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Caso de estudo

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Caso de estudo ou estudo de caso são expressões sinônimas que designam um método da abordagem de investigação em ciências sociais simples ou aplicadas. Consiste na utilização de um ou mais métodos qualitativos de recolha de informação e não segue uma linha rígida de investigação. Caracteriza-se por descrever um evento ou caso de uma forma longitudinal. O caso consiste geralmente no estudo aprofundado de uma unidade individual, tal como: uma pessoa, um grupo de pessoas, uma instituição, um evento cultural, etc. Quanto ao tipo de casos estudo, estes podem ser exploratórios, descritivos, ou explanatórios (Yin, 1993). A designação dada a este tipo de estudo aprofundado transitou posteriormente das ciências sociais para o domínio das ciências aplicadas, sob a designação de caso de estudo. Efetivamente, o termo estudo de caso é usado quase exclusivamente para designar a análise de informação e a sua discussão em ciências sociais como a sociologia, a psicologia ou as ciências da educação, enquanto o termo caso de estudo é preferido para designar os casos de aplicação de metodologias ou técnicas nas ciências aplicadas, como os vários ramos da engenharia, medicina, ou economia.

Inicialmente esta metodologia nasceu da necessidade de transmitir na íntegra a complexidade de situações reais com as quais nos confrontamos todos os dias. A aplicação inicial deu-se nas áreas da medicina, onde é impossível abraçar a totalidade dos fatores que podem influir sobre determinada situação e que obrigam a vários avanços e recuos na forma como dirigimos a resolução do problema que é colocado.

Estudos de caso nas ciências da educação e pedagogia

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Ensinar através de estudos de caso é formar sem ensinar. Consiste em acompanhar o aluno em diligências rigorosas e disciplinadas. Pretende-se que o aluno descubra pela sua maneira de ver, sentir, entender e interpretar, tudo fazendo que os conhecimentos adquiridos sejam os do próprio aluno que se identifica claramente com a construção deste mesmo saber.

O estudo de caso significa uma evolução nas relações entre docente e alunos sendo que deixa de haver uma relação “clássica” entre quem sabe e quem aprende. A crença de base no presente método é que, a tarefas que só se conseguem ensinar pela vivência e experiência. O aprendiz selecciona e transforma a informação,constrói hipóteses e toma decisões, contando para isto, com uma estrutura cognitiva. E,é a estrutura cognitiva que fornece significado (através da tradução da realidade observada, nos esquemas ou modelo mentais do indivíduo) às experiências e permite ao indivíduo ir para além da informação que obtém. Isto porque, o mesmo é condicionado por uma estrutura cognitiva, formada pela experiência e pelo passado. (Bruner, 1990). No caso podemos distinguir dois métodos que apresentam características específicas.

Método Harvard

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Surgiu como método educativo na Harvard Business School, na década de 1920.[1] Desde então se consagrou como tal e tem vindo a ser utilizado em diversas Instituições de Ensino em todo o mundo [carece de fontes?].

É um instrumento para o ensino/aprendizagem, em que o caso é elaborado como trabalho original inédito e apresentado na forma de texto estruturado contendo uma exposição datada, bem desenvolvida, e documentada com dados reais, relativa a: 1) Uma situação real problemática e complexa de tomada de decisão; 2) Um contexto real em que tal situação ocorreu; 3) As linhas de análise – questões, argumentos, modelos, hipóteses propostas no caso para fins de equacionar de forma adequada a situação.

Esta metodologia assenta sobretudo no aluno como fonte motora da aprendizagem, colocando-se o professor em um nível de igualdade, exercendo o papel de estimular o debate por meio do questionamento e da apresentação de dados que enriquecem as análises. A base é a formação autodidata orientada, na descoberta, e na discussão de diferentes pontos de vistas. Exige uma grande dedicação do aluno na "preparação do caso", levantando conclusões e explicações, bem como reunindo evidências que as comprovem. O método também pede que os alunos tenham forte habilidade no trabalho de grupo. Estes dois fatores são fundamentais para o sucesso do método e para o aproveitamento de cada aluno. Por isso, o "Caso Estudo" é um método que encontra dificuldade em se estabelecer em um contexto em que os alunos não tenham o hábito da leitura, da pesquisa e do trabalho em grupo.

Aprendizagem Baseada em Problemas

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Existem diferentes métodos de estudos de casos, como por exemplo, o Método ABP Aprendizagem Baseada em Problemas da mencionada Universidade de Harvard. Este método partilha a mesma raiz que o anterior, no entanto diverge na essência; pois aqui o professor é remetido para uma posição passiva de orientador.

Assenta da proposta para resolução de um problema sobre o qual o aluno não recebeu informações preparatórias, e que o obrigará a descobrir por si próprio os problemas e as possíveis resoluções. O aluno é o principal motor na busca de informações, conhecimentos e outras componentes desta metodologia.

A vantagem do método ABP é ensinar os alunos a aprender. O professor transforma-se num tutor, facilitador, apoiando os alunos no processo de resolução do caso, mas não lecciona aquilo que tradicionalmente se chama "matéria". São os alunos que, na sua tentativa de resolver o caso, aprendem a matéria.

Um exemplo típico de caso estudo pode ser encontrado na descrição de um determinado caso clínico de um paciente. Uma doença rara pode ser motivo de um caso estudo, onde se recolhe informação para caracterizar a mesma. Uma combinação de método plausível para um caso estudo: observação direta do paciente (comportamento, sintomas, aspeto físico, etc.), registros individuais e familiares (alimentação, doenças de família, etc.).

Referências

  1. Kaplan, Andreas (2014) European management and European business schools: Insights from the history of business schools, European Management Journal, http://dx.doi.org/10.1016/j.emj.2014.03.006