Por que os dados pessoais são importantes?

Por que os dados pessoais são importantes?

Quando a gente fala em dados pessoais, a maioria das pessoas não conseguem entender a abrangência disso. Você tem alguma ideia da quantidade de dados que concedemos online e off-line todos os dias?

A título informativo, de acordo com a empresa de informática International Business Machines (IBM), estima-se que um indivíduo produz cerca de 2,7 megabytes de dados por minuto, via rede social, relógio inteligente (smartwatch) ou internet. Ao longo da vida, só na área de saúde, uma pessoa saudável produz um milhão de gigabytes, algo equivalente a 300 milhões de livros. E a gente nem faz ideia de onde estão esses dados e por quem estão sendo utilizados, e pior: se estão sendo protegidos.

A imagem abaixo mostra o volume de dados que são utilizados em 1 minuto no mundo (informações de 2019).

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Você já parou para pensar que o Facebook, que é uma das maiores empresas do mundo, ao utilizá-lo, você não precisa pagar por ele? Então como essa empresa pode ser uma das maiores empresas do mundo se o que ela oferece é de graça?

Há uma frase de Andrew Lewis que fala “Se você não está pagando por algo, você não é o cliente; você é o produto que está sendo vendido”. Isso tem até um nome: Zero price advertise Business Model. Nesse caso é aplicável o conceito de Economia dos Dados Pessoais, que nada mais é do as pessoas oferecerem seus próprios dados pessoais como pagamento por um produto ou serviço disponibilizado por uma organização.

Ao longo do tempo, foram criadas novas tecnologias, novas formas de relacionamentos entre pessoas e organizações, novos modelos de negócios, nova estruturação social. E isso só foi possível através da informação. A informação passa a ser o elemento central de desenvolvimento da sociedade, pois os dados se transformam em informações e essas informações se transformam em conhecimento.

A informação em si não é o que alavanca a eficiência na atividade empresarial, não garante uma inteligência empresarial. Ela passa a gerar valor quando as informações são processadas e transformadas em conhecimento aplicado. Portanto os dados passam a ser o principal ativo de toda e qualquer organização.

Fazendo uma análise macro, a grande maioria das organizações (entenda como organização qualquer empresa, órgão público ou pessoa física que exerce atividade com finalidade econômica) do mundo tratam dados pessoais, algumas em maior volume do que outras. Num ciclo de produção empresarial, o consumidor passa de espectador para uma postura mais ativa. Com os seus dados, ele ajuda a melhorar os produtos/serviços de uma organização, ajuda para que o atendimento da organização seja melhor e a abordagem publicitária mais efetiva.

Além disso, nossos dados pessoais são rastros da nossa personalidade. Nossos dados vão dizer quem somos, o que temos, o que sabemos, o que fazemos, nossos gostos, onde estamos, o que compramos / podemos comprar, como nos comportamos, dentre outros. E quanto mais as organizações nos conhecem, mais elas têm poder de manipulação e influência sobre os nossos hábitos.

Hoje as organizações não vendem apenas produtos ou serviços, mas sim experiências. Quanto mais personalizada for a experiência oferecida por uma organização, mais aprovação ela terá por parte de seus consumidores, principalmente devido à economia de tempo que ela proporcionará aos seus clientes. Serviços personalizados nos poupam o nosso principal ativo, que é o tempo.

Essa transmissão de dados cada vez maior e mais rápida fez com que começassem os problemas:

·       as tecnologias começaram a se tornar mais invasivas;

·       casos crescentes de abusos relacionados à privacidade e proteção de dados;

·       coleta de dados pessoais de forma excessiva e sem necessidade por parte das organizações;

·       grande quantidade de dados pessoais sendo vendidos;

·       falta de transparência sobre o tratamento dos dados;

·       vazamentos de dados;

·       aumento de fraudes;

·       aumento de incidentes de segurança e ataques cibernéticos;

·       sensação de insegurança;

·       falta de empoderamento e controle do titular sobre seus dados, entre outros.

Então, para tentar diminuir esses problemas, começou a pensar em legislações específicas sobre proteção de dados e privacidade. Essas legislações, além de proteger as pessoas físicas, através da proteção de seus dados pessoais, elas também querem garantir o desenvolvimento econômico e social das organizações para que se tenha uma relação de ganha-ganha. Quando há coerência e transparência no tratamento de dados, isso gera mais confiança no cliente, que consequentemente gera fidelização e expansão dos negócios. No caso do Brasil, entrou em vigor, em setembro de 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A LGPD é o marco regulatório nacional que traça diretrizes para a utilização de dados pessoais no país por pessoas naturais ou pessoas jurídicas, com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. É válido reforçar que a LGPD não visa prejudicar modelos de negócios ou destruir organizações. O papel da dessa lei é equiparar a relação entre pessoas e organizações.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos