Guerra de Inverno: diferenças entre revisões
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{{Info/Guerra
▲ |resultado =[[Tratado de Paz de Moscou]];<br />Independência da [[Finlândia]] mantida
▲ |território = Cessão das ilhas do [[Golfo da Finlândia]], [[Istmo da Carélia]], Ladoga da [[Carélia]], [[Salla]] e [[Península de Rybachy]] e parte de [[Hanko]] para os Sovíeticos
▲ |combatente1 = {{FIN}}
*Voluntários estrangeiros
* [[República Democrática da Finlândia]]
| campanha
}}
A '''Guerra de Inverno''', também conhecida como a '''Guerra Soviético-Finlandesa''' ou '''Guerra Russo-Finlandesa''' ({{lang-fi|''talvisota''}}, {{lang-sv|''vinterkriget''}}, {{lang-ru|''Зимняя война''}})
Os soviéticos fizeram diversas exigências, incluindo que a Finlândia cedesse territórios fronteiriços em troca de terras em outras áreas, alegando razões de segurança, principalmente para proteger [[Leningrado]], a 32 km da fronteira finlandesa. Quando a Finlândia recusou, os soviéticos invadiram. A maioria das fontes conclui que a União Soviética pretendia conquistar toda a Finlândia, apontando como evidência a criação de um [[República Democrática da Finlândia|governo comunista finlandês fantoche]] e os protocolos secretos do [[Pacto Molotov-Ribbentrop]]. Outros, no entanto, contestam essa visão. A Finlândia resistiu aos ataques soviéticos por mais de dois meses, infligindo perdas significativas em temperaturas que chegaram a −43 °C. As batalhas concentraram-se principalmente em Taipale, na [[Istmo da Carélia]]; em Kollaa, na Carélia Ladoga; e na [[Batalha de Raate Road|Estrada Raate]], em [[Caiânia|Kainuu]], com combates adicionais em [[Salla]] e [[Pechenga]], na [[Lapónia (Finlândia)|Lapônia]].<ref>{{citar jornal|último=Ahtiainen|primeiro=Ilkka|título=The Never-Ending Karelia Question|url=http://www2.hs.fi/english/archive/news.asp?id=20000718xx17|data=16 de julho de 2000|jornal=Helsinki Times|acessodata=5 de novembro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110629164923/http://www2.hs.fi/english/archive/news.asp?id=20000718xx17|arquivodata=29 de junho de 2011}}</ref><ref>{{citar livro |último1=Coates |primeiro1=William Peyton |último2=Coates |primeiro2=Zelda Kahan |título=Russia, Finland and the Baltic |local=London |publicado=[[Lawrence & Wishart]] |data=1940 }}</ref>
Após os reveses iniciais, os [[Forças Armadas da União Soviética|soviéticos]] reduziram seus objetivos estratégicos e encerraram o governo comunista finlandês fantoche no final de janeiro de 1940, informando ao governo finlandês que estavam dispostos a negociar a paz. Depois de reorganizar suas forças militares e adotar táticas diferentes, os soviéticos renovaram sua ofensiva em fevereiro de 1940 e superaram as defesas finlandesas no Istmo da Carélia. Isso deixou o exército finlandês, no principal teatro de guerra, próximo ao ponto de ruptura, tornando a retirada praticamente inevitável. Consequentemente, o comandante-em-chefe finlandês [[Carl Gustaf Emil Mannerheim]] defendeu um acordo de paz com os soviéticos enquanto os finlandeses ainda tinham algum poder de negociação.<ref>{{citar livro |último1=Mannerheim |primeiro1=Carl Gustaf Emil |título=Memoirs |data=1953 |publicado=E.P. Dutton & Company |páginas=364–365}}</ref><ref>{{citar livro|último=Murphy|primeiro=David|url=https://www.worldcat.org/oclc/1261364794|título=The Finnish-Soviet Winter War 1939–40 Stalin's Hollow Victory|ano=2021|publicado=Bloomsbury Publishing Plc|outros=Johnny Shumate|isbn=978-1-4728-4394-4|local=London|oclc=1261364794|acessodata=22 de dezembro de 2021|arquivodata=7 de fevereiro de 2022|arquivourl=https://web.archive.org/web/20220207124244/https://www.worldcat.org/title/finnish-soviet-winter-war-1939-40-stalins-hollow-victory/oclc/1261364794}}</ref><ref>{{citar livro |editor-sobrenome1=Nenye |editor-nome1=Vesa |editor-sobrenome2=Munter |editor-nome2=Peter |editor-sobrenome3=Wirtanen |editor-nome3=Toni |editor-sobrenome4=Birks |editor-nome4=Chris |título=Finland at War: The Winter War 1939–1945 |ano=2015 |publicado=Osprey |isbn=978-1-4728-2718-0 }}</ref>
As hostilidades cessaram em março de 1940 com a assinatura do Tratado de Paz de Moscou, no qual a Finlândia cedeu 9% de seu território à União Soviética. As perdas soviéticas foram pesadas, e sua reputação internacional foi prejudicada. No entanto, seus ganhos territoriais superaram as exigências pré-guerra, com a anexação de territórios substanciais ao longo do [[Lago Ladoga]] e ao norte. A Finlândia manteve sua [[soberania]] e fortaleceu sua reputação internacional. O desempenho ruim do [[Exército Vermelho]] encorajou o chanceler alemão [[Adolf Hitler]] a acreditar que um ataque à União Soviética seria bem-sucedido, reforçando opiniões negativas ocidentais sobre os militares soviéticos. Após 15 meses de Paz Interina, em junho de 1941, a [[Alemanha Nazista|Alemanha]] iniciou a [[Operação Barbarossa]], marcando o início da [[Guerra de Continuação]] entre Finlândia e soviéticos.<ref>{{citar web|url=https://www.warhistoryonline.com/war-articles/winter-war-finland.html|título=The Winter War – When the Finns Humiliated the Russians|primeiro=Ivano|último=Massari|publicado=War History Online|data=18 de agosto de 2015|acessodata=19 de dezembro de 2021|arquivodata=19 de dezembro de 2021|arquivourl=https://web.archive.org/web/20211219185618/https://www.warhistoryonline.com/war-articles/winter-war-finland.html}}</ref>
== Precedentes ==
A Finlândia tinha uma longa história de ser parte do [[Suécia|reino sueco]] quando fora conquistada em [[1808]], tornando-se num estado estabilizante para proteger a então capital russa [[São Petersburgo]]. Após a [[Revolução de Outubro]] que trouxe um governo soviético ao poder na Rússia, a Finlândia se auto-declarou independente a [[6 de dezembro]] de [[1917]].
Fortes relações entre a [[Finlândia]] e a [[Alemanha]] foram fundadas quando o movimento de independência da Finlândia era apoiado pelo [[Império Alemão]] durante a [[Primeira Guerra Mundial]]. Na subsequente [[Guerra Civil Finlandesa]] tropas [[Jäger]] finlandesas treinadas pelos alemães e tropas regulares alemãs tiveram um papel crucial. Apenas a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial dificultou o estabelecimento de uma [[monarquia]] dependente da Alemanha, sob o poder de [[Frederico Carlos de Hesse]] como [[Lista de reis da Finlândia|Rei da Finlândia]]. Após a guerra, as relações entre a Alemanha e a Finlândia foram mantidas, embora a simpatia finlandesa com os [[Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães|Nacionais Socialistas]] não fosse a melhor.
Com as relações entre a União Soviética e a Finlândia tensas e congeladas - tanto os dois períodos de russificação forçada no virar do século, como o legado da rebelião socialista na Finlândia, contribuíram para uma forte desconfiança mútua. [[Josef Stalin]] temia que a Alemanha Nazi atacasse mais cedo ou mais tarde, e, que com a fronteira Soviético-Finlandesa apenas a 32 quilómetros de distância de São Petersburgo (na ocasião renomeada pelo governo comunista como ''Leninegrado,'' ou ''Leningrado)'', o território finlandês providenciaria uma excelente base para o ataque alemão - algo que
Em abril de [[1938]] ou possivelmente mais cedo, a União Soviética encetou negociações diplomáticas com a Finlândia, tentando melhorar as defesas mútuas contra a Alemanha. A principal preocupação da União Soviética era que a Alemanha utilizaria a Finlândia como uma ponte para o ataque a Leninegrado, e começou a fazer exigências ao governo finlandês de grandes áreas. Mais de um ano passou sem progresso significante e a situação política na Europa piorou.
A [[Alemanha Nazi]] e a União Soviética assinaram um pacto mútuo de não
No outono de 1939, após o ataque alemão na Polónia, a União Soviética finalmente exigiu que a Finlândia concordasse em mover a fronteira mais 25 km para além de Leninegrado, que nesta altura estava apenas a 32 quilómetros da fronteira. E também exigiu que a Finlândia emprestasse a península de [[Hanko (Finlândia)|Hanko]] à União Soviética por 30 anos para a criação de uma base naval lá. Em troca, a União Soviética oferecia uma grande parte da [[Carélia]] (com o dobro da área, mas menos desenvolvida).
Mas o governo finlandês recusou-se a seguir as exigências soviéticas. A 26 de novembro, os soviéticos simularam um [[Bombardeamento de Mainila|bombardeamento finlandês contra Mainila]], um incidente no qual a artilharia soviética bombardeou áreas perto da vila russa de Mainila, procedendo ao anúncio que um ataque de artilharia finlandesa tinha matado tropas soviéticas. A União Soviética exigiu que os finlandeses pedissem desculpas pelo incidente e movessem as suas forças 20 a 25 quilómetros da fronteira. Os finlandeses negaram qualquer responsabilidade pelo ataque e recusaram-se a seguir as indicações soviéticas. A União Soviética utilizou isto como uma desculpa para quebrar o pacto de não
Um [[Estado fantoche|regime fantoche]] foi criado na vila fronteiriça finlandesa ocupada de [[Terijoki]] (hoje Zelenogorsk), a 1 de dezembro de 1939, sob a protecção da [[República Democrática da Finlândia|República Democrática Finlandesa]] e liderada por [[Otto Ville Kuusinen]], tanto por causas diplomáticas (imediatamente tornou-se o único governo da Finlândia reconhecido pela União Soviética) como militares (esperavam que levasse os socialistas e comunistas existentes no exército finlandês a abandonarem a luta) mas não foi bem-sucedido. Esta república existiu até 12 de março de 1940, quando foi incorporada na [[República Socialista Soviética Carelo-Finlandesa]] Russa.
== A guerra ==
[[Ficheiro:Winter-War-Overview.png|
[[Ficheiro:Talvisota Molotov Cocktail.PNG|direita|thumb|upright=1.2|Soldado finlandês com um [[coquetel molotov]] durante a Guerra de Inverno]]▼
Inicialmente a Finlândia mobilizou um exército de {{fmtn|180000}} homens; as tropas finlandesas mostraram ser adversários temíveis, empregando [[Guerrilha|tácticas de guerrilha]], tropas de [[esqui]] de rápida movimentação com camuflagem branca, e que utilizavam os seus conhecimentos locais. Uma bomba improvisada adaptada da [[Guerra Civil Espanhola]] foi utilizada com grande sucesso, e ganhou fama com o nome de [[coquetel molotov]]. As condições de inverno em 1939-1940 eram duras; as temperaturas de -40º não eram raras, e os finlandeses conseguiram utilizá-las para sua vantagem. Frequentemente, os finlandeses optavam por não atacar os soldados inimigos convencionalmente, mas em vez disso atacar as cozinhas de comida (que eram cruciais para a sobrevivência soviética) e matar tropas soviéticas que se aqueciam à volta de fogueiras.
Além disso, para surpresa de ambos os líderes soviéticos e dos finlandeses, a maioria dos socialistas finlandeses não apoiavam a invasão soviética mas lutavam lado a lado com os seus compatriotas contra o inimigo comum. Muitos finlandeses [[Comunismo|comunistas]] mudaram-se para a União Soviética nos anos 1930 para construir o socialismo mas apenas para acabarem como vítimas do [[Grande Expurgo]] de [[Stalin]], que conduziu à grande desilusão e até ódio contra o regime soviético por entre os socialistas na Finlândia. Outro fator foi o avanço da sociedade finlandesa e das leis após a guerra civil que ajudaram a diminuir as diferenças entre as diferentes classes da sociedade. Esta cura parcial das feridas do pós-guerra civil na Finlândia (1918), e do conflito da língua finlandesa, são ainda referidos como o espírito da Guerra de Inverno, embora deva ser referido que muitos comunistas não eram autorizados a lutar no exército finlandês por causa dos seus ideais políticos.
▲[[Ficheiro:Talvisota Molotov Cocktail.PNG|direita|thumb
Os atacantes não estavam à espera de grande luta por parte dos finlandeses e começaram até a invasão com bandas a marchar antecipando uma vitória rápida. Registos históricos contam que os soldados russos avançavam no início em direcção às linhas finlandesas de braços dados, cantando hinos soviéticos. Devido aos expurgos de Stalin, os comandantes do [[Exército Vermelho]] tinham tido 80% das suas perdas durante o tempo de paz. Estes eram frequentemente substituídos por pessoas menos competentes mas mais "leais" aos seus superiores, desde que Stalin tinha supervisionado os seus comandantes com [[comissário]]s ou oficiais políticos. Tácticas que eram obsoletas já no tempo da Primeira Guerra Mundial eram empregues, com a obrigação de serem seguidas ao detalhe. Muitas tropas soviéticas foram simplesmente perdidas devido ao seu comandante se recusar a retirar ou estar impedido de o fazer, pelos seus superiores.
O exército soviético estava mal preparado para a guerra durante o inverno, particularmente em florestas, e utilizava veículos motorizados extremamente vulneráveis. Estes veículos eram mantidos a trabalhar 24 horas por dia de modo ao seu combustível não congelar, mas continuaram a haver registos de motores a quebrar e de falta de combustível. Uma das perdas mais marcantes na história militar é o tão chamado [[Incidente de Raatteentie]], durante a [[Batalha de Suomussalmi]]. A 44.ª Divisão de Infantaria Soviética (de 25 mil soldados) foi completamente destruída após marchar numa rua estreita de uma floresta até a uma armadilha da unidade finlandesa ''Osasto Kontula'' (de 300 homens). Esta pequena unidade parou o avanço da Divisão Soviética, enquanto o coronel finlandês Siilasvuo e a sua 9.ª Divisão (de 6 mil homens) cortou a rota de retirada soviética, dividindo a força inimiga em unidades menores, destruindo unidade por unidade. Em adição, as tropas finlandesas tomaram 43 [[Carro de combate|carros de combate]], 71 canhões de artilharia e de defesa antiaérea, 29 [[Arma anticarro|canhões anticarro]], [[Veículo blindado de transporte de pessoal|VBTPs]], tratores, 260 camiões, 1170 cavalos, armas de infantaria, munição, material de comunicações, medicamentos e botas de inverno.
[[Ficheiro:Finnish soldiers during the Winter War.jpg|esquerda|thumb
A Finlândia tinha uma força de 130 mil homens de 500 canhões no [[istmo da Carélia]], o principal teatro da guerra, e os soviéticos atacaram com 200 mil homens e 900 canhões. Os soviéticos enviaram mil carros de combate para a frente, mas foram mal utilizados e sofreram grandes perdas.
A falta de equipamento finlandês também era um problema. No início da guerra, apenas os soldados que tinham recebido treino básico tinham uniformes e armas. O resto dos soldados tinha de fazer a sua própria roupa e uma insígnia semelhante era depois adicionada. Estes uniformes recebiam a alcunha de [[Modelo Cajander]], segundo o nome do primeiro-ministro [[Aimo Cajander]]. Os finlandeses aliviavam a sua falta de equipamento fazendo uma utilização intensiva de equipamento, armas e munições capturadas ao inimigo. Por sorte, o exército não tinha alterado o [[calibre]] das suas armas após a independência e conseguia assim utilizar a munição soviética. Ironicamente, o envio de soldados mal treinados conduziu as tropas soviéticas directamente para as mãos dos finlandeses, permitindo a ampla oportunidade mais tarde de capturar o equipamento.
[[Ficheiro:Simo hayha honorary rifle.jpg|thumb|direita
Dois outros factos devem ser mencionados. Devido à sua opinião e decisão de Stalin que os soldados russos da área fronteiriça com a Finlândia não eram de confiança para lutar contra os finlandeses, devido a uma história comum, o vasto número de soldados do Exército Vermelho eram recrutados das regiões do sul da União Soviética. Estes soldados do Exército Vermelho das regiões do sul não tinham absolutamente qualquer experiência com as condições do inverno do Árctico e virtualmente qualquer habilidade para sobrevivência na floresta, quanto mais experiência de combate. As tropas finlandesas tinham a sua própria roupa de inverno, e tinham vivido maior parte da sua vida na floresta, pois uma maioria dos finlandeses eram trabalhadores rurais até aos anos 1950. O tempo durante a Guerra de Inverno foi um dos três piores invernos registados na Finlândia.
A guerra aérea durante a Guerra de Inverno viu a formação inovadora finlandesa, "quatro dedos", de combate aéreo (quatro aviões, divididos em duas unidades de dois aviões, uma unidade a voar a baixa e a outra a alta altitude, cada avião combatia independentemente dos outros mas apoiava o seu colega-de-asa em combate) esta não era apenas superior à táctica russa de três caças em formação delta, mas como também foi mais tarde adoptada pelas maiores potências combatentes na guerra durante a [[Segunda Guerra Mundial]], sendo inclusive actualmente ainda utilizada. Esta formação "quatro dedos" contribuiu para a incapacidade
== Apoio estrangeiro ==
[[Ficheiro:Winter war.jpg
O mundo exprimiu um grande apoio à causa finlandesa. A [[Segunda Guerra Mundial|Guerra Mundial]] não tinha realmente ainda começado e era vista pelo público como uma [[Guerra falsa|Guerra Falsa]]; nesta altura a Guerra de Inverno era a única luta real ao lado da invasão alemã e soviética da Polónia, e por isso um maior foco do interesse mundial. A agressão soviética era geralmente vista como totalmente injustificada. Várias organizações estrangeiras enviaram material de ajuda, tais como medicamentos. Vários imigrantes finlandeses nos [[Estados Unidos]] e no [[Canadá]] voltaram a casa, e vários voluntários (um deles que seria mais tarde o actor [[Christopher Lee]]) viajaram para a Finlândia e entraram nas forças armadas finlandesas:
A [[Suécia]], que se tinha declarado como não
O [[Corpo Voluntário Sueco (Guerra de Inverno)|Corpo Voluntário Sueco]], com 8
O próprio [[Benito Mussolini]] decidiu ajudar a [[Finlândia]], enviou cerca de 100 mil rifles e 35 caças [[Fiat G.50]], que só não chegaram a tempo porque os alemães proibiram o trânsito de material militar para a [[Finlândia]] sobre o seu território e sobre o território polonês ocupado. A França também enviou milhares de rifles, munição, algumas dezenas de [[Morane-Saulnier M.S.406]]. Os britânicos por sua vez venderam a prazo algumas dúzias de caças [[Gloster Gladiator]].
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Dentro de um mês, a liderança soviética começou a considerar abandonar a operação, mas o governo finlandês tinha sido já abordado com uma proposta preliminar (através do governo Sueco) a 29 de janeiro. Até esta altura, a Finlândia lutava apenas pela sua existência. Quando rumores chegaram aos governos de Paris e de Londres, os incentivos para apoio militar mudaram dramaticamente. Agora a Finlândia combatia apenas para manter o mais possível do seu território perto de Leninegrado. Mas claro que o público não podia saber nada sobre isto — fosse na Finlândia, ou mundialmente. Para opinião pública, a luta da Finlândia continuava a ser uma luta pela vida e pela morte.
Em fevereiro de 1940 os [[Aliados]] ofereceram ajuda: O plano Aliado, aprovado a 5 de Fevereiro pelo Alto Comando Aliado, consistia em 100
O governo sueco, liderado pelo primeiro-ministro [[Per Albin Hansson]], recusou permitir o trânsito de tropas estrangeiras através de território sueco. Embora a Suécia não se tivesse declarado neutra em relação à Guerra de Inverno, ela era neutra na guerra entre a França e a Inglaterra num lado e a Alemanha no outro.
Linha 95 ⟶ 87:
Diplomaticamente, a Finlândia estava dependente entre as promessas Aliadas para uma guerra prolongada e dos medos escandinavos de uma guerra contínua se espalhar aos países vizinhos (ou os refugiados que resultariam de uma potencial derrota finlandesa). Também de [[Wilhelmstraße]] chegaram conselhos distintos para paz e concessões - as concessões poderiam sempre ser mais tarde emendadas.
Enquanto [[Berlim]] e [[Estocolmo]] aplicavam pressão sobre [[Helsínquia]]
No final de fevereiro, o comandante supremo da Finlândia, Mannerheim, estava pessimista quanto à situação militar, sendo por isso que o governo decidiu a 29 de fevereiro começar negociações de paz. Nesse mesmo dia, os soviéticos começaram um ataque contra [[Viipuri]].
Linha 108 ⟶ 100:
Pelo final de fevereiro, os finlandeses tinham consumido os seus fornecimentos de munições. Adicionalmente a União Soviética tinha finalmente sido bem-sucedida em quebrar a [[Linha Mannerheim]], anteriormente impenetrável.
Finalmente a 29 de fevereiro
== Paz de Moscou ==
[[Ficheiro:Finnish areas ceded in 1940.png|direita|thumb
No [[Tratado de Paz de Moscovo]] de 12 de março, a Finlândia foi forçada a ceder a parte finlandesa de [[Carélia]]. O território incluía a cidade de [[Viipuri]] (a segunda maior cidade do país), muito do território industrializado da Finlândia, e partes significantes ainda protegidas pelo exército finlandês: quase 10% do pré-guerra finlandês.
A Finlândia teve também de ceder uma parte da área de [[Salla]], [[península de Kalastajansaarento]] no [[mar de Barents]] e quatro ilhas no [[golfo da Finlândia]]. A península de Hanko foi também emprestada à União Soviética como uma base militar por 30 anos.
Os termos de paz foram duros para a Finlândia, ainda mais porque os soviéticos receberam a cidade de Viipuri, além das suas exigências pré-guerra. Nem a simpatia por parte da Liga das Nações, aliados ocidentais
Apenas um ano mais tarde as hostilidades continuaram na [[Guerra da Continuação]].
Linha 136 ⟶ 128:
== Bibliografia ==
{{Refbegin|
* {{citar livro |último=Campbell |primeiro=David |url=https://books.google.com/books?id=wIr-DAAAQBAJ |título=Finnish soldier versus Soviet soldier: Winter War 1939-40 |publicado=[[Osprey Publishing]] |ano=2016 |isbn=978-1-4728-1324-4 |series=Combat |local=Oxford [England]}}
* {{citar livro |último=Chew |primeiro=Allen F. |url=https://archive.org/details/whitedeathepicof0000chew |título=The white death: the epic of the Soviet-Finnish Winter War |data=1971 |publicado=[[Michigan State University Press]] |isbn=978-0-87013-167-7 |local=East Lansing }}
* {{citar livro |último=Cox |primeiro=Geoffrey |autorlink=Geoffrey Cox (journalist) |url=https://archive.org/details/in.ernet.dli.2015.206747 |título=The Red Army Moves |publicado=[[Victor Gollancz]] |ano=1941 |local=London |oclc=502873 |ref=Cox1941}}
* {{citar livro |último1=Engle |primeiro1=Eloise |url=https://archive.org/details/winterwarrussofi0000paan |título=The winter war; the Russo-Finnish conflict, 1939-40 |último2=Paananen |primeiro2=Lauri |data=1972 |publicado=[[Charles Scribner's Sons]] |isbn=978-0-684-13047-7 |local=New York}}
* {{citar livro |último=Hill |primeiro=Alexander |url=https://books.google.com/books?id=qLOSDQAAQBAJ |título=The Red Army and the Second World War |publicado=[[Cambridge University Press]] |ano=2017 |isbn=978-1-107-02079-5 |series=Armies of the Second World War |local=Cambridge}}
* {{citar livro |último1=Kolomiec |primeiro1=Maksim V. |título=Tanks in the Winter War 1939-1940 |último2=Kolomiec |primeiro2=Maksim V. |data=2008 |publicado=Leandoer & Ekholm |isbn=978-91-975895-2-9 |series=Operations Scandinavia |local=Stockholm |translator-last=Dinan |translator-first=Tim}}
* {{citar livro |último1=Nenye |primeiro1=Vesa |url=https://books.google.com/books?id=bYOXCwAAQBAJ |título=Finland at War: The Winter War 1939–40 |último2=Munter |primeiro2=Peter |último3=Wirtanen |primeiro3=Toni |data=2015 |publicado=[[Osprey Publishing]] |isbn=978-1-4728-1358-9 |local=Oxford |oclc=899228795}}
* {{citar livro |último1=Rahikainen |primeiro1=Paavo |título=Artillery barrage at Taipaleenjoki |último2=Vainio |primeiro2=Eino |data=1996 |publicado=Finnish War Veterans Association |isbn=978-951-97557-0-0 |local=Helsinki |translator-last=Mayow |translator-first=Nicholas |oclc=41278218 |ref=none}}
* {{citar periódico |último=Reese |primeiro=Roger R. |data=Julho de 2008 |título=Lessons of the Winter War: A Study in the Military Effectiveness of the Red Army, 1939–1940 |publicação=[[The Journal of Military History]] |volume=72 |número=3 |páginas=825–852 |doi=10.1353/jmh.0.0004 |issn=1543-7795 |s2cid=110326295}}
* {{citar livro |último=Saarelainen |primeiro=Tapio A. M. |url=https://books.google.com/books?id=bN48DQAAQBAJ |título=The white sniper: Simo Häyhä |publicado=[[Casemate Publishers]] |ano=2016 |isbn=978-1-61200-429-7 |local=Philadelphia}}
* {{citar livro |último=Sander |primeiro=Gordon F. |url=https://books.google.com/books?id=MG7CEAAAQBAJ |título=The Hundred Day Winter War: Finland's gallant stand against the Soviet Army |publicado=[[University Press of Kansas]] |ano=2013 |isbn=978-0-7006-1910-8 |series=Modern war studies |local=Lawrence, Kansas}}
* {{citar livro |autor=Soviet Information Bureau |autorlink=Soviet Information Bureau |título=Falsifiers of History (Historical Survey) |publicado=Foreign Languages Publishing House |ano=1948 |local=Moscow |lccn=48024356 |oclc=5180512 |ol=6038495M |ref=SovietInformationBureau1948}}
* {{citar jornal |último=Taylor |primeiro=Alan |data=23 de maio de 2013 |título=Finland in World War II |url=https://www.theatlantic.com/photo/2013/05/finland-in-world-war-ii/100519/ |publicação=[[The Atlantic]]}}
* {{citar livro |último=Trotter |primeiro=William R. |url=https://books.google.com/books?id=yXsLNVaDfcoC |título=A Frozen Hell: The Russo-Finnish Winter War of 1939-1940 |data=1991 |publicado=[[Algonquin Books]] |isbn=978-0-945575-22-1 |local=Chapel Hill, N.C}}
* {{citar livro |último=Tuunainen |primeiro=Pasi |url=https://books.google.com/books?id=t_OODAAAQBAJ |título=Finnish Military Effectiveness in the Winter War, 1939-1940 |publicado=[[Palgrave Macmillan]] |ano=2016 |isbn=978-1-137-44604-6 |local=London |doi=10.1057/978-1-137-44606-0 |oclc=956625046}}
* {{citar livro |último1=Tuuri |primeiro1=Antti |autorlink=Antti Tuuri |url=https://www.worldcat.org/title/ocm53793184 |título=The winter war |último2=Impola |primeiro2=Richard A. |publicado=Aspasia Books |ano=2003 |isbn=978-0-9731053-7-7 |series=Aspasia classics in Finnish literature |local=Ontario |oclc=ocm53793184 |anooriginal=1984}}
* {{citar livro |último=Weeks |primeiro=Jessica L. P. |url=https://www.jstor.org/stable/10.7591/j.ctt1287f18 |título=Dictators at war and peace |data=2014 |publicado=[[Cornell University Press]] |isbn=978-0-8014-7982-3 |series=Cornell studies in security affairs |local=Ithaca, NY |jstor=10.7591/j.ctt1287f18 }}
* {{citar jornal |último=Woody |primeiro=Christopher |data=1 de dezembro de 2017 |título=These 17 photos show Finland's brutally cold World War II battle with the Soviet Union |url=https://www.businessinsider.com/ussr-russia-finald-wwii-winter-war-photos-2017-3 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20230219083546/http://uk.businessinsider.com/ussr-russia-finald-wwii-winter-war-photos-2017-3 |arquivodata=19 de fevereiro de 2023 |acessodata=11 de janeiro de 2018 |publicação=[[Business Insider]]}}
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{{Relações entre Alemanha e União Soviética (1918–1941)}}
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