Ducado do Friul
Ducato del Friuli (it) Ducado do Friul | ||||
Ducado do Reino Lombardo | ||||
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Brasão
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Continente | Europa | |||
Região | Venécia | |||
País | Europa Meridional | |||
Capital | Cividale del Friuli | |||
Governo | Principado | |||
Período histórico | Idade Média | |||
• 569 | Gisulfo I - primeiro duque | |||
• 774 | Conquistado por Carlos Magno | |||
• 776 | Morte do último duque lombardo | |||
• 828 | Dissolução |
O Ducado do Friul (em italiano: Ducato del Friuli) ou de Cividale foi um Estado que existiu na península Itálica de 569 a 828. Primeiro ducado instituído pelos lombardos na Itália, foi constituído por Alboíno e confiado a Gisulfo I do Friul.
Serviu como um importante Estado-tampão entre o reino Lombardo e os eslavos.[1] Juntamente com os ducados de Espoleto, Benevento e Trento, os senhores do Friul frequentemente tentaram estabelecer sua independência da autoridade real, com sede em Pavia.
História
editarCividale, na província do Friul, (Venécia) foi a primeira localidade importante a cair sob domínio lombardo em 568 e constituía a via de acesso à Península Itálica pelo oriente. Alboíno, buscando garantir-se a retaguarda para proceder à invasão do vale do rio Pó, ali estabeleceu uma fortaleza capaz de resistir a um eventual ataque bizantino ou ávaro e de manter aberta a via de retirada à Panônia, e o confiou a Gisulfo, seu sobrinho e marpahis (escudeiro). Gisulfo foi nomeado Duque (dux), ou seja comandante militar, e o território sujeito a seu domínio foi o primeiro ducado lombardo na península. Desde sua origem, o ducado teve uma importância militar e política de primeiro plano. Tal condição foi mantida durante toda a época do Reino Lombardo, tanto que mais de um de seus duques se tornou rei dos lombardos. A principal cidade da província era a Aquileia romana, porém a capital lombarda do Friul era Forum Julii, a atual Cividale del Friuli.
Antes de continuar a penetrar na península, Alboíno colocou o governo do distrito sob o comando de seu sobrinho, Gisulfo I, que pôde escolher as faras, ou famílias nobres com as quais ele desejava colonizar o território.[2] O ducado original tinha seus limites nos Alpes Cárnicos e Julianos ao norte e ao leste, e era praticamente inacessível por estas regiões; ao sul fazia fronteira com o Exarcado de Ravena (ficando privado assim de um litoral), e com uma planície que levava à Panônia - perfeito ponto de acesso para invasores, como os croatas, ávaros e, posteriormente, os magiares. Sua fronteira ocidental não foi definida originalmente, até que conquistas posteriores estabeleceram o Ducado de Ceneda, além do rio Tagliamento, entre os rios Livenza e Piave.
Em 615, a cidade de Concórdia foi conquistada, e, em 642, Opitérgio (atual Uderzo), à medida que os duques expandiam sua autoridade para o sul, contra o exarcado. Em 663, Cividale foi capturada brevemente pelos ávaros, porém Grimualdo I de Benevento a recapturou. Após o cerco de Pávia, em 774, Carlos Magno permitiu que Rodobaldo mantivesse o ducado. Quando, em 776, o último duque lombardo, Rodobaldo, se rebelou e foi morto em combate, Carlos Magno o substituiu com Macário.
Em seguida à queda do Reino Lombardo e à sua inclusão nos domínios de Carlos Magno, em 781, o ducado foi inserido no Regnum Italiae, confiado por Carlos a seu filho Pepino.
O ducado seguiu sob o comando franco até 828, quando foi dividido em condados e se fragmentou. Acabaria sendo reformado posteriormente no Marquesado do Friul, em 846.
Referências
- ↑ Hodgkin, Thomas. Italy and Her Invaders, vol. 5:160.
- ↑ Paulo, o Diácono, Historia Langobardorum, ii.9.65-66.
Bibliografia
editar- Origo Gentis Langobardorum (em latim). [S.l.: s.n.] Século VIII. Consultado em 3 de janeiro de 2014
- Diácono, Paulo (789). Historia Langobardorum (em latim). [S.l.: s.n.] Consultado em 3 de janeiro de 2014
- Jarnut, Jörg (1995). Storia dei longobardi (em italiano). Turin: Giulio Einaudi. 148 páginas. ISBN 978-88-06-16182-8
- Rovagnati, Sergio (2003). I Longobardi (em italiano). Milão: Xenia. 126 páginas. ISBN 88-7273-484-3
- Hodgkin, Thomas. Italy and her Invaders. Clarendon Press: 1895.