Tremoço-branco
Lupinus albus | |||||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estado de conservação | |||||||||||||||||||
Pouco preocupante [1] | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
| |||||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||||
Lupinus albus L. |
O Lupinus albus, comummente conhecido como tremoço-branco[2] ou tremoceiro-comum, é uma espécie de tremoço nativa da Europa que chega a medir cerca de 45 cm.[1] Tais plantas possuem folhas digitadas, com folíolos obovados e oblongos, flores brancas em inflorescências eretas. Também são conhecidas pelos nomes de lupino-branco e tremoço-ordinário.
Uso
[editar | editar código-fonte]Trata-se da variedade de tremoço mais comummente cultivada e consumida em Portugal.[3]
Sendo certo que pode ser destinado à fertilização do solo[4] ou para forragem de gado, o tremoço-comum é geralmente vendido e consumido em conserva como petisco ou aperitivo (acepipe), sendo muito comum em cervejarias de Portugal.[5]
Consumo humano e toxicologia
[editar | editar código-fonte]O tremoço in natura contém um aminoácido neurotóxico que o veda ao consumo humano, além de uma série de substâncias alcalóides dotadas de efeitos neurotóxicos e hepatóxicos do grupo da quinolizidina, como a lupanina, ou lupinina,[6] mas isto só ocorreria com o consumo do grão fresco ou seco, e em grandes quantidades e por longos períodos.
Para poder consumir os tremoços sem risco, eles devem ser cozidos e depois cobertos de água mudada com frequência por diversos dias até perderem o seu amargo original, com a eliminação dos alcalóides.[7] Assim preparados, os tremoços não oferecem qualquer risco à saúde.[8]
História e etnografia
[editar | editar código-fonte]Historicamente, o tremoço-comum era uma espécie espontânea em Portugal, sendo que, presentemente, se trata de uma espécie cultivada.
Na tradição popular portuguesa, há a lenda de que o nome «Estremoz» terá provindo de um campo de tremoceiros, no meio do qual um grupo de desterrados se teria refugiado, para pernoitar, tendo decidido, posteriormente, fixar-se naquele local.[9] Nalgumas versões da lenda, reza que os desterrados proviriam de Castelo Branco e que o episódio teria ocorrido no reinado de D. Afonso III.[10]
Ao fundarem uma povoação naquele espaço, pediram ao rei que lhes concedesse um foral e que no brasão figurassem as coisas que tinham primeiramente encontrado naquela terra: o sol, a lua, as estrelas e o tremoceiro.[9]
Sendo que o nome Estremoz, nos conformes desta lenda popular, derivaria da palavra tremoço.[9]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ a b Planchuelo, A.M. (2020). Lupinus albus (em inglês). IUCN 2020. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2020: e.T174710A100333492. doi:10.2305/IUCN.UK.2020-2.RLTS.T174710A100333492.en Página visitada em 28 de outubro de 2021.
- ↑ Infopédia. «tremoceiro-branco | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 5 de janeiro de 2023
- ↑ Soeiro, Ana (2001). Produtos Tradicionais Portugueses vol. III. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Rural. p. 237. 337 páginas. ISBN 972-9175-96-9
- ↑ Infopédia. «tremoço | Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». infopedia.pt - Porto Editora. Consultado em 4 de janeiro de 2023
- ↑ Soeiro, Ana (2001). Produtos Tradicionais Portugueses vol. III. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Rural. p. 237. 337 páginas. ISBN 972-9175-96-9
- ↑ [1]
- ↑ Soeiro, Ana (2001). Produtos Tradicionais Portugueses vol. III. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Rural. p. 237. 337 páginas. ISBN 972-9175-96-9
- ↑ «O perigo de Tremoço_envenenamento». www.365saude.com.br. Consultado em 8 de janeiro de 2022
- ↑ a b c Soeiro, Ana (2001). Produtos Tradicionais Portugueses vol. III. Lisboa: Direcção-Geral do Desenvolvimento Rural. p. 237. 337 páginas. ISBN 972-9175-96-9
- ↑ Godinho, Vitorino (1995). Lendas e Outras Histórias. Estremoz: Escola Profissional da Região Alentejo. 92 páginas