP: Sei.
BBB: Foram para os Estados Unidos, porque ele foi fazer um curso, não é!? A menina dele tinha 2 anos e a
Daniele tinha, 3, 4. Não é!?, mãe? A Daniele era mais nova? A Michele dos gêmeos... A Michele da
[Marta].
D. Inês: [inaudível].
TP: Hum...
BBB: E tinha muita amizade com meus gêmeos e tal. Ela chamava Patati, Patata.
BBB: Eles mudaram lá para Nova Lima, não é!? Porque ele alugou a casa.
1A – BBB - 14
TP: Sei.
BBB: Ficaram.
TP: É?
BBB: De repente.
TP: E como é que foi para você, eu pergunto isso porque hoje a gente tem esse tipo de problema em Belo
Horizonte, como em determinados bairros você tem muita destruição para, de casa para construir
prédios, não é!?
BBB: Certo.
BBB: Certo.
BBB: Já vinha no contrato, estava no contrato. Depois, andaram falando que não podia fazer prédio. Sabe!?
Hoje é o que mais tem, não é!?
BBB: Eles lutaram para poder conseguir fazer prédio aqui, porque era só casa mesmo.
BBB: Certo.
1A – BBB - 15
TP: Você tinha., você tinha uma delimitação, então, de que não podia construir prédio.
TP: Mas você sabe se isso era uma definição da Prefeitura ou de quem loteou o terreno?
TP: Você disse que comprou, que vocês compraram o terreno de um particular, não é!?
BBB: Certo.
TP: Que era o dono desse terreno, enfim, mas certamente não era de todo o bairro, não é!? Você não tem
conhecimento disso!?
CA: Mas ele devia ter uma área grande por aqui. Até doou um lote para o colégio, não é!?
TP: Agora , diga uma coisa para nós. Você, como eu estava dizendo, você acompanhou o processo de
crescimento do bairro, não é!?
BBB: Certo.
TP: Como é que você e o seu marido, enfim, como é que vocês viam isso? Vocês viam, achavam bom quando
via que ia ter uma outra construção ou reclamava da construção?
TP: É?
TP: Sei.
BBB: Nós adorávamos, quando começava a construir, oba, procurava saber se era família, quantas pessoas
que eram, se tinha criança, não é!? Para fazer justamente amizade com os da gente.
BBB: Hoje meu marido, há pouco tempo atrás disse: “É, essa rua não é a mesma, esse bairro não é o
mesmo.”
BBB: O sossego que era antes. O Miguel é um deles, que mudou por causa do, de tanto barulho.
TP: Hum... hum. Quer dizer que vocês, a cada construção, vocês ficavam eram satisfeitos.
TP: Contentes, é.
BBB: Não, não, de jeito nenhum. [inaudível] trator, meus meninos ficavam dependurados em cima do muro
para olhar o trator passar. Adorava, dava sossego. [risos]. Aqui é ótimo, nossa! Acho que não mudo
daqui para lugar nenhum no mundo.
TP: É?
TP: E com relação ao resto da cidade, por exemplo, quando você ia lá, até o Carlos Prates, ou para visitar a
sua mãe ou para visitar os amigos.
BBB: Certo.
TP: Que ficaram por lá, qual era a impressão que as pessoas tinham do bairro, da Cidade Nova? Você saberia
nos dizer, assim, quando você falava que morava aqui, o que as pessoas diziam?
BBB: “Ah, bairro chique, heim Bruna?” “Não é nada, heim?” “Nos deixou, heim? Saiu daqui foi para lá,
heim!?”
BBB: E quando vieram conhecer a minha casa, viam as condições em que eu morava, achavam que eu era
milionária, não é!?
TP: Hum... hum. Agora você está falando disso, está me fazendo lembrar que uma das primeiras vezes que
nós estivemos aqui na sua casa, você comentou que aqui na Cidade Nova, os serviços, eles são
normalmente mais caros, não é!?
BBB: Sei lá! Acho que o poder aquisitivo aqui deve, acho que é mais alto. Não é, porque todo mundo aqui é
mais ou menos num nível só.
BBB: Todo mundo luta com dificuldade, não é!? Toda regra há exceção, não é!?
TP: É mesmo?
TP: Desde gêneros alimentícios até serviços que você paga, por exemplo empregada, jardineiro?
BBB: É, qualquer coisa que você for pedir, lavadeira, passadeira, tudo. [inaudível] Se você for dar uma
esmola – Nossa Senhora, morando numa casa dessas, dar isso aqui de esmola! Fala é assim.
TP: Sei.
BBB: Não!
BBB: Aqui no União, não é!? Agora está melhorando no bairro União porque a Cidade Nova está subindo,
não é!?
TP: É.
BBB: Tanto que era Vilas Reunidas, mudou até de nome, não é!?
BBB: Está tomando conta. A Cidade Nova está tomando conta lá para cima.
CA: Pois é, a Cidade Nova era um bairro tão bem, considerado na cidade que os bairros limítrofes passaram a
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BBB: Certo. Você não vê o Porto aqui [restaurante], na Conselheiro Lafaiete, já está na Cidade Nova.
TP: Hum... hum. [inaudível] Mas então você acha que, você está dizendo que desde o início o pessoal, por
exemplo no Carlos Prates, achava que você morava em um bairro que tinha uma distinção em relação ao
Carlos Prates, mesmo, não é!?
BBB: É, certo.
TP: E você tinha, por exemplo, as pessoas que vinham aqui reclamavam de ser um bairro longe, os seus
amigos ou mesmo a sua mãe, quando vinha aqui?
TP: É, porque você não tinha nenhum túnel, não tinha a Cristiano Machado.
BBB: Tinha que descer a Jacuí, passar pela Floresta, não é!?
TP: Hum... hum. Porque na verdade você vinha por dentro de outros bairros, não vinha diretamente.
TP: Hum... hum. E você tem lembrança de quando foi que o túnel ficou pronto? [inaudível] Foi na década de
70 ainda, não foi? Ou foi 80 já?
BBB: [inaudível] Não, demorou [inaudível] Não sei, é que eles asfaltaram tudo aí para depois abrir o túnel,
não é!?
TP: Eu tenho a impressão que foi ainda na década de 70, não é!?
BBB: Teve.
BBB: Não, não fui não, porque meu marido não gosta de confusão assim, não.
TP: Sei. E do que, que vocês, desde o início, você está dizendo que vocês visitavam as pessoas que se
mudavam para cá. E do quê que vocês participavam no que diz respeito à vida coletiva do bairro? Você
me disse que freqüenta igreja, não é!? Mais alguma coisa, assim? É, associação de pais e mestres na
escola?
TP: Ah é!?
BBB: O líder. Tanto Madre Paulina quando Santo Agostinho. Ele saiu agora.
TP: Sei.
BBB: Mas custou a ser liberado. Porque ele também toda vida estudou no Santo Agostinho Central, não é!?
TP: Sei.
BBB: Fazia palestras lá também, porque ele é psicólogo, então já era chamado para fazer as palestras lá.
BBB: Certo, é.
BBB: Não ia em todas as reuniões, não, porque eu não podia. Tinha reunião que era à tarde, eu não podia sair
daqui, não é!?
TP: Para ver as palestras que ele dava. Mas também reuniões eu não ia em todas não. Eu já estava careca de
saber que, que ia falar lá, porque eu criei 7 lá, naquele colégio. [risos].. Hoje eu estou liberada.
CA: Mas, por exemplo, os filhos da senhora, quando eles saem, eles têm uma certa turma de bairro, a maior
parte dos amigos deles são da redondeza?
BBB: A minha mais velha, quando mudou, uns dois anos depois arranjou uma coleguinha, freqüentavam
juntas a escola, fizeram vestibular juntas, e tal, ficaram amigas.
CA: A mais velha quando a senhora mudou tinha quantos anos? Quando a senhora mudou para cá, em 70.
TP: Hum.
TP: Sei.
BBB: Já os gêmeos, tinham 3 anos, logo depois essa vizinha construiu. Então os gêmeos têm amizades
enorme e as meninas. Agora o meu menino não.
BBB: Nunca teve um amigo aqui. O 2º. A turma dele foi do Santo Agostinho, porque fez ginásio lá.
Continuou.
TP: Sei.
BBB: E a Michele. A Michele tem pouco, porque aqui, nesse pedaço, só da homem, não é!?
1A – BBB - 21
TP: Sei.
E ele é temporona. Então tem uma outra vizinha, essa que está com ela hoje, que é temporona também, tem só
as duas.
TP: Sei.
CA: Ô Bruna, e os meninos hoje, quando eles saem de noite, quando eles saem no final de semana, eles têm o
costume de ir para barzinho aqui na região ou normalmente vão para a cidade, para a Savassi?
CA: Mas em turma que fica normalmente pelo bairro ou que vai para os lugares?
CA: Hum... hum. Freqüentam barzinho, pizzaria essas coisas por aqui.
CA: Não é muito não, não é!? E porque que a senhora acha que eles não ficam mais por aqui? Sendo que tem
tudo. A gente viu. Tem bastante barzinho, tem restaurante, tem boite.
BBB: O outro já não tem. De vez em quando gostam de ir para o sítio, sabe!?
BBB: Um dos gêmeos. Fica aqui também quando tem festinha. Aqui do lado também tem sempre festinha.
Eles estão sempre juntos, sabe!?
TP: Sei.
TP: Sei.
BBB: Quando sai, vão juntos. Vão os 2 irmãos juntos e a turminha dos vizinhos.
TP: Hoje você já tem, quer dizer, tem uma parte dos seus filhos já adultos, não é!?
BBB: Já.
1A – BBB - 22
TP: Mas quando eles, esses que são adultos hoje. Enquanto eles eram adolescentes, como é que era isso aqui,
em termos de, porque o bairro, como você disse era um bairro ainda pouco povoado, não é!?
BBB: É.
TP: Sei.
BBB: Toda vida. Enquanto o filho não chegava ele não dormia.
TP: Ah é!?
BBB: Até hoje. Ele não dorme. Fica assistindo televisão. Dorme, cochila, sabe!?
TP: Sei.
BBB: Mas ele não dorme até hoje, enquanto o último não chega.
TP: Hum... hum. Mas essa é uma preocupação do tipo da pessoa que ele é ou diz respeito ao espaço físico,
assim, ao bairro, por exemplo.
TP: Hum... hum. Quer dizer que nesse sentido se vocês continuassem morando lá...
TP: O fato de ser aqui não dava maiores preocupações não, não é!? [inaudível] Hum... hum. [inaudível]
Agora, do outro aspecto, quando os seus filhos eram meninos, os que viveram a maior parte da infância
aqui, os que nasceram aqui e os que vieram pequenos ainda, no dia a dia, durante o dia, como é que era?
Esses meninos foram criados soltos? Por exemplo, a rua era um espaço de convivência para eles, com os
amigos?
TP: Não.
BBB: Depois quando vieram esses vizinhos eu já deixava. Mas também ficava lá no portão.
TP: Sei.
BBB: Brincavam.
BBB: Era puro mato. Era mato. Você sabe que não tinha muito até ladrão? Porque era para ter. Não tinha
[inaudível] e logo depois veio o policiamento também.
TP: Sei.
TP: Hum... hum. [inaudível] E você, ou por você mesma ou pelos meninos, aqui nessa região, quando vocês
vieram, eles tinham desmatado muito a região? Esses lotes vagos eles tinham ainda algum tipo de
vegetação assim...
TP: É.
1A – BBB - 24
BBB: Lá em baixo na fazendinha tinha, porque era, o meio deles se comunicarem lá pelo Santo Agostinho,
Madre Paulina.
TP: Sei.
BBB: Dali eu avistava eles subirem o morro para entrar no Madre Paulina.
BBB: Não tinha perigo nenhum. Ou a gente buscava, não é!? Porque eu não tinha carro, não é!? Ou então
ficava no morro, esperando.
BBB: Vinha com pedra, vinha com pau [risos], tudo caindo, morto de cansado. Adorava, porque subia morro,
descia morro, via vaca, via cavalo, via cachorro. Um dos gêmeos de vez em quando trazia cachorro para
cuidar dele aqui.
CA: Por falar em cachorro, Bruna, vocês sempre tiveram cachorro em casa?
CA: Hum... hum. Mais como função de cão de guarda ou porque vocês gostam de...
BBB: Não, de guarda mesmo. Tanto que aqui nunca entrou, não é!?
BBB: E esse aí, porque meu marido ganhou pequenininho, como é que eu vou desfazer dele? Late demais,
não agüento.
TP: Hum...
TP: Sei, mas vocês quando mudaram para cá não tinham telefone.
BBB: Não.
TP: E você tinha a sensação de estar muito longe da cidade? Ou não? Como é que era isso?
BBB: Ah, era horrível, não é!? Porque eu precisava, não, aliás tinha, lá em cima, um ano depois. No 726.
Essa rua mesmo.
TP: Sei.
TP: Falar nisso, falar no nome dessa rua, que chama Dr. Júlio Otaviano Ferreira.
BBB: Certo.
TP: Sempre teve esse mesmo nome, desde que você se mudou para cá.
TP: E você por acaso sabe quem é Dr. José, Júlio Otaviano Ferreira?
CA: D. Bruna, hoje, hora que a gente chegou, a gente presenciou uma reforma na avenida aqui na frente da
casa da senhora. Eles estavam fazendo quebra-mola, um pouco mais para baixo, estavam dividindo as
duas pistas com faixas amarelas e colocando aqueles olhos de gato.
BBB: É, é.
BBB: Ah, aqui nessa minha rua precisaria, precisava mesmo, sabe!?
BBB: Foi abaixo-assinado para, por causa de [inaudível] o movimento que estava demais. Geralmente 6a.
feira é uma coisa horrorosa, sabe!?
TP: É!?
BBB: Agora eles estão passando pela rua de lá, não é!? [risos]. Meu pedacinho está melhorando.
BBB: Do bairro, é.
TP: Hum...
BBB: E o Fernando Lanza também que faz parte aqui do bairro da Cidade Nova, não é!?
CA: Ô, Ô Bruna. Essa rua ela serve, essa avenida Júlio Otaviano, ela serve de ligação entre bairros ou ela é só
de trânsito local?
BBB: Não, de ligação. Porque aqui ela vai para o bairro São Paulo, não é!?
BBB: Aqui ela pega para ir para Sabará, para outros bairros, Gorduras.
BBB: Você faz o retorno, vai para Sabará, para o Gorduras, outros bairros, Tupi, um monte de bairros.
TP: Ah, certo! Hum... hum. Então ela é uma rua de passagem mesmo!?
BBB: É, de passagem.
BBB: Porque a paralela a essa não pode subir, não é!? E contra-mão. Então sobre a avenida.
TP: Hum... hum. Agora, ô Bruna, tenho uma curiosidade, que diz respeito a isso que a gente está
conversando, não é!? De como é que vocês viram positivamente o crescimento do bairro, a cada vizinho
que chegava vocês achavam bom, porque vocês vieram para cá numa época em que o bairro estava
sendo aberto. Mas hoje em dia, por exemplo, com a construção de muitos prédios, a Cidade Nova é um
bairro que cresceu muito nos últimos anos, não é!?
TP: E muito rápido mesmo, não é!? Como é que você vê isso? Por exemplo, a possibilidade desses prédios
estarem chegando mais perto de você aqui. Que, que você sente com relação a isso?
BBB: Vai, a gente fica feliz. Eu fico feliz de morar num bairro desses.
BBB: Porque eu não esperava, eu não achava que ia acontecer o que está acontecendo, não é!?
BBB: De ser tão populoso assim, não é!? E... eu gosto demais daqui, sabe!?
TP: Sei. Hum... hum. Mas você não teme um pouco assim que a velocidade do crescimento...
BBB: Agora, é, é como o meu vizinho estava falando, que no futuro essa minha rua aqui vai ser um bairro
como a Savassi.
TP: Sei.
BBB: Porque um Shopping já vai abrir até, não é!? Ano que vem ou em 92, eu não sei, não é!?
BBB: Minas Shopping, é. Então, porque aqui já tem diversas, já tem o CCAA aqui, não é!?
BBB: Aqui para cima já estão abrindo mais coisas na minha rua, sabe!?
TP: É.
BBB: Casas lindas já se transformaram, não é!? Em curso de inglês, não é!?
TP: Pois é, essa é uma curiosidade. Porque como o bairro é muito novo, o comércio que está se estabelecendo
aqui, ele constrói para se estabelecer ou ele está usando casas que antes moravam famílias?
TP: É mesmo?
BBB: Oh, é duas casas acima, eles vivem pelejando, porque é de dois andares.
BBB: Quer dizer, a parte de baixo mais é uma garagem, em cima residencial.
TP: É?
BBB: É... Tanto que agora falou que não, não vende, tal, agora parou, sabe!?
TP: Sei.
BBB: Aqui uma casa que se transformou em clínica. Essa casa do Miguel.
TP: Hum... hum. Quer dizer que já há um movimento de saída do bairro porque o bairro está crescendo
muito.
1B – BBB - 30
BBB: Já, um movimento, certo. E essa nossa avenida vai ser uma coisa horrorosa, ,não é!?
TP: Hum... hum. E como é que vocês estão vendo aqui, quer dizer você, os amigos, vizinhos, como é que
você está vendo a construção do Shopping? Vocês acham...
TP: Mas não está gostando porque motivos especialmente? Porque acha que vai desvalorizar ou vai ficar...
TP: Sei.
BBB: Que vai ser demais... principalmente na Cristiano Machado, que já tem o nome de “Corredor da
Morte”, não é!? Tanto que deve ser por causa disso que fizeram a passarela, não é!?
TP: É.
TP: Hum... hum. Você falou para nós há pouco sobre dois políticos, não é!? Que foram candidatos a
deputado, não é!?
BBB: É. O Fernando Lanza não, o Fernando Lanza foi assessor do Ferrara, não é!? [inaudível] meu vizinho
aqui. Mas ele faz parte do jornal... Cidade Nova.
BBB: É gratuito.
CA: Tipo Jornal de Casa. E o Jornal de Casa chega aqui também? Lógico, não é!?
BBB: Porque o bairro da minha irmã não vai... Aqui costumam jogar até dois.
TP: É?
BBB: É.
TP: E esse tipo, por falar em jornal, esse tipo de equipamento assim, como banca de jornal, quer dizer,
parece, a gente que não conhece muito o bairro, tem a impressão que a região comercial dele começou a
crescer ali embaixo mesmo...
BBB: Certo.
BBB: É.
TP: Hum... hum. Você nos disse que você não se preocupa muito com as compras porque o seu marido é que
faz.
TP: E que antes ele fazia no centro. E hoje em dia, ele faz essas compras aqui no bairro ou ele ainda faz no
centro.
1B – BBB - 32
TP: Sei.
BBB: Eu vou pouco. Só quando falta alguma coisinha, não é!? Que eu vou. Porque traz para a semana toda,
carne, tudo, tudo é ele.
TP: É mesmo?
BBB: Porque eu nunca pude sair, não é!? Com a filharada, ,como é que eu saía? Para comprar as coisas? Toda
vida ele pôs tudo dentro de casa.
CA: D. Bruna, e do outro lado da Cristiano Machado ainda é Cidade Nova, não é!?
BBB: Eles falam bairro Pal, Palmares não, como é que é aquele bairro? Onde a Luciene mora, mãe?
D. Inés Buldrini: Eles falam que é Cidade Nova, mas não é não.
BBB: Para cima, não é!? Palmares é para baixo, para cá. Como é que é o nome do bairro lá, gente?
CA: Mas ele é conhecido também como Cidade Nova, não é!?
CA: E que, que vocês acham disso, do bairro crescer tanto assim? [risos]
BBB: Beleza!
TP: Agora me diz uma coisa. Aqui, embora você esteja nos dizendo que o comércio já está se apropriando de
casas que até pouco tempo eram casas residenciais.
TP: Já?
BBB: Já, na esquina, descendo, logo numa esquina, Não sei o que eles vão fazer ali. Deve ser um imenso.
TP: É mesmo?
TP: Ou seja, uma casa que deve ter no máximo quantos anos? Uns...
CA: 15 no máximo.
TP: 15 no máximo.
BBB: 15 no máximo.
TP: Porque você é das primeiras. Quer dizer uma casa que não tem nem 15 anos.
TP: Já demoliram.
BBB: Não sei o que vão fazer, mas é uma construção enorme.
TP: É?
BBB: Não, não. Só um que passava: “Quer vender, quer vender.” [risos].
TP: Sei. Hum... hum. Mas por construtora mesmo, assim com o objetivo de construir prédio? Vocês ainda
não tiveram esse tipo de problema, não?
TP: É mesmo?
TP: Mas me conta um pouquinho disso. Vocês quando construíram aqui, a decisão por, você sempre morou
em casa!?
BBB: É.
BBB: É.
TP: Agora, quando o seu marido comprou aqui, como era um bairro novo, a idéia foi desde o início construir
uma casa, não é!?
BBB: Certo.
TP: Mas você tem algum tipo de expectativa assim em relação a apartamento?
CA: Porque?
BBB: Nossa!
BBB: Eu fico dentro de casa mesmo, meus meninos vivem estudando, meu marido sai de manhã vem de
noite. Para que? Tem o sítio para lazer. Vai para o sítio. Ah, mas ele não vai nem, nem. Falo: “No dia
que você morrer, no dia seguinte eu oh, vendo isso aqui por um apartamento.” [risos] Ah, eu gosto.
Você não gosta não, Thaís? Meus dois filhos moram em apartamento.
TP: É?
BBB: É [inaudível] Meus dois filhos moram em apartamento... Porque trabalho você já viu. A esposa
trabalha, o marido trabalha.
TP: Quer dizer que se dependesse de você, você trocava a casa por um apartamento?
BBB: Nossa!
TP: Fácil.
TP: Mas quando vocês decidiram, eu estou curiosa com isso, quando vocês decidiram construir aqui, era mais
fácil, do ponto de vista financeiro, eu estou perguntando, construir uma casa aqui do que pensar em
comprar um apartamento. Era mais barato?
BBB: Não, não. Porque tinha ali na esquina, nesse bloco enorme...
BBB: Por causa da liberdade, falta liberdade. Ele gosta de mexer com carro, não é!? Ferramenta aqui,
ferramenta lá, não dá, não é!?
BBB: É, é.
BBB: É, é.
BBB: Adoraria.
TP: Agora, deixa eu te fazer uma outra pergunta. Você está dizendo para nós que tem bastante trabalho em
casa, tem muitos filhos, mas você, desde que veio para cá, você sempre teve empregada doméstica? Ou
não?
BBB: Quando eu vim para cá eu peguei, lacei uma na porta, sabe!? Que era até véspera de aniversário dele,
então eu fiz uma festa.
TP: Hum...
BBB: Muito boa por sinal, mas era uma mãe de família, e ela tinha problema de doença, dava ataque, sabe!?
TP: Hum...
CA: Epiléptica.
BBB: Epiléptica, tá? E... passava o maior aperto com ela, desmaiava. Eu corria com os engenheiros, cansaram
de levar ela para mim para o Pronto Socorro. Aí depois, ela é minha amiga até hoje, freqüenta aqui em
casa até hoje.
TP: Sei.
BBB: Não.
TP: E quando...
BBB: Essa aqui foi minha antiga. Ficou 2 anos, depois e já não estava agüentando, mandei embora.
BBB: Depois ela tornou a voltar, ficou mais um tempo. Agora ela pega só bico aqui em casa porque, ela
precisa, sabe!? E ela trabalha à noite no restaurante do meu genro.
TP: Hum...
BBB: Então aqui em casa chega 11 horas, 11 e meia, eu faço almoço para ela.
TP: Sei.
TP: Hum... hum. Então você prefere contratar assim diarista, ter uma pessoa para te ajudar de vez em quando
a ter uma pessoa constante.
TP: Sei.
BBB: E trabalha a noite toda, quer dizer, dorme, não é!? Na parte da manhã, já chega aqui tarde.
BBB: Mas eu não tenho mais paciência, não, sabe!? De mandar, prefiro pegar e fazer.
BBB: Porque também sou igual a um foguete, não é!? Em que ser.
BBB: Tenho 5, ,não é!? Mas para alimentar tem mais, não é!?
TP: É. [risos]. Então é sempre uma casa de muita gente, de muito movimento, não é!?
TP: Hum... hum. Me diz uma coisa, vocês têm hoje uma preocupação específica com segurança, assim, você
já nos disse que você tem o cachorro para isso mesmo, não é!?
BBB: Certo.
TP: Mas você, por exemplo, deixa a casa vazia, às vezes, quando saem de férias, alguma coisa assim?
BBB: E uma vez que viajou todo mundo, ficou um amigo do meu marido dormindo aqui.
TP: Sei.
TP: É?
BBB: Não, aqui foi uma vez só, aqui do lado. Porque eles viajaram, mas ele vinha só para dormir e foi
durante o dia. Roubou as jóias dela todas.
TP: Sei.
BBB: E eu pintando aqui, escutei o telefone batendo o dia inteiro. Eu falei: “Nossa Senhora, mas quem será?”
BBB: Ia no portão e voltava, ia no portão e voltava. Uma vez entrada e saída que eu dei, eles entraram.
Abriram a porta da frente.
TP: É mesmo?
BBB: Não, não, muito difícil, não é, mãe? A gente ouvir falar. Agora de carro está vindo mais, sabe!?
TP: Sei.
TP: Hum.. Mas de entrar em casa mesmo não é uma preocupação que vocês tinham constantemente.
BBB: Não, não. Muito difícil. Aqui em casa fica aberto o dia inteiro. Você pode ver aí, não tem nada
trancado.
TP: Ô Bruna, e como é que é a sua relação com o resto da cidade de Belo Horizonte hoje, depois que você
veio morar na Cidade Nova, que é um bairro, não é!? Dos mais novos da cidade que se desenvolveu
muito, é um bairro que tem um progresso, não é!? Muito evidente. Você vai muito a outras regiões da
cidade? Você passeia?
TP: Não?
BBB: Não.
BBB: Não, estou igual a Isaura. [irmã da entrevistada, conhecida de Thaís] [risos]. Não tenho ânimo mais
para sair, não gosto.
TP: É? E quando você quer, por exemplo, fazer uma compra, alguma coisa.
TP: É?
BBB: É.
TP: E mesmo o Shopping, por exemplo, é um lugar que você tem costume de ir?
TP: É?
BBB: Eu vou a passeio, de vez em quando minhas meninas: “Vamos, mãe? Vamos no Shopping?”
TP: É? Você faz tudo aqui nas imediações, o que você precisa.
BBB: É.
1B – BBB - 40
BBB: Mais caro mas eu compro, não é!? Eu prefiro. Pego o carro, vou ali na esquina e já compro tudo que eu
tenho para comprar.
TP: Hum... hum. Você não se incomoda de pagar mais caro porque é mais prático para você.
BBB: Não me incomodo, não, mais prático. Eu não animo sair à noite.
BBB: Só épocas assim especiais, como casamento, que tem que olhar um sapato melhor, não é!? Porque
roupa eu tenho meu costureiro, não é!?
TP: Sei.
BBB: Então, ele é que faz mesmo, tem 20 anos que ele costura para mim.
TP: Hum...
BBB: Então já ambientei com ele, já acostumei com ele, é só ele que serve para mim, sabe!?
TP: Sei.
BBB: 20 não, 18 anos, não é!? Ele veio para cá, tinha 2 anos que eu morava aqui.
1B – BBB - 41
B
Belo Horizonte, 1, 2, 17, 46
C
Carlos Prates, 2, 3, 9, 12, 19, 22, 41
Cidade Nova, 2, 3, 8, 13, 14, 19, 20, 21, 27, 33, 35, 36,
38, 39, 47, 48
Cristiano Machado, 8, 22, 33, 36, 38
F
Feira dos Produtores, 38
Fernando Lanza, 33, 36
J
Jacuí,, 8, 22
José Cândido da Silveira, 12
M
Madre Paulina, 6, 12, 13, 23, 29
Minas Shopping,, 34
S
Sagrada Família,, 22
Santo Agostinho, 12, 13, 14, 23, 24, 25, 29, 39
Savassi, 25, 34, 47
U
União, 6, 8, 21
V
Vilas Reunidas, 6, 8, 21
1B – BBB - 42