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Teísmo aberto: diferenças entre revisões

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'''Teísmo Aberto''' é a [[teologia]] que nega a [[onipresença]], a [[onipotência]] e a [[onisciência]] de [[Deus]]. Afirmam seus defensores que o termo “Todo-poderoso” não pode ser extraído do contexto bíblico pois, segundo eles, a tradução original da palavra do qual é traduzida tal expressão havia se perdido ao longo dos séculos. O Teísmo Aberto tem origem na Teologia do Processo. Surgido na década de 30, a [[Teologia do Processo]], tendo como principais representantes [[Charles Hartshorne]], [[Alfred Whitehead]] e [[John Cobb]], é uma tendência filosófico-teológica chamada [[panenteísmo]], que consiste na aproximação do pensamento teísta e panteísta; herdando as características de tais inovações mais filosóficas que teológicas, surgindo a seguir o Teísmo Aberto.
'''Teísmo Aberto''' é uma escola teológica cuja característica principal é uma reavaliação do conceito da onisciência de Deus, na qual se afirma que Deus não conhece o futuro completamente, e pode mudar de idéia conforme as circunstâncias. O Teísmo Aberto foi influenciada em grande parte pela Teologia do Processo. Surgido na década de 30, a [[Teologia do Processo]], tendo como principais representantes [[Charles Hartshorne]], [[Alfred Whitehead]] e [[John Cobb]], é uma tendência filosófico-teológica chamada [[panenteísmo]], que consiste na aproximação do pensamento teísta e panteísta; herdando as características de tais inovações mais filosóficas que teológicas, surgindo a seguir o Teísmo Aberto.


O termo Teísmo Aberto teria sido cunhado pelo adventista Richard Rice em [[1980]], sendo que os principais defensores teólogos são John Sanders e Clark Pinnock.
O termo Teísmo Aberto teria sido cunhado pelo adventista Richard Rice em [[1980]], sendo que os principais defensores teólogos são John Sanders e Clark Pinnock.


O Teísmo Aberto defende que Deus se relaciona intimamente com o [[homem]], em detrimento de sua onisciência que seria limitada com a dádiva do [[livre arbítrio]]; Deus saberia o futuro, mas não todo o futuro, pois esse futuro ainda não teria existência na presença de Deus, dado o livre arbítrio do homem concedido por Deus. Alguns defensores do teísmo aberto, como Gregory Boyd, afirmam que como o futuro não existe, não é lógicamente necessário, ou até mesmo possível, Deus conhece-lo. Deus conhece tudo o que existe; como o futuro ainda não existe, e é determinado por bilhões de decisões livres a cada segundo, Deus pode apenas prever situações que ele força a acontecer. Confrontados com críticas de teólogos tradicionais, que afirmam que o Teísmo Aberto deturpa a soberania de Deus, o teístas abertos afirmam que a grandeza e poder de Deus são manifestos mais poderosamente justamente por causa dessa falta de controle absoluto, visto que mesmo tendo ausência de controle sobre as escolhas humanas, Deus é capaz de governar o futuro vaticinado. Ou seja, exatamente porque Deus não se preocupa em estar no controle de suas criaturas é que ele demonstra estar realmente no controle.
[[Luiz Sayão]], da revista Enfoque Gospel, [[http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=69&materia=729 em matéria sobre o tema]] resume uma frase a sucinta explicação do Teísmo Aberto para quem não conhece teologia: ''' ''“Teísmo Aberto representa uma reação exagerada contra o calvinismo”''. '''

O Teísmo Aberto defende que Deus se relaciona intimamente com o [[homem]], em detrimento de sua onisciência que seria prejudicada com a dádiva do [[livre arbítrio]]; Deus saberia o futuro, mas não todo o futuro, pois esse futuro ainda não teria existência na presença de Deus, dado o livre arbítrio do homem concedido por Deus.

Os defensores da Teologia Tradicional afirmam que seria um completo absurdo Deus se despojar do direito de saber todas as coisas, pois, sendo assim, Deus viveria incertezas, não tendo controle sobre os eventos futuros do [[Universo]].

Contudo, defende o Teísmo Aberto que Deus é Todo-poderoso exatamente por causa desse despojamento, visto que mesmo tendo ausência de controle sobre as escolhas humanas, Deus é capaz de governar o futuro vaticinado. Ou seja, exatamente porque Deus não se preocupa em estar no controle de suas criaturas é que ele demonstra estar realmente no controle.

Tudo teria surgido na bem intencionada apologética de alguns teólogos de livrar Deus da maldade existente no mundo, como explica Luiz Sayão, lingüista e hebraísta pela USP, é uma teologia tipicamente Norte Americana: prática e simples. Em outra curta frase apresenta as conclusões do Teísmo Aberto: ''' '' “Deus precisa deixar de ser Deus, tornando-se menos onipotente e onisciente para que não seja responsabilizado pelo sofrimento do mundo” ''.''' [[http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=69&materia=729]]


==Coqueluche teológica==
O teísmo Aberto não rendeu muitos adeptos e minguou sua divulgação, ou se restringia o debate em “salas” de teologia. No Brasil, quase não se conhecia sobre o assunto senão em salas teológicas até bem pouco tempo, quando dois expoentes do meio evangélico escreveram sobre a impossibilidade de onisciência plena de Deus. Por serem membros da Assembléia de Deus, maior congregação religiosa entre os [[evangélico]]s, e da Igreja Batista, congregação das mais conservadoras entre os protestantes, o assunto causou polêmica. Seriam eles Ricardo Gondim e Ed Kivitz. Surgiu então uma variedade de debates em blogs e salas de debate sobre o assunto, sendo os mesmos "acusados" de apóstatas da fé.

Oficialmente, afirmam que Deus é onisciente, contudo mesmo alguns estudiosos que saltam em defesa desses homens ousados e contestadores, expõem defesas apontando em direção ao Teísmo Aberto, ou parcialmente. Alguns questionamentos que conduzem a essa temática, recentemente apresentada por Paulo Brabo são:

<blockquote> '' “O que alguém está realmente dizendo quando recorre a abstrações como “Deus é eterno por natureza”? O que é ser eterno por natureza? O raciocínio pode ser considerado um guia claro para a natureza da eternidade? O que é ser onipresente? Pode Deus estar presente em lugares que não existem? O futuro é um lugar? O futuro existe? Faz sentido falar do futuro como algo além de possibilidade? Faz sentido esperar que a perspectiva do tempo seja capaz de produzir vislumbres acurados sobre a natureza da eternidade? Faz sentido esperar que Deus faça sentido racional? Podemos tirar conclusões seguras a respeito de Deus a partir do raciocínio dedutivo?” ([[http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=69&sg=0&id=1284 Extraído de: Considerações de Paulo Brabo sobre Calvinismo e Teísmo Aberto]]) '' </blockquote>

Os defensores procuram caminhar em direção ao “Teísmo Aberto” sem, contudo defender tal corrente teológica abertamente. Outros sugerem que Ricardo Gondim teria cunhado o termo ''“Teologia Relacional”'', para defender '''parcialmente''' o Teísmo Aberto, contudo é sabido que a expressão fôra usada anteriormente por Clark Pinnock.


Na '''“Teologia Relacional”''', defende-se a exclusão da interferência do Ser Supremo nas escolhas de suas criaturas, em detrimento do saber absoluto de Deus.

A tese dos defensores da Teologia Relacional, mais que apresentar uma formulação e a defenderem, consiste primordialmente em criticar os conceitos estabelecidos pelo [[calvinismo]]. Quase toda a apresentação é voltada para uma argumentação crítica sem contudo firmar posição.

Na defesa de Ricardo Gondim, Paulo Brabo nega que seja defensor do Teísmo Aberto quando afirma:

<blockquote>'' “Como Gondim e Kivitz, prefiro a confortável posição de denunciar o calvinismo sem endossar a doutrina do Teísmo Aberto – doutrina que é no fim das contas tão limitante e extrema quanto a que pretende invalidar. Agir diferente seria glorificar uma ortodoxia em detrimento da outra; desmanchar um ídolo para colocar outro no lugar.” (Considerações de Paulo Brabo sobre Calvinismo e Teísmo Aberto) ''</blockquote>

Contudo, teólogos como Eduardo Joiner e muitos outros fizeram variadas críticas ao calvinismo sem, entretanto, abandonar os atributos da onisciência ou imutabilidade de Deus.

O próprio Ricardo Gondim, depois de alegações que estaria apostatando a fé, em uma das defesas que faz de seu credo, escreve com todas as letras que Deus é onisciente, onipresente e onipotente. Ainda que depois dessa declaração faça uma limitação em função do livre arbítrio e da bondade de Deus apresentar um futuro a ser escolhido pelo homem. Segundo ele, o homem tem livre escolha do bem e do mal, e a bondade de Deus em conceder liberdade ao homem '''impediria''', moralmente, o Soberano de intervir e estabelecer os eventos futuros. Em sua defesa, Paulo Brabo apresenta que se há maldade no mundo, Deus não seria o construtor dessas desgraças e destruição. O livre arbítrio do homem o levara ao futuro estabelecido pelo próprio homem e Deus não teria participação nos eventos catastróficos e malévolos desse século.

As explicações da Teologia Relacional consistem em apresentar críticas sobre a teologia tradicional, que estabeleça que Deus está no controle de tudo.

Já Spurgeon, teólogo do [[século XIX]], defende que o livre arbítrio do homem é ilusório, e que até mesmo a capacidade de fazer o bem por parte do homem tem a interveniência do [[Espírito de Deus]], assim, o livre arbítrio humano seria absurdo, fazendo duras críticas à teologia arminiana, defensora do livre arbítrio.

<blockquote> '' “Em livre-agência nós podemos crer, mas livre-arbítrio é simplesmente absurdo”. ([[http://www.luz.eti.br/spurgeon_livrearbitrioumescravo_pt.html Livre Arbítrio - "Um Escravo" de Charles Haddon Spurgeon]]) '' </blockquote>

Tal posição é criticada pelos defensores da Teologia Relacional, que afirma que a restrição do livre arbítrio depreciaria o atributo mais excelente, segundo eles, o amor de Deus; e que se o homem não tem completo livre arbítrio, Deus não seria bom. Afirmam que Deus, em sua santa bondade se permite relacionar com o homem sem interferir nas suas escolhas. Assim, defende a Teologia Relacional, que não teria como Deus saber de algo que ainda não existe: ''um futuro a ser escolhido pelo homem''. Para sustentar tais teses, os defensores da Teologia Relacional afirmam que Deus “se esvazia” de sua soberania para se relacionar com o homem.

<blockquote>'' “Um Deus que não se esvazia é um Diabo. Deus não age como tirano e não força seu poder para cima de suas criaturas sob pena de esmagá-las, tirando-lhes todo o espaço de liberdade de que precisam para existir. Deus não invade. Não usurpa. Não manipula” (Ed René Kivitz Vivendo com Propósitos, Ed. Mundo Cristão, 2004). '' </blockquote>

Afirmações como a de Ed Kivitz provocaram fortes reações teológicas, apesar do contexto dar a conotação de que Deus não trata o homem arrogantemente, dado o poder que teria para fazê-lo. Contudo reações contrárias a tais declarações são previsíveis, pois afirmam alguns teólogos que Deus não se esvazia quando está assentado como Todo-poderoso, ou sobre o ‘trono branco’ julgando as criaturas, no futuro vaticinado pelo livro de Apocalipse. (20:11)

==Entendendo o contexto histórico==
Para entender melhor o conceito debatido, o atributo da onisciência foi mais bem explicado pelo Calvinismo, e muito das explicações para esse atributo entre as igrejas protestantes e mesmo católico romana "copiaram" ou “recepcionaram” a teologia calvinista que formulou a existência atemporal para Deus. O [[tempo]] estaria estabelecido para o homem, contudo D<small>EUS</small> teria sua existência anterior à criação do tempo. O tempo teria sido criado por Deus para o homem, entretanto estaria insubmisso aos "desgastes" e ao controle do tempo. Segundo o conceito calvinista, para Deus não existiria passado, presente e futuro; para Deus haveria apenas a existência do "agora". Segundo o calvinismo, que se tornou o conceito da Teologia Tradicional aceita pela maioria das religiões cristãs [[protestante]]s e [[católica]]s, sobre as análises do “[[tempo]]”, Deus contempla todo um [[ano]] decorrido em um único instante como se fosse "agora".

Para que seja mais bem compreendido segundo a presente “Teologia Calvinista”, imagine-se o próximo desfile de [[7 de setembro]], representativo da [[Independência do Brasil]]; segundo tal idéia, Deus já viu todos os que marcharam (no presente e não futuro), quem deu passos errados e todos os que vieram para a apresentação do desfile. Para Deus, nada estaria encoberto, ele veria todas as coisas independentes do tempo, Deus caminharia e observaria a existência do homem independente do tempo; passado, presente e futuro.

Essa “Teologia Calvinista” já era aceita pela maioria das igrejas cristãs e deixou de ser ‘calvinista’ para fazer parte da “Teologia Tradicional”.

Muito do que é apresentado, eram conceitos aceitos apenas por uma questão de fé, dada a apresentação da exegese. Contudo quando a [[Teoria da Relatividade]] foi provada na cidade de [[Sobral]], Estado do [[Ceará]], deixando de ser uma teoria e passando formular uma nova [[física]] que englobava os conceitos de [[Isaac Newton]], revolucionando o mundo científico, também deu força aos conceitos calvinistas de que o tempo poderia perfeitamente se mostrar diferente para Deus, como já estava escrito nas [[Escrituras Sagradas]].

Segundo os defensores da Teologia Tradicional, Deus teria dado prova de que o tempo para ele seria um mero "agora" quando explicou sobre a existência encarnada de [[Jesus]] e o seu sacrifício vicário antes mesmo da fundação do [[mundo]].

<blockquote> '' "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." '' (Apocalipse 13:8) </blockquote>

O próprio Ricardo Gondim dá explicação condizente para presente doutrina, ainda que sendo defensor da Teologia Relacional:

<blockquote> '' "Quando Deus nos criou, ele não podia gerar seres mais perfeitos do que ele, pois assim criaria deuses mais deuses do que Ele próprio. Não poderia formar um ser igual a si, pois assim criaria um par – Deus, por definição, é incriado. Ele nos formou seres menos perfeitos – somos finitos, mortais, limitados. Entretanto, possuímos capacidade de escolhas e com a real possibilidade de praticarmos o mal – por esse motivo o Cordeiro intencionalmente foi crucificado antes da fundação do mundo: a salvação precede à criação. Conhecendo o risco, Deus providenciou a cura”.([[http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=2654 Deus é Soberano de Ricardo Gondim]]) '' </blockquote>

Deus já sabia de todas as coisas, e por conta do [[livre arbítrio]] que havia concedido as criaturas, não impediria o homem de errar para não ferir tal livre arbítrio concedido. Se as criaturas não tivessem a liberdade de seguir ou não seguir a luz, então seriam [[robô]]s sem vontade própria, assim o livre arbítrio que garantia a liberdade das criaturas, poderia dar-lhes a condição de caminhar também em direção as trevas. Segundo a teologia tradicional, Deus daria a liberdade de escolha, contudo já saberia quem tomaria cada caminho.


==Predestinação & Onisciência==
O [[pelagianismo]] ensinava a transgressão teria origem pela livre vontade do indivíduo, negando o pecado original. O agostianismo ensinava que o pecado teria originado em Adão, e que todos eram pecadores em Adão, além de [[pecador]]es e culpados em si mesmos. O semi-pelagianismo trouxe um meio termo às idéias extremáticas de [[Pelágio]] e [[Agostinho]], afirmando que o homem teria sim energias para que iniciassem sua [[salvação]], contudo para desenvolver e aperfeiçoar essa salvação, seria necessário à graça divina. Os que crêem na predestinação pessoal, são assim influenciados pela teologia agostiniana que teve ascendência sobre tais credos no tocante a predestinação.

Esse conceito fez surgir à doutrina da [[predestinação]], de cunho [[calvinista]], contudo não aceita pela maioria das igrejas cristãs. O conceito de [[144.000]] eleitos foi defendido por muitas religiões, hora de forma estricta hora num sentido amplo. A teologia ariana moderna agregou tais orientações agostinianas, apesar de muitos desses defensores da predestinação se dizerem portadores de uma teologia renovada e se nomearem ferrenhos críticos de Agostinho, conquanto tais formulações apresentem “origem” nesse conhecido teólogo.

Eduardo Joiner, [[teólogo]] do [[século XIX]], afirma: ''“O agostianismo ganhou ascendência, e ainda reina em todos os sistemas que crêem na predestinação pessoal”.'' (Manual Prático de Teologia)

O que tudo isso teria com o Teísmo Aberto? A teologia da [[predestinação]] foi defendida exatamente por causa do conceito atemporal da teologia tradicional; como Deus teria ciência de todos os passos do homem desde o seu nascimento ou mesmo antes deste, então Deus já saberia quem iria se salvar ou não. Assim surgiu a [[doutrina]] da Predestinação.

Essa teologia é muito criticada por teólogos do presente século e alguns denunciaram tal idéia como [[heresia]]. Os críticos da predestinação defendem que Deus seria muito mesquinho se criasse o homem já com o propósito do fogo eterno, bem como defendem que a [[onisciência]] seria o poder de "saber" e não a determinação de "escolher" a um e não a outro para gozar a vida eterna.

Como poder-se-á perceber, muitas das formulações de ambos os lados se sustentam no atributo da bondade. Sim, Deus seria bom e a origem de toda bondade residiria em Deus.

Os defensores da Teologia Relacional, a defesa parcial do Teísmo Aberto, chegam a afirmar que o conceito já era muito conhecido e que o embate teológico entre [[Lutero]] e [[Rotterdam]] trataria já de tais formulações. Como sempre foi no campo da teologia, se uma idéia não é originária em grandes teólogos são passíveis de desmerecimento. A maneira de se fugir do descrédito seria buscar grandes expoentes que teria sustentado tal doutrina.

É bem verdade que Rotterdam pediu para Lutero deixar Deus ser bom, enquanto Lutero pediu para Rotterdam deixar Deus ser Deus. Não houve vencedor nesse debate, pois Deus sempre será Deus e sua bondade dura para sempre. Assim, afirmar que esse debate tratava-se da defesa de um Teísmo Aberto é um ledo engano apresentado pelos defensores da Teologia Relacional, visto que Deus pode ser bom, sem deixar de ser o Soberano Deus, afirmam assim os opositores; além do que, o debate entre esses grandes teólogos de respeitáveis grandezas, nunca se prestou a contestar a onisciência de Deus. Assim, os que criticam a “Teologia Relacional”, afirmam que cunhar esse termo com base em debates entre Lutero e Rotterdam não passa de uma ilusão de convencimento visto que tais expoentes não contestaram a [[onisciência]], a [[onipresença]] nem a [[onipotência]] de Deus. Afirmam que o termo Teísmo Aberto é uma criação do final do [[século XX]], mais precisamente cunhada em 1980 por Richard Rice e nascida da gravidez da [[Teologia do Processo]], fecundada na década de 30 e também conhecida por [[panenteísmo]].

== Imutabilidade & Teísmo Aberto==
O termo “Teísmo Aberto” foi cunhado pelo adventista Richard Rice contudo, segundo Paulo Brabo, tais idéias circulavam entre [[Wesley]] e [[Arminius]]. Semelhantemente a teologia adventista, pontua que muitos dos conceitos da teologia clássica seriam importados da filosofia grega, do qual muito herdaríamos. Segundo Paulo Brabo, o conceito de Deus imutável, impassível e fora do tempo, é acertadamente de origem grega. E salienta que os defensores do Teísmo Aberto afirmavam que termos como onisciência, onipotência e onipresença não aparecem na Bíblia. [[http://www.ricardogondim.com.br/Artigos/artigos.info.asp?tp=69&sg=0&id=1284]]

Ricardo Gondim é mais profundo nesse pensamento contra a imutabilidade de Deus:

<blockquote> '' “Os gregos não concebiam a possibilidade de Deus mudar. Segundo eles, Deus não pode mudar por ser perfeito. Ora, a misericórdia só é possível de ser exercida se houver mudança no coração de quem a exerce. Aliás, misericórdia não exige mudança de quem é alvo dela e sim de quem a pratica. Há inúmeros exemplos bíblicos de que Deus mudou o que faria e tomou medidas até emergenciais, devido às ações humanas”.'' ([[http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=2654 Ricardo Gondim]]) </blockquote>

Segundo Sanders, em “Deus que arrisca”, Deus mudaria sua mente, continuaria a aprender e fazer exame de risco. Já Gregory Boyd, no livro "Deus do possível", defende que até as decisão divinas são incertas num cosmo livre. Os críticos contra-atacam que se as conclusões de Boyd estiverem corretas, a humanidade tem mais liberdade do que o Criador. E Deus estaria limitando seu conhecimento e poder a fim preservar o livre arbítrio, o que para os opositores é um absurdo.



==Onisciência em movimento==
==Onisciência em movimento==
O Teísmo Aberto acredita que Deus procura estar em um relacionamento recíproco com humanidade, não exercitando o controle meticuloso do universo, mas deixa que a humanidade faça as escolhas significativas. Apresentam pontos das escrituras que Deus se relaciona diretamente com o homem, e que as escolhas “livres” do homem estabelecerá a forma como Deus lhe responderá.
O Teísmo Aberto acredita que Deus procura estar em um relacionamento recíproco com humanidade, não exercitando o controle meticuloso do universo, mas deixa que a humanidade faça as escolhas significativas. Apresentam exemplos das escrituras que mostram que Deus se relaciona diretamente com o homem, e que as escolhas livres de cada homem estabelecerão a forma como Deus lhe responderá.
Afirma o Teísmo Aberto, que o controle rigoroso não está baseada na [[Bíblia]], mas na [[filosofia]] grega, onde os filósofos gregos viam a Deus como uma força totalmente controladora e imutável.
Afirma o Teísmo Aberto, que o controle rigoroso não está baseada na [[Bíblia]], mas na [[filosofia]] grega, onde os filósofos gregos viam a Deus como uma força totalmente controladora e imutável.
O termo "Aberto" se usa porque Deus se 'abre' para um relacionamento com o homem, se expondo a riscos, como teria acontecido com [[Jesus]] ao ser despojado, humilhado, e posto em risco a glória que tinha nos céus.
O termo "Aberto" se usa porque Deus se 'abre' para um relacionamento com o homem, se expondo a riscos, como teria acontecido com [[Jesus]] ao ser despojado, humilhado, e posto em risco a glória que tinha nos céus.
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Isso vai de encontro com a teologia tradicional, negando às contingências a certeza de uma opção “verdadeira” ou “falsa”. Pois assim sendo, as criaturas detentoras do livre arbítrio possuem em suas escolhas a completa incerteza, ou completa falta de verdade para eventos que não estiverem já vaticinados ou pré-estabelecidos. Tudo que foi poderia ter sido de outra maneira, e nada era para ser como foi se as escolhas tivessem sido outras. Conseqüentemente, defendem os críticos, se não há tantas verdades sobre o futuro do homem, Deus não tem como sabê-las, pois Deus é Senhor de verdades e não de incertezas.
Isso vai de encontro com a teologia tradicional, negando às contingências a certeza de uma opção “verdadeira” ou “falsa”. Pois assim sendo, as criaturas detentoras do livre arbítrio possuem em suas escolhas a completa incerteza, ou completa falta de verdade para eventos que não estiverem já vaticinados ou pré-estabelecidos. Tudo que foi poderia ter sido de outra maneira, e nada era para ser como foi se as escolhas tivessem sido outras. Conseqüentemente, defendem os críticos, se não há tantas verdades sobre o futuro do homem, Deus não tem como sabê-las, pois Deus é Senhor de verdades e não de incertezas.

Como já foi explicado, não defende abertamente que Deus não seria onisciente, o que afirmam em seus "postulados" é que sendo Deus onipotente, não quer dizer que teria ausência de poder no atributo da onisciência, ao respeitar o livre arbítrio. Afirmam que um ser onipotente '''somente''' "pode" fazer qualquer coisa possível quando é limitado a o que é '''verdadeiro''', visto que ser onisciente significa somente saber tudo que é verdadeiro. Assim, nesse sentido, Deus não seria completamente onisciente, pois isso faria Deus “estático”, ou detentor de uma “onisciência estática”, enquanto os pressupostos do Teísmo Abertos defendem a “onisciência em movimento”.




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* [[Predestinação]]
* [[Predestinação]]
* [[Teologia do Processo]]
* [[Teologia do Processo]]
* [[Panenteísmo]]
* [[Livre arbítrio]]
* [[Livre arbítrio]]



Revisão das 01h06min de 12 de setembro de 2007

Teísmo Aberto é uma escola teológica cuja característica principal é uma reavaliação do conceito da onisciência de Deus, na qual se afirma que Deus não conhece o futuro completamente, e pode mudar de idéia conforme as circunstâncias. O Teísmo Aberto foi influenciada em grande parte pela Teologia do Processo. Surgido na década de 30, a Teologia do Processo, tendo como principais representantes Charles Hartshorne, Alfred Whitehead e John Cobb, é uma tendência filosófico-teológica chamada panenteísmo, que consiste na aproximação do pensamento teísta e panteísta; herdando as características de tais inovações mais filosóficas que teológicas, surgindo a seguir o Teísmo Aberto.

O termo Teísmo Aberto teria sido cunhado pelo adventista Richard Rice em 1980, sendo que os principais defensores teólogos são John Sanders e Clark Pinnock.

O Teísmo Aberto defende que Deus se relaciona intimamente com o homem, em detrimento de sua onisciência que seria limitada com a dádiva do livre arbítrio; Deus saberia o futuro, mas não todo o futuro, pois esse futuro ainda não teria existência na presença de Deus, dado o livre arbítrio do homem concedido por Deus. Alguns defensores do teísmo aberto, como Gregory Boyd, afirmam que como o futuro não existe, não é lógicamente necessário, ou até mesmo possível, Deus conhece-lo. Deus conhece tudo o que existe; como o futuro ainda não existe, e é determinado por bilhões de decisões livres a cada segundo, Deus pode apenas prever situações que ele força a acontecer. Confrontados com críticas de teólogos tradicionais, que afirmam que o Teísmo Aberto deturpa a soberania de Deus, o teístas abertos afirmam que a grandeza e poder de Deus são manifestos mais poderosamente justamente por causa dessa falta de controle absoluto, visto que mesmo tendo ausência de controle sobre as escolhas humanas, Deus é capaz de governar o futuro vaticinado. Ou seja, exatamente porque Deus não se preocupa em estar no controle de suas criaturas é que ele demonstra estar realmente no controle.

Onisciência em movimento

O Teísmo Aberto acredita que Deus procura estar em um relacionamento recíproco com humanidade, não exercitando o controle meticuloso do universo, mas deixa que a humanidade faça as escolhas significativas. Apresentam exemplos das escrituras que mostram que Deus se relaciona diretamente com o homem, e que as escolhas livres de cada homem estabelecerão a forma como Deus lhe responderá. Afirma o Teísmo Aberto, que o controle rigoroso não está baseada na Bíblia, mas na filosofia grega, onde os filósofos gregos viam a Deus como uma força totalmente controladora e imutável. O termo "Aberto" se usa porque Deus se 'abre' para um relacionamento com o homem, se expondo a riscos, como teria acontecido com Jesus ao ser despojado, humilhado, e posto em risco a glória que tinha nos céus.

No Teísmo Aberto o futuro é “não definido” e “incerto”, logo faz a suposição de não haver “verdade” sobre as determinações futuras. O princípio está na “incerteza”. Ou seja, uma verdade futura, só será verdade “se” determinadas escolhas “próprias” do livre arbítrio forem tomadas. O Teísmo Aberto não “viaja” no tempo indo e voltando, fazendo formulações próprias dos filósofos, o Teísmo Aberto é simples e sincero com alguns padrões racionais, e complicado nas deduções a que pode reduzir Deus. O Teísmo Aberto segue uma linha reta no sentido que o tempo toma em direção ao futuro, e pondo Deus dentro do tempo. O Teísmo Aberto não é negligente em desprezar alguns parâmetros, tem que ser dito, para não tomarmos teólogos sérios que ousaram discordar da Teologia Tradicional e pintarmos homens sérios como brincalhões filosóficos-religioso. Por isso, são coerentes em afirmar que há verdades necessárias que estão estabelecidas no futuro, respeitando assim o que já fôra vaticinado nas Escrituras, apenas não permitem que as contingências, ou eventos incertos, sejam “verdadeiras” ou “falsas” pré definidamente. A incerteza do futuro, o torna “especial”, nunca “verdadeiro”.

Isso vai de encontro com a teologia tradicional, negando às contingências a certeza de uma opção “verdadeira” ou “falsa”. Pois assim sendo, as criaturas detentoras do livre arbítrio possuem em suas escolhas a completa incerteza, ou completa falta de verdade para eventos que não estiverem já vaticinados ou pré-estabelecidos. Tudo que foi poderia ter sido de outra maneira, e nada era para ser como foi se as escolhas tivessem sido outras. Conseqüentemente, defendem os críticos, se não há tantas verdades sobre o futuro do homem, Deus não tem como sabê-las, pois Deus é Senhor de verdades e não de incertezas.


Livre arbítrio libertariano

Alguns pontos devem ser diferençados para que não se dê a conotação generalista sobre o que as demais linhas teológicas pensam sobre o livre-arbítrio, visto que a posição Calvinista, que defende a completa ausência de livre arbítrio, não é dominante entre os cristãos.

Predomina entre os cristãos o livre arbítrio compatibilista, que “sustenta que uma pessoa pode escolher somente o que é consistente com sua natureza e que há coações e influências sobre sua capacidade de escolher. No livre-arbítrio libertariano, um pecador é igualmente capaz de escolher ou rejeitar Deus, a despeito de sua condição pecaminosa”. (Open Theism e o Livre-Arbítrio Libertariano por www.carm.org) Ou seja, o livre-arbítrio libertariano despreza as ações externas e defende o livre-arbítrio pleno, independente das pressões e coações internas e externas.

Segundo o livre-arbítrio compatibilista, um homem que é escravo do pecado não poderá entender as coisa espirituais, logo não terá capacidade de escolher Deus senão por ingerência do Espírito Santo.

Os críticos do Teísmo Aberto afirmam que se ações externas promovem que determinada pessoa busque a Deus, e essas ações externas, ou mesmo ações internas, que independem do indivíduo diretamente, são provocadas por ingerência de circunstância superiores, então para que o homem encontrasse salvação ou condução ao caminho da verdade teria que haver ingerência divina.

Contrariamente o livre-arbítrio libertariano define e não aceita que o homem necessite da ingerência divina para a escolha do caminho, pois se o homem necessitar de um empurrãozinho de Deus para pegar o trem da salvação, ou do paraíso, então nega-se a teologia do Teísmo Aberto em que Deus deu plena liberdade de escolhas ao ser humano.

Tanto o livre-arbítrio libertariano como o compatibilista defendem que o pecado, a corrupção do coração cheio de maldade que não ama a luz, mas as trevas, e por conseguinte não entendem as coisas espirituais, influenciam a vontade humana. A diferença á que o livre-arbítrio compatibilista afirma que que o homem não tem como violar sua natureza, e sua escolha natural só poderia ser a morte; a não ser que o Espírito da Verdade lhe abra os olhos, num determinado momento, para que possa alcançar escolhas certas e contrárias a sua natureza. Já o livre arbítrio libertariano afirma que a natureza caída do homem não restringi nas escolhas certas, e que suas escolhas não são limitadas, ou seja, mesmo tendo uma natureza má, contaminada pelo pecado, o homem é livre completamente para fazer boas escolhas.

Opiniões

Diz que o tema “não passa de sexo dos anjos, posto que dissimula o que é revelado”.

Caio Fabio resume que buscar “além da revelação que Jesus fez e faz do Pai” “ é loucura humana”, pois “Deus é Deus”. E destaca: “tudo isso uma grande tolice do tipo da dos escribas dos saduceus — que não criam na revelação em sua simplicidade, e, assim, criaram uma teologia na qual as ações dos homens e as de Deus se tornavam a mesma coisa”.

“Não levo à sério que pensa assim, pois, quem pensa, assim não pensa, posto que pelo seu próprio pensar (se pensa de fato), vê que não é possível “pensar Deus”, pois Deus está acima do próprio pensamento”.

Entende Caio Fábio que não há diferença entre a Teologia Relacional e a Teologia do Processo senão pela escolática que os estuda e defende.

É mais direto em algumas de suas análises sobre a Teologia Relacional, abaixo pinceladas:

“O mundo está estrebuchando. Mas há pessoas dedicadas a fazer fimose de Deus, ao invés de simplesmente viverem o Evangelho conforme a simplicidade de Jesus”.
“Chega de Disneylândia teológica.”
"Assim, a Teologia Relacional de Jesus não diz como Deus é, mas Quem Deus é. Desse modo apenas diz para se ver o Pai no Filho revelado e encarnado. ... o que está disponível aos nossos sentidos são obras divinas a serem vistas e discernidas pela na revelação. Diz que tal relacionalidade é com Deus, e que ela se manifesta mediante a obediência e o amor. E conclui afirmando que a especulação sobre o Pai é tolice, pois o que do Pai se pode conhecer está revelado em Jesus".
“Se pelo menos os teólogos entendessem um pouquinho acerca de física quântica, saberiam quão tola tal discussão é em sua busca de discutir a atemporal soberania de Deus e a temporal e relativa liberdade humana. Sem um mínimo de consciência sobre o significado físico do tempo, não se tem nem como entender que não se pode entender a eternidade. Sim! Porque já que não crêem, poderiam pelo menos ir além das categorias medievais de nossas teologias a fim de pensarem de modo a fazer sentido com o que pensar significa." Fonte

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